O Lago dos Cisnes escrita por Vanna_Twilight, Ursinha


Capítulo 16
Cap. 15: Aceitação part. 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mais cheguei!!! O próximo capítulo é que deve demorar um pouco...



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Cap. 15: Aceitação part. 3

POV Rosalie

Eu estava tentando recompor a expressão enquanto absorvia o ocorrido.

Emmett lutou. Para me salvar. Logo eu, que havia renegado a magia à qual ele pertencia apenas porque não queria que acontecesse comigo o que aconteceu com ele e sua família. Algo como o que aconteceu agora.

Porque não queria me machucar.

E ele havia se machucado. Muito. Depois do que eu fiz. Depois do que eu disse a ele.

Senti um aperto no peito. Ri comigo mesma. Ela tinha um coração maior do que o corpo.

Mas minha risada, além de ser interna, foi curta, rápida e fora de momento.

O coração era maior do que o corpo. Um corpo que precisava de ajuda. Enquanto eu havia pensado nisso tudo, Emmett respirava com dificuldade, olhando para o lugar onde meu agressor desaparecera. Eu pensaria em como ele fugiu mais tarde. Naquele momento, eu só tinha olhos para o meu salvador.

Ele também se virou para me olhar, quase como uma mãe preocupada que checava se o filho, logo após cair da bicicleta, não havia se machucado. Naquela situação, ele era a mãe que se jogara na frente da bicicleta antes que esta pudesse descer ladeira abaixo, tentando faze-la parar.

Quando viu que eu estava bem – inteira, mas não sem feridas – seus músculos relaxaram, os olhos perderam o foco e meio segundo depois ele caiu no chão.

Longe de nós, um último trovão soou.

-Emmett! – gritei em pânico.

De algum jeito, provavelmente força de vontade, me levantei e corri até ele. Só quando cheguei lá, a chuva resolveu não nos atormentar mais.

Dei uma examinada rápida no corpo desacordado a minha frente. Parecia um pouco melhor do que eu. Consegui ver apenas um arranhão na altura do estômago que ainda sangrava. Fora isso, consegui identificar apenas a exaustão. Ainda assim, precisávamos de ajuda.

Olhei para cima em busca de auxílio, como se a ajuda pudesse de algum modo vir dos céus.

De fato, foi o que aconteceu. Longe do Sol o suficiente para que eu pudesse identificar, estava um cisne muito familiar que nos olhava horroriza.

-Bella! – gritei com todas as minhas forças. – Precisamos de ajuda! – olhei para Emmett mais uma vez, para dar ênfase ao que eu iria dizer – Seu irmão está desmaiado!

Isso a despertou e ela voou para o que me pareceu leste. Em meio minuto, Edward e Jasper apareceram no meio das árvores, vindos da direção para onde ela fora.

-Edward! Jasper! Aqui!

-Rose! – gritaram em uníssono

Antes mesmo de chegarem eles saltaram dos cavalos e correram até nós. Levantaram Emmett e o carregaram pelos ombros. Porém, quando os três percebemos que não poderíamos colocá-lo em um dos cavalos, me apavorei.

-Se acalme, Rosa – disse uma voz doce que surgiu do mesmo lugar onde meus irmão pareceram. Reconheci a senhora ruiva da campina. Se não me enganava seu nome era Elizabeth – Trouxemos isso assim que soubemos.

Ao lado dela estava uma carroça de madeira parecida com a de fazendeiros puxada por uma corça que eu sabia que se chamava Bree. Achei que o instrumento era muito pesado para alguém pequeno como ela. E o chão ainda estava lamacento…

Em um ato muito incomum para mim, corri até lá e me ajoelhei ao lado dela, desamarrando as fivelas de seu dorso para que ela não tivesse mais que puxar. Eu puxei a carroça até ficar do lado de Emmett e trouxe os cavalos para amarrá-la a eles. Os meninos andaram com Emmett e o deixaram na parte da carga. Depois Jasper comentou:

-Não é de o seu feitio fazer esse tipo de coisa.

Dei de ombros. Eu mereci essa.

-Não é nem o mínimo que eu devo a ele.

Logo após eu falar algo cobriu o Sol. Pensei que fosse uma nuvem, mas desapareceu rápido e o barulho de bater de asas chegou a meus ouvidos. Olhei para cima.

-Emmett! – gritou Bella, em pânico – Ah, meu Deus, Emmett!

E claro que ela já sabia o que havia acontecido – mas ela era irmã dele, então era inevitável que entrasse em pânico.

-Bella! – gritou a raposa. Pelo que eu sabia, também era irmã dele. Era Alice. Ela chorava.

Sem lhe dar ouvidos, Bella deu uma guinada e desceu como uma flecha. Ainda voando, mas na minha altura, tentou chegar perto do irmão, mas me coloquei na sua frente. Isso definitivamente a irritou, mas ignorei.

-Saia da minha frente! – exigiu ela – Em!

-Bella, se acalme! – pedi – Ele se feriu, é melhor você não chegar muito perto.

-Ela tem razão – ajudou-me Edward – A maior parte do estrago não foi tão superficial.

