Abri meus olhos, já sorrindo para o sol que brilhava na minha janela. Esta era a última manhã que eu estaria acordando como Renesmee Cullen. Hoje vou finalmente me ligar à Jacob em todas as maneiras possíveis. O dia chegou. O dia do meu casamento.

Minha mãe bateu de leve na minha porta antes de abri-la lentamente.

— Ei. — ela sussurrou, sua voz perdida em seu choro sem lágrimas. Ela não precisava de lágrimas para eu ver que ela estava tendo dificuldades em se acostumar com a idéia sobre o que iria acontecer hoje.

— Ah, mãe. — eu sorri, lágrimas nublando a minha visão. — Eu não vou passar o meu dia inteiro chorando.

— Me desculpe, eu não posso acreditar que minha filha está se casando. Parece que foi ontem que eu estava segurando o seu pequeno corpo em meus braços pela primeira vez.

Suspirei profundamente, sabendo que eu iria ouvir muito essa história hoje. Meu pai ainda teria que ter sua vez.

— Minha bebê linda. — balbuciou minha mãe, seus braços puxando-me de minha cama.

— Obrigada, mãe. — eu sussurrei, virando meu rosto para beijar sua bochecha.

— Pelo quê? — ela me perguntou.

Fechei os olhos e, apesar de eu não precisar, ergui minha mão e toquei seu rosto. Minha vida. Coloquei as palavras em sua cabeça. Elas eram apenas para ela. Mantive a minha mão contra sua bochecha enquanto eu passava por cada memória que eu tinha minha e dela. Memórias desde o início até este momento. Deixei-a saber que eu era agradecida por sua luta por minha vida, embora a vida dela estivesse em perigo.

Ela não podia me responder. Ela estava perdida em seus suspiros sem lágrimas.

 — As meninas estão te esperando no outro quarto. — ela conseguiu dizer.

Eu ainda não estava totalmente preparada para enfrentar todos. Elas ainda estavam chateadas por eu não querer ter tido uma despedida de solteira. Para ser honesta eu não estava me sentindo totalmente bem de qualquer maneira.

Todas elas pensaram que já que Jacob ia sair, eu deveria também. Eu lhes disse que não estava no humor para sair. Eu não queria preocupar os meus pais dizendo-lhes que estava me sentindo doente.

Meu pai, tios e o bando levaram Jacob para passar a noite na cidade. Eu sabia que com o meu pai e tios lá, não haveria nenhuma possibilidade de strippers. Eu não podia imaginar Jacob gostando disso de qualquer jeito.

— Vamos lá. — minha mãe pegou minha mão e me guiou até o outro quarto.

— Aí está a noiva! — Lyss saltou, e então eu estava envolta em um abraço com ela e Emm.

Leah estava sentada no chão, encostada no sofá. Ela observou enquanto Sue, Alice e Rosalie alinhavam todos os produtos de cabelo e maquiagem que iriam ser necessários hoje. Rachel, e sua irmã gêmea – que eu conheci pela primeira vez – Rebecca, estavam sentadas no chão ao lado de Leah. Kim e Emily estavam no sofá atrás delas.

Eu vi minha mãe ir até Sue, ela colocou seu braço em torno de seu ombro e beijou a bochecha de sua madrasta. Fiquei pensando se minha mãe se arrependia de não ter dito à Renée que tinha uma neta. Ela não iria estar aqui hoje.

Minha mãe ainda conversava com ela de vez em quando, mas ela sempre tinha uma desculpa do por que não podiam se encontrar. Renée realmente parou de perguntar. Ela parecia contente em falar com minha mãe pelo telefone.

Eu a olhei atentamente com Sue, e ela parecia bastante feliz. Decidi não perguntar a ela sobre isso.

— Com fome? — Leah perguntou, segurando seu prato de comida. — Bella fez café da manhã com Emily. O melhor café da manhã de todos. — eu cheirei a comida em seu prato e corri para o banheiro.

