Ler essa história foi como sentar em um divã, me fazendo confrontar com minha adolescência. Temas como rejeição, solidão, amizade e aquelas complicações existentes nos laços familiares, e sim, nos de amizade, sobretudo neste. Me fez lembrar o quanto esses laços são complicados, belos, e estranhamente solitários, as vezes, e me fez até procurar quitar alguns débitos de minha adolescências que persistem até hoje (tenho 22 anos), quantas histórias são capazes de fazer isso com alguém???

Nos deparamos com Sakura, uma garota de 15 anos insegura, como tanta outras, imatura, e sobretudo como uma capacidade de se autossabotar incrível. E a vemos sair desse estágio para ser mais confiante, fazendo o leitor se confrontar com suas próprias questões. É impossível não se lembrar de situações e sentimentos levemente semelhantes aos que ela sente, e sair pensando o quanto nos autossabotamos, o quanto fazemos existir uma projeção errada de nós mesmos para os outro, apenas porque nos subestimamos, porque não nos impomos. Acredito que esse é um dos maiores desafios que ela encontra, e é uma delícia ver seu desenvolvimento, e o quanto ela amadurece.

Definitivamente a premissa da fic é algo que eu leria de primeira: Triângulos amorosos? Meu deus eu odeio triângulos amorosos, passo (sou do tipo que se ver mais um YA com triângulos na Saraiva é capaz de surtar e sair rasgando tudo). Adolescentes, drama colegial? Não chego nem perto. Minha curiosidade em ler veio apenas por se tratar de uma trama musical.
Mas As Máscaras de Sakura revelou ser bem mais que isso, e se destaca justamente por abordar as relações humanas e os laços que constituímos de forma madura, sensata, crua e passar longe saídas fáceis. Além de contar com referências musicais incríveis (então, considerando que foi a primeira coisa que me atraiu, a autora não decepcionou nem um pouco).