Já fazia um mês que eu e Justin estávamos juntos, nós não éramos namorados ou algo assim, na realidade eu nem sabia o que a gente era, não queria rotular a relação, era bom ver as coisas fluindo naturalmente. Estar com ele parecia certo e me fazia esquecer quase tudo.
            Quase. Decidi enquanto deixava o bolo no forno e caminhava até o sofá.

Uma vozinha dentro da minha cabeça dizia que estava tudo muito perfeito para se acreditar e isso fazia com que eu hesitar ao ato de entregar-me totalmente, afinal, era verdade e consequentemente eu achava melhor não rotular a relação, porém isso também me deixava insegura, pois eu sabia que ele é bom demais para mim.

Minha vida estava uma confusão repleta. Tinha a morte da minha tinha que não havia sido confirmada e por esse fato que ainda não tinha o conselho tutelar em cima de mim. A amiga de minha tia ajudava em algumas coisas, descobri que ela era uma boa pessoa que vinha lutando contra os vícios errados, uma solteirona que já me chamará para morar com ela enquanto a situação não se resolvia, até por que era difícil uma garota de 17 anos se virar sozinha.

De primeiro lance eu não aceitei, mas ultimamente estava repensando a oferta, mas se aceitasse por fim, eu primeiro procuraria um emprego de meio turno. Essa ideia parecia perfeita, arranjar um emprego e depois procurar saber se ainda está valendo.

O som da campainha me tirou dos meus sonhos acordados, levantei do sofá e fui abrir a porta com um sorriso no rosto, já sabia quem era.

- Oláá- disse sorrindo exclusivamente para Justin.
            - Ah, porta errada, estava procurando alguém feio, você é linda demais para isso.
            - Você está com toda razão. Até mais! – fingi fechar a porta.
            - Que se dane a procura. – veio até mim, enlaçou minha cintura e esmagou seus lábios contra os meus, nossos beijos sempre era devastadores para mim, sua língua explorava cada canto da minha boca e depois seu cheiro se impregnava em mim.
            - Feliz em me ver? – perguntou ofegante.
            - Talvez.
            - Admite que sou maravilhoso, admite!
             - Admito que você se acha demais.

Ele apenas me dirigiu se famoso sorriso de canto.

- Por que você sempre faz isso?
            - Faço o quê?
            - Fica dando esse sorriso com quem diz “Oi, estou te seduzindo”
            - Ahh, então eu consigo te seduzir?!
            - Talvez.
            - Precisa ampliar seu vocabulário anjo.

Ele sempre me chamava de anjo e eu adorava.

            - Está com fome? – balançou um sacolinha de papel na minha frente que eu não havia percebido.
            - Fome...? – a sensação de deixar alguma coisa passar...
            - Sim. Está? – Justin entrou em casa e eu fiquei parada no batente da porta com cara de retardada.
            - Anjo?
            - BOLO! – corri para cozinha.
            - Hãm? Que bolo?
           

Meu bolo de cenoura ficou totalmente esquecido com a chegada de Justin, o cheiro de queimado estava muito forte e tirei do forno um bolo completamente carbonizado.
- Ahh, esse bolo!
- É de chocolate?
- Não... de cenoura.
- Érr... Deve estar uma delícia.
- Não precisa mentir... Está todo queimado e a culpa é sua!
- Minha?
- Sim, fica desviando minha atenção!
- Então me deixa completar o serviço.

Ele me puxou pela cintura, o tabuleiro foi ao chão e Justin colou nossos lábios e corpos, sua língua pediu passagem por entre meus lábios e foi prontamente atendido e como sempre o beijo foi quente e magnífico e nos separamos por falta de ar.

            - Ainda bem que eu trouxe o lanche.
                      - Ainda bem... – disse ofegante.

------------------------------------ * Por Justin*--------------------------------------------

Estar com Jen era cada vez melhor e ao mesmo tempo estava se tornando mais complicado, era difícil arranjar um tempo na minha agenda, os compromissos estavam se multiplicando e minha turnê havia sido adiantada, Chris teria de voltar mais cedo para casa e eu não fazia a mínima ideia de como falar para Jen que iria partir em duas semanas e ficaria fora por 6 meses.

