Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 11
Sete minutos no paraíso


Notas iniciais do capítulo

Melhor? COMENTEM!!! Ah sim, no fim da fic eu digo os nomes das músicas! Beijos!!!



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~>SETE MINUTOS NO PARAÍSO

Hermione sentiu o impacto da destruição da última barreira mágica rapidamente. Todos os alunos gritavam nas salas comunais, e os professores estavam soltando feitiços para todo lado. Levantou a varinha até a altura do ombro e pensou na imagem que vira no espelho de Ojesed.

-EXPECTO PATRONUM! - gritou, e viu sua lontra correndo e pulando pela janela. De repente, percebeu os efeitos da proximidade dos dementadores, viu que muitos tremiam de frio, e que já não havia aquela empolgação; os dementadores não atacavam, apenas voavam ao redor do castelo. Viu Pontas pulando pela janela, e uma aranha o seguiu. Olhando para o lado, viu que um Rony aturdido olhava para a varinha, como se fosse algo totalmente desconhecido:

-É uma aranha! Meu Patrono é uma aranha!

Viu Gina olhando para um posto que saía da escola a pé, e foi em direção a Hogsmeade. Mas a garota fez sinal de que estava tudo bem e voltou à luta, com a mente longe. De repente, um bando de bruxos chegou voando. Viu os cabelos rosa-choque de Tonks, acompanhada de perto por Lupin, Moddy, Quim Shackebolt e sua corja de aurores. Surpreendeu-se quando viu uma cabeleira loira entre os aurores.

-Mina! O Ministro está aqui! – gritou, e viu Mina correr em direção à janela, Rony em seus calcanhares.


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Mina Scrimgeour estava agitada quando soube que seu pai chegava à escola. Assustou-se, pois teria que, enfim, contar a verdade a todos. Temia que pudesse perder seus amigos, e especialmente Rony. Sua vida havia mudado muito desde que chegara a Hogwarts, e sabia que era a hora de falar quem realmente era. Mas o momento teria que ser adiado. O ataque à escola não estava em seus planos. Sussurrou a Vianne:

-A gente vai ter que contar, assim que isso acabar.

Pensou em todos os momentos que tivera em Hogwarts, e nos que passara com Rony, às margens do lago, no pátio e na Sala Precisa. Gritou:

-EXPECTO PATRONUM! – e viu seu patrono, um belo unicórnio. Todos o admiraram, e voltaram a suas lutas. Viu algumas tentativas de Patronos saindo das janelas do castelo, alguns alunos tentavam defender a escola. Olhando para a sua direita, viu Vianne soltar um centauro prateado da varinha. Mas, à sua esquerda Rony a olhava com um tom indagador. Afastou todos os pensamentos da sua cabeça e voltou a se concentrar no seu unicórnio. Lembrava-se de uma aula em um lugar distante de Beauxbatons, distante de Hogwarts, onde ouvira falar sobre Patronos. Sua professora de Defesa Contra as Artes das Trevas havia recebido a visita da garota que conversava com o Malfoy, a tal da Sophie Ballin. No meio da aula, ela interrompeu e disse:

-Antes de tudo, professora Ralphnory, eu posso ressaltar uma coisa? Os Patronos sempre são seres mágicos realmente importantes para quem o pratica. Pode ser um antigo bicho de estimação, um animal do qual você tem medo e algum ser pelo qual você tenha admiração extrema. Isso foi justamente para que o Patrono receba atenção de qualquer forma do dono Ele precisa de sua atenção, ao soltar um Patrono deve dar ordem a eles, não deixa-los destruir os dementadores sozinhos. Afinal, - concluiu – sua energia foi aplicada naquele ser.

Mina olhou novamente pela janela, seu unicórnio, ao qual ela chamava de Tolty lutava ao lado da aranha de Rony. Continuou evitando-o, a conversa teria de esperar. Viu que um bruxo, o único daquela nuvem de horror olhava para a cena como se estivesse no teatro. Ele parecia fraco, mas não como qualquer pessoa normal que estivesse naquele lugar. Viu seu pai duelando com muitos dementadores, assim como os outros aurores, e ordenou a Tolty que fosse ajudá-lo. Quando o Ministro o reconheceu, ficou apreensivo. Ela não podia lutar daquela forma.


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Harry estranhara desde o início a quantidade de dementadores. E estranhara ainda mais que a maior parte deles não atacava. Apenas uns 100 iam para ajudar os outros que eram atacados pelos Patronos. Esses eram atirados para longe quando atingidos, mas a maioria sumia de repente, com uma pequena centelha de luz. Sumiam, é isso!, pensou. Lembrou-se das aulas com Lupin no terceiro ano. Virou-se para Hermione e gritou, em meio aos feitiços:

-Mione! Não são dementadores!

-Como, Harry? Eles são sim!

-Não, não são! São bichos-papões! Use o Riddikulus! – gritou enquanto soltava um jato que transformara o dementador mais próximo em um palhaço com um véu. Hermione passou a dica a todos os que estavam na sala, e Harry percebeu que Draco não estava mais lá. Snape percebeu que eles haviam descoberto a trapaça e foi para perto. Todos os bichos-papões afastaram-se, e apenas os dementadores ficaram mais próximos. O bruxo falou em voz alta utilizando a magia:

-Ora, ora Potter... Pelo visto a sua cicatriz não afetou o cérebro! Ao que parece, ainda é capaz de pensar... Se tivesse usado esse talento nas minhas aulas até que não seria tão deplorável... Mas sabe? Sua mãe era boa aluna, mas aquela pessoa desprezível que fora seu pai... Era um desastre! Assim como você! – Harry sentiu-se abalado, não pôde fazer nada. Sussurrou, apontando a varinha para a garganta o feitiço Sonorus e disse:

-Seboso você ainda não entende? Desprezível é você... Veja no que se tornou! Um cachorrinho do Voldemort! – Harry olhou para Snape com um olhar gélido. – O que você quer aqui? – Snape sorriu ao ouvir a pergunta, desceu até o pátio. Todos viram que Draco estava lá embaixo. Hermione prendeu a respiração.

-É por causa dele, Potter... Ops! É por causa dele, Granger! – Harry viu que Draco gritava alguma coisa, mas não distinguiu o que foi. Snape encerrou o encantamento e começou a conversar em voz baixa. Apenas restava a todos observar.


