Andarilho

eu ando sem rumo
sobre a cidade sem fim
e seus prédios infinitos como mãos que querem pegar o céu
que outrora cinzento assim decidiu ficar...
ela desce ao fundos mais obscuros da terra
perdendo-se nessa imensidão,
eu vejo um traço de dor nos olhos de uma criança
que refletem o mundo como um espelho
que estilhaçado desvirtua a realidade;
sou um um guerreiro perdido
buscando pelos becos imundos
fazer a justiça com minhas própias mãos
recebem o agradecimento de uns
e o ódio de outrem..
sou o anjo da noite
sou o pesadelo das trevas...
meu silêncio impera na escuridão
onde os humanos tornaram-se vazios
sem cor..sem vida..sem seiva...
o mundo esta pútrido..fétido e corrompido
a esperança é raridade nos corações alheios
que batem fracos à espera da morte.
a solidão é meu guia,
a linha tênue da loucura eh minha amante
que me envenena todo dia
sobre a bondade e a maldade...
nos pensamentos somente semeia a dúvida
e minha vida torna-se a buscar as respostas...
o que sei é que
alguem deve lutar para que neste ceu cinzento
o sol possa brilhar outra vez...

Petrus Heligan