 Deixa -lá parecia errado, não tinha certeza de como ela reagiria a minha falta, bem, com certeza eu  não ficaria bem sem ela, mas nada podia fazer, era meu trabalho e meus problemas nem terminavam aí, depois da turnê eu não iria voltar para escola, iria recomeçar as aulas particulares.

Era inevitável meu caminho e o dela não se separarem, porém essa era a última das últimas coisas que eu queria.

- Você ficou calado de repente, algum problema? – Perguntou olhando para o hambúrguer que comíamos no chão da sala.
- Eu queria conversar com você.
- Não gostei nem um pouco do tom da sua voz. Eu fiz alguma coisa? Se fiz, desculpa. – ela largou o lanche.
- Você não fez nada anjo. – segurei sua mão com força.
- Então o que foi?
- Eu vou embora...
- Como assim? Vai para casa, né? Só isso, certo?
- Eu vou entrar em turnê de seis meses e depois provavelmente não vou voltar para escola. A experiência foi boa, mas eu sempre soube que não ia durar muito.
- Então, por fim, eu também fui uma experiência- ela levantou- Espero ter sido boa o suficiente Justin Bieber.
- Jen, não é isso, eu...
- Não, tudo bem, você não tem culpa, essa é sua profissão. Estou com raiva de mim, que sou uma boba e sempre me envolvo muito. – ela limpava as lágrimas.
- Anjo, não diz isso, você não é boba, você...
- Sou apenas algo passageiro, eu sei disso. – sorriu forçado. – Vai lá campeão, tem muitas Beliebers te esperando por aí.

Ela se virou e subiu as escadas, eu fiquei parado, totalmente sem ações e com a sensação de que algo havia sido arrancado de mim muito rápido e muito forte.
Decidi ir para casa, não era uma boa hora para conversar, estava com a cabeça à mil e ela também. Quando cheguei em casa fui diretamente para meu quarto, deitei na cama e fiquei olhando para o teto, minha fronte pulsava.
- Hey..- Chris entrou no quarto e sem bater na porta.
- Eu poderia estar pelado. – disse apático.

Ele riu falsamente.

- Estou terminado de arrumar minhas coisas?
- Quando você vai? – ainda olhava para o teto.
- No final de semana.
- Vou sentir sua falta.
- Isso soou muito gay para mim.
- Você está ciente que acabou de acabar com o sentimento do momento.- continuava sem demonstrar emoções e olhar para o teto.
- Você já falou com a Jennifer, né?
- Como sabe?
- Você está com cara de acabado.
- Obrigado.
- Não foi nem um pouco legal, certo?
- Não. Sair em turnê nunca foi tão complicado.
- Você gosta dela, é só isso e a gente nunca que ficar longe de quem gostamos, isso parece simples para mim.
- Eu nunca me senti assim.
- Relaxa cara, tudo sempre termina bem, só basta esperar.
- Espero que você tenha razão, por que aquela garota já sofreu demais.
- U smile nunca teve tanto significado.- suspirei.
- Você nunca percebeu o modo como ela olha para você?
- Os olhinhos brilham e não e só o dela não.

Eu ri.


- Obrigado.
- Obrigado nada, você tem sorte, ela é gostosa demais.
- Tira o olho! – taquei um travesseiro na cara dele.- Bem na cara! Acertei!
- Isso vai ter volta!

.....................

Depois que Chris me deixou sozinho novamente, eu já me sentia melhor, não completamente bem, mas melhor.
Desci para beber água, o interfone tocou e fui atender sem pedir identificação.
Para minha surpresa, encontrei uma Jennifer vermelha e ofegante.
- Anjo?
- Você vai daqui a quanto tempo?
- Daqui a duas semanas.
- Então só temos duas semanas. – concluiu e me puxou para um beijo desesperado.