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Draco desceu correndo as escadas, ele sabia o que teria que fazer. Por duas vezes a varinha quase caiu de sua mão tamanha a quantidade de suor nela presente. Tinha em mente algo que faria todos tristes, mas era o melhor a ser feito. Ao descer viu Snape apontado para ele e falando com Hermione. Gritou:

-Severo! Olhe para cá! – e ficou pensando se era a coisa certa a ser feita, até que Snape disse:

-Ora, ora Draco! Pobre de mim, amigo de sua família e te ver crescendo com essa gentinha...

-Acho que não, Snape... Gentinha são essas pessoas com quem o Lorde tem tido certa “proximidade”... Lembra do Fenrir? Como ele vai desde que o Lorde começou a falar demais com ele?

-Morto... Assim como eu quero que você esteja.

Então, me leva... Vê se leva alguma glória! – disse Draco entre dentes.

- Mas comigo será diferente... Ops! Acho que sua namoradinha está gritando, Draco! – e estava certo; Hermione chamava o nome do garoto, e Snape disse: - Então ta, Malfoy... Mas curta seu tempo com a garotinha Sangue-Ruim, pois ele está prestes a acab... – De repente foi atingido por um raio roxo nas costas; os dementadores fugiram com a possibilidade de um ataque e Draco olhou para cima. Sua prima Sophie Ballin estava de pé no parapeito do corujal com a varinha em mãos, e ao olhar para o lado Draco viu um fio tênue cor de carne que parecia nada importante. O fio caiu no chão e ele foi envolvido pelos braços de Hermione.

-Achei que fosse te perder... O que deu em você pra sair assim? Ele podia ter-te matado! – a garota estremeceu ao olhar para o rosto de Snape, caído no chão com os olhos fechados. Harry lembrou-se de que fora ali perto onde Dumbledore havia morrido. Draco seguiu o olhar de Harry até a tumba de Dumbledore, e acenou com a cabeça. Teriam que conversar. Harry moveu os lábios em um “amanhã” e Draco disse que sim. Sophie juntou-se a eles e disse:

-Granger, ta na hora do Draco descansar... Ele deve viajar amanhã, e se vocês vão para Londres devem dormir também. Boa noite, eu o acompanho. Draco estava cansado, devia ter conversado mais com Snape, devia ter feito Snape leva-lo. Mas estava cansado, e apenas elogiou Sophie.

-Belo tiro! Que feitiço foi aquele?

-Você deve aprendê-lo na Ordem... É chamado Vasilius, e é pra fadas-mordentes. O Severo estava com essência delas no corpo, por isso ele pôde voar por muito tempo. Geralmente os bruxos que voam duram muito pouco tempo no ar. Mas não é por isso que eu quero falar com você, elogios eu recebo o dia inteiro... Por que você não contou que Fenrir Lobo Greyback estava morto? Isso ajudaria muito pra todos nós...

-Ah, o porquê foi que... Espera! Como você sabe?

-Eu sinceramente acho que deveria ser irmã do Fred... Ele estava descuidado, deixou cair um fiozinho que dava pra ouvir a conversa de vocês... Como você conversa com aquela naturalidade com o Snape? Sei que ele é da parte de tia Ciça, mas isso é absurdo... Ou você estava blefando, o que eu duvido, ou você já vem conversando com ele há algum tempo.

-Não é nada disso, Sophie... Senão eu teria dito a ele tudo o que eu sei sobre a Ordem, sobre o Potter, sobre a...

-Sobre a Hermione, não Draco? – disse Sophie, enquanto atravessavam o buraco nas masmorras, e chegavam à aconchegante sala comunal sonserina. – Nossa! Como esse lugar mudou... – disse Sophie, enquanto observava os retratos de Slughorn e seus ex-alunos famosos. – A decoração na minha época era melhor.

-Mas você não foi Grifinória, Sophie?

-Fui sim... Mas vim algumas vezes com uns garotos aqui e ali... - disse ela dando uma piscadela. De repente voltou a ficar séria. – Draco, me diz, o que eles querem com a Hermione?

-Eu não sei! O Snape me chamou apenas pra ameaçar... Mas eu nunca mais caio nas historinhas dele. Mas e agora? Como a titia vai ficar a casa vai estar cheia... Vai o Potter, a Hermione, Fred, Jorge, Gina, Rony... Ela não vai reclamar?

-Que nada! A mamãe vai amar, ela odeia ter que ficar sozinha... Aposto que ela melhora rapidinho! Mas agora anda Draco, vai dormir. Mas cuidado: eu to de olho em você, qualquer deslize...


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-Diz Mina... – falou Rony. – Desde quando você sabe fazer patronos corpóreos?

-Exatamente... E o Ministro tem o coração de pedra mesmo, pra não vir falar com a filha?

-Harry, Ron, deixem a garota em paz! Elas estão cansadas, assim como nós... O Ministro foi coordenar as buscas, parece que o Kim, que seria o chefe se feriu, e então o pai da Mina foi no lugar dele. Satisfeitos?

-Ok, mas...

-CHEGA Ron! Nossa, nessas horas parece que você nem é meu irmão! – disse Gina, indignada.

-Não, Hermione, eles estão certos... – disse Vianne. – A gente escondeu muita coisa mesmo, e eles precisam saber de tudo.

-Exatamente. Em primeiro lugar, nós nunca viemos a Hogwarts pra estudar... Na verdade, tínhamos um compromisso. O meu pai, Ministro da Magia da Grã-Bretanha precisava de nós, somos parte do esquadrão de aurores e espiões em treinamento francês...

-Como? – interrompeu Rony. – Vocês são aurores e espiãs no sexto ano? Na França? E estudavam aonde?

-Beauxbatons, até o terceiro ano... Depois que o pai da Mina descobriu, temia que a gente fosse pega, sabe... Ele foi um dos que nunca acreditara na morte de Voldemort... Nossa história valia muito pra qualquer Comensal que nos capturasse.

-Espera quem não está entendendo nada sou eu. – disse Rony. – Vamos por partes. Quer dizer que na França existe um exército de garotinhas?

-Na verdade, não. A Mina tem descendência de criaturas diferentes, vampiros. É por isso que nem um deles ainda se voltou para o lado do Voldemort, sabe a ligação de sangue para os vampiros é realmente importante.

-EU SABIA! – ouviram uma voz fina e sonhadora do canto. Pelo que parecia, Luna Lovegood estava lá o tempo todo, mas ninguém havia percebido. – Eu não disse? O ministro é um vampiro! Mina, por que essa parte você não me contou?