Minha mãe estava atrás de mim, segurando meu cabelo.

— O que há de errado? — ela perguntou, a palma da mão pressionada contra a minha testa.

— Estou muito nervosa. — eu disse sem fôlego.

— Você precisa se acalmar. Eu estava tão nervosa quanto você no dia do meu casamento, mas tudo vai ficar bem. — havia mais que ela queria dizer, mas ela manteve para si mesma.

— Eu sei. — eu disse baixo. Ela me ajudou a me limpar e voltamos para o quarto.

— Oh, como vou trabalhar com uma noiva doente? Acho que este vai ser um desafio maior do que arrumar a Bella. — Alice reclamou.

— Eu não fui tão mal assim! — minha mãe discordou. Alice revirou os olhos.

— Ainda assim teria sido bom você ter dormido na noite anterior. — continuou.

— Ugh! — eu gemi, apertando as mãos em meus ouvidos. — Eu não preciso ouvir sobre isso. — terminei. As mãos de minha mãe puxaram as minhas para longe de meus ouvidos.

— Dá para parar? Seu pai nem sequer passou a noite anterior ao nosso casamento comigo. Emmett e Jasper o levaram para caçar. — minha mãe riu de mim e balançou sua cabeça.

— Seu pai nunca iria… bem, ele… — ela se mexeu de modo desconfortável e riu constrangida. — Esquece.

— Obrigada. — eu suspirei, aliviada.

— Ok, Ness, você é minha. — Alice me tirou dos braços da minha mãe, e me sentei em uma cadeira no meio de todas.

— Rose e Sue, arrumem… — ela parou de falar enquanto olhava ao redor da sala. — …Lyss, e então Emm. Bella você pode descer e ver se os garotos já estão de volta? Eu odeio não ser capaz de vê-los.

Minha mãe balançou a cabeça e Leah pulou de pé para segui-la.

— Espere! — eu gritei, tapeando as mãos de minha tia para longe do meu cabelo. — Eles sairam ontem à noite! O que você quer dizer com ver se eles já estão de volta? — eu podia sentir meu rosto queimar, vermelho com a minha raiva.

— Dá para relaxar? Como se seu próprio pai mandaria Jacob sair para fazer alguma coisa horrível. —Alice revirou os olhos.

Assisti Rebecca estremecer pelo canto do meu olho. Ela ainda estava tentando se acostumar com o mundo sobrenatural que seu irmão e irmã viviam. Rachel deu um tapinha em sua perna e voltou a folhear uma revista de noivas.

Ela e Paul estavam pensando em se casar, mas não queriam nada grande. Eles estavam apenas pensando em ter o menor grupo de pessoas possível. Nós não poderíamos ser mais opostas.

— É o Jacob, Ness. — Rachel olhou por cima de sua revista e piscou para mim.

Dei de ombros. Elas estavam certas nesse ponto, era de Jacob que estávamos falando. E eu não conseguia ver meu pai levando-o para um monte de mulheres seminuas dançando em torno deles. Empurrei as imagens para fora de minha cabeça enquanto meu estômago se contorcia.

Meu cabelo e maquiagem tomaram o maior tempo entre todas na sala. Eu assistia enquanto todas tomavam sua vez nas cadeiras de tia Rosalie e Sue. Alice ficou concentrada em mim.

— Bella! — Rosalie a chamou. Sua voz se levantou como se ela estivesse no quarto ao lado, não do lado de fora, dois andares abaixo.

— Desculpe. Sim, eles estão de volta. — minha mãe adentrou rápida pela porta da frente. Rebecca engasgou, deslizando para longe do aparecimento súbito da minha mãe.

— Desculpe. — minha mãe mordeu seu lábio assistindo Rebecca tentando reiniciar seu coração.

— É a sua vez, sente-se. —Rosalie instruiu.

