Edward's POV.

Depois de ter ouvido as palavras de Bella, meu espirito se reconfortou, era bom demais ter o seu apoio.

- Eaí Ed, quando vai contar pra Bella? - Emmett falou. Estavamos ambos jogados nos dois sofás maiores da nossa sala.
- Eu não sei.. - Murmurei, os olhos fixos no teto.
- Eu cá acho que não necessita ficar tão apavorado com o assunto. - Emmett se sentou na minha frente, com os cotovelos apoiados nos joelhos. - Nem é um problema bem seu, qual é.
- Emmett, Laila é importante ok? - O olhei de cara fechada.
- Pronto, já to calado.

Suspirei e caminhei até ao quarto para tomar um duche.

(***)

O resto da semana passou normalmente, e não pude deixar de me sentir satisfeito por ter a Bella me apoiando e dizendo que me ama sempre que pode. Por um lado isso me anima e não me deixa ficar pior que já estou.

Felizmente a sexta-feira veio, e mal as aulas terminaram corri para casa, nem me despedindo de Bella, o que me deixou com algum peso na consciência. Mas eu precisava ligar pra minha mãe. Entrei de rompante no meu quarto e peguei no meu celular me deitando na cama.

- Alô? Mãe?
- Edward, meu filho! Que bom que ligou! Como você está?
- Querendo saber noticias da Laila.
- Oh meu bem, eu sei que você está preocupado com ela. Mas vai tudo terminar no melhor, viu? Não se preocupa, só se concentre na escola agora, está perto de terminar o ano escolar, e vir de novo pra junto da mamãe!

Suspirei pesado. Esse era outro de meus problemas. Era duro ver meus pais ansiosos pra me ter de volta quando eu achava a ideia de deixar Bella repulsiva.

- Mamãe, me fala, como está a Laila?
- Ah, Edward... - Ela suspirou. - ... eu ainda não sei meu amor, mas é obvio que ela não está no seu melhor estado. Ela quis falar com você hoje pela manhã, mas não foi possível e eu acho que ia fazer mal pra vocês dois.
- Puta merda mamãe! - Me exaltei, me levantando da cama. - Se ela queria falar comigo, você me ligava! Eu queria ter falado com ela!
- Modere a linguagem Edward Cullen! E não é bom para você falar com ela nesse momento, você sabe porquê! Deixe as coisas acalmarem, a vida é dela meu bem, você não tem escolha sobre isso.
- Tá bom. Manda beijo pra ela e pro papai. Tchau.

Desliguei, resignado. Como pôde ela recusar a Laila o direito de falar comigo? Suspirei pesado, me jogando de novo na cama, até que senti meu celular vibrando na minha mão.

''Pra onde você foi? Não me despedi de você.
Bom, te vejo pela manhã. Te amo. Bella''

Meu coração se encolheu ao ler aquilo. Eu era doido por aquela menina. Que merda, não queria deixar ela. Minha vida estava um farrapo mesmo.

''Me desculpa amor, tive de vir logo pra casa pra ligar pra minha mãe.
Amanha eu te busco pra compensar.
Eu te amo. Edward''

Fechei o menu no meu celular, deixando apenas a minha fotografia com Bella como fundo. Olhei para ela por momentos incontáveis. Bella era mesmo linda. E não estou falando só dos longos cabelos que caiam pelos seus ombros, ou sobre aqueles olhos expressivos que me encaram desde o inicio de tudo. Já me olhou com ódio, raiva, e agora, para grande deleite meu, esses seus olhos me encaram com carinho, afeto e amor. Mas até hoje ela me olha bem fundo sempre que acha que algo não está bem, como quando eu a evitava. É horrivel ver ela me olhando desse jeito, porque ela se coloca num estado vulneravel, que não é proprio dela. Ela é tão segura de si mesma, do que quer, da vida que vai tomar. Ela é tão diferente de mim.