-Ah, Luna... Sempre houve um preconceito enorme para com os vampiros, então eu nunca contei pra ninguém, só pra Vianne mesmo.

-Ok, mas continuando... Na França há um exército de vampiros? – perguntou Rony, que estava boiando.

-Não, Ron... Eu já tinha percebido só na Vianne, mas a Mina também? Isso é muito raro!

-O que é raro, por Merlin?! – disse Harry com a voz aguda, ao que parecia ele e Ron estavam entendendo a mesma parte da conversa, ou seja, nada.

-Elas são metamoformagas. Eu tinha percebido na Vianne... Eu conhecia o nome dela de algum lugar, procurei em Beauxbatons, mas ela era loira. O cabelo dela atual não tem nenhum vestígio... Então eu lembrei que havia lido uma lista do Ministério francês...

-É, Luna, você acertou em cheio... A lista era das pessoas cuja descendência era de criaturas. Eu, por exemplo, venho de esfinges. Eu nunca gostei de ser loira, lá em Beauxbatons todas as garotas tinham o cabelo loiro e olhos claros... Sei lá, sempre preferi ser morena.

-Então, a lista tinha fotos, eu estava em casa, nada pra fazer, procurei um exemplar da revista. O problema era o seguinte: a Vianne era ruiva. Em Beauxbatons, descobri depois aqui na escola, ela era loira. E agora, morena? E o cabelo não estava estragado... Depois de um tempo eu tive certeza.

-Metamoformagas? E a gente não sabia?

-Me deixa continuar a série de perguntas! – disse Rony. – Assim é muito mais fácil e todo o mundo fica sabendo tudo! Continuando... Na França há uma seção especial para metamoformagos, certo?

-Exato.

-E vocês faziam parte dessa seção?

-Fazemos.

-E, por que cargas vocês vieram pra Hogwarts?

-É o seguinte... Lá em Beauxbatons havia uma menina... O nome dela era Nimue. O nome dela era Nimue Beltanny.

-Beltanny, mas espera... – disse Hermione.

-Isso, ela era minha prima. Mas só de sangue, ela não tinha nada a ver comigo. Tanto que nós brigávamos direto. E ela só tinha medo da Madame Maxime. Um dia a Vi conseguiu se transformar na Madame Maxime e eu na Nimue. A Nimue, quando viu ficou realmente irritada, e foi fofocar para madame Maxime. Ela mandou uma coruja pro Sr. Scrimgeour e ele nos mandou para o Centro. Então nós aprendemos a nos camuflagem e a controlar nosso dom. Com dois anos de treinamento, começamos a fazer serviços de espionagem pro Ministério... Até que...

-Até que papai assumiu o cargo de Ministro. A gente precisou vir, e o papai nos colocou em Hogwarts. Mas antes não havia nada pra fazer, a gente aprendia quase tudo no Centro. Viemos estudar no sexto ano. Até que conhecemos a Gina, a Luna, o Harry e o Rony... Quando a gente brigou com vocês, meninos, nós tínhamos uma boa causa. O papai percebeu que a gente tava muito próxima dos meninos e que seria um perigo se eu continuasse namorando o melhor amigo de Harry Potter, e minha melhor amiga com o próprio. Então, pra evitar perguntas e falatórios, a gente fez aquela ceninha ridícula. Mas a Vianne quase foi seqüestrada por pessoas que queriam ser Comensais, mas não tinham a mínima capacidade. O papai então percebeu que a gente tava mais segura aqui.

-Então, a Luna começou a falar. Ela estava certa sobre a descendência de vampiros, mas começou a falar demais. Falava a todos que quisessem ouvir sobre o Centro, apesar de que a gente nunca falou disso com ela...

-Foi porque eu conheci o Centro. O meu pai, quando a revista vendeu acabou viajando pra lá, minha mãe estudou lá... Ele quis mais algumas coisas sobre ela, então eu comecei a falar sobre aquele lugar pras meninas... Mas elas pareciam que não conheciam... Então eu deixei pra lá, mas um dia elas me contaram até a parte de serem metamoformagas.

-Ah ta... Mas... E vocês voltaram sem mais nem menos? – perguntou Hermione cautelosa.

-Não. E essa é a parte em que vocês vão se surpreender. A gente veio pra Hogwarts dessa segunda vez pra ajudar os aurores na proteção.

-O senhor Scrimgeour convocou aurores de várias partes do mundo, inclusive franceses. E os franceses nos convocaram.

-Papai ficou uma fera. Mas os franceses tiveram muitas baixas, e precisavam de gente que já estivesse no ramo. Então ele aceitou, mas a gente só teria que lutar no caso de um ataque a Hogwarts. Como hoje. E, nesse caso a gente teria que revelar pra vocês. – disse Mina, as lágrimas começaram a fazer seu rosto brilhar.

-Ok... E tudo o que vocês fizeram aqui foi só pra... Trabalhar? E eu e o Ron, a gente ficava fora dessa história? E nós dois, Vianne ou qualquer pessoa que tenha se fingido dela! Cara, isso ta muito irreal!

-Harry, eu não admito que você fale com a Vianne dessa maneira! – disse Mina, quase gritando.

-Bela moral que você tem pra falar, não é Scrimgeour? Eu devia ter imaginado... A filha do Ministro da Magia começar a namorar o chefe de uma seção que o Ministro nem deve saber que exista!

-Harry, Rony, já chega! Eu sei que ta sendo barra pra vocês saberem disso, assim como pra mim, mas imagina pra elas? Vocês vão pra Torre, eu, a Mina, a Vianne e a Gina vamos ficar por aqui.

-É, Hermione, você só fala isso porque seu namorinho com o fuinha ta indo bem.

-Não, não é por isso. É porque eu acho que a namorada do fuinha está muito mais cabeça fria pra conversar do que os dois juntos. – disse Hermione, levantando-se e abrindo a porta. Os garotos saíram sem se despedir. – Ai, meninas, eu sinto muito... Não acho que esteja sendo fácil!

-Ah, Hermione, você ta certa... Mas a gente sabia que não ia dar certo, uma hora vocês saberiam... E a gente já imaginava essa reação. Você ta sendo legal, nem conhecia a gente direito... Já dá essa confiança toda. – disse Vianne, dando um sorriso triste.

