“These fancy things, will never come in between

            You’re part of my entity, here for Infinity

            When the war has took it’s part

            When the world has dealt it’s cards

            If the hand is hard, together we’ll mend your heart

            Cause I...”

           

            Julie PDV

            Me olhei mais uma vez no espelho suspirando, eu tinha que me divertir hoje, esquecer um pouco os problemas, afinal amanhã começava os ensaios pra valer e eu tinha que me dedicar ao máximo.

            Meu celular começou a tocar U Smile me tirando de meus devaneios, senti meu coração apertar, eu precisava trocar esse toque, urgentemente!

            - Alô?

            - Oi filha, fiquei preocupado, chegou bem?

            - Sim, sim, desculpa pai, esqueci de te ligar!

            Falei batendo minha mão na testa, peguei minha bolsa e fui em direção da cozinha.

            - Não, tudo bem, só queria saber se você está bem, não aconteceu nada diferente por aí não é?

            Disse meio afobado, franzi a testa.

            - Pai, você ta bem? Anda meio estranho esses dias, sabe.

            - O que? Não, não, ta tudo bem, só coisas do trabalho, tenho que desligar querida, beijos.

            - Tudo bem, beij...

            Mas ele desligou antes que eu pudesse falar algo, balancei a cabeça ignorando, peguei uma maçã e fui pra sala, Miles...ou melhor, Huguinho, estava olhando Glee e babando pelos garotos sem camiseta enquanto Krishna tampava os olhos horrorizada.

            - Fala galera!

            Uma garota um pouco mais alta que eu, cabelos longos, lisos e castanhos, com olhos azuis e roupas pretas, que me lembrava, e muito, a Avril Lavigne no início da carreira, e um skate entrou no apartamento, Huguinho bufou e Krishna abanou pra garota.

            - Oi, sou a Julie.

            Falei um tanto acanhada, a garota sorriu fraco pra mim.

            - É eu sei, sou a Lilly, prazer te conhecer, mas agora tenho que ir!

            Falei subindo no Skate e desaparecendo pelo corredor.

            - Ok, ok, chega de enrolar, vamos logo nos divertir, e você também vai!

            Huguinho falou se levantando e puxando a mim e Krishna, que começou a protestar em silêncio.

            - Sem um piu, vou chamar a revoltada e nós vamos! ALOKAAAA!

            Gritou seguindo saltitante pelo mesmo corredor que Lilly, eu e Krishna nos encaramos com os olhos arregalados, onde eu fui me meter Deus?

            Anny PDV

            - Chris! Chris já tomou banho?

            Gritei pegando as pipocas no microondas, mas o idiota não respondeu nada, revirei os olhos pegando os refrigerantes e subindo as escadas.

            Carvalho mano, tava me sentindo em um filme de terror, tudo escuro e silêncioso, vai que a TV liga e a Samara me mata?

            Ok, cala a boca Anny!

            Balancei a cabeça caminhando pro quarto do Chris, bom assim que entrei não tive lá a melhor visão do mundo.

            - Playboy attack, tan tan, playboy attack!

            Chris cantava de costas pra mim enquanto dançava se secando com a toalha, ok isso foi MUITO perturbador... e sexy!

            - Que droga é essa!?

            Falei o encarando, Chris se enrolou na tolha se virando pra mim, estava vermelho e com um sorriso sem graça.

            - Er...er eu me empolguei.

            - Ok, e onde aprendeu essa música Christian Beadles? Você anda olhando o canal Playboy garoto!?

            Falei com os olhos cerrados, ele engoliu em seco.

            - Que fique bem claro que foi o Justin que me fez olhar!

            Falou colocando os braços pra cima, revirei os olhos dando um tapa na cabeça dele.

            - Vocês garotos, eca!

            Falei indo me sentar na cama.

            - Eii, ei, não está brava comigo, né?

            Perguntou se sentando ao meu lado e fazendo aquela carinha irresistível de gato de botas do Shrek, ai Chris seu viado!

            - Não consigo ficar brava com você por muito tempo.

            Falei suspirando, Chris sorriu se aproximando de me dando um beijo, era tão boa a sensação de ter seus lábios nos meus, ele me deitou na cama ficando por cima de mim, seus braços envolveram minha cintura me arrepiando, brigávamos, nos xingávamos mas eu não conseguia ficar mais de dois minutos sem o meu, SÓ MEU, ratinho!

