Nem Contigo... nem contra Ti escrita por Daniela


Capítulo 36
Capítulo 30 - Londres, Academia e Audições


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, muito importante! Boa leitura!



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Não desviei o olhar de Edward. O meu coração batia acelerado, já por conta da nossa dança há minutos atrás, e agora ainda mais, por causa do seu pedido.

- Edward, tu sabes que vires aqui pedir-me isso não vai mudar nada.
- Não estou a pedir, Bella. – O seu semblante ficou sério. Como costumava estar, semanas antes de termos terminado o nosso namoro. O meu peito apertou-se.
- Então, o que queres de mim? – A minha voz estava fraca, e eu estava à beira das lágrimas. – Vieste mais cedo que o necessário para Forks para gozar com a minha cara, e fazer-me sofrer mais?

As mãos de Edward apertaram os meus ombros, não de forma violenta. Apenas apertaram. Os seus olhos não se desviaram dos meus.

- Eu sei que não é o que tu queres. Ir para a Faculdade do Arizona. E sei porque não vens comigo para Londres. Por causa da tua mãe. Mas sabes que mais, Bella? Já chega de pensares nos outros, a vida é tua.

Apesar de estar olhando fixamente para Edward, sentia o olhar de todos os que ali estavam em nós. Estava ligeiramente irritada com o garoto à minha frente, por estar a expor a minha vida a todo o mundo e mais alguém, mas isso não significou nada no momento, pois a verdade das suas palavras tirou toda a minha guarda.

- Não é tão simples quanto isso, Edward…
- Claro que é! – As suas mãos subiram para o meu pescoço, acarinhando-me. Os seus olhos imploravam silenciosamente que eu o entendesse. – A tua mãe não pode fazer-te desistir do que realmente te dá gosto fazer.
- Ela tem o direito de expressar a sua opinião. – Falei, colocando as minhas mãos sobre as dele, que ainda estavam no meu pescoço. O meu intuito era tirar as suas dali, mas não consegui, por estar a gostar tanto do carinho que ele me estava a dar. Deixei as minhas mãos sobre as dele, quietas. – E ela tem toda a razão. Não tenho futuro como dançarina.
- Deixa-me provar-te que ela está errada, Bella. Vem fazer as audições. Se não entrares, podes voltar. Se entrares, tens a tua carreira garantida. Tu és tão talentosa, deixa as Letras para quem não tem jeito para mais nada.

Soltei um pequeno riso, deixando que ele me abraçasse. Fechei os olhos, aproveitando o momento, sem me mexer um milímetro. Senti os seus lábios marcarem levemente o meu rosto: as minhas bochechas, o meu nariz, a minha testa. Aí, nesse momento, permiti-me chorar. Chorar de saudades dele, o quanto senti falta do seu carinho, do seu olhar e presença nestes últimos meses. Chorar de alegria por ele ter vindo atrás de mim, por não ter desistido de nós.

- Nunca desistiria de nós, Isabella. Disto. – Ele sussurrou, perto do meu ouvido. Apertei-me contra ele. – Lutar por ti, com tudo contra nós, só me fez perceber que és tudo para mim. – Os seus lábios acarinharam a minha bochecha, escondendo-me no seu abraço. – Vem comigo, por favor, Bella.
- Seu mané… – Falei, sob as lágrimas, deixando que ele puxasse o meu rosto para o dele, a sua mão no meu queixo. Juntou os nossos lábios, calmamente, deixando o beijo progredir por si.
- ABRAÇO DE GRUPOO! – Ouvi a voz histérica de Emmett dois segundos antes de sentir os seus braços esmagarem-me a mim e a Edward. Logo a seguir, um monte deles se juntava a nós, deixando-me esmagada.

Esmagada, mas feliz. Muito feliz.