-Ora, não foi nada... Eu sempre achei desde que vocês voltaram que não era por mal...

-E desculpa por a gente não ter ajudado você e o seu namorado quando vocês estavam se afogando...

-Gente, vocês já estão desculpadas! Anda abraço coletivo! – disse Gina sorrindo. Todas as quatro pensaram em camas, e logo surgiu uma espécie de quarto. Quando se preparavam para dormir, a professora McGonagall entrou acompanhada por um Draco assustado e por uma Sophie alerta.

-Senhorita Weasley, por favor, venha aqui fora um segundo. – quando Gina saiu com Draco e McGonagall pararam em frente à porta da Sala para conversar. Quando as garotas se levantavam Sophie disse:

-Não precisa, tenho isto! – e tirou quatro Orelhas Extensíveis. Todas as puseram nos ouvidos e escutaram como se Draco estivesse falando diretamente com elas.

-... Ele não estava no dormitório, e eu fui procurar por ele na escola toda. Voltei pra lá, e as coisas dele não estavam mais. Ao que parece ele fugiu... Eu lembrei que vocês tinham brigado, e fui falar com a diretora pra saber o que fazer... Afinal tinham bem uns cem dementadores de verdade aqui... Fomos ver o Ministro, ele estava interrogando o Severo...

-O Severo disse algo com muita convicção. – disse McGonagall. – Ele disse que os dementadores estavam muito famintos, o Lorde não dava “alimento” pra eles há muito tempo... Um garoto de dezessete anos não passaria batido por aquele bando. – as garotas ouviram soluços de Gina. Ela sussurrou baixinho um nome. “Taylor”.

-Vai, Gina, não fica assim... - disse Draco. – O Taylor pode não ter saído, estar apenas em algum canto escuro de Hogwarts...

-Não, ele saiu... Eu o vi quando estava lutando, mas não percebi que ele estava com o malão... Achei que estivesse apenas se afastando da luta, do perigo... E os pais dele já sabem?

-Eu vou mandar uma coruja assim que o Ministro acabar o interrogatório. Então...

-Diretora! Diretora! – ouviram a voz fina de Flitwick gritando, e iam esconder as Orelhas, mas Sophie apenas disse:

-Desilinium! – e todas as Orelhas receberam o Feitiço da Desilusão.

-Rufo acabou de fazer as perguntas dele. Ele quer as garotas todas lá. Mas não se preocupem: o Snape está sob efeito do Veritaserum. – Gina saiu, acompanhada de Draco, e as garotas ouviram a ordem de McGonagall para saírem.

-Ele está preso, vocês poderão fazer perguntas a ele... Remo, Alastor, Kim entre outros estarão lá para fazer a proteção. Imaginamos que gostariam. E senhorita Scrimgeour, seu pai disse que queria vê-la na sala ao lado da do interrogatório. Vamos. – Todas pegaram suas varinhas e seguiram em direção ao quinto andar. Mina despediu-se e foi conversar com o pai, enquanto Vianne e as outras entraram na sala. Após cumprimentar as garotas, Lupin disse:

-Imagino que as senhoritas estejam curiosas em ouvir o resto do interrogatório... Por favor, sentem-se. – as garotas sentaram-se e Lupin dirigiu-se a Moody.

-Pode continuar Alastor.

-Então, Severo, como o seu Lorde armou esse falso ataque?

-O meu Lorde, o Lorde das Trevas é muito astuto... Ele pôs apenas cem dementadores verdadeiros, enquanto os falsos passavam da casa dos seiscentos... Os verdadeiros eram pra fazer sentir o efeito... Ele me mandou como mensageiro...

-O que o seu Lorde procurava em Hogwarts? – perguntou Hermione.

-O Lorde procura um traidor... O Lorde procura pelo traidor. O Lorde quer o traidor. Quer falar com o traidor... Ele quer o traidor, quer o traidor, quer... – Hermione arrepiou-se; nunca havia percebido quão fria a sala estava. Sentiu o braço de Draco passar pelo seu ombro, e viu o olhar de Snape dirigido a ela. Mas não era um olhar de desprezo, como normalmente... Era algo... Diferente. Pensou e ia perguntar algo, mas Gina foi mais rápida. O rosto da ruiva estava brilhante, devido à luz do único archote refletida nas lágrimas que ainda escorriam-lhe. Perguntou entre dentes, a voz controlada e baixa.

-Pra onde os dementadores foram? Eles seguiram em que direção?

-Aquelas criaturas ridículas... Não sabem obedecer às ordens do Lorde direito...

-Para onde eles foram? Você sabe?

-Não... – disse Snape, sonolento. Seus olhos estavam vermelhos, e seu braço pendia numa tipóia. Gina recomeçou a chorar e Vianne a tirou da sala, queria notícias de Mina. Até aquele momento ela não havia saído, devia estar acontecendo alguma coisa mais grave. Ouviu apenas a voz de Hermione:

-Seu Lorde queria o Draco, mas você não viria aqui sem motivo. Não sem alguma recompensa. O que você vai ganhar com isso? – Olho-Tonto Moody olhou para a garota, sempre a admirara pela inteligência, mas nunca havia percebido o tamanho da sua audácia.

-Ora, só quis algo que nunca pensei que desejaria antes... Nunca pretendia fazer isso, mas quando perguntei ao Lorde ele deixou que eu usasse antes de entregá-la a ele...

-E o que seria ou quem seria essa “ela”? – perguntou Draco, porém já previa a resposta. Snape deu um sorriso cansado para o garoto e disse:

-Granger... Quem diria que você ficaria tão... Tão... – e dormiu. Hermione olhou com nojo para Snape. Bom, pelo menos o Draco ta controlado, não vai fazer nenhuma besteira... Percebeu que se precipitara, pois Draco estava empunhando a varinha e gritando:

-Desgraçado... Eu vou matar esse cara! – gritou Draco, indo direto ao corpo de Snape. O homem estava com um meio sorriso no rosto, como se estivesse feliz. Lupin segurou o garoto e disse apenas:

-Ele está muito dopado, tinha algumas resistências, achamos que foi a essência de fada-mordente... O fato é que ele não vai sobreviver se ficarmos ameaçando-o. Ele vai para o St. Mungus imediatamente. – dizendo isso saiu levando Snape, juntamente com Olho-Tonto. Draco estava irritado, falou com todos e saiu. Estavam na sala apenas Hermione e Sophie, que havia ficado calada até então. A prima de Draco abraçou Hermione, que por fim pôde chorar. Depois que se acalmou, olhou para ela e disse:

-É só impressão minha ou o Draco estava estranho? Ele quase não falou durante o interrogatório...