            Mas foi então que eu me dei conta do que estávamos fazendo, arregalei os olhos o empurrando um pouquinho.

            - Hey Chris acho melhor você ir botar uma roupa, vou colocar o filme.

            Disse me levantando e indo até a TV, vi Christian suspirar e ri comigo mesma.

            Justin PDV

            - Justin eu te amo m-m-muito!

            A garotinha disse sorrindo, sorri abertamente a abraçando.

            - Obrigado, eu também te amo pequena.

            Falei tirando mais uma foto com ela, posei mais uma vez com meu livro pra todos os fotógrafos e agradeci a Deus que finalmente tinha acabado, corri pro carro afobado, tentando mais uma vez ligar pra Julie, mas nada, simplesmente nada.

            - Yo man, o que houve?

            Usher perguntou se sentando ao meu lado e começando a dirigir.

            - Nada cara, só umas coisas aí.

            Disse suspirando e deitando minha cabeça no encosto do carro.          

            - E “essas coisas aí” por acaso se chamam Julie Brooks?

            - É, isso mesmo.

            - Hey cara, não fica assim, a Anny pode ser meio doidinha mas vai te ajudar a reconquistar a Julie.

            Usher falou me olhando compreensivo sorri fraco.

            - Eu espero cara, eu espero.

            - Ei já sei! Vamos pra Paris, a cidade do amor!

            Falou animado como se fosse a coisa mais simples do mundo.

            - O que? Nossa viajou agora Usher, e isso foi extremamente gay!

            - Vai se ferrar Justin, e o que eu quis dizer é que tenho que fazer um show amanhã lá, você vai comigo como convidado especial do show, você encontra a Julie, faz uma serenata pra ela ou sei lá o que, e conversa com ela, quem sabe tudo se ajeita?

            Falou me encarando, sorri começando a gostar da idéia.

            - É, pode ser legal até.

            Disse colocando a mão no queixo, eu poderia tirar todas essas histórias a limpo, poderia conversar com ela e contar a verdade.

            - Isso, eu falo com Scooter e a sua mãe, vamos pra Paris amanhã de manhã!

            Usher disse estacionando a frente da minha casa.

            - Valeu irmão.

            Disse fazendo nosso toque, sorri correndo pra dentro de casa, encontrei mamãe e Jimmy sentados na sala de jantar cheios de papéis, eles me encararam assustados.

            - Filho,achei que voltaria mais tarde.

            Mamãe falou se levantando, Jimmy começou a arrumar os papéis, respirei fundo os encarando.

            - Ok, chega de segredos, quero saber dessa história do verdadeiro pai da Julie.

            Falei decidido, ambos me encararam surpresos e o silêncio se instalou na sala até Jimmy se pronunciar.

           

            [...]

           

            - Isso...isso é muito louco cara.

            Falei colocando as mãos na cabeça depois de ouvir toda a história, mamãe colocou as mãos nos meus ombros.

            - Nós sabemos Justin, e eu realmente sinto muito por isso, mas você precisa manter isso em segredo.

            Jimmy falou me encarando apreensivo, balancei a cabeça negativamente.

            - Não, não! Julie tem direito de saber a verdade, é da vida dela que estamos falando!

            Falei me levantando alterado.

            - Isso não cabe a nós Justin, como acha que ela vai reagir? Temos que ir com calma, isso não é tão fácil assim! Oliver Andrews está nos procurando e quer conhecê-la, ela precisa estar pronta primeiro!

            Mamãe falou tentado me acalmar, suspirei.

            - Tudo bem, eu não falo nada pra ela, por enquanto, eu...eu preciso ir.

            Falei correndo pro meu quarto, minha cabeça estava a mil e eu realmente não sabia o que fazer.

            Julie PDV

            - Eu...não acredito nisso.

            Falei enquanto caminhávamos pelas ruas movimentadas da cidade, Huguinho ia um pouco a frente praticamente saltitando de felicidade, estava tendo um festival, ou seja lá o que aquilo for, fogos de artifício, música, barraquinhas de comida e jogos, tinha até uma parada com bandinhas, sorri, aquilo era até divertido!

            - Eu...e-eu não podia estar aqui, nesse mantro de indecências.

            Krishna disse com o sotaque carregado se cobrindo mais ainda com o véu, o seja lá o que aquilo for também.

