Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak


Capítulo 4
Capítulo 3 - Não estão dispostas a ajudar?




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Na aula de história eu dormi, como previsto. Eu não me simpatizo muito com história, pra que vou querer saber de coisas que aconteceram antes de eu nascer? Cultura? Cultura não vai me ajudar á cuidar dos filhos, cozinhar ou dirigir.

Meio ignorante de minha parte, mas eu definitivamente odeio história.

Ah, o jardim de novo. As vezes sinto falta do tempo em que eu tinha apenas sonhos, e não sonhos reais que eu posso morrer dentro deles. Elliot me disse que o jardim só poderia ser visto por algumas pessoas, os sonhados. O tal jardim é o portal entre o mundo dos sonhos e o mundo real, até que isso explica as lendas de criaturas fictícias, dizem que toda lenda fictícia começou por alguma história verdadeira. Talvez quando minha mãe havia morrido, ela deixou algum tipo de poder para mim.

Ah, e você deve pensar: puxa, deve ser o máximo!

Se ficasse no meu lugar, eu riria de você sem dó.

                Me sinto duplamente cansada desde meus 10 anos de idade, quando acordo eu estou acordada, e quando durmo estou...acordada?

Não tinha nada para fazer naquele jardim, acho que eu ficaria deitada no gramado esperando a professora me acordar, eu simplesmente não tenho coragem de ir mais além do jardim.

                -Oi, chegou cedo hein? – Ouvi a voz do Elliot se aproximando.

Me virei e o Elliot estava saindo do meio de algumas árvores, seu cabelo ruivo cumprido cobrindo um pouco de seu rosto.

                -Senti sua presença por aqui. – Ele disse.

Não respondi nada, simplesmente por que não sei o que dizer.

            -Tristeza, saudades ou medo. – Ele disse.

            -Hã?

            -É o que você deve estar sentindo. Descobri o estado de espírito faz parte de ensinamentos élficos.

Sorri.

            -Tudo que eu queria...é saber quem é essa menina. – Eu disse.

            -É até engraçado ver você tendo uma alucinação.

            -Por que não é com você. É tudo...real demais. Vamos mudar de assunto, não quero me lembrar disso.

Uma onda de silêncio prevaleceu no lugar.    

-Então...sobre o que você quer falar? – Eu disse.

                -Na próxima vez que você vir, irei lhe mostrar uma coisa, acho que irá gostar, talvez seja uma ajuda.

                -Se quer tanto ajudar...procure uma forma de saber quem é aquela menina.

Ele ficou pensativo por um instante.

            -É bem provável que na biblioteca antiga deve ter algo sobre o assunto. E também sei de pessoas que podem lhe ajudar.

 ‘’ANNE HANSON!’’ Escutava a voz da professora de história.

                -Então tá. – Eu sorri.

Acordei sobre saltada, com a professora de história com as mãos na cintura e todos olhando para mim.

                -Er...oi? – Eu disse sem graça.

                -Já que está com tanto sono, ao menos finja tem educação e que está prestando atenção. – Ela disse em um tom bravo.

Fiz que sim com a cabeça e comecei a copiar o que estava no quadro.

                                * * * * * * *

Acabou a aula (FINALMENTE) e a Lena me acompanhou até em casa. Ficamos falando sobre o namorado dela, ou melhor, ela ficou falando sobre o Henry, o namorado dela.

                -Ele me deu esse colar, que fofo não é? – Ela disse apontando para um colar prateado com um H de helena enfeitado no meio.

Fiz que sim, o colar era realmente uma graça.

Tentei esconder a minha vontade de ir correndo para casa e...dormir.

                -Anne, eu conheço essa cara. Está ansiosa com o que?

                -Nada, acho que é o trabalho de ciências. Estou pensando com fazer e tal.

                -Ah, entendo.

Ela engoliu, yeah!

Chegamos à porta da minha casa.

                -Tchau Anne.

                -Tchau.

Entrei em casa, e vi pela janela a Raimunda preparando o almoço (a nossa empregada).

                -Oi Anne.

                -Ahn, oi. – Eu disse distraída.