Eram quase cinco da manhã quando Edward parou o seu carro à porta da minha casa. Olhei para ele, que me sorriu, e sai do carro, tal como todos os outros. Alice, Rose e eu entrámos primeiro em casa, calmamente. Subi as escadas até ao quarto da minha tia, abrindo a porta. Como o meu tio estava fora em trabalho, sabia que só ali estava a minha tia. Cheguei até à cama, e saltei para cima, sentindo logo os resmungos dela, sob mim.

- Acorda, tia!
- Deus, mas que… Bella! – A minha tia lançou as suas mãos no escuro, tentando tirar-me de cima de si. Ri levemente, levantando-me.
- Bom dia, tia.
- Bom… – Pegou no seu telemóvel, que estava na mesa-de-cabeceira. – São cinco da manhã, mocinha! Não ias levar as meninas ao aeroporto?
- Não posso ir eu. Tem que ir a tia. – Sorri. – Isto se não quer que o carro fique no aeroporto.
- Oh, não queres leva-las, é? – Acendeu a luz do candeeiro pequeno, olhando compreensiva na minha direcção. – Eu percebo, querida. Eu vou.
- Não, tia, não é nada do que está a pensar. Eu também vou.

Ela olhou-me confusa.

- Não estas a fazer sentido nenhum, Bella.
- Posso?

Ambas olhámos para a porta, onde Edward estava, sorrindo. A minha tia deu um pequeno gritinho contente e mandou-o entrar. Ele veio até mim abraçando-me pelos ombros. O sorriso da minha tia cobria todo o seu rosto.

- Posso saber o que se está a passar aqui? – Ela perguntou sorridente, apontando para mim e para Edward.
- Edward apareceu no baile, para resolvermos as coisas entre nós.
- Oh, que bonitinho! – A minha tia balançava contente, sentada na cama. Se Alice fosse mesmo filha da minha tia, não me ia surpreender.
- E pediu-me para ir com eles para Londres, para as audições.
- De verdade?! – O olhar da minha tia era agora dirigido a Edward. Ele sorriu e acenou. Voltou a olhar para mim. – Aceitaste Bella maria?
- Sim, tia. Por isso que tem de nos levar.
- Ah, minha filha! – Ela levantou-se, sofucando-me num abraço apertado.
- Tia… não me mate!
- Fico tão feliz, meu amor, tão feliz! – Beijou as minhas bochechas incontáveis vezes antes de me largar. – Falaste com a tua mãe?
- Vou falar, quando já lá estiver. Não vai haver muito que ela possa fazer aí.

A minha tia sorriu, acenando.

- Eu não deixo que ela se arme em esquisita. Já era sem tempo que começavas a desafiar a minha irmã, minha querida. Ela tem de perceber que já não és uma criança. Oh, fico tão contente! – Voltou a sofucar-me num abraço.
- Mãe, já percebemos que estás extasiada, mas podes ir vestir-te? A Bella ainda tem de fazer as malas e o voo é dentro de uma hora. – Rosalie parou na porta, sorrindo. – Bella, vamos tratar das tuas coisas.
- Sim, claro! Vá, fora do meu quarto, vocês todos, eu vou já! – A minha tia empurrou tanto eu como Edward para fora do quarto. Rosalie fechou a porta do lado de fora.
- Edward vai para junto dos garotos na sala, eu e Alice vamos ajudar a Bella a arrumar as coisas.
- Pronto. – Ele chegou-se a mim, beijando-me rápido os lábios. – Até já. – Desceu as escadas.
- Vamos, vamos, priminha. – Rose puxou-me para o meu quarto.

Nunca fiz malas tão depressa como nesta vez. Enchemos uma com roupa, outra com sapatos (que usaríamos as três, como sempre), e uma mochila mais pequena para os telemóveis, aparelhos de música e carregadores e afins. O meu portátil iria na mala de Edward que estava menos vazia. Tirei o vestido do baile, substituindo-o por umas calças e camisola confortáveis. E, em menos de quarenta minutos, já estávamos todos a caminho do aeroporto: eu, Alice, Rose, Tanya, Emmett e Edward. Os meninos e Tanya no carro de Edward, eu e as meninas no da minha tia. 