— O que Jacob está fazendo? — perguntei a ela.

— Esme o está ocupando. Ele está nervoso. — ela piscou.

— Ele te disse isso? — eu perguntei incrédula. Ela balançou a cabeça.

— Não, mas eu conheço meu melhor amigo bem o suficiente. Além do mais seu pai ouviu isso nos pensamentos dele. — ela riu.

As borboletas estavam voando em meu estômago novamente. Eu não conseguia parar de sorrir.

— Ela está pronta! — Alice finalmente anunciou.

— Eu nem sabia que era possível ela ficar mais linda do que ela já é. — minha mãe se emocionou – ela teve seu cabelo e maquiagem terminada há uma hora.

— Obrigada. — Alice se curvou. Todos riram dela.

Minha mãe e tias estavam focadas em não me deixar ver Jacob até a cerimônia. E meu pai não iria me ver também. Todos se espalharam em vários quartos para se trocar, mas minha mãe e avó me seguiram até o quarto que eu estava.

— Isso está realmente acontecendo. — eu sussurrei, tocando o sedoso tecido. Ali, atrás de minha porta estava o meu vestido. Os braços de minha mãe se deslizaram em torno de minha cintura.

— Você será a noiva mais linda que já caminhou sobre a Terra. — eu me lembrei vendo como minha mãe estava no dia de seu casamento, e balancei a cabeça.

— Acho que papai irá me apoiar nisso quando eu digo que você está errada. — eu ri.

— Veremos. — ela sorriu, seus olhos vidrados como se ela estivesse prestes a chorar.

— Essa vai ser uma disputa difícil. — Esme abraçou tanto eu quanto minha mãe.

Me despi e ambas me ajudaram a entrar em meu vestido. Fiquei de frente para o espelho enquanto minha mãe fechava a parte de trás.

— Sabe, — ela fez uma pausa, inspirando subitamente. — Eu nunca imaginei que iria vestir a minha filha para o seu casamento. — ela riu uma vez. — Eu nunca me imaginei como uma mãe.

— Você é uma ótima mãe. Eu não poderia pedir por ninguém mais incrível. — eu sorri, inclinando-me para beijar sua bochecha. Vi minha mãe se vestir e lhe ajudei a fechar o zíper de seu vestido azul claro.

— Estou indo trazer seu pai, está quase na hora. — ela disse, levantando seu vestido para descer rápido pela escada.

— Vemos você lá embaixo. — Esme me abraçou ligeiramente e foi para fora do quarto para se vestir.

Andei de lá para cá pelo meu quarto, esperando ansiosamente pelo meu pai. Eu só podia imaginar como iria parecer para um estranho, com ele me levando para o altar.

Eu não via isso assim. Ele era o meu pai, o homem que sempre me protegeu; que fez os sonhos assustadores irem embora; seu ombro sempre estava livre quando eu precisava; seus braços eram sempre de conforto. Mesmo que ele estivesse para sempre congelado aos dezessete anos, ele é meu pai, um homem que eu sempre iria admirar.

O bater em minha porta parou meu coração. Abri a boca para falar, mas nada saiu.

— Entre. — eu consegui falar estridente, depois de limpar minha garganta algumas vezes.

A porta se abriu lentamente, e meu pai parou lá, em seu smoking preto. Sua gravata combinava com a cor do vestido de minha mãe. Minhas lágrimas transbordaram enquanto seus olhos se arregalaram. Ele me olhou e balançou sua cabeça.

— E eu pensei que sua mãe fosse a noiva mais linda que eu iria ver. — sua voz quebrou em todos os lugares errados. Eu sabia que ele estaria chorando se pudesse. O pensamento fez um soluço escapar de meus lábios.

Ele estendeu sua mão para pegar a minha, segurando-a sobre minha cabeça. Eu girei lentamente na frente dele. Quando eu me virei para olhá-lo novamente, ele soltou minha mão e segurou meu rosto entre as suas.