Nem estava com fome o suficiente para almoçar, peguei uns biscoitos maisena e um copo de toddy e levei para o meu quarto, depois de comer deixei em cima da mesa do computador e dormi.

E lá estava eu no jardim de novo.

                -Oi Elliot, e ai, conseguiu achar alguém?

                -Consegui em menos de um dia, elas são uma graça.

                -Elas?

                -As irmãs gêmeas Amy e Lily, são um dos sonhos mais antigos do mundo dos sonhos, elas são realmente muito inteligentes.

                -Não tem asas, escamas, ou rastejam, não é?

                -Está confundindo as irmãs mais espertas do mundo com dragões?

Eu ri.

                -Bem, elas podem ser espertas, mas não são lá muito sábias, então, você vem comigo?

Fiz que sim, e agente foi para a floresta adentro. Aquilo me dava arrepios, jamais fui tão longe assim do jardim, e só o fato de que há animais ou plantas que eu nunca vi na vida real, ou seja, que eu não sei se são venenosos ou podem me hipnotizar já me fazia tremer de medo.

            Tropecei, e por sorte ou não, Elliot me segurou.

-Por que você tem tanto medo? – Perguntou o Elliot rindo.

Ignorei sua pergunta.

Cai e me esbarrei em tudo quanto é planta, minha atenção foi tomada quando vi uma teia de aranha MEGA-GIGAENORME na minha frente.

                -Anne, você não vem? – o Elliot disse na minha frente.

                -Elliot...

                -O que?

                -Teias gigantes...são feitas por aranhas gigantes?

                -Ah, isso é teia de Nemophila, vamos logo.

                -O que são Nemophilas?

                -Tem medo de teias de aranhas ou de aranhas? – Ele disse rindo. – Vamos.

Ignorei e o segui.

                -Aonde estamos indo exatamente?

            -As gêmeas combinaram de nos encontrar em uma antiga biblioteca. Que fica fora do centro de Dream Land.

            -Uma biblioteca no meio do mato?

            -Estamos chegando á estrada de pedra que leva até ela.

Suspirei e o segui.

Algum tempo depois caminhando e...caminhando. Reparei em um caminho de pedra, e de longe, poderia avistar uma casa, sustentada sobre colunas.

Li a placa acima de nossas cabeças.

Biblioteca Ancestral Dream Land.

Biblioteca? Tava parecendo mais uma casa antiga, construída á 200 anos atrás, cheia de plantas trepadeiras em volta.

            -Uma biblioteca abandonada?

            -É a biblioteca abandonada.  – Disse o Elliot. – Foi deixada de ser visitada por causa de uma invasão de Nemophilas. Depois do extermino, a biblioteca foi a única coisa que tinha ficado de pé. Um momento histórico...aqui estão todas as informações de Dream Land.

Percebi que á volta haviam...ruínas. Restos de casas, quase não-visiveis.

            -O que aqui era?

            -Uma vila. – Ele suspirou.

            -Elliot. – Ouvi uma voz.

Virei para traz, era uma garota sorridente. Mas o que reparei nela, não foi a beleza, ou os cabelos longos e loiros platinados, foram os olhos.

Ambos eram de cores diferentes. Um amarelo vivo, e o outro castanho intenso. Percebi a bolsa de couro transversa que ela usava.

Reparei as roupas...pareciam antigas, como se fossem do século passado. Brancas e meio...encardidas.

-Ah, oi Amy. – Disse o Elliot.

Percebi que atrás da Amy tinha uma...outra Amy?

            -Você é a garota? – Disse ela.

            -Er... – Fiquei meio pasma. Duas...Amys?

            -Lily. – Disse o Elliot. – São irmãs gêmeas.

            -É...deu para perceber. – Eu disse pasma.

            -Por que estão parados? – Disse a Lily indo em direção á biblioteca.

A Amy e o Elliot seguiram-na. Não tive outra opção á não ser de acompanhá-los também.

            Olhando de dentro da biblioteca, ela nem parecia tão ‘’abandonada’’ assim. Exceto pelo fato de trepadeiras que á invadiam por dentro.

Sentamos em uma cadeira, junta á uma mesa redonda.