Agradeci a Deus por ela dar ouvidos a ele. Bella não pareceu mais calma, mas pousou e estabilizou a respiração.

-Ele vai ficar bem? – sussurrou, acho que para ninguém em especial.

-Vai – disse Elizabeth, que estava ajoelhada junto do meu cavalo ferido – Vai, sim…

Ela juntou as mãos como se fosse fazer uma oração e as esfregou uma na outra. Uma luz começou a brilhar em algo ali dentro – talvez apenas as próprias mãos. A luz era linda e apavorante, acolhedora e estranha. Tinha uma cor bem diferente, para a qual eu não tinha nome. Algo entre vermelho e verde. Quando ela separou as mãos o brilho se intensificou, e ela colocou-as em cima das feridas de Minerva, minha égua castanha. O animal não pareceu se incomodar, apesar de eu saber que aquilo devia estar doendo. Contato direto com feridas abertas sempre dói.

A luz brilhante aumentou de novo e agora eu sabia a cor que tinha. Branco. Branco puro.

Após alguns segundo ela tirou as mãos de lá e eu fiquei pasma. As feridas haviam se curado. Nem mesmo uma cicatriz havia ali.

Mas mesmo surpresa eu podia raciocinar.

-Por que não f az isso com o Emmett?

Ela me olhou com decepção.

-Não sou tão forte. Posso curar animais ou pessoas, mas o jovem Urso está no meio dos dois. Não é apenas uma pessoa. Tem metabolismos opostos. Um humano, por exemplo, pode optar se vai estudar medicina ou veterinária. Mesmo que estude os dois não conseguiria tratar de um centauro, ou um lobisomem. Nesta floresta eu tenho o poder de curar, mas não alguém como Emmett ou o resto de nós. Temos que chegar ao lago, onde meus poderes são mais fortes, se quisermos que ele sobreviva.

Fiquei surpresa coma sua resposta. Eu não sabia que ela dependia tanto da floresta – ou do lago. Era difícil associar, mas o que não era? Era magia, não precisava fazer sentido.

Sentei na boleia, Elizabeth ao meu lado, ou outros andando, mas Jasper ficou para trás com Alice para pegar minha égua. A raposa o guiaria até nós depois.

Os minutos se passaram e eu tive a sensação de que se tornaram horas. Jasper nos alcançou a prosseguimos sem ninguém falar. Fiquei surpresa com a distância que eu havia percorrido em tão pouco tempo quando estava fugindo. Deveria ser uns cinco quilômetros ou mais.

Quando chegamos à clareira meus irmãos depositaram Emmett debaixo de um pinheiro, que reconheci como sendo a mesma árvore onde antes todos nós estávamos. A culpa bateu.

Emmett estava deitado, inconsciente, e me perguntei o que poderia fazer para ajudar. Acho que nada. Elizabeth já estava cuidando de tudo, recolhendo ervas e água na margem do lago, e vindo rapidamente até Emmett. Ela jogou as ervas na água, fez suas mãos brilharem de novo, fechando os olhos, de joelhos, e murmurou algumas coisas, em tom de desespero. Parecia latim.

Quando acabou, deu um logo suspiro.

-Abra a boca dele, por favor, Cavaleiro.

Ninguém sabia com quem ela falava, a não ser os animais – fora Alice e Bella.

Elizabeth pareceu amaldiçoar-se internamente.

-Edward. – proferiu

Meu irmão fez o que ela disse, mas ela não se mexeu.

-Dê o conteúdo desse pote ao Urso, Aquárino.

Quem? Ela pareceu lembrar-se de algo.

-Jasper.

Ele pegou a tigela de barro das mãos esbeltas dela e deu o conteúdo para Emmett.

Com uma certa dificuldade, Elizabeth se arrastou até Emmett, pegou suas mãos - patas – e começou a murmurar freneticamente várias coisas. Peguei só o final, sem entendê-lo.

-… sana animan bonam qui laeditur corpus hoc malum quod nobilustra. (cure esse corpo de boa alma que foi ferido pelo mal que nos persegue)¹

Assim que ela acabou e abriu os olhos, o mesmo brilho de antes começou a sondar o corpo de Emmett, mas tive a impressão de que não era ela quem o causava. Logo acabou.

Lentamente, ele abriu os olhos.

A primeira coisa que vi foi que ele estava desnorteado. Depois, desesperado. Tentou se levantar.

Com uma coragem saída de não-sei-onde, corri até ele e tentei força-lo a se deitar.

-Calma aí, ursão – acalmei-o

-Rose? – perguntou parecendo preocupado – Você está bem?

-Estou bem. Todos estão. Mas o que era aquilo?

Não me importaria não ter uma resposta, mas uma certa feiticeira respondeu – como sempre.

-Aro – ela disse raivosa – Ele devia ter sentido a sua presença angustiada a foi atrás de mais dor para se alimentar. Aquele traste…

-Se acalme, Lizzie – pediu Bella – Pelo menos ele não conseguiu.

-Tem razão. Mas falando em se alimentar… está quase na hora do almoço. Quem está com fome?


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Notas finais do capítulo

O que precisava ser dito... bem, ainda vai ser dito!!!



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