O Cisne Branco escrita por anonimen_pisate


Capítulo 43
Capítulo 43




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P.O.V – Hellena di Fontana

Senti meu peito vincar. Eu podia sentir a relutância dele de fazer aquilo, eu quase conseguia sentir o cheiro do seu arrependimento, e cheirava azedo, e triste.

Por quê? Porque eu?

Queria gritar, abrir os braços para céu e praguejar. Minha vida era um inferno, e a cada dia que passava piorava. Havíamos acabado de nos reconciliar, e isso acontecia.

Inferno. Inferno.

-Hellena? – virei meu rosto na direção da porta novamente, sequei as lagrimas antes que ela visse.

-Blake. – falei séria.

-Posso me sentar ou você quer ficar sozinha?

-Pensar e ficar sozinha são as últimas coisas que quero. Apesar de ter pedido isso. – tentei rir, mas foi o ato mais difícil do dia.

-Sinto muito por ter mentido para você.

-Tudo bem... Sua rainha mandou... Minha mãe. – as últimas palavras pesavam em minha garganta. – Não quero deixar Alec.

-Se acostumara.

-Não Blake. Não é uma coisa que a gente se acostuma. Eu já amava ele quando era humana, vou levar isso comigo pelo resto da minha vida, e vai doer muito.

-Eu sei que vai. Mas estarei ao seu lado. Eu, Quenn, Georgina, Hoppe, sua mãe e suas irmãs. Todas juntas, pela eternidade. – pousou a mão em meu ombro.

-A eternidade sem ele parece tão vazia. – suspirei olhando a cidade.

-Nem tenho o que dizer sobre isso. Nunca me apaixonei ou amei alguém. Fui criada para viver sem parceiros. – piscou.

-Qual o se elemento? – mudei de assunto.

-Terra.

-Então é por isso que as plantas gostam tanto de você. – ri.

-Sim. – retribuiu meu sorriso.

-Quenn?

-Ar.

-Como vocês que tem os elementos contrários podem ser tão unidas?

-Fui criada para ter a harmonia com minhas irmãs acima de tudo.

-Georgina?

-Fogo.

-A razão de ser tão boa no fogão. – levantei minhas sobrancelhas. – E suponho que Hoppe seja água.

-Sim. E com você, o circulo completo.

-Isso tudo é tão estranho. – franzi meu cenho.

-Você se acostuma. – repetiu - Vai adorar o mundo oculto. Não havia me dito que gostava da idade media? – fiz que sim. – Pois bem, imagine uma terra na idade medieval com tecnologia.

-Serio? – sorri abertamente.

-Sim! Sem essas besteiras de carro e prédios. Casas, castelos, cavalos, florestas, mulheres de vestidos, ta isso é um pouco chato às vezes... Arco e flecha. Tudo é maravilhoso. – ela começou a me relatar o quão maravilhoso era o outro mundo.

Parecia um lugar feito para mim, com tudo que eu gostava – tirando jeans, patinação artística e hambúrgueres.

Suspirei sentindo meu corpo dormente por causa daquela roupa apertada.

-Estou me sentindo mal com essa roupa. – gemi.

-Tudo bem, eu trousse uma muda para você.

Tirou roupas de dentro de sua bolsa.

Não eram roupas muito confortáveis, e pareciam muito ousadas, mas mesmo assim, concordei em vesti-las.

-Onde eu troco?

Ela virou de costas.

-Ah nem vem Blake. – reclamei.

-Eu fico de olho para ninguém chegar.

Continuei balbuciando xingamentos enquanto me despia da fantasia e colocava a muda que ela trouxera.

Penteie meus cabelos com meus dedos. Fui puxando os fios devagar e com cuidado – meu coro capilar ainda ardia de ficar tanto tempo puxado – fiz uma trança embutida.

Limpei meu rosto com um lenço, tirando toda a maquiagem.

-Esta pronta?

Olhei para mim mesma, usei um espelhinho que ela me dera.

Toquei meu rosto com as pontas de meus dedos, passando-os por minhas maças e por baixo dos meus olhos. A pele do meu rosto estava impecavelmente macia e lisa, sem nenhuma marca.

Sentia-me poderosa e linda, sentia-me imortal.

A wisp ainda cintilava em meu pescoço.

Percebendo meu olhar, Blake sorriu.

-Depois que começar seu treinamento pode ensinar-la um feitiço para transformá-la em outros tipos de jóias. – seu tom era animado e cativante, demonstrando o quanto se importava com minha alegria.

-E minhas gatas?

-Ficaram bem.

Meus lábios tremeram quando me estendeu um batom claro.

-Tem que estar impecável Hellena, como a princesa que é.

Contornei minha boca, e continuei a refazer minha maquiagem. Impecável, como a princesa que eu era.

Fios caiam de meu penteado, velando meu rosto.

-Estou. Estou pronta. – precisei repetir aquela palavra para me dar conta do que acontecia comigo.

As lembranças do dia inteiro que eu passara com Corin, como uma fugitiva pelo meio da floresta, sendo arrastada como um animal preso, e mal-tratada como uma prisioneira nojenta ardiam em minha mente de um jeito doloroso.

Pisquei os olhos, contendo as lagrimas que ameaçavam borrar meu rosto de novo. Impecável.

-Vamos? – repeti olhando o nada.

-Vamos minha princesa. – ela sorriu.

Descemos as escadarias com passos contidos e lentos.

Passamos por hordas de vampiros que corriam para o salão para poder ver as súcubo que recém haviam chegado, assim como a princesa delas. Não me olhavam mais como se eu fosse uma comida ambulante, mas sim algo poderoso e ameaçador.