Jasper já tinha vindo despedir-se de Alice, na semana passada. Incrivelmente, não tinham planos de se separarem tão cedo. Achei surpreendente, de uma boa maneira. Não duvido que eles consigam manter-se. Só espero é que continuem com a vontade de fazer resultar. A vontade é tudo.

E, não muito tempo depois, já estávamos no aeroporto de Seattle. Saímos dos carros, e deixámos que os meninos levassem todas as malas para dentro.
- Adeus, meu querido, boa viagem. – A minha tia beijou a bochecha de Emmett, que sorriu todo contente. Revirei os olhos. Virou-se para Edward, abraçando-o. – Toma conta das minhas meninas, especialmente da minha Bella, que é dessa que tens obrigação!
- Tia! – Reclamei, enfadada. Edward sorriu na minha direcção, e deu um beijo à minha tia também, indo com Emmett para dentro do aeroporto, com todas as nossas malas. Incrivelmente, conseguiram levar as malas de todos nós de uma vez, e só voltaram cá fora para trancar o carro. Jasper viria busca-lo e leva-lo de volta para Los Angeles.
- Vá, mamãe, nós te ligamos quando lá estivermos. – Rose foi a primeira a abraçar a mãe, já com uma maça meio comida na mão.
- Cuidado lá, minha filha, ouviste?! Liga ao teu pai também, se não ele fica numa pilha de nervos!
- Sim, mãe, larga-me que tenho de acabar de comer antes de entrar. – Trocaram dois beijos e a minha tia virou-se para Alice.
- Boa viagem meu amor. – Abraçou a nanica, que retribuiu muito tristonha.
- Tchau, tia, gosto muito de si. – Disse ela, largando-a segundos depois.
- Vá, tia. – Falei, abrindo o braço na sua direcção. Ela apertou-me num abraço apertado. Não sou muito deste tipo de coisas, mas dado que ela é uma segunda mãe para mim, não sairia daqui sem o fazer.
- Muito juízo, minha querida.
- Sim tia. – Dei um beijo na sua face, pondo a minha pequena mala no ombro.

Rose beijou uma ultima vez a mãe, e entrámos as três no aeroporto, deixando para trás uma tia chorona. Fomos ao encontro de Emmett, Edward e Tanya, que já tinham tratado da bagagem e dos bilhetes e estavam sentados à espera que chamassem os passageiros.

Sentei-me no colo de Edward, que me apertou e beijou os lábios vezes seguidas, até que fomos chamados. Alguns minutos depois, já estávamos sentados no avião. De caminho a Londres.

- Estás pronta? – Edward entrelaçou os nossos dedos, pousando as nossas mãos unidas no braço do assento do avião. Descansei o rosto no seu ombro.
- Sim, estou. Tenho de ligar à minha mãe quando lá chegar…
- Vai correr bem. – Beijou a minha testa carinhosamente, e a partir daí não me lembro de mais nada, depois do sono me tomar.

Algum tempo incontável depois, Edward acordou-me carinhosamente, cheio de beijinhos e mimos, anunciando que estávamos prestes a aterrar no aeroporto de Londres. Fiquei imediatamente agitada, nervosa. Não fazia ideia do que esperar, nunca tinha saído do continente americano, quanto mais.

- Achas que o Senhor Malfoy não vai ficar chateado, por terem dito que eu não vinha, e agora aparecer aqui? – Perguntei, receosa. Edward sorriu-me.
- Não, linda, eu mandei-lhe um e-mail a avisa-lo que virias. Ele ficou muito contente. Não te preocupes.

Suspirei, esperando que o avião aterrasse.

- Londres, oh my god! – Alice sorria extasiada, depois de termos ido buscar as nossas malas à passadeira rolante.
- Sim, papai. Já cá estamos. – Tanya falava ao telefone, poucos metros afastada de nós.

Rolei os olhos, não percebendo porque a deixava chegar tanto aos meus nervos, antigamente. Dei a mão a Edward, recebendo um beijo nos cabelos.