— Como é possível ver duas visões de você, ao mesmo tempo? — ele disse. Eu levantei uma sobrancelha de forma confusa para ele.

— Há uma mulher crescida à minha frente, mas eu vejo a minha menininha. Meu pequeno milagre.

— Papai. — eu solucei, atirando-me em seus braços.

— Eu realmente tenho que te levar ao altar? — ele sussurrou em meu ouvido.

Acenei com a cabeça, sem confiar na minha voz.

— Renesmee, sempre tenha em mente como eu estou orgulhoso de você. No primeiro momento que te segurei em meus braços, eu sabia que você era algo especial. Ainda mais do que sua mãe esperava de você. Você trouxe à tona o bem em mim, filha.

— Te amo. — sussurrei.

— Você não tem idéia. — ele suspirou, beijando o topo do meu cabelo.

— Eu acho que tenho. — eu ri.

Ficamos em silêncio por um momento, seus braços seguros em torno de mim. Eu sabia que ele estava tendo dificuldade imaginando em me deixar ir. Eu sabia porque eu estava tendo dificuldade em tirar meus próprios braços de seu pescoço.

— Está na hora. — ele sussurrou finalmente, ouvindo a tia Rosalie mudando a música do piano. — Não vá para longe.

— Eu não vou a lugar nenhum. — eu prometi.

Ele assentiu, e se afastou de mim. Ele pegou minha mão e me levou para fora do meu quarto. Encontrei Lyss e Emm no corredor, ambas soltaram gritinhos de felicidade. Alice estava no topo da escada, para elas saberem quando poderiam começar a descer até ao primeiro andar.

— Você está pronta? — meu pai perguntou, tomando minha mão e colocando-a através de seu braço. Concordei, então balancei minha cabeça.

— Eu também. — ele riu, beijando minha bochecha. Alice arrumou a cauda de meu vestido, e fez sinal para que a gente fosse.

Todos se levantaram no momento em que pisamos fora do último degrau, e eu podia ouvir suspiros e narizes fungando. Olhei através do grupo de pessoas, e encontrei os olhos de minha mãe. Ela permaneceu em pé, sorrindo o maior sorriso que eu já vi. Ela estava tão iluminada tanto quanto eu.

Seus olhos finalmente deixaram os meus quando ela olhou para o meu pai. Isso me deu a chance de finalmente encontrar o homem que é oficialmente meu para sempre.

Jacob estava de pé, seu terno fazendo com que ele parecesse mais velho. Seu rosto estava vermelho por chorar. Mais uma vez, eu não consegui segurar as lágrimas. Eu não conseguia acreditar quão infeliz a minha vida começou, mas acabei tendo o mundo inteiro na palma das minhas mãos.

Virei para o meu pai e ele se inclinou para beijar minha bochecha.

— Amo você, bebê. Sempre. — ele sussurrou, pegando minha mão esquerda na sua e a levando aos seus lábios. Ele beijou as costas de minha mão e a colocou na de Jacob.

— Obrigado. — Jacob balbuciou para meu pai. Tanto significado foi colocado nessa única palavra para o meu pai. Quem imaginaria que era possível para um vampiro entregar sua filha meio-vampira para um lobisomem.

Ele assentiu e afastou-se para envolver seus braços ao redor de minha mãe.

Jacob e eu ficamos parados, olhando nos olhos um do outro. Quantas meninas no mundo têm a sorte de casar com um homem que sabe absolutamente tudo sobre elas? Que estava lá desde o dia que ela nasceu? Eu era oficialmente a garota mais sortuda do mundo.

Tal como meus pais fizeram, nós pedimos ao ministro que usasse “Enquanto vocês dois viverem.”

— Eu aceito. — jurei, minha voz não mais alta que um sussurro.

— Eu aceito. — A voz de Jacob era mais forte do que a minha, mas suas lágrimas estavam claramente escorrendo por seu rosto.

