Eu? Uma menina comum que vive de sonhos. Que tem pedras no caminho. Que precisa trabalhar. Que quer fazer faculdade. Que tem dilemas. Que sofre. Que ama. Que se ilude. Que chora.
Minha história nunca foi um conto de fadas e vai muito além do que se pode contar em livros.
Meu pai é um advogado, perdeu os pais muito cedo, batalhou para chegar aonde chegou; conquistar o que conquistou. Minha mãe, uma cidadã nordestina que não tinha boas condições de vida, que saiu de lá muito jovem para tentar a vida aqui, no sul; que trabalhou de empregada, auxiliar e secretária. Também tenho uma irmã, de 4 anos, que precisa muito de mim, que necessita do meu apoio.
E eu? Eu sou uma menina de 16 anos, que tem sonhos e decepções, que era mimada, que tinha absolutamente tudo o que queria, que ia a todas as festas, que ficava o dia inteiro atoa. Que cada dia que passa dribla um obstáculo, que trabalha, que tem uma casa para administrar e uma criança pra cuidar.
Se eu engravidei? Não. Apenas por culpa de um maldito imbecil, estou com os meus pais no hospital, em coma, sem previsão de melhora. Por culpa desse maldito, minha vida deu um giro de 180 graus.