Edward é que nos orientou, desde o momento em que saímos do aeroporto. Malfoy tinha dado todas as etapas do que deveríamos fazer, ao chegar aqui. Forneceu-nos a morada do Hotel onde os alunos que vinham para as Audições ficavam hospedados. Alice também ficaria nesse Hotel, pois ela inscreveu-se para Audições numa Academia de Música que era como que um agrupamento com a Academia de Dança. Apesar de estar num sítio diferente, estaria sempre a poucos metros de nós, o que me alegrou bastante. Quando conseguimos finalmente pegar dois táxis, Edward deu a morada do Hotel a cada um deles, e em menos de vinte minutos encontrávamo-nos à porta deste.

- Bem, parece que chegámos a tempo. – Comentou Rose, ao sairmos do táxi.

Um grande grupo de jovens estava à porta do Hotel, com malas de viagem e sotaques engraçados. Alguns pareciam os vizinhos Irlandeses, outros falavam italiano e francês fluente.

- Que máximo. – Sussurrei para Edward, animada.
- Bom dia a todos! – Reconheci a cara jovem e presença adulta de Malfoy Drake, mal saiu do Hotel, pelas grandes portais centrais. – Tenho a dizer-vos que estou muito entusiasmado, juntamente com o Senhor Daniel Jerry, Co-Presidente da Academia de Música que está aglutinada com a nossa – Apontou para um senhor baixo, de cabelos escuros e óculos, ao seu lado. Este sim, tinha presença e aparência adulta. –, por iniciar as Audições para ambas as Academias, este ano. Espero que tenham consciência de que serão testados rigorosa e atentamente pelos futuros professores de quem, eventualmente, passar. Têm até amanhã às nove horas da manhã para se habituarem à vossa nova cidade, que poderá ser a vossa nova casa, no fim do dia de amanhã. Podem entrar no Hotel e dizer os vossos nomes à recepcionista, ela já está preparada com a chave do quarto de cada um de vós. Boa sorte, e até amanhã!

E, assim, Malfoy Drake e Daniel Jerry entraram numa limusina preta, que se encontrava estacionada na berma da estrada. Momentos depois, a limusina saiu do nosso campo de visão.

- Vamos entrar! – Alice avançou para a entrada do Hotel, tal como todos os jovens que ali se encontravam. Seguimos os seus passos.

Depois de termos anunciado os nossos nomes à recepcionista, esta deu-nos três chaves: uma delas seria o quarto de Edward e Emmett, e a outra o meu quarto, juntamente com Alice. A terceira chave seria para Rose e Tanya, que partilhariam o quarto. Ainda bem que isto seria só por uma noite. Elas não se dão muito bem.

Subimos todos até aos nossos quartos, que se encontravam uns a seguir aos outros, pusemo-nos confortáveis – de pijama. Era quase hora de almoço, e decidimos ficar todos num dos quartos juntos, a comer e ver filmes, até amanhã. Apenas Tanya foi para o seu quarto sozinha, dormir. Também não fazia falta.

- Vamos todos guardar as malas e vestir os pijamas, e depois venham ter aqui. – Disse Alice, apontando para o nosso quarto. – Até já!

Fechou a porta, e eu mandei-me para a larga cama, pegando no telefone que estava na mesa-de-cabeceira. Disquei o número da minha mãe, enquanto Alice se sentava no chão, junto das malas, abrindo-as até encontrar um pijama para cada uma de nós.
- Estou? Quem fala?
-
Mãe… É a Bella.
- Bella? Que número esquisito é este? Onde estás?
-
Bem…  – Olhei para Alice, à procura de apoio moral. Ela revirou os olhos na minha direcção, fazendo gestos para eu lhe dizer logo a verdade. – Estou em Londres, mãe. Com as meninas.
- Em Londres?! Porque raio estás aí, Isabella?!
-
Vim concorrer nas Audições para entrar na Academia de Dança. – Sentei-me, já esperando um sermão.

Por segundos, não ouvi nada do outro lado.