Fomos declarados marido e mulher, e Jacob me pegou em seus braços, esmagando seus lábios nos meus. Era oficial, os braços que me seguravam apertados eram meus para sempre.

A erupção de aplausos me tirou fora do meu mundo de fantasia onde só Jacob e eu existíamos. Jacob interrompeu o beijo e olhou nos meus olhos.

— Finalmente. — ele suspirou, inclinando-se para me beijar de novo.

— O que você quer dizer com finalmente? Eu tenho sido sua antes mesmo de eu ter nascido. Apenas tomou um pouquinho de tempo para eu descobrir isso. — eu pisquei para ele e o abracei apertado.

— Não importa quanto tempo você levou. Eu teria esperado para sempre se eu precisasse.

O nó na garganta me silenciou.

A fila de membros da família estava ansiosa para ter seus braços em volta de nós. Os braços de minha mãe foram os primeiros a se envolverem ao meu redor.

— Estou tão orgulhosa de você. — ela sorriu. Então ela me deixou ir e jogou seus braços ao redor de Jacob. — Eu não acho que tenho que lhe dizer para cuidar do meu bebê, tenho?

— Você me conhece melhor do que isso, Bells. — Jacob riu e se inclinou para beijar a bochecha dela.

— Minha neta está casada! Você está linda, Nessie. — Charlie foi o próximo a me parabenizar.

— Obrigado, vovô. — eu sorri.

— Eu não posso acreditar no quão rápido o tempo voou. Parece que foi ontem que foi sua mãe que estava se casando.

Enquanto os abraços continuavam, eles se tornavam mais gelados. E eu soube que eu estava entre a minha família de vampiros. O clã de Denali estava aqui, junto com o clã da Amazônia.

Eu podia me lembrar de Zafrina da minha infância, e eu estava animada para vê-la novamente. Quando foi sua vez de me abraçar, ela me mostrou os eventos que acabaram de acontecer, me deixando saber como tudo estava lindo.

Eu sorri e, mesmo que não precisasse mais, eu peguei a mão dela e mostrei-lhe a minha própria visão sobre os acontecimentos do dia. Nós duas rimos e nos abraçamos.

A festa se mudou para o quintal enquanto o sol se punha. Eu tinha alguns amigos da escola aqui, e eles estavam inconscientes sobre as criaturas sobrenaturais ao seu redor, por isso nós tínhamos que ter certeza que ninguém brilharia enquanto estávamos do lado de fora.

Jacob manteve seus braços em minha volta, o que por mim estava ótimo. Eu gostava de tê-los lá.

— Ei, Ei! Olha quem finalmente encontrou seu caminho para o quintal! — Emmett estava parado atrás da mesa do DJ. Ele acenou quando Jacob e eu olhamos em sua direção.

— Pela primeiríssima vez, tenho o prazer de anunciar o Senhor e Senhora Jacob Black! — a multidão irrompeu em aplausos mais uma vez enquanto Jacob e eu andávamos para o meio da pista de dança. Eles acalmaram quando a música começou, e Jacob me girou pela pista de dança.

— Como você está se sentindo, Sra. Black?

— Eu sinto como se estivesse voando. — eu suspirei.

— Ainda bem que eu não sou o único. — ele riu, inclinando-se para me beijar. Eu podia ver flashes de luz de todos ao meu redor. As pessoas estavam tirando fotos.

Dançamos até a música acabar, nenhum dos dois querendo deixar o outro ir.

Jacob afrouxou seu abraço quando meu pai andou para a pista de dança. Ele imediatamente me entregou para ele, e meu pai me girou pela pista.

— Dançar com você é muito mais fácil do que com qualquer pessoa aqui. — eu ri enquanto meu pai segurava minha mão no ar e eu girava. Os flashs das câmeras eram rápidos, tentando captar cada movimento que meu pai e eu fazíamos.