Voltei de novo minha atenção para o ecran. A foto que tinha ali era de Bella me envolvendo com os seus braços pequeninos pelo pescoço, sorrindo enquanto eu brincava com o seu cabelo.
Ela tem o sorriso mais lindo de sempre. Não precisa ser perfeito, os dentes direitinhos e brancos tipo modelo de revista. Ela tem o sorriso perfeito por ser dela, pela maneira que ela entorta o canto da boca quando dá aqueles sorrisos ironicos quando eu falo algo absurdo e ela não quer magoar meus sentimentos.

Senti meu celular vibrar de novo, e o aviso de uma nova mensagem cobriu a fotografia que eu admirava. Abri a mensagem.

''Está tudo bem?
Você sabe que pode falar comigo, sempre.
Mas se você não quiser... tudo bem, só me fala que está bem, por favor.
Eu te amo meu mané''

Já estava imaginando ela me chamando de mané, e meu rosto se contorceu num sorriso. Na primeira vez que ela me chamou mané, nao foi nem um pouco amigavel, mas agora ela costuma me chamar isso mesmo pra puxar meu saco, e me chama da maneira mais calorosa e prazerosa que eu conheço. Da maneira dela.

''Você tem razão, eu não quero falar. Não sobre isso, mesmo.
Eu sei que você está lá para mim, mas prefiro estar lá para você pessoalmente, pela manhã. Te pego às 7. Beijo nessa sua boca''

Meu sorriso se alargou ao imaginar a sua reação à minha ''despedida''. Amanhã eu ia ser xingado.

''7, tão cedo, quer que eu acorde com as galinhas num é mesmo? Mas tabom, te vejo a essa hora.
Beijo nessa sua boca também, e vá pa merda oh mané (L)''

Uma gargalhada irrompeu de minha garganta, ecoando pelo silêncio do quarto e da casa nessa hora da noite. Era tão Bella. Decidi não a provocar mais e coloquei o celular por debaixo das minhas almofadas, me acomodando entre elas.
O sono não vinha, pra variar, o que me dava mais tempo para pensar, pra variar de novo.

Por um lado eu queria voltar para L.A, pra junto de Laila, pra ajudar ela a ultrapassar esta fase, mas nem por nada eu deixaria Bella aqui. Nem Bella nem Alice ou Angela e mesmo que não pareça, nem Rose. Elas são como que as garotas mais novas, eu me sinto no dever de tomar conta delas, eu, Jasper, Emmett e Paul. É, elas teem os amigos dos Step, mais nós somos os namorados, é diferente, até porque a nanica ninguém me tira dela. Eu adoro demais aquela baixinha.

Não me apercebi como ou quando, mas acabei caindo no sono.

(***)

O tempo estava passando depressa, e eu ia acompanhando a situação em L.A de perto, ligando pra minha mãe todos os dias. Também andava ocupado pela escola, festas no bar do Kyle, os amigos, e claro, a namorada.
Mas Alice, sendo Alice, decidiu organizar uma viagem de 1 semana para relaxarmos do estresse escolar, dizia ela. Eu tenho minha própria opinião formada: Alice estava entediada e decidiu fazer das suas.
Não sei como, mas o diretor achou boa ideia, e liberou os alunos do 10º, 11º e 12º, para viajarmos.

Alice optou por uma vila pequena, perto do México. Ela falou que é um sitio onde todo mundo conhece todo mundo, e vamos estar hospedados num sitio perto, em vivendas com 3 divisões que vão estar no meio do mato, e teremos direito a refeições, rio, piscina, vários esportes e ainda acesso direto à vila. Eu particularmente gostei da ideia, até que o diretor decidiu se levar a si mesmo e aos professores, e assim as vivendas do lado Norte do local seriam para as garotas, e as vivendas do lado Sul para os garotos. Não era isso que tinha em mente.

