Part 2

Eu estava na cozinha preparando o almoço para servir o bando quando comecei a ouvir algumas vozes.

Era o churrasco de domingo, onde todos do bando e suas “impressões” vinham se reunir.

Todos estavam alheios ao casal que se encontrava no banheiro da minha casa.

- Embry o que você está fazendo? – A voz da Leah era audível assim como o som de algo se movimentando.

- Por acaso é crime querer dar um amasso na minha tão desejada noiva?- Embry respondeu com uma voz rouca.

E mais uma vez um som de algo se movimentando e um estrondo. Leah devia ter esmurrado o Embry.

- É que está acontecendo uma festa na casa do meu ex-namorado, e como você deve saber, a maioria das pessoas nessa festa tem uma super e potente audição. – Ela disse sarcástica.

- Eu não me importo. – Ele disse sacana. – Leah, todos eles fazem isso.

Ouve um minuto de silêncio e depois uma gargalhada feminina.

- Embry. – Leah parecia surpresa com o movimento repentino.

Mais um barulho foi ouvido.

Parecia que Embry a tinha imprensado na porta.

- Ah! Clearwater, como é que é? Cadê o seu espírito aventureiro? – Embry tentava encorajá-la e a risada que ela soltou foi o suficiente para ele.

Eu rapidamente tratei de terminar o purê, a fim de não escutar os próximos barulhos que viriam.

Mas infelizmente antes que eu pudesse sair, o Jacob entrou na cozinha.

- Onde estão o Embry e a Lee? – Ele perguntou curioso e olhando ao redor.

- Ocupados. Muito ocupados. – Eu disse olhando para a porta do banheiro. E pode-se ouvir um gemido contido.

O rosto do Jacob se contorceu de um jeito engraçado, era algo parecido com dor e com arrependimento, entretanto a expressão foi logo substituída por um sorrisinho de canto.

Coitado do Jacob. Ele era mais um que tinha seguido o “destino”, da mesma forma que o Sam fez. A prova disso era a risada de Reneesme, que escutávamos no momento, e que vinha do quintal de minha casa.

Mas as vezes, sabe, eu podia perceber num simples gesto como esse que o Jacob se arrependia de não ter lutado.

A final Leah esteve ao lado dele, sempre o apoiando desde o começo do Bando Black.

Ela esperou por ele, esperou que ele a visse, que ele lutasse contra o destino.

E por um tempo ele o fez.

O Jacob tentou, com certeza, tentou muito mais do que o Sam, mas no final ele não foi capaz de resistir a “impressão”.

Ele partiu o coração da Leah, assim como o Sam já tinha feito anteriormente.

Mas ai o Embry entrou na jogada.

O bravo Embry que ignorou todos os momentos em que a Leah foi cruel com ele, que teve que sofrer com as milhares de rejeições dela, até que finalmente  fosse capaz de derrubar as paredes que cercavam o coração da Leah, e enfim fosse  capaz de fazê-la se apaixonar por ele.

Eu passei minha mão na costa do Jake, a fim de acompanhá-lo até o quintal.

- Vamos dar uns minutos pra eles. – Eu disse enquanto andávamos e o Jacob olhava insistentemente para a porta do banheiro.

Quando chegamos ao quintal, por algum motivo, o Jake resolveu ficar um pouco só.

Como se assimilando o fato: ele perdera Leah Clearwater para sempre!

Eu andava com o purê em mãos, prestes a ajeitá-lo em cima da enorme mesa do meu quintal. Quando reparei que todo o resto da comida, que a menos de dez minutos eu tinha posto ali tinha terminado.

Dei um sorriso, a final o que eu esperava? Tinham muitos lobos ali e como eu conhecia o apetite deles...

Eu botei  o purê na mesa. E caminhei em direção a churrasqueira, onde o meu Sam era o responsável por assar a carne. Eu o beijei gentilmente e o Sam olhou em volta.

- Aonde foi que o Embry e a Leah se meteram? – Sam os procurou mais uma vez, apenas com os olhos. Até que enxergou meu pequeno sorriso.  E com o mesmo olhar me questionou.

- Eles queriam um tempo a sós. – Eu respondi dando ênfase no “a sós”, momento em que Sam se engasgou.

- Na nossa casa? – Ele rosnou e eu apenas assenti, imaginando os motivos dessa estranha reação.

- No banheiro. – Eu informei e ele pareceu ficar ainda mais chateado.

- Isso é inaceitável. – Ele estava tremendo, mas tentando a todo custo se controlar. Eu apenas botei uma mão em seu peito, tentando impedir que ele começasse a fazer uma cena.

- Sam deixe-os em paz! Eles estão apaixonados. – Eu protestei contra todo aquele descontrole dele. Sam olhou para o meu rosto e instantaneamente começou a se acalmar. Eu sabia que ele se acalmaria porque sempre teria medo de me machucar outra vez.

- Eu nunca te trataria dessa forma. – Sam disse, enquanto beijava a minha testa.

Embry e Leah finalmente saíram de dentro de casa, com os braços enroscados um no outro. Leah estava um tanto quanto corada e o Embry era todo sorriso. Embry beijou a bochecha de Leah com tanto entusiasmo que eu tive que suspirar. E depois cada um foi para um lado.

Leah foi conversar com Reneesme, que estava com Kim e Rachel, envolveu-lhe num abraço enquanto cochichava em seu ouvido. Nessie cobriu a boca com a mão, por causa do choque da noticia que Leah tinha lhe dado. Mas em seguida gargalhou e balançou a cabeça.

Embry foi conversar com Quil, mas seus olhos nunca perdiam Leah de vista.

Eu encarei o Sam; ele estava examinando o casal.

Sam estava certo; ele nunca me trataria daquele jeito.

Ele nunca me trataria como se precisasse de mim desesperadamente porque eu era dele só por causa do destino, da maldita “impressão".

O que nos unia era um elo forte, mas um elo que nunca me faria ser o que a Leah fora pro Sam, uma vez.

Eu nunca seria a paixão verdadeira. E talvez por isso, não é por isso mesmo que...

Eu acho que eu realmente invejo Leah Clearwater.