— Você mesma é uma ótima dançarina, definitivamente puxou isso de mim. — ele riu.

— Mamãe sabe dançar. — eu disse.

— Agora. — ele sorriu. Eu assenti. Ele estava certo.

— Eu não achava que iria conseguir passar pelo dia de hoje. — estiquei meu pescoço para beijar sua bochecha. — E ainda assim, aqui está você.

— Você significa o mundo para mim, você sabe disso, certo? — ele perguntou.

— Sim, papai, eu sei. — conclui.

— A casa vai ficar muito silenciosa sem você. Eu me acostumei a uma pequena menininha correndo por aí.

— Eu não sou pequena há anos, pai. — eu ri dele.

— Shh … não termine com a minha festa. — ele piscou.

Eu passei meus braços em volta de seu pescoço e o abracei apertado. Ele deslizou seus pés sob os meus e eu sorri para ele. Eu chutei meus saltos pro lado e fiquei no topo de seus pés enquanto ele dançava.

Coloquei a memória que eu tinha dele dançando comigo dessa maneira quando eu era pequena. Ele sorriu largamente enquanto vivia o momento que eu estava mostrando a ele.

Quando a nossa dança acabou eu encontrei Jacob no meio da multidão, conversando com suas duas irmãs. Agora seria a hora que ele dançaria com sua mãe, e eu podia dizer pelo olhar dos três em seus rostos que eles estavam sentindo falta dela.

Jacob caminhou rapidamente até a minha mãe e estendeu sua mão. Ambos olharam para o meu pai.

— Você vai pegar minhas duas meninas? — meu pai sorriu. Ele assentiu para eles e minha mãe o seguiu para a pista de dança.

A noite transcorreu suavemente. Não poderia ter sido mais perfeito. O casamento que eu sempre tinha sonhado estava bem na minha frente. Meu sonho tinha se tornado realidade e foi tudo graças aos meus pais.

Jacob e eu fomos escoltados até o bolo, e eu sabia que ia ser uma bagunça. Eu havia alertado Jacob para não estragar o meu vestido, mas ele apenas riu de mim.

Peguei a faca e Jacob colocou as mãos sobre as minhas, guiando-as para o bolo. Antes que nos movêssemos mais, Jacob abriu um guardanapo de pano e o enfiou dentro do topo do meu vestido.

— Você disse que não queria que eu o arruinasse. — ele piscou para mim. Todos riram e bateram palmas para ele.

— Se comporte! — eu avisei.

Colocamos o bolo no prato e Jacob o segurou em sua mão direita, enquanto pegava um pouco do bolo na mão esquerda. Todo mundo aplaudiu quando ele levou sua mão para mais perto de minha boca. Inclinei-me para longe dele enquanto ele se aproximava, tentando seguir o movimento da sua mão.

Ouvi o prato sendo colocado na mesa ao nosso lado e eu engasguei, tentando saltar para fora do alcance de Jacob. Todo mundo aplaudiu e assobiou, encorajando Jacob. Sua mão agora livre agarrou-me pela minha cintura e me puxou para ele. Sua mão esquerda se espalhou em meu rosto, cortando o meu grito.

Eu não podia mais esperar pela minha vez e peguei uma mão cheia de bolo, imediatamente jogando em seu rosto. Eu ria enquanto sua língua saía e tentava lamber o bolo espalhado nele. Antes que eu pudesse limpar a minha cara, os copos estavam tinindo e Jacob pegou meu rosto entre as mãos, esmagando seus lábios nos meus.

Jacob pegou minha mão e corremos para casa para nos limpar.

— Estamos de olho no relógio! — a voz de Emmett ecoou pelos alto-falantes. Eu me virei a tempo de ver meu pai e minha mãe batendo em seu braço ao mesmo tempo.

Jacob nos trancou no banheiro do segundo andar. Seus braços estavam em minha volta assim que a porta estava fechada. Ele nos girou, e então minhas costas estavam pressionadas contra a porta.

