- Como assim, Dean? - perguntou Sookie assustada.

- É uma história muito longa, você tem que descansar, amanhã a gente conversa.

- Você sabe que não dá para esconder coisas de mim.

- Eu sei, eu só preciso falar com o Sam antes, vamos, agora é melhor você dormir.

Dean abraçou Sookie que demorou um pouco, mas conseguiu dormir, já ele, passou a noite acordado. No outro dia logo de manhã, ele marcou um encontro com Sam para dar a notícia, nem esperou Sookie acordar, saiu escondido. No Merlotte's, que agora servia café da manhã, Dean esperava o irmão, tomando um café. Poucos minutos depois, Sam apareceu.

- O que é tão grave para você me ligar 7 horas da manhã?

- A Lilith está de volta.

- O que? Que brincadeira de mau gosto é essa?

- Olha para a minha cara. 

- Você está… falando sério.

- Ela me ligou ontem, falou sobre o destino da Alice. Eu não sei o que fazer, sinceramente, eu não sei. Na verdade eu sei, eu quero matá-la!

- Você sabe que vai ser complicado encontrá-la.

- Por que?

- A Ruby que nos "ajudou" a achá-la.

- Ah claro, a Ruby! Você gostaria que ela voltasse também?

- Não tem graça, Dean! É sério, a gente não vai conseguir achá-la.

- Vai começar Sam, os selos, tudo de novo.

Sam ficou quieto.

- O que foi? - perguntou Dean.

Sookie com John, estava atrás dele.

- Saiu escondido por que? Está escondendo o que? - perguntou ela nervosa.

- Calma, eu vou te explicar - disse o caçador se levantando - Vamos, Sam.

De volta para casa, Sookie queria explicação. Ela não admitia que Dean escondesse coisas dela, eles tinham combinado que ela não ouviria os pensamentos dele, mas ele teria que ser honesto. Sam resolveu ajudar o irmão e contou tudo para Sookie. Sobre o Apocalipse, os selos e a importância de Lilith para quebrar o selo final.

- Calma, isso tudo é muito confuso - disse ela atordoada.

- Eu entendo, mas infelizmente é verdade - disse Sam.

- Então quer dizer que desta vez, o John e a Alice que vão fazer tudo isso que vocês já fizeram?

- Supostamente, sim. Mas eu, o Dean, o Bobby, você, nós não vamos deixar isso acontecer.

- É possível parar isso? 

Dean e Sam se olharam.

- Muito difícil. Anjos e demônios não conseguiram da última vez, aposto que vão fazer de tudo para não falhar essa vez - disse Dean.

- Mas isso vai demorar, certo? Vai acontecer quando John e Alice estiverem maiores, não é?

- Sim, acho que sim.

- Então temos muito tempo para achar um jeito de parar isso. Agora nós temos que ir ao médico, Dean - disse Sookie subindo.

- Nossa, ela é bem direta - disse Sam.

A gravidez de Sookie correu bem e Lilith estava quieta, o que não agradava muito Dean.

- Ela deve estar armando alguma coisa.

- É melhor vocês se organizarem para o nascimento da Alice! Você sabe que a Lilith tem uma queda por bebês - lembrou Sam.

- Eu sei! A Sook já está no fim da gravidez, meu eu vou conversar com o Jesus para não passar pela mesma correria da outra vez. 

Nos últimos dias da gravidez, Jesus passava todos os dias para ver como Sookie estava. Insistente como sempre, a garçonete não deixava de fazer suas coisas, mesmo com a barriga enorme.

- Deixa que eu dou banho no John, é sério! - disse Dean.

- Você não faz as coisas direito! - disse Sookie pegando o filho no colo.

Assim que ela segurou o menino, sentiu alguma coisa e ficou parada.

- O que foi? - perguntou Dean.

- Ai… a bolsa estourou - respondeu ela olhando para baixo.

- Vai para o quarto agora, me dá o John aqui e eu vou chamar o Jesus.

O enfermeiro chegou acompanhado de Lafayette e Tara.

- Mais um parto em casa?

- Nós temos os nossos motivos - respondeu Dean.

Pouco depois, Jason, Sam e Bobby apareceram. 

- Vocês três tem que ficar de olho! Não deixem ninguém entrar! Se insistir, joga água benta, pode ser demônio - instruiu Dean.

- E se for demônio, o que eu faço? - perguntou Jason

- A gente dá um jeito - respondeu Sam.

Os três ficaram armados do lado de fora da casa, enquanto isso, Dean olhava John na sala só ouvindo as reclamações de Sookie. 

- Ai que incômodo - reclamava a garçonete andando pelo quarto.

- Calma, melhor você se sentar - disse Tara.

As horas foram passando, as contrações foram ficando piores, mas nada de Alice nascer. Jesus apareceu na sala.

- Dean, é melhor levar a Sookie para o hospital.

- Não dá. É perigoso. 

- Ela está sentindo muita dor, mas a criança não nasce!

Dean resolveu subir e viu Sookie toda suada, deitada na cama. Ele se aproximou e pegou uma das mãos dela.

- Você quer ir para o hospital?

- Mas e a tal Lilith? Você disse que ela gosta de bebês.

- Pois é. Mas se você não estiver mais agüentando, me avisa, tá?

- Tudo bem. Já deu comida para o John?