-Granger, escuta... – disse Sophie. – Acho que o que você devia era dar um descanso pro Malfoy... – Hermione olhou-a incrédula. – Você não acha que ta tudo acontecendo rápido demais não? Tipo, ele me contou mais ou menos o que aconteceu com vocês... Em quase seis meses! Não acha que ta tudo meio... Diferente? Pra você está, mas imagina pra ele. Vocês começam, terminam você quase morre, Jorge te manda uma carta...

-Carta? Que carta?

-Fale com o Draco, é isso que eu te digo... Só peço uma coisa... Daqui a algumas horas a gente viaja, espere chegarmos à mansão pra você falar com ele direito... E por favor, não se irrite... Ele faz o tipo durão, mas é um filhote de fuinha ainda! – sorriu. – Anda ou a gente não consegue arrumar as coisas.


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Rufo Scrimgeour estava na sala quando sua filha, Mina Scrimgeour chegou. Pai e filha ficaram muito tempo em silêncio, a chaleira na mesa fumegava. Mina serviu-se de chá, tomou um gole e disse:

-Diga papai, o que o senhor quer?

-Quero apenas um abraço, filha... Eu fiquei tão...

-Preocupado? Comigo? Ok, papai, você venceu... Faz logo a sua pergunta e não enche! – disse impaciente.

-Não admito que...

-Não admito que você fique tomando meu tempo, papai... Tenho mais o que fazer!

-Então quer dizer que você estava namorando o filho do chefe de um empregado meu?

-Sim, papai... Andou me espionando esse tempo todo? – Mina estava irritada, sabia que o pai nunca dera muita atenção a ela, e o tempo todo no Centro os professores eram seus pais, e os alunos eram como irmãos. O Ministro, na verdade só havia tirado-a de lá por causa da repercussão que teria se a filha do ex-chefe dos Aurores morresse nas mãos de dementadores ou coisas parecidas.

-Seção de Mau Uso dos Artefatos Trouxas, não? É ele não é má pessoa... Mas não poderia ter escolhido algum garoto com pais mais... Conhecidos? A imagem da filha do Ministro vai ficar manchada...

-Ah ta... Então não importa a felicidade de sua filha, OK Ministro? Só e somente a imagem do Ministro da Magia...

-Eu nunca diria isso!

-Não? Pois acabou de dizer, papai...

-Não admito que você fale nesse tom de voz comigo Mina Scrimgeour!

-Oh! Desculpa! – disse Mina fazendo uma mesura. – Não me mande para Azkaban, já estou saindo! – e saiu, batendo a porta. O Ministro observou a porta por onde a garota havia passado. Essa aí tem sangue de vampiro... Literalmente.


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-E aí, como foi o resto do interrogatório? – perguntou Gina quando viu Hermione e Sophie saindo.

-Péssimo e cansativo... Vou deixar vocês conversando, vou dormir aqui... Daqui a mais ou menos três horas nós partiremos... Vocês vão dormir? Eu chamo na hora que formos sair... – disse Sophie.

-Pode ir... Eu acho que não vou dormir muito, já está tudo pronto... – disse Gina. Sua aparência estava mais calma, pelo visto ela havia relaxado um pouco mais. As duas saíram andando pela escola, quando encontraram a professora Mcgonagall.

-Ginevra Weasley, estava mesmo procurando pela senhorita... Os pais de Andrew Taylor querem... Querem falar com você. – Gina lançou um olhar, um pedido de socorro a Hermione. A garota não pôde fazer nada, apenas disse um “desejo boa sorte” e foi para os jardins, onde ficaria em paz. Deitou-se embaixo de uma palmeira e ficou sonhando acordada...

Eu estou dormindo no meio do caminho
Com qualquer um que mentirá abaixo
Eu estarei fixado em uma estrela
Quando o mundo está colidindo abaixo

Sabia que Sophie estaria falando com Draco... Não sabia como, mas sabia. Percebeu que tinha uma ligação com ela assim que a viu. Algo naquela mulher era diferente... Ela entendia Hermione, como Harry, Gina, Rony ou até mesmo Draco entendiam. Ela sabia o que se passava na cabeça de Sophie, assim como Sophie sabia o que se passava na cabeça de Hermione... Então, em um estado de quase transe começou a ouvir a voz de Sophie dizendo pra ela não se irritar com Draco. Que história seria essa da carta? Quase conseguia ouvir Sophie dizendo. Draco, não adianta, não queime a carta... Ela vai saber, se ela perguntar pro Jorge... Você vai perder a confiança dela... Guarde e entregue a ela amanhã!

Eu guardo contando comigo mesmo
Eu guardo contando comigo mesmo
Eu sou não o tipo desesperado
Mas você tem me visto olhando através das cortinas

Draco estava tentando queimar a carta... Fechou os olhos e começou a ver a imagem. Draco estava tentando ir para perto da lareira, Sophie não deixava... Estavam em uma espécie de balé sincronizando, até que o garoto a empurrou. “É isso que você quer? Perder a Hermione? Porque ela está percebendo, Draco, e não vai ser questão de muito tempo pra ela te perguntar alguma coisa...” disse Sophie, baixinho para não acordar os outros garotos. A frase fez efeito em Draco. Ele disse “Se for pra salvá-la, sim”. Hermione abriu os olhos assustada. “Salvar-me? Que história é essa?”. Porém não se desesperou, apenas guardou as perguntas, isso poderia esperar.

Eu guardo contando comigo mesmo
Eu guardo contando comigo mesmo
Eu sou não o tipo desesperado

Os ecos da discussão entre Draco e Sophie ainda latejavam em seus ouvidos, quando se dirigia ao dormitório feminino da Grifinória. De repente voltou a sentir-se estranha... Sentou-se numa escada, que imediatamente se moveu. Percebeu que daria no sétimo andar. Levantou-se com dificuldade e foi até a Sala Precisa. Pediu por um lugar isolado, e encontrou-se em um lugar com uma mesa de café da manhã posta, muitos livros e uma cama. Conseguia ouvir ainda alguns trechos da discussão, mas não conseguia associar nada, estava realmente cansada... Tentou dormir, mas não conseguiu. Então percebeu que estava com fome. Levantou-se e comeu, isolada de tudo e de todos.