(***)

Estava escuro e só conseguia ouvir um barulho estranhamente agudo e irritante. Tentava me mover, mas não estava conseguindo. Tentava falar mas minha garganta estava seca e não emitia qualquer som.
Estava me sentindo estranho e tinha a certeza que estava sonhando, o que é bizarro. Sabe aquela sensação de desconhecimento total sobre você mesmo quando você sabe que está sonhando e não sabe como acordar? É, era algo semelhante a isso.

Então pareceu que meus movimentos tinham voltado, aí eu me virei pro lado, tentando acordar. Resultou.
Abri os olhos, me sentando de repente no chão. O barulho irritante e agudo ainda tocava, e era meu celular. Agarrei nele desligando o alarme e me levantei a custo, alongando todas as partes de meu corpo.

- Edward! - Ouvi a voz de Emmett do outro lado da porta. Socou a porta durante algum tempo e de maneira ritmada só pra depois parar e continuar gritando. - Vá tomar banho, temos de estar na escola às 8h00 e ainda temos de colocar as malas no carro!

Suspirei, me situando no espaço e no tempo. Era hoje que partíamos para a visita improvisada de Alice e deviam ser umas 6 da madrugada. Peguei meu celular e vi que estava enganado. 7h20.

- Puta merda, estou atrasado!

Tomei um duche rápido e vesti o que tinha mais à mao, levando minhas malas para baixo o mais depressa possível. Já estavam lá todos me esperando, até Tanya, o que é raridade. Ela me passou uma maça e um pacote de leite, que, depois de cautelosa atenção, reparei que era o que estavam todos ali comendo.

- Vá, vamos se não ainda ficamos por cá. - Exclamou ela, ajudando os garotos com as malas.

Com a pressa toda, até chegámos a tempo na escola. O parque de estacionamento estava uma confusão, com alunos e malas por todo lado. Imediatamente avistei Bella, Alice, Rosalie, Angela e Cátia perto do portão, todas sentadas em cima de suas malas, exceto Alice, e acho que sei o porquê. Estacionei e ajudei Emmett e Paul com as bagagens que acabámos por levar para perto das garotas. Quando já estava livre enlacei a cintura de Bella com meus braços, lhe roubando um beijo de bom dia. Mas logo Alice nos interrompeu, pulando em mim, contente.


Como de costume, com toda aquela confusão, só entrámos no ônibus pelas 9h00 e só perto das 10h00 é que começámos a viagem. Iríamos de ônibus até à Califórnia, o que eu acho um absurdo, e depois apanhariamos um avião para o México.

Pelo menos sabia que a viagem ia ser longa, e ter Bella encostada a mim esse tempo todo era agradavel no pensamento.

(***)

Olhei o céu e me espantei com os tons estranhos e invulgares que ali tinha. Já estavámos no México, depois de quase 9 horas de viagem, tínhamos chegado. O sol aqui tinha outra presença e isso nos entusiasmou a todos logo de inicio.
O pessoal do sítio onde iriamos ficar estavam reunindo as nossas malas até à receção, onde nos dariam as chaves das vivendas de cada um. Saí calmamente do ônibus agarrando sempre na mão de Bella.
Olhei de novo pro céu e depois para a Bella que me sorriu, se colocando em bicos de pés. Olhou para mim durante algum tempo me fazendo perceber a sua intenção. Baixei um pouco o rosto permitindo que ela me falasse ao ouvido.

- Sabe que estou tendo uma previsão?
- Que previsão, amor?
- A previsão de que de noite eu vou te fazer uma visita. - Sussurrou, o sopro de sua voz eriçando cada poro da minha pele.
- Sabe que não pode? - Sussurrei de volta.
- Sou Isabella Swan meu bem, e ninguém me afasta do meu namorado. - Falou, terminando com um beijo casto mesmo na minha orelha.

Voltou a se colocar bem nos seus pés e eu a olhei divertido, sendo retribuido com um sorriso torto.
Ah, minhas previsões me dizem que eu ia me acabar nela.