Chegamos ao salão depois de uma longa caminhada, os guardas deram dois passos para o lado com cuidado contido.

As súcubo ainda estavam no salão, em uma formação elegantemente ofensiva, os rostos contidos em uma calma exemplar, apesar de seus olhos mostrarem a ansiedade e impaciência.

Juntos, Cullen e Volturi conversavam amigavelmente, e discutiam assuntos sobre a guerra. A bela líder admitia não saber de nada, e de não querer se intrometer em assuntos de outros mundos e inter espécies.

-Enquanto isso não afetar a mim diretamente, ou ao meu mundo e meus aliados, me perdoem Carlisle e Aro, não farei nada.

-Isso é uma pena Desdêmona. – o mestre Volturi disse.

Alec estava parado ao lado direito dele, e os dois pareciam pai e filho em um assunto de uma empresa.

Quando eu e Blake entramos majestosas, sentindo a nossa presença, ergueu os olhos e se deteve em mim longamente. Levou uma mão ate o dedo indicador da outra, tocando o anel semiprecioso e negro.

Alice sorriu para mim.

Desdêmona repetiu o gesto da fada/vampira.

-Se decidiu Hellena?

-Como se houvesse escolha, com todo respeito.

-Entendo o que quer dizer, apesar de seu tom pouco educado. – parecia levemente irritada com o meu tom petulante. – Mas nada que a convivência não resolva. Sei que é um choque para você, mas vera como foi uma bênção em sua vida.

-Por duas vezes joguei minhas crenças e minha vida para o alto, mas dessa vez foi à pior de todas. – cerrei meus dentes.

-Sinto muito Hellena. Se eu pudesse fazer algo faria.

-Esta tudo bem rainha. Não vamos conversar sobre isso aqui.

-Claro. – concordou sorrindo. – Se despeça de quem tem.

Não havia de quem me despedir, eu não agüentava olhar nos olhos fundos e verdes de Alec, então me lembrei de Alice.

Andei ate ela.

-Obrigada por me ajudar aquele dia Alice.

-Tudo bem, minha princesa. – sorriu delicada segurando minhas mãos.

Beijei suas faces e me afastei de volta.

-Não tenho de quem me despedir, todas as minhas amigas, que são poucas, são súcubos... Só a uma pessoa que eu queria um tempo a sós... – olhei para meus pés e depois olhei para ele.

-Tem todo o tempo que quiser.

Fui até ele e espalmei minhas mãos em cada lado de seu rosto. Não disse nada, deixe meus olhos falar por mim mesma. Ele entendeu o que eu queria dizer, e respeitando meu momento, não disse nada, apenas devolveu o olhar.

Aproximei meus lábios do seu.

-Eu te amo, e sempre vou amar. – falei baixo o suficiente para apenas ele ouvir, nem eu mesma sentia minha voz.

-Nunca se esqueça de mim Hellena. Prometa. – pediu com a boca na minha.

Abri minha boca para repetir aquela frase de só quem preserva algo o faz, pois admite que poderia se esquecer, mas ele me deteve com um dedo nos meus lábios.

-Mas você vai me esquecer.

Minha garganta e olhos queimaram.

-Eu prometo que não irei. – concordei me afastando e respirando fundo para conter lagrimas.

Fui ate onde meu novo povo estava a minha espera. Elas me olhavam como se eu fosse louca e estranha por ter feito aquilo com Alec.

-Adeus Aro, e Volturis, obrigada pela hospitalidade. Sinto muito não podermos ficar durante mais tempo. E obrigada ao clã Cullen. – a rainha voltou-se para as súcubo.

Todas fecharam os olhos quando minha mãe - como era difícil pensar nela desse jeito – começou a falar palavras ininteligíveis, parecia uma prece, um encanto.

Um fino fio de ouro riscou o ar, como se houvessem pegado uma faca e aberto um talho no nada.

O fio aumentou ate estar no tamanho de uma porta, por onde poderíamos passar facilmente, parecia não haver nada lá dentro, ele falhava o cenário, mas se déssemos a volta nesse buraco, não danificava nada, era como uma porta flutuante.

Todas entraram rapidamente, como se estivessem irritadas de estar nesse mundo. Blake colocou um pé dentro do portal e olhou para trás. A rainha mandou que ela fosse com um gesto de mão, e ela e minhas outras quatro amigas foram.

-Pronta minha filha? – segurou minha mão.

Dei uma ultima olhada para o mundo que eu deixava para trás. Engoli em seco tentando não olhar para Alec, mas não me contive e fitei seus olhos que me lembravam um mar.

Os lábios dele formavam as nossas juras de amor.

Toquei o anel que ele me dera.

-Um minuto.

Corri ate ele, tirei a jóia e estendi.

-Não posso levar.

-É um presente, presentes não se devolvem. – tocou minha mão.

Pisquei.

-Descobrirei quem é sua mãe Alec, e o porquê de isso ter acontecido com você. – acaricie seu rosto e voltei para a entrada.

Segurei a mão da mulher que seria minha mãe a partir de agora, e juntas, atravessamos o portal, para um novo mundo, para uma nova vida, uma vida onde tudo que eu fui ensinada, seria jogado fora.

-Adeus meu cisne branco. – li as palavras em seus lábios silenciosos.

Adeus Alec.


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Notas finais do capítulo

Bom meus amores a historia acabou, por enquanto!
nao se preocupem, amanha ja vou postar a continuaçao e dar alguns avisos.
beijos e obrigada por todos que me acompanharam e sempre postaram reviews
!!
anonimens pisate