Eu sou feliz, costumo dizer. Mas na verdade, não sou. Sorrio bastante, principalmente quando estou com meus amigos, mas sou triste por dentro. Diversas vezes, antes de dormir, dou uma choradinha básica, só para não perder o costume. O meu problema, eu realmente não sei. Talvez eu não seja feita para ser feliz, quem sabe. Ou talvez eu não esteja vivendo a vida que fui feita para viver. Eu tento, juro que tento, me enturmar e falar com outras pessoas que não sejam meus amigos mais íntimos, mas tudo o que é novo me assusta. Moro com pessoas que não conheço, almoço na mesma mesa que estranhos e durmo na casa de gente que nem sabe o que eu sinto. Me perco em pensamentos sempre que estou sozinha, e só consigo me soltar depois de algumas doses. Talvez eu não tenha vida própria, felicidade própria nem nada dessas coisas. Mas eu não me importo. Se as pessoas que eu amo são felizes, eu sou feliz.
Meu nome é Ariel e essa é a minha história.

Já tinham se passado muitos anos desde a morte de Molly, e desde esse tempo Gabbe nunca mais tinha visto Cam. Pelos poucos dias que passaram juntos, tentando parar Lúcifer, ele evitava falar com ela e, desde o dia em que salvou a vida de Gabbe, Cam nunca mais a olhou nos olhos. E passou todos esses anos sem aparecer, nem mesmo para dizer um "oi" ou uma piadinha suja. Mas ela pensava nele todos os dias. Porque, por algum motivo, ele tinha corrido para salvar ela. Era com a vida dela que ele se importava.