- Não se preocupa, eu vou cuidar bem dele.

O caçador desceu, pegou John no colo e foi para a varanda.

- E aí - perguntou Sam.

- Está complicado dessa vez. Vai demorar, melhor vocês se revezarem, alguém vai ter que dormir alguma hora.

- Pode deixar.

- Eu vou colocar o John para dormir.

Sookie passou a madrugada inteira gemendo e reclamando da dor. Ninguém mais agüentava vê-la daquele jeito. Amanheceu e a garçonete continuava na mesma situação. Lá pelas 5 da tarde, a contrações ficaram mais fortes .

- Jesus, eu acho que agora vai! - ela gritou.

Fora da casa, Sam, Jason e Bobby, viram o tempo fechar. Do nada, nuvens negras se formaram e um vento muito forte começou a soprar. 

- Meu Deus, parece um furacão! - disse Jason surpreso. 

Na sala, Dean ouvia os gritos de Sookie e rezava para tudo dar certo. Castiel apareceu de repente na frente dele.

- Dean, Lilith está por perto.

- O que? Ela vai querer fazer algo?

- Não, ela não vai atacar.

O anjo estava certo, escondida no meio de árvores, Lilith e outros demônios olhavam de longe a casa.

- A menina vai nascer - disse ela.

- Nós vamos pegá-la, Lilith? - perguntou um demônio.

- Não seu imbecil, ainda não.

Uma tempestade começou a cair enquanto Sookie fazia força para Alice nascer. Uma mistura de medo e apreensão tomou conta de quem sabia do futuro da menina. De repente, a chuva parou e um silêncio profundo tomou conta da casa, que só foi quebrado com o choro de Alice. Dean subiu correndo para ver a menina, quando chegou no quarto, viu a pequena Alice no colo de Sookie. Um alívio e uma sensação boa tomou conta de seu corpo, nem lembrava do que iria acontecer com ela, era tão pequena e inocente. 

- Ela é tão fofa - disse Sookie.

- Sim, ela é linda - disse Dean pegando na mãozinha da bebê.

- Desculpa interromper, mas vocês sabem né, que precisam ir ao hospital - disse Jesus.

- Sim, claro, pode deixar - respondeu o caçador.

Todos ficaram encantados por Alice mas ao ver John conhecendo a irmã pela primeira vez, cortou o coração de Sookie, Dean, Sam, Jason e Bobby.

- Não é justo saber que os dois podem se enfrentar um dia - disse Sam para Bobby.

Mesmo cansada, Sookie foi ao hospital para ver se estava tudo bem. O casal procurou o mesmo médico que havia examinado John.

- Vocês de novo - disse o médico olhando para Alice.

- Sim, queremos que você examine a nossa filha - disse Dean.

- Claro… é ele? - perguntou o médico olhando John.

- Sim, uma garoto normal - disse o caçador, sério.

Após cuidar de Alice e Sookie, o médico viu que a menina também tinha um tipo de sangue diferente, sem poder fazer mais perguntas, ele dispensou a família.

- Obrigado doutor, e você sabe né? Sem comentários - disse Dean

-  Sim, eu sei.

De volta para casa, Sookie estava cansada e só queria dormir.

- Nossa, eu preciso descansar.

- Tudo bem, eu cuido dos dois.

- Eu tirei um pouco de leite, deu duas mamadeiras, se ela acordar, chorar…

- Eu entendi, vai dormir agora!

No meio da madrugada, Alice acordou chorando.

- Ai… ela está chorando - disse Sookie já se levantando.

- Deixa comigo, eu vou ver o que é.

Dean viu que a bebê estava limpa então deduziu que ela estava com fome. Pegou a bebê no colo, desceu, esquentou uma mamadeira e deu para ela, que faminta, bebeu tudo. Mesmo alimentada, Alice ainda não dormia, não chorava, mas fazia uns barulhos.

- Vamos, o que foi? Dorme! Sua mãe, seu irmão estão dormindo! Só nós dois que não estamos !

Ele subiu para o quarto e ficou andando pra lá e para cá com a menina no colo. John tinha um sono profundo e não acordou. 

- Tudo bem vai! Eu vou cantar uma música para você, mas não conta para ninguém!

Bem baixinho, Dean começou a cantar "I don't wanna miss a thing" do Aerosmith. 

- "I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While you're far away and dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you
Is a moment of treasure

Don't wanna close my eyes

I don't wanna fall asleep

'Cause I'd miss you baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream would never do
I'd still miss you baby
And I don't wanna miss a thing

Laying close to you

Feeling your heart beating
And I'm wondering what you're dreaming
Wondering if it's me you're seeing
Then I kiss your eyes and thank God we're together
And I just want to stay with you
In this moment forever, forever and ever  

Don't wanna close my eyes

I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I'd still miss you, baby
And I don't wanna miss a thing..."

Antes de terminar a música, Alice havia dormido.

- Você vai ser rockeira então, né? Bons sonhos! - disse Dean beijando a filha na testa e a colocando no berço.

Longe dali, Lilith estava planejando o que ia fazer. 

- Então os dois receptáculos já nasceram, ótimo. 

- Quando nós vamos atacar? - perguntou um demônio.

- Calma, nós temos tempo. Eu vou atacar no momento certo.