Sem Calor escrita por Elisabeth Ronchesi


Capítulo 4
Intervenções Necessárias




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  A noite havia sido ótima, descansara bem. Na cozinha, Vivian cantarolada uma canção country famosa. Ao pegar um dos copos no armário, ela balançava o corpo no ritmo da música. Estava alegre pois a viagem já estava programa para a noite e a mala pronta. Aproveitara o tempo que tivera ontem depois de ter saído da igreja para comprar as passagens e arrumar as bagagens. Finalmente iria conhecer algo que sempre desejou desde a infância. Iria presenciar a neve em Nova Iorque e uma prima estaria lá para lhe acolher. Despejou o suco no copo enquanto terminava o refrão.

  Muitas pessoas simplesmente tem esse sonho, o de um dia conhecer a neve. Enquanto assistia a filmes sobre o natal quando criança, Vivian se encantava com os flocos brancos que voavam pelos ares. E geralmente era assim. Quando estava para chegar o natal, nevava. Menos em Califórnia, que sempre era quente. Seria a neve um sinal de Deus? Se sim, por que só nos países próximos aos pólos? Deus não deveria se manifestar a todos nós? Perguntas tolas. Neve é apenas um fenômeno que se deve ao congelamento das gotículas de água. Fenômeno que conheceria em breve e em uma semana chegaria o natal. O natal dos sonhos.

 

-Sim, o natal dos sonhos.

  Azrael levou os braços para trás da cabeça e fechou os olhos. Instantes depois ouvira um chamado. Um alerta de Deus. Em seu consciente, ele ouvira silencioso. Tem certeza? Rapidamente desviou os olhos em direção à tela novamente. Você precisa fazer algo. Você deve. Seus olhos brilhavam, temendo algo dar errado, pois não podia fracassar. Ele levantou as duas mãos e as pairou sobre a tela. Concentrou-se e uma aurea forte bateu de frente com a imagem.

 

 

  Jogando uma mochila nas costas, Vivian segurava com uma das mãos a mala com rodas e rapidamente prontou-se para fora da casa. A buzina do táxi já havia soado 2 vezes. O motorista deve ter se irritado. Esboçou um sorriso enquanto trancava a porta da frente. Correu então em direção do automóvel, colocando as duas malas no porta-bagagens já aberto. Certificando-se de estar fechado, ela deu a volta no carro, abrindo a porta do carona e adentrou.

- Desculpe a demora. Estava secando o cabelo.

- Todo esse tempo para secar um cabelo?

- As mulheres são vaidosas - ria.

  O motorista pôs fundo o pé o acelerador e o carro saíra à disparada. Como o trânsito estava bom, chegaram ao aeroporto em 23 minutos. Parecendo agora mais calmo, o motorista agora ajudou com as bagagens. De perto os aviões eram monstruosamente grandes, verdadeiras artes da engenharia moderna. Ela admirava sentava numa das cadeiras de fileiras agrupadas, que estavam lotadas. Crianças, adultos e idoosos, todos aguardando o chamado do voo que pegariam.

  Fitou novamente o papel verde que segurava em mãos. Voo 170, poltrona 52. Desviou os olhos para um painel bem visível, logo a frente das muita cadeiras. Próximo Voo, n° 112. Bufou. Certamente, o teu demoraria um pouco.

- Vamos ter que esperar bastante, não?

  Vivian desviou o olhar para o banco ao lado, de onde a voz tinha sido pronunciada. Vira um homem de estatura baixa, cabelos ralos e usava óculos. Percebera então o papel idêntico ao seu, não contando com o número da poltrona, em mãos. Olhou novamente para o visor, que lentamente aumentava seus números.

- E pensar que não trouxe o saco de dormir me desanima.

- Estamos quites.

  Os dois riram.

- Gregori. E você? - O homem estendia a palma da mão em direção a Vivian.

- Vivian - ela apertava a mão do até então desconhecido -. Está aguardando a muito tempo?

- Cheguei a uns 15 minutos. O trânsito estava ótimo.

- Concordo. Foi o que evitou mais estresse do tax...

  De repente aquela vibração a atingira mais uma vez. O diferencial com as demais era que, estranhamente se pronunciou continuadamente e três vezes mais forte. Ela levou as mãos à testa e apertou as pálpebras. Gregori se curvou em direção a jovem, pousando as mãos em suas costas.

- Você está bem?!

  Não havia condições de falar algo. Apenas pronunciou dificilmente algumas palavras em meio a murmúrios.

- Irei ao banheiro.

  Vivian levantou-se rapidamente do banco e caminhou em direção ao banheiro. O tinir contínuo não havia cessado. Estava insuportável. Com dificuldades, ela se de deslizava pelo corredor. A sua sorte era que os toaletes ficavam próximos. Empurrou com força a porta entreaberta de um deles e trancou-na. Pôs a se sentar no vaso sanitário e repousou a cabeça nas duas mãos. Por que ainda não acabou?


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