A Novela Mexicana

PDV Pallas

- Docinho, meu amor, você esta bem? – eu estava deitada no chão, minha cabeça apoiada nas pernas de Apolo.

- Apolo, eu tive um sonho muito doido, você me pediu em casamento e disse que me amava, da para acreditar? Como se você, um dos deuses solteiros mais cobiçados fosse se apaixonar por... – eu parei de falar assim que vi a expressão triste em seu rosto, uma compaixão enorme invadiu meu peito e eu tive vontade de chorar. Algo que eu dissera com certeza deixara Apolo triste... – Pena que foi só sonho, se alguém lindo e fofo como você me pedisse em casamento eu teria um treco, acho até que seria capaz de desmaiar.

- Mas foi o que aconteceu. Eu te pedi em casamento e você desmaiou, nem me disse se aceitava ou não- O rosto dele se iluminou com a possibilidade de eu aceitar aquela proposta incrivelmente louca e irresponsável.

   - Apolo, não podemos nos casar, sou jovem demais e você... Apolo, libertinos nunca mudam e eu não quero passar meus dias confinada no seu castelo imaginando se você esta com outra... – eu passei minha mão por seu rosto de forma carinhosa. – Confiança é à base de um relacionamento, o amor é o topo. Eu o amo demais, muito mesmo, pena que eu não confio em você. – eu me levantei e saí andando.

    Apolo não me seguiu, ele nem se quer saiu do lugar. Eu me virei uma, duas, três vezes para olhá-lo. Seu rosto estava branco e seus olhos marejados, aquilo foi o suficiente para eu me sentir horrível e sair correndo de lá.

    “Pode não confiar em mim... Mas confio em você o suficiente por nós dois” eu ouvi ecoar em minha mente a voz dele. Maldita carimbagem!

***

   PDV Methalia

       - Dormiu bem gatuna? – eu me virei e me encontrei no meio dos quentes braços de Hermes.

        - Muito bem, obrigada. – eu sorri e me espreguicei, eu realmente parecia uma gatinha presa naquele abraço, como quando aqueles filhotinhos travessos se enroscam todos na lã.

         Eu olhei preocupada para os lados e quando eu não achei Nikki em lugar nenhum fiquei muito preocupada.

      - Relaxe, ela esta segura, esta com Eros. – ele disse com uma calma que chegava a estressar, minha amiga estava com um deus safado do amor e ele dizia que ela estava segura?

      - Desde quando estar nos braços de um safado e estar segura? – eu o encarei irritada. Maldita TPM.

       - Esta nos meus braços agora. – ele sorriu malicioso. – Se sente ameaçada? – ele fez cócegas em mim e eu comecei a rir.

       - Nem um pouco.

        - Viu só? Nikki e Eros estão bem, por que eu e você não vamos dar um passeio? – ele sugeriu seu sorriso não era mais malicioso, seu sorriso era apenas um sorriso torto e lindo daquela que faz você suspirar por horas e horas.

        - Okay, mas nada de graçinhas. Entendeu? – ele assentiu inocentemente e eu sorri. – Vamos?

         - Claro. – ele se levantou e me puxou junto. – O que acha de roubarmos alguma coisa daquela loja de conveniências perto da estrada?

          - Pode ser. – nós saímos andando em direção a estrada.

***

PDV Pallas

      Como eu pude ser tão cruel com ele? Ele disse que me amava, quis casar comigo e tudo que eu fiz foi pisar nele outra vez. Pallas você é uma idiota!

       - Ela era tão pequena, muito linda mesmo. – eu ouvi a voz de um homem lá dentro, uma voz estranhamente familiar para mim.

       - E ela era briguenta desde pequena? – Alex perguntou

       - Muito. – ele riu

       Nessa hora eu invadi a cabana e soquei o rosto do homem.

        - Quem é você?! – eu perguntei, ou melhor, eu gritei para ele.

         - Pallas- os olhos dele brilharam, cheios de afeto e admiração. – Sou eu, não se lembra de mim.

         - Desculpe, eu não lembro.

         - Sou Dimitrius Stoianov, sou seu pai. – ele me abraçou e eu permaneci imóvel. Eu tinha um pai? Ele não havia morrido? Ou merda! Artemis tem que me dar algumas explicações. Algumas não. Muitas explicações.

        - Olha, meu pai morreu há muito tempo, foi a Art... – eu me soltei dele- Ela mentiu! Eu não acredito que Artemis conseguiu me enganar de novo.

         - Ela enganou a todos nós doch´. – eu o olhei como se fosse louco, o que ele acabara de falar? Eu já ouvira aquilo em algum lugar.

          - O que você acabou de falar?

          - doch´ significa filha em russo. – ele me abraçou de novo e eu senti meu estomago revirar, era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Primeiro me pediam em casamento e depois eu descubro que meu pai não morreu.

        - Eu preciso de ar. – eu coloquei a cabeça para fora da cabana, mas percebi que nem aquilo funcionava. – Nunca pensei que fosse dizer isso. Mas eu preciso do Apolo. Se me der licença Senhor Stoianov, digo Dimitrius, quer dizer pai, eu preciso do meu sol particular.

        - Claro doch´.

        - Não me chama assim, por favor. – eu encarei os olhos azuis e tristes dele. – É só eu me acostumar com a idéia, certo?

         -Certo. – ele deu um meio sorriso.

         Eu saí da cabana em direção a o lugar onde eu havia deixado Apolo, para a minha surpresa ele não estava mais lá. No lugar dele havia apenas um pedaço de papel rasgado, sujo e todo amassado. Meu coração deu um pulo quando eu li a mensagem. Por Nix, o que eu havia feito?!

      “Fui para o castelo do sol, vai ser melhor para eu ficar longe de você, não será mais fácil, mas com certeza será bom para nós, quer dizer, para mim e para você. A saudade aumenta todos os amores e acalanta a todos os corações.

                                                                            Eternamente seu”

***

PDV Artemis (bônus)

                O que?! Não podia ser. Maldição, o que ela tinha naquela cabeça oca e vermelha dela?

            - Por que está tão brava? Artemis querida. – ela sorriu inocentemente e se sentou ao meu lado.

             - Qual é o seu problema Aphrodite? Diga-me, o que você tem nessa sua cabeça? Só produtos de beleza? – eu cerrei os punhos.

             - Está falando do romance entre Pallas e Apolo? – ela riu. – Achei que seria um pouquinho interessante finalmente tirar Apolo do grupo dos solteiros.

             - Não vim aqui falar de minha filha e de meu irmão estúpido. Eu fim falar do meu Dimitrius, digo Dimitrius e aquela bastarda do Apolo, ou você acha que eu já não percebi que aquilo ira dar namoro?

              - Ciúmes? Pureza em deusa – ela perguntou, eu odeio quando ela me chama de pureza em deusa.

               - De forma alguma, eu só acho que...

               - Eu achei que seria ótimo, e a TV de Hefesto concordou. – ela assentiu feliz. – Eu só achei que seria interessante fazer o seu ex-peguete...

               - Mas respeito quando for falar de Dimitrius, ele é um protegido meu.

               - Certo, eu só achei que seria interessante fazê-lo se apaixonar pela filha de Apolo. – ela riu. – Imagine só, Sua filha se casar com o pai da mulher que se casou com o pai dela?

              - Você me paga Aphrodite, você e essa tal de Alexa. – eu levantei irritada. – Aí dela se cair de amores pelo meu... Digo, pelo Dimitrius, aí dela.

               - Acho que alguém aqui ainda está apaixonada pelo ex.

               - Cale a sua maldita boca! – eu gritei e fui embora para o acampamento das caçadoras.