- Mãe…?
- Não acredito que me desobedeceste, Isabella. A tua tia sabe disto?!
-
Sabe e apoiou-me.
- Vem já para casa, Isabella. Imediatamente!
-
Não, mãe! Não entendes que é isto que eu quero?! – Senti Alice sentar-se ao pé de mim, já com o pijama vestido. – Dançar faz-me feliz mãe, e se entrar nesta Academia tenho um grande futuro pela frente, se eu quiser!
- Não vens, vou aí buscar-te!

Sem saber o que mais lhe dizer, desliguei o telefone, mandando-me de costas para trás, na cama. Tapei o rosto, tentando suprimir a vontade de chorar. Bateram ao de leve na porta, entrando Rose, Edward e Emmett . Alice disse-lhes o que tinha acontecido há segundos atrás e ouvi o telefone a ser levantando e alguém a discar um número. Edward deitou-se ao meu lado, tirando as mãos dos meus olhos, já aguados. Reparei pelo meu campo periférico que era Rose quem estava utilizando o telefone. Olhei triste para Edward.

- Ela não aceitou…
- Tem calma. – Ele beijou-me ao de leve, olhando para a minha prima.
- Alô, tia?

Sentei-me ansiosa na cama, percebendo agora que Rose estava ligando para a minha mãe.

- É a Rosalie, tia. Oiça, não fique chateada com a Bella. Nós insistimos que ela viesse, simplesmente porque isto é ótimo para ela. Ela vai fazer o que realmente gosta, e provavelmente vai fazer uma carreira a partir disso. Não quer ver a sua filha feliz?

Calou-se, e conseguia ouvir-se uma voz exaltada do outro lado, mesmo que estivesse demasiado longe para perceber o que dizia. Rose piscou-me o olho, de modo a acalmar-me, enquanto ouvia os resmungos da minha mãe.

- Sim, tia. Telefone quando quiser. Beijinhos, até logo.

Rose pousou o telefone, vindo até mim. Beijou a minha testa, e pegou em alguns DVD’s.

- Ela vai pensar e liga mais logo. Não te preocupes, está tudo resolvido. A tua mãe é um coração mole. – Sorri para a minha prima.
- Obrigada, Rose.
- Ora essa. Vá, gente, vamos ver filmes ou quê?!

Até podíamos ter ido passear pela cidade, mas o cansaço e nervosismo por causa do dia de amanhã não nos permitia tal coisa. E, se Deus quiser, quando passarmos todos as Audições, teremos muito tempo para ver a cidade. Então, depois de cada um de nós ter ligado aos pais e tios (no meu caso e Alice), ficámos a ver filmes o resto do dia. Eu estava perfeitamente bem, assim, deitada nos braços de Edward.

Sentia a cabeça pesada, quando abri os olhos. O sol espreitava pelas janelas abertas. Emmett e Rose dormiam agarrados no sofá, enquanto Alice estava abraçada à grande almofada, no chão. Olhei para o lado na cama, vendo Edward dormindo. Virei-me cuidadosamente, pegando no meu telemóvel. Sete da manhã. Daqui a duas horas tínhamos de estar lá em baixo, para as Audições. Voltei a virar-me para Edward, beijando lentamente os seus lábios.

- Psiu…

Ele resmungou, tentando virar-se. Para o impedir, deitei-me sobre ele, beijando-o mais demoradamente. Aos poucos, fui sendo apertada na cintura e correspondida no beijo. Aí, afastei-me.

- Bom dia. – Ele sorriu-me.
- Oi, amor. Temos de acordar os outros, daqui a duas horas começam as Audições.
- Vamos lá. – Deu-me um último beijo, antes de me deitar na cama, e levantar-se. Pegou na almofada com que tinha dormido e bateu em Emmett. – ACORDA MACACO!
- Tá de brincadeira, seu idiota?! – Emmett soltou as pernas das de Rose, para pontapear Edward, que se desviava facilmente. – VÁ MORRER LONGE!
- Acordaaaaa! – Edward insistiu, até que Rosalie acordou, e mandou Emmett para o chão, levantando-se do sofá.
- São sete da manhã, Rose. – Disse, antes que ela amaldiçoasse o meu namorado por a ter acordado.

