Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak


Capítulo 3
Capítulo 2 - Por que não me acordou antes?


Notas iniciais do capítulo

esse é o ultimo capitulo de apresentação, prometo -q



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-Anne...Anne acorde. – Ouvia a voz do meu pai de longe...e ia aumentando.

Já sabia o que isso significava: Adeus Elliot.

Olhei para ele e dei um sorriso, ele já sabia o que isso significava. Me sentia cada vez mais leve, e o jardim estava cada vez mais escuro e distante.

                -Vai ficar tudo bem. – Ele sussurrou sem olhar em meus olhos.

Antes que eu pudesse responder, eu acordei.

Minhas pálpebras foram se abrindo lentamente, e encontrei o meu pai sentado na minha cama vestido com o seu paletó preto.

                -Oi pai. – Sussurrei. Não consigo falar mais alto do que isso quando acordo.

                -Acordou?

                -Uhum. – Murmurei me espreguiçando.

                -São 7h, se arrume se não vai se atrasar...de novo.

Levantei com um pulo.

                -O QUE??? PAI, POR QUE NÃO ME ACORDOU ANTES? – Procurei pelos meus tênis, onde estavam os meus tênis?

                -Olha a boca.

Nem tive tempo para falar, corri para o banheiro cambaleando de sono, joguei água no rosto e escovei os dentes ao mesmo tempo.

Olhei no relógio – 7h e 5 - corri á cozinha e fiz uma vitamina de banana com mamão, meu pai apareceu na cozinha se desculpando:

                -Desculpe filha, o esqueci de trocar as pilhas do seu despertador, a porta estava fechada e pensei que você estava se arrumando.

                -Ta tudo bem. – Disse engolindo o copo cheio e escondendo (tentando) esconder a raiva por ter acordado tarde.

Odeio segundas-feiras.

                -Quer ajuda?

                -Uh...sim, pega meu jeans meus tênis? – Disse reparando me lembrando que estava de meias.

                Meu pai foi na mesma hora para o quarto. Suspirei – mais um atraso e é advertência na certa.

Ele trouxe o que eu pedi ás pressas, pequei os jeans e o tênis e os vesti apressadamente, meu pai fez o favor de amarrar os tênis enquanto eu ajeitava a calça.

                Onde está o elástico? Jamais sairia com esse cabelo mal-penteado pela rua.

Peguei a mochila e abri a porta.

                -Quer que eu te leve de carro? – Meu pai perguntou generoso.

Fiz que sim com a cabeça.

Atravessei o quintal correndo em direção ao carro e olhei para o relógio, 7 e quase 10min.

Entrei no carro e sentei no banco da frente e dei um longo suspiro.

Vai dar tempo, a aula começa as 7:20, vai dar tudo certo. – Repetia para mim mesma.

Coloquei o fone de ouvido, a primeira música era da Regina Spektor¹.

* * * * * *

                Meu pai me deixou na porta da escola, nos despedimos e trocamos beijos na bochecha, entrei pelo portão principal e passei pela secretária e dei graças a Deus por ela não ter chamado a minha atenção – sinal que cheguei a tempo – entrei na sala.

Sabe, acho que uma das poucas vantagens (e únicas) de não ter muitos amigos, significa que você não tem muitos inimigos, ou seja, você pode dormir a vontade na aula de história sem que alguém dedure você.

            Eu tenho muitos amigos, ou pelo menos tinha, antes do ‘’acidente’’. Mas não os culpo de me deixarem, acho que meu pai não me deixaria ser amiga de uma garota que afirma que a existência de fadas, ninfas, elfos existe. É nessas horas que você percebe quem são os seus amigos de verdade.

                Sai do meu flashback e voltei a me concentrar em tirar meu material da mochila e abrir o caderno de geografia – a próxima aula -.

                -Oi Anne. – Escutei a voz da Lena atrás de mim.

Virei meu olhar e a cumprimentei de volta:

                -Oi Lena. – Eu respondi com um sorriso. Ta, não foram todos eles que me deixaram. Eu ainda tinha a Lena, e se eu conheço ela – a minha amiga de infância – ela não se deixaria se lavar pelos boatos que uso drogas.

                Ah, antes que pergunte, não, eu não uso drogas e eu não contei para a Helena sobre a existência do Elliot. Ela sabia, mas não sabe que é verdade. Não é como acontece em contos de fadas ou Gibis, na realidade, se você insistir na existência de um jardim supostamente encantado, ou que seres fictícios existem, vai acabar em um hospício.

                -Hum, você não se atrasou. O que é bom.

                -Né?

                -Comprei 7 revistas  pequenas da Level Up.² – Ela disse sorrindo e mostrando seus dentes e seu aparelho cor-de-rosa.

                -Ahn, Helena, sua nerd.

Ela riu.

                -Geek. – Ela corrigiu. - Então, fez sobre o que?

                -Fiz sobre o que o que?

                - O trabalho de ciências...relatório sobre sistema solar...

                -AH DEUS, ERA PRA HOJE?

                -Tsc tsc...Anne sua aluninha má. – Ela disse com sarcasmo.

                -Isso não tem graça. Vale quantos pontos?

                -Hum...acho que 3. Significa 1,5 pontos na média hein?

                -Droga droga droga... Vou perguntar pra Márcia se posso entregar amanhã. Vou dizer que esqueci em casa sei lá.

                -Ela provavelmente vai dizer: se entregar amanhã, menos 0,5 décimos.

                -Droga, fiquei o final de semana INTEIRO fazendo aquela merda.

                -E não acabou?

                -Acabei. Mas...

A conversa terminou quando o professor de geografia entrou na sala.

                -Sentem-se.


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Notas finais do capítulo

1- Regina Spektor - Cantora antiga inglesa
2 - Revista Level up - revista que vem com um cartão de créditos para jogos de RPG ex: ragnarok



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