Sentando fora das danças na parede
Tentando esquecer todas as coisas que não são você
Eu não estou indo para casa sozinho
Porque eu não faço isso tão bem
Sentado fora das danças na parede
Tentando esquecer tudo que não é você
Eu não estou indo para casa sozinho
Porque eu não faço isso tão bem sozinho

Sabia que havia algo errado com Draco... O que não sabia era por que ele escondia dela... E Sophie? Como elas tinham aquela ligação? Tantas perguntas... E sentia que cada resposta traria mais perguntas...

A única coisa que piora quando não sabe
É você pensando que eu não sei
Eu estou em outro episodio
Eu só preciso de uma dose mais forte

De repente a discussão parou. Hermione percebia que Sophie estava indo em direção à Sala Precisa, e pouco tempo depois a garota adentrou a Sala.

-Hermione... Você... Você entendeu alguma coisa?

-Não... Só que... O Draco queria me salvar, sei lá... Por que, Sophie? O que ta acontecendo com a gente? Eu nem te conheço direito...

-Não sei... Não sei, garota... Mas a gente vê isso mais tarde na mansão... Ok? Agora vamos aproveitar esse café da manhã maravilhoso! – dizendo isso se sentou à mesa e começou a se servir. Hermione acompanhou-a e comeram em silêncio.


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Jorge estava deitado numa cama de dossel do dormitório masculino do terceiro ano, tentara dormir, mas não conseguiu de jeito nenhum. Pensou em tudo o que havia acontecido até então. “Mas por que ela não falou sobre a carta?” , pensava. Fred se oferecera e a Jorge para ir para a mansão dos Ballin, mas Jorge não queria ir. Não estava a fim de conviver com Hermione, assim poderia tentar esquece-la. Sabia, porém porque Fred insistira tanto em ir; Sophie Ballin estaria lá. Mas algumas coisas que ouvira deixaram-no mais interessado nessa viagem. Sabia que era melhor não ter ouvido, mas tudo o que Snape disse deixou-o enojado, mas receoso. Podia ser que Você-Sabe-Quem atacasse... Precisariam de mais gente pra fazer a proteção e ajudar na procura dos registros. Começou a sentir sono, virou-se para o lado e, decidido a conversar com Hermione quando chegassem dormiu.


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Às oito horas da manhã Hermione, Sophie, Rony, Gina, Harry, Draco, Fred, Jorge, Tonks, Lupin, McGonagall, Olho-Tonto Moody, Mina e Vianne estavam reunidos nos portões de Hogwarts, todos precavidos contra a fina camada de neve que cobria o chão, com o perigo de escorregarem. A professora McGonagall se adiantou:

-Meus caros, eu desejo apenas uma boa viagem a vocês... O Expresso de Hogwarts deve estar esperando vocês na plataforma de Hogsmeade. O maquinista disse que só poderá ir um vagão, e será o dos monitores. Vocês terão direito a lanches de graça e o Expresso estará na plataforma 9 ½ daqui a duas semanas... Nós enviaremos todas as aulas em forma de lembrança para que vocês não fiquem atrasados em relação à turma.

-Professora, e quanto aos N.I.E.M.? Com certeza a turma já vai ter feito quando voltarmos.

-Não... Os N.I.E.M. e os N.O.M. esse ano serão realizados no fim de maio. Ainda estamos em fevereiro, há muito tempo... Até lá a situação da Ordem deve estar mais resolvida.

-Vocês todos, tomem muito cuidado... E lembrem-se sempre...

-Vigilância constante. Já sabemos. – disseram Rony, Harry, Gina e Draco, impacientes.

-Desejamos uma boa viagem a todos... Até mais. – despediu McGonagall, e os garotos, Tonks, Sophie e Lupin saíram. Chegaram à plataforma sem problemas e em silêncio, só havia um faxineiro com um quepe azul observando de longe. Entraram no trem e uma jovem mulher os recebeu.

-Sejam bem vindos eu sou Ashley Shunpike. Serei condutora de vocês nessa viagem. Desejam alguma coisa?

-Não, obrigado... – disseram todos, alarmados. Draco perguntou:

-Onde podemos pôr nossas coisas? Essas so... Po...

-Mochilas. – sussurrou Hermione.

-Essas gorilas estão pesadas.

-Ah, não temos espaços para animais aqui, senhor... Mas se estiver falando das mochilas, estas podem ficar naquele espaço ali. Sentem-se e fiquem à vontade. Qualquer coisa, eu estarei com o maquinista. – dizendo isso, saiu deixando Draco irritado.

-Quem ela pensa que é?

-Uma pessoa que sabe mais sobre coisas trouxas do que você... – debochou Harry.

-OK, sabemos que a falta de conhecimento do Draco é um problema social, mas vamos nos dividir... – disse Lupin. Draco disse rapidamente:

-Bom, se somos doze e temos quatro cabines, então...

-Então serão três pessoas por cabine. – completou Hermione, que havia completado o primário na escola trouxa.

-Bom, como eu sei que vai ficar uma bagunça nós faremos o seguinte: eu e o Lupin dividiremos. Dois dos futuros professores de Hogwarts nessa cabine, Hermione e Jorge por favor, junto com Sophie..

-Aaaah não, Tonks, assim não vale! – disse Hermione. Queria ficar na mesma cabine que Draco, não para namorar e sim conversar sobre a carta.

-Sim! Aqui não é lugar para namorar, Hermione... Sinto muito. – disse Lupin.

-Mas se você e a Tonks ficarem juntos vai ser uma hierarquia! – protestou Rony. Ele queria conversar com Mina, agora que estavam de cabeça fria seria mais fácil.

-Não, eu e a Tonks faremos esse pequeno sacrifício por vocês.

-Então ta, mas a gente vai ficar fazendo o que nessa viagem? Dura quase seis horas!

-Não sei... Nós fizemos um pequeno arranjo nas cabines, têm televisões, rádios com sintonia para redes bruxas e trouxas e também algumas revistas trouxas e videogames. Divirtam-se!

-Aaaaaah! Harry vem ver! Tem um PS2 aqui!

-Ok, me deixa continuar, gente! Hermione, Sophie e Jorge, ali. Draco, Vianne e Gina ali. Isso, aí mesmo. Eu, Rony e Harry aqui, à minha direita; Lupin, Fred e Mina, lá naquele canto. Ok? Alguma pergunta? Então vamos!