Alice já estava meio acordada, depois daquele escândalo todo. Organizamo-nos, e uma hora depois já estávamos todos de banho tomado, vestidos, e nervosos.

- Daqui a meia hora descemos, para o hall de entrada. – Alice olhou para o seu relógio de pulso.
- Estou nervosa. – Falei, mexendo impaciente os joelhos, sentada na cama. Edward sentou-se ao meu lado, agarrando na minha mão.
- Vamos ser todos óptimos, ainda duvidam?
- Eu não! – Emmett deu nota de sua graça, deitado no sofá, comendo descansado.

Rolei os olhos, aceitando os beijos de Edward na minha bochecha.

- És um deficiente, Emmett. – Anunciei.
- Também tinha saudades, Bellita! – Ele abriu um grande sorriso cheio de comida na minha direcção. Sorri, abanando a cabeça.
- Não tens remédio.

Um tempo depois, descemos todos para o Hall. Malfoy Drake já lá estava, bem como alguns dos jovens. O espaço foi ficando mais e mais cheio, conforme as pessoas chegavam. Quando já pareciam estar todos presentes, Malfoy contou-nos ‘’as cabeças’’ mentalmente, antes de começar o discurso.

- Bom dia! Espero que tenham descansado no dia de ontem, para as Audições. Vamos agora para as Academias, que ficam situadas uma ao lado da outra. Dado é apenas a um quarteirão de distância, vamos a pé, ordenadamente. Mas já voltamos a isso… Quem passar as Audições, morará numa Pousada situada ao lado das Academias. Cada apartamento acarreta cinco pessoas, podem fazer os grupos que desejarem, sejam pessoas de Música ou Dança, tanto faz. Terão de entregar-me um documento com as pessoas que morarão num determinado apartamento, que eu irei guardar até ao fim do vosso curso, nas Academias. Quando lá chegarmos, os meninos de Música seguirão o Senhor Daniel, e os de Dança, seguir-me-ão. A chamada para as audições realiza-se por ordem alfabética, e no fim de todas as Audições é que diremos os resultados. Aconselho-vos a ficarem na Academia o resto do dia, mesmo depois da vossa audição, pois se perderem a chamada para vos dar o cartão da Academia, é como se não tivessem realizado a Audição e não tivessem entrado. Sem mais nada de relevante a dizer, por agora, peço-vos que me sigam.

Assim, seguimos Malfoy pelas ruas de Londres. Não estava propriamente concentrada nos comentários surpreendidos e enfadados dos que me rodeavam. Estava maravilhada com a cidade à minha volta, tão diferente de tudo o que já tinha visto. Escura e antiga, de uma forma estranhamente acolhedora.

Quando lá chegámos, despedimo-nos por momentos de Alice, que entrou na Academia de Música, com o Senhor Daniel a orientar o grupo para lá. Nós paramos na entrada da Academia de Dança. Era um edifício alto, grande e imponente. Adorei o ambiente que rodeava aquele espaço. Malfoy deu-nos mais umas quantas dicas para nos orientarmos durante o dia, e, por fim, entrámos na Academia.

Tivemos algum tempo para entrarmos nos vestuários e vestirmo-nos com roupa adequada para a dança, e os meus nervos só aumentavam. Tentei concentrar-me, e dizer a mim mesma o que estar ali e entrar naquela Academia poderia significar. Edward e Emmett seriam dos primeiros, dado que era por ordem alfabética. Eu seria um pouco depois, Rose e Tanya estariam ainda mais para o fim. No entanto, não larguei a mão de Edward. Até que chamaram o seu nome.

- Vai. Boa sorte. – Falei, beijando-o rapidamente.

Lançou-me um sorriso, entrando na sala. Mordi o lábio, esperando ansiosa que ele saísse dali.

