- Como é que... – começou Grissom impressionado e surpreso ao mesmo tempo.

Ele ainda estava segurando o vestido pela pinça enquanto nós viamos a confusão literalmente única na costa da mulher.

Acredite, eu não estou exagerando. Havia três coisas quase estranhas na costa de  Jéssica Fincher. 

Letras demarcadas, tinta preta e sangue.

E o que tem de mais nisso?

Tirando o fato que ela está morta. Nenhum.

Sara começou a fotografar o cadáver de vários ângulos enquanto eu recolhia uma amostra da mistura anormal. Guil conversava com o David que tinha a mesma reação de nós.

-Infelizmente eu vou ter que lavar as costas dela para saber o que está escrito. - começou David chegando mais perto do cadáver. - Há muito sangue e não há como ler sem limpar.

- Eu nunca tinha visto isso na minha vida. - disse Sara andando pelo quarto.

-Parece ter sido feito depois da morte. E o pior é que eu acho que nós não vamos conseguir saber o que é isso e por quem foi feito.

- Bom, - comecei timidamente chegando mais perto do corpo. - Parece que foi feita uma tatuagem apressada. Mais ao mesmo tempo é uma escrita firme e bem desenhada. Nunca vi algo parecido. E acreditem acho que eu entendo do assunto. – terminei mostrando minha tatuagem do pescoço que são várias borboletas coloridas.

-Belas borboletas. – admirou Grissom olhando para o meu pescoço de um modo divertido.

- Obrigada- respondi alegremente. Já era de esperar que Grissom gostasse alias ele é um entomologista.

- Bom mais voltando- desconversou a Sara também anaisando a minha tatuagem. O que vamos fazer agora? Eu concordo com você Samantha, mais existem quanto tatuadores em Vegas? 50?100?

- Vamos lavar o corpo. - Finalizou Guil pegando a sua maleta – Eu vou com o David para analizar o corpo. Sara você fica com o quarto e Samantha você fica com o perimetro do Hotel.

Aham. - respondi meio nervosa e sai em direção ao elevador para procurar “pistas” deixando o quarto 511 para trás.

Chegamos ao laboratório no horário de almoço e Grissom nem me deixou almoçar.

Me levou direto para a sala de autópsia.

Ele queria acabar logo com aquele suspense.

Na verdade eu também.

Demorei quase meia hora para limpar completamente todo o corpo, enquanto Grissom tirava fotos da operação. Ele cantarolava alguma sinfonia e de vez enquanto parava e fitava analisando as costas da mulher.

Quando acabei de enxugar admirei o resultado.

Era uma tatuagem. E tinha o tamanho das costas do cadáver.

Era tipo um poema e a caligarafia era fina e tinha várias curvas nas letras.

- Impressionante. -  falei em voz alta depois de ter tirado os meus óculos e ter limpado na parte inferior de minha camisa xadrez. 

Grissom largou a câmera e passou os dedos cobertos pela luvas de látex, nas escritas enquanto declamava o seguinte poema.

“Ao anoitecer da noite,

Meu segredo ira ser revelado a uma pessoa

Uma pessoa que merece muito a morte como companheira.

Alguém que esconde algo muito poderoso em suas mangas

Alguém que será torturado por seus próprios pensamentos.

E vai perder.

Espero que vocês se divirtam

Porque a cada anoitecer eu lhes darei uma pista fatal.

Única e perigosa

Como a noite.”

A acabou de ler Grissom os versos que se encontravam tatuados no cadáver.

E eu fiquei ali paralizado apenas ouvindo aquelas exóticas palavras.

Ficamos em silêncio por um tempo, aqté que me atrevi a perguntar:

- Sabe o que isso significa?

Guil deu um longo suspiro. Ajeitou os óculos e se apoiou na mesa aonde estava a mulher, e finalmente disse:

- Que temos um Serial Killer à solta.