Hermione sentiu-se estranha, passar seis horas numa cabine com Jorge não era uma das melhores idéias para se começar uma viagem com o namorado, e Sophie percebeu. Disse rapidamente:

-Hermione, me ajuda... Não to conseguindo mexer nesse treco! Esse “vi não sei o que” é muito estranho!

-Ah, é simples Sophie... – abaixou-se para ajudá-la e sussurrou um agradecimento. – Você aperta esse botãozinho aqui, e joga. Simples. Claro como água. Que jogos têm aqui?

-Ah, nem sei... Um de quadribol e um de campeonato das casas! – disse Jorge, empolgado. Ah, eu também quero jogar! – Hermione passou a hora seguinte tentando descobrir como se jogavam aqueles jogos, e Sophie e Jorge passaram a se divertir. Ela pegou um jornal trouxa e começou a ler as notícias esperando a sua vez. Quando começou a jogar no lugar de Sophie ela dormiu. Jorge desligou o videogame e disse:

-Ah, Hermione assim não dá... Você tem mais prática! Assim eu perco poxa!

-Não mesmo, sabe? Você tem só que ter mais prática!

-OK... E eu finjo que acredito. Perder de quinhentos e cinqüenta a zero é falta de prática? E pra você, que aprendeu a jogar hoje! Eu vou comprar um treco desses assim que voltar, você vai levar esses quinhentos de volta! – sorriu. Jorge estava decidido a não comentar nada sobre a carta, se Hermione soubesse da carta ela falaria. Porém ele começou a ler um artigo sobre futebol trouxa e comentou:

-Nossa que jogo mais chato... Vinte caras correndo atrás de uma bolinha... Prefiro quadribol, é muito mais emocionante.

-Não mesmo... Futebol parece ser chato, mas na verdade é muito melhor que quadribol... Batedores ignorantes tentando atingir balaços... – calou-se ao ver a expressão de Jorge. – Ah, desculpa, você é batedor!

-Mas nem sempre ignorante... Aqueles sonserinos sim. Mas eu e o Fred éramos os melhores batedores da escola.

-Ok. Mas continuando a criticar o quadribol, além dos batedores... Com uma privada capacidade de pensamento há os apanhadores... Sinceramente, só mesmo sendo muito idiota pra procurar uma bolinha deste tamanho e comemorar quando encontram...

-Sim... Ok, mas os esportes dos trouxas imitaram nosso quadribol. Batedores no beisebol, artilheiros e goleiros do futebol e apanhadores do voleibol. – disse Jorge, apontando as páginas da revista. E, além disso, - continuou – esses caras não tem potencial pra jogar... Eles são magros e...

-Nada a ver! Olha esse cara aqui, joga pela Inglaterra... David Beckham. Ele é um gato!

-Não mesmo... Prefiro a ex-jogadora dos Wimbourne Wasps, Joanne Johnson, ela é muito linda até hoje! Aliás, ela é mãe da va... Angelina. – Hermione sorriu. Mas seu sorriso esmaeceu depois que Jorge soltou outra risada. Ele percebeu o movimento e parou de sorrir. – Hermione, escuta...

-Não, Jorge, por favor... – disse Hermione. Estremeceu ao perceber que Sophie havia acordado apesar de estar de costas para ela. Aquilo ainda assustava a ambas, mas era o jeito. Hermione percebeu que Sophie estava ouvindo a conversa e fingia que estava dormindo. Jorge disse:

-Cara, é difícil conversar contigo... Eu não vou te agarrar, só quero falar com você... Sobre a carta.

-Jorge... Eu ainda preciso de um tempinho pra refletir sobre aquela carta... Mas eu prometo que antes de voltarmos você já vai saber minha opinião. - “Isso aí, garota!” “Sophie?” “É, eu descobri que posso falar contigo sem ser em voz alta... Quero conversar com você depois ok?” “Então ta, mas o Jorge deve estar estranhando esse silêncio todo”.

-Já refletiu?

-Não, né? Dããã... É que eu tava meio que... Conversando com a minha consciência.

-Ah ta... E sua consciência disse o que?

-Disse que era pra eu ler mais uma vez a carta e relaxar... Há mensagens subliminares nela.

-Ok, então eu entendo. Mas eu vou cobrar hein?


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Sophie abriu as portas da mansão, e todos entraram maravilhados. A mansão Ballin tinha um jardim com rosas, margaridas, narcisos, lírios e orquídeas, na fachada do grande portão de ferro havia o emblema da família, um beija-flor pousado em uma orquídea. Na frente da casa havia colunas jônicas, e uma senhora que aparentava ter cerca de setenta anos estava parada, com um bando de criados à espera do grupo.

-Oi, mamãe! Gente, essa é minha mãe, Ranieri Ballin. Mãe, esses são os alunos e aqui o Draco. – o garoto adiantou-se sem jeito, e disse:

-Ah, titia há quanto tempo!

-Isso mesmo... Mas os garotos devem estar cansados, conversaremos mais à vontade depois... Vocês trouxeram roupa de banho? Temos um lago aqui, vocês podem trocar de roupa, os criados providenciarão isso. Se não tiverem roupa de banho posso conseguir. Estão com fome? Qualquer coisa que quiserem podem pedir, não se acanhem, podem falar comigo ou com a Sophie. – a senhora nem parecia que estava doente, exalava jovialidade e ela conquistou rapidamente todos do grupo. Lupin, Tonks e Sophie foram providenciar os quartos juntamente com mais dois criados, enquanto cinco ficaram à disposição dos garotos. Hermione tinha levado dois biquínis, emprestou um a Gina e foram se trocar. O banheiro era imenso, e as garotas estavam maravilhadas. Gina comentou:

-Nossa! Esse banheiro é maior do que minha casa inteira! Mas Hermioneee...

-Nem precisa dizer Gina. Espera eu trocar de roupa e te conto tudo. – trancou-se em um Box e vestiu o biquíni. Logo depois saiu, ele era preto com linhas cor-de-rosa e tinha algumas flores costuradas. Olhou-se no espelho e percebeu que estava em forma. Gina saiu, envergonhada com um biquíni de cintura baixa e top. Olhando com cara feia para o espelho disse:

-Aaargh! Gente, eu engordei!

-Engordou nada, Gi... Você ta com um corpo lindo.