— Jacob. — eu ofeguei. — Pessoas. Lá fora. Vampiros que podem nos ouvir.

— Desculpe. — ele murmurou, movendo sua boca para meu pescoço. Sua língua limpou a camada de cobertura que estava lá.

— Estou falando sério. — minha voz saiu estridente. Ele riu e inclinou-se para longe de mim.

— Não consigo evitar, você tem um gosto muito bom. — ele passou o dedo em meu queixo, tirando um pouco da cobertura, e tocou meu lábio inferior. Abri minha boca e deixei ele me dar o açúcar.

Ele mordeu seu lábio inferior, um rosnado profundo na garganta. Seus lábios encontraram os meus com fome.

— Temos que esperar. — arfei, tentando desesperadamente manter o foco na quantidade de pessoas que podiam nos ouvir aqui.

— Eu estou cansado de esperar. — Jacob rosnou contra o meu pescoço.

— Jake. — eu o repreendi.

— Ok, ok. Estou bem. — ele disse.

Assenti e terminei de limpar meu rosto. Jacob me seguiu e ficou congelado quando abri a porta do banheiro.

— Você vem? — eu perguntei. Ele balançou a cabeça.

— Não neste momento. — eu ri, e balancei a cabeça.

— Vejo você lá fora. — eu disse e o deixei, para se acalmar.

Quando Jacob me encontrou lá fora nós nos sentamos enquanto meu pai se levantou propondo um brinde. Minhas lágrimas já estavam ameaçando transbordar. Eu estava grata por meus amigos da escola já terem ido embora. Ele não teria que segurar nada.

— Eu gostaria de dizer algumas palavras para minha filha e seu novo… marido. Renesmee Carlie, você é a jovem mulher mais magnífica que existe. Eu não poderia ter pedido por uma garotinha mais perfeita. Eu admito que estava apavorado com quem você poderia ser, mas, novamente, que pai não fica aterrorizado com isso? — ele olhou ao redor para minha família de vampiros e eles riram baixinho para ele. Minha mãe revirou os olhos.

“Minha vida estava destinada ao inferno, mas você veio entrando em meu mundo e transformou tudo. A partir do momento que ouvi seus pensamentos, eu sabia que você iria ser algo especial. A quantidade de amor que você sentia por sua mãe e por mim não era algo que poderia vir de um monstro. Assistir você crescer foi a melhor parte da minha vida. Obrigada, querida, por trazer à tona o melhor de mim. Desejo o melhor para você e para Jacob. Seu futuro está brilhando na frente de vocês, e estou ansioso por ver sua felicidade crescer. Jacob, confio que eu a coloquei em boas mãos, e sei que nunca terei que duvidar disso. Uma pequena menininha demoliu séculos de ódio entre nossas duas espécies. Estou aqui, Jacob, lhe dando as boas-vindas à nossa família com orgulho. Para Renesmee e Jacob, que sejam felizes para todo o sempre.

— Renesmee e Jacob! — brindes e copos tinindo me rodearam. Eu corri para o meu pai, lançando-me em seus braços.

— Obrigada. — eu disse através das minhas lágrimas.

— Realmente fui sincero com tudo, Ness. — ele disse.

Assenti, deixando-o ter consciência de que eu sabia que ele foi sincero. Fui escoltada até o meio da pista de dança, e Emm e Lyss que colocaram as mãos em meus ombros para me forçar a sentar na cadeira.

Segurei minha respiração quando as mãos de Jacob encontraram o meu tornozelo. Seus olhos se fixaram nos meus enquanto ele levava suas mãos por minha perna acima. Ele mergulhou seus indicadores por debaixo de minha liga e a deslizou para baixo em minha perna.

