Capitulo 35

Eu estava numa campina em meio a uma multidão. A campina era enorme e verdejante, o sol brilhava acima de nós e todas aquelas pessoas pareciam esperar algo de mim. Mas o mais importante. Eu estava com muita vontade de fazer xixi e não havia nem sequer uma arvore. Não me leve a mal, não costumo ter esse tipo de atitude, mas quando digo que eu estava com muita vontade de fazer xixi, digo muita vontade mesmo. Não me agüentei e fiz perna abaixo.
Acordei suada e ofegante. Depois que eu entrara no sétimo mês, minha vida tinha virado um suplicio. Minha barriga estava enorme e pesada, mal podia ver meus pés. Minhas costas estavam sempre doendo, meus pés estavam inchados e eu não tinha posição pra dormir. Faltando seis semanas pro bebê nascer, eu estava me sentindo um lixo humano mas, Dimitri insistia em dizer que eu estava mais linda do que nunca. Homens! Se fossem eles, aposto que não insistiriam em dizer que era lindo. De repente senti um molhado no meio das pernas. Oh cara, não! Eu tinha feito xixi perna abaixo. Soltei um baixo gemido mas, infelizmente Dimitri acordou.
-Rose, tudo bem?
-Er... Não é nada. – respondi sem graça. Não ia mesmo admitir a ele que tinha feito xixi na cama como uma criança de três anos. Mas infelizmente seu olhar não passou despercebido.
-Rose... – ele parecia assombrado. – Sua bolsa estorou.
-Não viaja! Ainda faltam seis semanas...
-É melhor você ficar aqui. Vou chamar minha mãe. – Olena chegara há quase um mês. Dimitri jogou as cobertas pro lado e pulou fora da cama. Dois minutos depois Dimitri voltou com Olena.
-Quando Dimitri me acordou eu não acreditei. Mas Rose... O seu filho pode nascer a qualquer momento. Você esta com alguma dor?
-Apenas algumas pontadas nas costas. Mas eu já estava sentindo quando me deitei.
-Rose?! Você não sabe que a dor nas costas é o inicio do trabalho de parto? – Dimitri parecia um pouco frustrado
-Deveria saber? Ninguém nunca me falou nada! – Em questão de minutos eu estava no banco de trás do carro. Olena estava ao meu lado, enquanto Dimitri voava pelas ruas.
Sinceramente, não desejo dor igual aquela a ninguém. Ter um ser vivo te rasgando de dentro pra fora pelas partes intimas não era nada legal. Olena ficou ao meu lado o tempo inteiro segurando minha mão e falando pra eu fazer força. Eu gritei e tentei fazer cada vez mais força, mas era difícil e parecia que aquele bebê não queria sair. Ô criança teimosa! Lutar contra Strigoi com certeza era mais fácil. Depois de oito horas de trabalho de parto ela finalmente nasceu. Durante todos os sete meses eu acreditava que era um menino mas, quando me deram o bebê ensangüentado nos braços era uma linda menininha que me encarava. Ela tinha os mesmos olhos de Dimitri.
Eu olhava pra ela com os olhos cheios de lagrimas. Ela era minha pequenininha, meu milagre pessoal. Ela olhava pra mim com os olhos sérios, assim como Dimitri. Ela era mesmo filha dele... Tão distraída estava que nem notei Dimitri entrando e sentando ao meu lado.
-Ela é linda. – ele murmurou baixinho
-É a sua cara. – disse com uma lagrima escorrendo
-Oh Roza... Eu estou tão feliz! E tão orgulhoso de você. Posso pega-la? – ele pediu estendendo os braços. Eu a coloquei cuidadosamente nos braços dele. Olena entrou com uma maquina fotográfica e gravou aquele momento.
-Argh! Eu estou horrível. Não faça isso. – implorei
-Toda mãe deve ter uma recordação desse momento. – argumentou. Dimitri começou a cantar em russo e logo ela dormiu.