-Fácil pra você falar... Com esse corpaço que até o necessitado do Snape quer... Bem que todo o mundo diz isso: você mudou muito desde o segundo ano, Mione...

-Nada a ver... Eu queria ter o corpo de um elefante obeso se soubesse disso... Anda, vamos sair.

-Não mesmo, senhorita Granger. Você tem que me dar alguma coisa pra vestir, estou me sentindo tão... Exposta!

-Nada a ver, ta linda. Vamos!

-Ah, entendo por que você ta querendo sair assim tão rápido! Quer ver como ficam o Jorge e o Draco de calção... Acha que eu não sei? Anda, conte-me todo, não me esconda nada!

-Ok. Foi o seguinte. Ficamos jogando videogame nós três. – Hermione estava decidida a não contar para ninguém sobre sua ligação com Sophie. – Então a Sophie dormiu, e então... Ah, depois eu te conto, ainda tenho uma coisa pra resolver. – disse Hermione, puxando Gina pelo braço e saindo. Os garotos estavam já dentro do lago e elas pularam na água. Draco puxou Hermione para um canto e disse:

-Ta legal, eu sei que você sabe que eu fiquei morrendo de ciúmes o tempo todo... Mas o Jorge não fez nada? Eu tava preocupado.

-Ótimo, porque assim a gente pode conversar... Draco, que história é essa de carta? Por que você nunca me contou?

-Ah, eu prometo que de noite eu te entrego... Foi a Sophie, não foi? Ela...

-Não, eu descobri sozinha... A Sophie apenas pediu que eu não me irritasse contigo... Ela sabia que você estava inseguro – e ainda está.

-Ok, eu admito... Mas agora vamos aproveitar que ninguém ta olhando... – disse Draco, pegando-a pela cintura.

-Sim, vamos aproveitar... Pra voltar de fininho! – disse Hermione, nadando de volta ao grupo. Sophie olhou para ela e Hermione percebeu que a garota havia ouvido a conversa. “Cara, o que ta acontecendo com a gente?” perguntou, mas não obteve resposta. Ao que parecia, Sophie estava conversando com Fred sobre algo que parecia ser a coisa mais importante do mundo. Viu Gina sentando-se em uma cadeira e tomando uma cerveja amanteigada. Juntou-se a ela e perguntou:

-Gi, que houve? Por que você saiu, a água ta uma delícia!

-Ah, Mione... Sei lá... Dá uma olhada... Você, o Draco e o Jorge... O Rony e a Mina sumiram. Harry e Vianne estão ali naquele canto. Lupin e Tonks, dentro da casa... Mas, e eu? Nossa, eu to me sentindo deslocada, sabe, desde que o Taylor sumiu...

-Gi, segura a onda...

-E o pior! Cara, eu reconheço que quando percebi que alguns garotos caíam de quatro por mim eu exagerei... Tive muitos namorados, você sabe... Mas algum assim, que nem o Taylor era só em sonho. Ele era que nem eu, um cara bonito que não tinha compromisso com ninguém... Quando a gente começou a namorar eu percebi que era de verdade... A gente brigava muito por besteira, você mesma viu... E depois de amanhã a gente faria quatro meses de namoro... – Hermione percebeu as lágrimas rolando pelo rosto da amiga. Abraçou-a e disse:

-Gi, escuta. O Taylor sumiu, mas eu acho que ele não deve querer que você fique assim...

-Sabe Mione... Eu sempre fui romântica... Ele foi o único cara que eu disse “eu te amo”... Isso foi na véspera de... De...

-Ah, Gi, não fica assim... Eu prometo que, se o Taylor estiver bem a gente encontra ele ok?

-Ta... Mas Mi... Deixa eu te dizer uma coisa. – disse Gina, se levantando. – quem chegar por último na água é um grindylow! – saíram correndo e se jogaram. Todos ficaram na água durante mais ou menos duas horas, até que o tempo começou a esfriar. Tonks e Lupin os esperavam em um saguão. Este era adornado com quadros de belas e elegantes mulheres e homens de terno e bengala. As pinturas fizeram pequenas mesuras para todos, e Lupin disse:

-Bom, não queremos incomodar a Sra. Ballin então ocuparemos apenas quatro quartos. Sophie nos disse que pode dividir seu quarto com Gina e Hermione; Mina, Vianne e Tonks ficarão no quarto ao fim do corredor do segundo andar, com porta branca. Na outra ponta do corredor ficaremos eu, Rony e Harry em um quarto, e Jorge, Fred e Draco no outro.

-Meninas, venham comigo... Vou mostrar os quartos e vocês poderão tomar banho, tem dois banheiros em cada quarto. Nossas coisas já estão lá. – enquanto subiam pela escada larga cujo corrimão branco dava uma impressão de extrema limpeza. Alguns criados estenderam sacolas para todas, e chegaram ao primeiro quarto, o de hóspedes. As garotas suspiraram, o quarto era lindo. Tinha uma decoração maravilhosa: três camas de colunas com cortinas de veludo decorado com vários tons de azul e as paredes tinham um tom azul celeste. As camas estavam forradas com uma colcha branca com detalhes azuis e pretos. As garotas ficaram maravilhadas, e logo Mina e Vianne escolheram suas camas. Tonks ficaria com a cama que era mais próxima da porta, e Sophie foi mostrar o quarto para Gina e Hermione. Era muito parecido com o outro, mas era decorado em tons verdes e tinha detalhes a mais, como fotos e bichinhos de pelúcia. Sophie ficou com uma cama cuja cortina tinha um S floreado; Hermione e Gina ficaram com duas camas, uma em cada canto. Sophie mostrou-lhes os dois banheiros, um grande e outro menor. No maior havia uma banheira tipo jacuzzi, com lugar para quatro. Nos dois havia banheiras luxuosas individuais, com torneiras que soltavam água quente, água fria e bolhas. Sophie disse que iria arrumar algumas coisas, e Hermione e Gina foram tomar banho. Hermione ficou no banheiro maior, e enquanto a banheira enchia ficou pensando em tudo o que lhe acontecera até então. Sentiu arrepios ao lembrar que Draco lhe daria uma resposta esta noite, e tentou relaxar. Tudo bem, não pode ser tão ruim assim saber que meu namorado sentiu uma crise de ciúmes e escondeu uma carta de um admirador nada secreto com o qual eu já fiquei... É, não pode ser tão ruim, pensou enquanto se despia e entrava na água quente. Logo mais saberia que estava enganada.


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