Ele ergueu meu pé para cima e beijou meu tornozelo antes de tirá-la. Ele se levantou e arremessou-a para os homens à espera. Emmett a pegou e a deixou cair, passando as mãos em sua calça, como se ele tivesse tocado em algo nojento. Todos riram dele.

Eu joguei meu buquê e Emm pegou. Ela saltitou e beijou Seth. Este teria sido o momento em que sairíamos para nossa lua de mel, mas eu não tinha certeza onde ela iria ser.

— Mais uma coisa. — a voz de meu pai ecoou através dos alto-falantes. Ele estava parado com a minha mãe ao lado dele. — Posso, por favor, pedir para os recém-casados virem à nossa frente, no centro?

Jacob e eu andamos no meio da multidão na direção dos meus pais. Minha mãe pegou o microfone do meu pai e tocou tanto a minha bochecha quanto a de Jacob, antes que ela falasse.

— Eu amo vocês dois muito. Seu pai e eu organizamos isso meses atrás. — ela disse, colocando um envelope em minhas mãos. Eu o abri, retirando folhetos e um guia de viagem.

— Não acredito! — eu gritei olhando para tudo o que eu alguma vez poderia precisar para viajar pelo mundo. Como eu sempre sonhei em fazer.

— Comece onde você quiser e termine onde quiser. Tudo está pago. — minha mãe nos informou.

— E se você quiser fazer mais compras… afinal eu conheço muito bem minha filha… — meu pai sorriu, entregando outro envelope para Jacob. — Isso sempre foi dito para ser guardado para Renesmee, mas nós sabíamos que ela não iria ter um futuro sozinha. Existe um cartão bancário para os dois. É a conta de ambos, façam com ela o que vocês quiserem.

— Eu não acho que poderia tirar todo o verão para viajar — minha mãe colocou sua mão sobre a boca de Jacob para silenciá-lo.

— Eu cuidei disso. Você deve voltar ao trabalho quando voltarem. Não se preocupe com coisa alguma. Vá, divirtam-se.

— Oh, mais uma coisa. — meu pai apontou para Charlie, e ele correu para nós. Ele entregou tanto para Jacob quanto para mim dois bilhetes de avião.

— Sue, Billy, e eu queríamos contribuir, também.

— Obrigada, vovô! Obrigada, Billy!

— Sim, obrigada, pai, e Charlie. — Jacob disse.

Ambos agradecemos Sue também, e eu foi escoltada para me trocar para pegar o vôo.

Desci as escadas em meu vestido de verão, e me apressei para voltar para os braços de Jacob que estavam me esperando.

Corremos através da chuva de arroz enquanto nos apressávamos para a limusine que iria nos levar para o aeroporto.

Eu me virei antes de entrar no carro e acenei para a minha família. Avistei meus pais, e vi meus pés correndo na direção deles mais uma vez.

— Eu amo vocês dois. Vejo vocês em alguns meses. — eu disse.

— Nos ligue. — minha mãe disse.

— Prometo! — eu disse, e ambos beijaram minhas bochechas. Eu os abracei forte e corri de volta para Jacob.

Dentro da limusine estava quieto. Jacob estendeu os braços ao meu redor e agarrou a garrafa de champanhe. Ele a abriu e serviu um pequeno copo para ambos.

— Para o nosso passado e ao nosso novo futuro. — Jacob tocou seu copo no meu. Tomei um gole e estremeci.

— Você está bem? — ele me perguntou. Eu assenti.

— Só tem um sabor engraçado, só isso. — eu disse, e coloquei meu copo na mesa.

Deslizei para o lado de Jacob e beijei seu pescoço. Suas mãos seguraram meu vestido.

— Não o rasgue. — eu o lembrei, rindo contra seu pescoço.

— Farei o meu melhor. — sua voz tremeu.

Lancei minha perna sobre o seu colo e me sentei, de frente para ele. Seus braços se travaram em minha volta, mantendo-me contra ele. E assim começou a nossa lua de mel, e ela duraria meses.