            -Gosto desse lugar. – Disse a Lily andando entre as estantes. – Consigo pensar melhor aqui. E também é onde guardo minhas notações.

Reparei pelo canto do olho, que a Amy ficava me encarando.

            -O que foi? – Perguntei meio impaciente.

Ela corou.

            -Desculpe. Você me lembra uma pessoa.

                -Bem...eu queria saber se vocês poderiam me ajudar sobre uma menina... – Eu disse. Nem sabia por onde começar. E aonde estava o Elliot?

                -Pesquisamos e temos palpites sobre quem seja a menina. O Elliot já nos contou sobre ela. – Explicou a Amy.

            -Como ela é? – Disse a Lily. – Olhos amarelos? Cabelos brancos? – Não sei se foi exatamente uma pergunta, ela nem deixou eu responder. – Sabemos que ela não deve ser daqui, então...não vejo nenhum tipo de ‘’humanóide’’ com essas características.

Se bem que ela tinha um olho amarelo e cabelos loiros platinados...quer dizer, quase brancos.

-Também pensei nisso. Mas não faz...muito sentido. Por que ela quer lhe causar alucinações? Ela se da o trabalho de ir até á você para lhe perturbar? – Disse a Amy.

            -Não tenho certeza se é ela...ou o que. Nunca vejo o seu rosto, está sempre borrado.

            -Hum...energia espiritual. – Ela disse.

            -Hã?

            -Não é algo físico. Gostaria de mostrar umas notificações, mas antes... – Ela disse pegando algo da bolsa de couro que carregava.

            Ela retirou um papel da bolsa.

            -Assine aqui. – Ela disse.

            -Um...contrato?

            -Leia-o. – Disse a Lily.

Parei na parte do:

...Não nos responsabilizamos sobre qual quer tipo de dano físico, moral, e psicológico durante nossos serviços.

Que ficava no segundo parágrafo, de seis.

            -Como assim danos físicos, morais ou psicológicos? – Perguntei.

            -Bem, já está ai. – Disse a Amy.

Finalmente o Elliot chegou à sala. Ele estava focado em um livro grosso, que pelo visto, parecia ser interessante.

                -Uh...o que foi Anne? – Ele disse percebendo o meu olhar ‘’fuzilador’’.

Suspirei.

                Não hesitei, assinei meu nome. Estava preparada para esses tais...’’danos físicos, morais e psicológicos’’.

            -Não tenho dinheiro. – Eu disse.

            -Não queremos dinheiro. Pra que dinheiro? – Elas disseram me estranhando.

            -Uh...para ter...coisas.

            -Ter...acho que já temos coisas que precisamos. Comida, saúde, moradia e beleza. – Ela disse rindo.

            É, elas realmente não são do meu mundo.

            -Mas não signifique que ajudamos de graça. – Disse a Lily. – Mas cada coisa tem seu tempo, e cada coisa tem o seu preço. Só queria que ficasse alertada sobre os ‘’danos morais, psicológicos e físicos’’ para não termos problemas.

            -Por que estão me ajudando? – Eu disse estranhando a grande gentileza.

            -Você me lembra uma antiga amiga. – Disse a Lily fazendo uma pausa. – E também, seu problema nos interessou. Acho que estou curiosa para saber quem é ‘’ela’’.

                -Obrigada er... – Disse a Amy pegando o tal contrato. Sua expressão de ‘’despreocupada’’ e ‘’feliz’’ mudou quando seus olhos deslizaram pelo o contrato por inteiro. – Anne...Hanson? Seu nome é Anne Hanson?

                -Algum problema?

Ta ai uma atitude que eu não esperava.

Lily rasgou o contrato com as duas mãos.

                -Bem, acho que agora não estamos mais envolvidas nisso. Quer dizer, agora agente não temos nada a ver com isso.

                -Ficou louca?

                -Não gosto disso. Ela realmente me lembra á Emily. – Disse a Amy levando um chute não muito discreto da irmã.

                -Não estão dispostas á ajudar? – Eu disse com raiva. Depois de uns instantes, percebi que elas não iriam falar nada, então eu disse: Ta, tudo bem. Vamos, Elliot.


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