- Calma Bellita, vai correr bem. – Emmett sorriu-me animador. Senti-me aliviada por o ter ali, junto com Rose. Se estivesse sozinha esperando, dava em louca.

Depois do que pareceu uma eternidade, Edward saiu da sala, parecendo mais sereno do que quando entrou. Veio até mim, abraçando-me, e beijando-me por segundos.

- Então? – Perguntei ansiosa.
- Penso que correu bem, não sei. – Sorriu-me.

Abracei-o, ficando assim até ouvir alguém chamando o meu nome.

- Isabella, vamos. – Malfoy sorriu-me. Olhei temerosa para Edward, que beijou os meus lábios uma última vez, e entrei junto com Malfoy na sala.

Parecia um teatro em miniatura: um grande palco, e algumas filas de cadeiras à frente. Apenas a primeira fila estava preenchida, com aqueles que percebi serem professores na Academia. Tentavam lançar-me olhares simpáticos, mas eu só ficava mais e mais nervosa. Então, pediram-me para dançar o que quisesse.

Fechei os olhos a partir desse momento, recusando-me a abri-los até que acabasse. O meu corpo mexia-se, dançando com o ritmo das memórias que passavam na minha cabeça, de tudo o que passara, por causa da minha paixão pela dança. Lembrei-me de todos os confrontos, especialmente com os Move, a alegria e calor que senti quando Edward me fez dançar consigo, e a tristeza e raiva que senti quando perdemos contra os Volturi. Dançar com o coração é isto mesmo: o que passei durante estes anos, as amizades que fiz, os inimigos que conquistei, a dor que senti e o amor que ganhei. Dançar é uma arte, que exige mais de nós, física e psicologicamente do que muitos podem pensar.

A batida lenta e leve que ouvia estava a embalar o meu corpo, enquanto eu, de olhos fechados, tentava exprimir tudo o que passei pela dança. Não preparei uma coreografia, dancei o que senti sempre que dancei. Não abri os olhos, evitando ver já se eles percebiam o que aquilo significava para mim, ou não estavam minimamente interessados para isto. Quando a música cessou, coloquei ambos os pés no chão, endireitando-me e abrindo os olhos.

- Já frequentou algum curso de Dança, Isabella? – Uma das professoras sorriu para mim, os seus óculos pousados a meio do nariz.
- Não, senhora. Mas eu tinha um grupo de dança, na minha terra natal. Alguns deles estão aqui, comigo.
- Eles são muito bons. – Malfoy comentou, sorrindo na minha direcção.
- Se forem todos como você… Obrigada, Isabella, pode sair. – A tal senhora sorriu-me. Tentei sorrir o máximo que consegui, e sai apressada, apanhando ainda um ‘’muito bem’’ de Malfoy.

Mal vi Edward, corri para ele, deixando-o abraçar-me. Murmurei um ‘’correu bem, eu acho’’, ficando no seu colo o resto do dia, esperando pelos resultados. Logo logo, já Rose e Tanya tinham feito a audição. A sala de espera estava agora iluminada pelas lâmpadas no tecto, e não pelo sol que já tinha desaparecido. Alice chegara com o grupo de Música, e ficara junto a nós, esperando também respostas. Já estava a ficar sem unhas, de tantos nervos. Então, finalmente, Malfoy e Daniel entaram na sala.

- Boa noite, alunos. Eu e o Senhor Daniel já temos os resultados.

O meu coração falhou uma batida.


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Notas finais do capítulo

Olá gente! :D
Pois é, este é o penúltimo capitulo da fic. Estou muito muito entusiasmada rsrs.
Para quem tiver interessado, já postei a minha nova fic, Twins, com o primeiro capitulo, e deixo-vos aqui o link:
http://fanfiction.com.br/historia/310474/Twins./
(espero reviews vossos por la, gente :D ♥)
E por aqui tambem espero que me digam o que acharam do capitulo, eu adorei escreve-lo!
Beijinhos, e ate ao proximo
Daniela



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