            - Qual é, você é muito certinha, vamos nos embebedar!

            Lilly falou ao meu lado tirando um cigarro do bolso, ook, talvez não tenha sido uma boa idéia!

            - Hey sua maconheira, freirinha indiana e diva máster venham aqui!

            Miles...aff, HUGUINHO! Disse nos puxando pra perto do grande lado, nos encostamos nas grades da ponte vendo os fogos de artifício de todas as cores explodindo no céu, sorri sentindo a brisa gostosa da noite bater nos meus cabelos, tinha começado a chover fraco mas ninguém ali parecia se importar com isso.

            - É tão lindo.

            Sussurrei comigo mesmo, abaixei o olhar pras minhas mãos, meu celular ainda no silêncioso vibrava anunciando mais uma ligação “Justin calling”.

            Recusei a chamada e com dedos trêmulos cliquei em “deletar número”.

            - Hey você ta bem bi?

            Huguinho perguntou me encarando com uma sobrancelha levantada, sorri fraco balançando a cabeça.

            - Ok, vamos rangar logo antes que eu fique mais entediada.

            Lilly disse cruzando os braços começando a caminhar, Miles fez careta de nojo pegando a minha mão e da Krishna e indo atrás dela.

            Decidi não dar importância pra mais nada, até comecei a cantar e dançar pela rua junto com Miles cantando “Singing In The Rain” e rindo feito dois idiotas.

           

            [...]       

           

            - BARALHO! Isso é muito bom!

            Huguinho falou se atracando no hamburger gorduroso, Lilly ria enquanto Krishna o encarava com os olhos arregalados, peguei uma guardanapo estendendo pra ele.

            - Obrigado.

            Falou se limpando, Lilly ainda tomava Ice dela mandando todo mundo se ferrar e fazendo danças estranhas, Krishna tinha virado outra pessoa, ela já tinha ido pelo menos cinco vezes no kamikaze, e sem falar que agora que arrastei ela pra mesa a criatura gritava como louca as músicas da Lady Gaga, já o Huguinho estava se atacando as comidas gordurosas, desconfio que aquele primeiro bolo que ele comeu tinha haxixe, provavelmente amanhã ele vai dar “aloka” por ter comigo gordura, e eu somente tomava cuidado pra que aqueles loucos não fizessem besteiras, o que eu confesso não estava dando muito certo.

            - JÁ SEI!

            Huguinho gritou de repente cuspindo pelo menos metade do que tinha na boca, fiz careta de nojo enquanto Lilly dava um soco na barriga dele.

            - Ai sua dragona dos infernos! Bom que seja, já sei o que podemos fazer!

            Ele falou se levantando e pegando a bolsa Prada que ele tinha ganhado do último “bofe” dele.

            - O que?

            - VAMOS DAAAAAAAAAAAAAAAAAAR!

            Gritou colocando as mãos pra cima, Krishna o encarou de boca aberta e Lilly derrubou a garrafa no chão.

            - Olha, acho que agora você exagerou, isso lá é coisa que se diga!

            Falei indignada me levantando e dando um tapa no braço dele.

            - Quem diria, bicha bagaceira!

            Lilly disse gargalhando mais ainda, cara essa garota vai explodir!

            - Cala a boca sua draga maconheira, vocês que são mentes poluídas, eu disse DAAR, de DAR uma volta pela cidade!

            Falou fazendo biquinho e cruzando os braços, respirei aliviada.

            - Bom, assim sim, vamos pra qualquer lugar menos aqui!

            Falei me levantando rápido e pegando minha bolsa, começamos a caminhar juntos pela multidão, até que eu esbarrei em alguém derrubando as pastas da pessoa.

            - Oh, me desculpe!

            Falei juntando as coisas no chão.

            - Não tem problema.

            Uma voz de homem disse, ergui meu rosto e vi um cara me encarando, ele devia ter o que? 35 anos? Era alto, tinha cabelos curtos castanhos claro, os olhos verdes meio castanhos exatamente como os meus e um enorme sorriso no rosto.

            - M-me desculpe senhor.

            - Está tudo bem, e nada de senhor, me sinto velho- Falou fazendo careta, rimos juntos. - como se chama a bela garota?

            Perguntou sorrindo gentil, sorri estendendo minha mão.

            - Julie Brooks e você?

            - Oliver...Oliver Andrews.