Bom, acho que seria chato apagar minha biografia anterior, às vezes lembrar do passado é bom, mas como escrevi ela há uns 3 anos, está na hora de reescrever.
Meu nome é Lana, não gosto de fazer amizades desde que me conheço por gente, e penso que isso não irá mudar. Eu deposito muita confiança nas pessoas e elas pisam nela como se fosse nada. Talvez porque eu seja muito sensível ou um pouco diferente das outras pessoas, eu me sinta assim.

Nunca fui boa em escrever, dialogar, muito menos em me expressar, falta de conhecer a mim mesma, mas eu aparentemente não quero fazer amizade nem com meu Eu. Não tenho autoestima, simplesmente me odeio e me acho a pior pessoa do mundo, apesar de todos dizerem ao contrário, cansei de confiar na opinião alheia. Isso atrapalha muito nos meus relacionamentos, seja com amigos, familiares ou namorado.

Desde pequena nunca achei que fosse namorar ou qualquer coisa do tipo, afinal, se nem eu gosto de mim, quem iria gostar? Mas apareceu alguém que me amava, era aparentemente de verdade, e como isso não havia acontecido antes, eu me senti muito especial, única. Não sabia nada sobre amor, e mesmo eu não sentindo o mesmo pela pessoa, nem sequer atração, nada mais do que amizade, eu me deixei levar. Namorei pela primeira vez aos 15 anos, era um namoro virtual, eu ainda o tratava como amigo, estava um mar de flores, eu me sentia amada e adorava conversar com ele. A primeira vez que nos encontramos após começar a namorar, tudo desabou, eu simplesmente continuava tratando ele como amigo, e ele me tratava como namorada… Eu não me sentia nada confortável com isso, mas o namoro se manteu por mais alguns meses, de muita mágoa e coisas ruins. Não sei o que eu tinha em mente para continuar naquilo, talvez estava esperando que eu começasse a amar ele também, só que não aconteceu, e sem amor não dava pra aguentar tudo o que acontecia, então, finalmente terminou. Foi bom, ao mesmo tempo ruim, eu perdi um amigo, mas senti um alívio.

Entrei em 2011 para uma escola que minha mãe sempre sonhou que eu estudasse, e eu tento dar algum orgulho pra ela… Apesar de já ter começado falhando, ainda acho que ela tem alguma esperança em mim, pelo menos espero que tenha. Repeti logo no primeiro ano, talvez porque a escola é puxada, talvez porque não tenha me esforçado o suficiente ou talvez eu só seja incapaz. Comecei no período vespertino, e acho que é algum tipo de castigo da escola, ao repetir muda de período.

Apesar de ter feito alguns amigos à tarde, conheci pessoas muito importantes na manhā, e que espero que eu possa contar com algumas para minha vida inteira.
Quando pensava que me relacionar de novo com alguém seria algo banal, apareceu outra pessoa na minha vida… Um amor de início platônico, sempre o observava andando pela escola, quando entrava na minha classe, nos roles que íamos com as pessoas da escola… Me sentia tão boba, mas sequer tinha conversado com ele, no máximo uma troca de palavras bestas quando ele me enxia o saco, me fazendo cócegas ou me arrastando pelos pés por ai. Bom, me apaixonei, e depois de tanto amar de longe, achar que nunca seria recíproco, porque ninguém tão perfeito iria me amar, ele me mandou uma carta… Acho que posso dizer que foi uma declaração de amor.

Como respirar? Como pensar? Eu simplesmente parei naquele momento, e acho que estou assim até hoje, esperando que esse sentimento seja eterno, pelo menos enquanto dure. Estamos namorando e espero que continue assim para sempre, dessa vez sem mágoas e coisas ruins, ou pelo menos que com todo o amor que temos possamos suportar.

E por que estou falando dessas coisas de amor? Porque isso faz quem eu sou hoje e quem eu vou ser amanhã, eu sou um pouco de todos que conheci, de tudo que vivi e vivo. Pra mim o ser humano está em constante mudança, e logo terei que reescrever essa biografia, porque daqui alguns anos eu não serei mais quem sou hoje. Uma pessoa com mais experiências, mais lições de vida. Só sei que eu ainda não estou formada de corpo, muito menos de mente, ainda há muito o que viver e aprender.

Tenho 16 anos, apenas mais uma adolescente apaixonada e deprimida.

(Descrição desatualizada. Foi escrita em 2012)