“ANDA LOGO!” Blaise gritava para Draco, pois naquela manhã de segunda feira eles haviam perdido à hora e chegariam atrasados na aula de poções. Eles corriam em direção as masmorras, Draco subitamente parou de correr. “O que foi?! Estamos atrasados Draco, não é hora para dar uma paradinha!”

“Droga esqueci meu livro, vai indo que eu já vou, já estamos atrasados mesmo.” Ele deu as costas para o amigo e saiu em disparada de volta para o dormitório. Ele passava correndo em frente à sala de DCAT, quando a porta repentinamente se abriu, e ele chocou-se com tanta velocidade na porta que caiu de costas, sentindo um liquido quente escorrer do seu nariz. Ele sentou-se no chão segurando o nariz que sangrava. Pronto para proferir alguns xingamentos,

“Mais que droga, por que você...” Suas palavras morreram em sua boca quando ele olhou para cima e viu a pessoa que abriu a porta. “Pelas barbas de Merlin! O que você faz aqui?!” Draco estava incrédulo em ver a pessoa a sua frente.

“Sou o professor substituto de Defesa contra as Artes das Trevas.” A voz grave de Vitor Krum se fez ouvir com sua habitual expressão carrancuda. Ele segurou a mão de Draco ajudando a levantá-lo.

“Achei que fosse apenas jogador de Quadribol.”

“E sou, mas estamos fora de temporada e a diretora McGonagall me ofereceu essa oportunidade temporária.” Ele falava normalmente sem dificuldades para se adaptar a língua.

Draco sem saber o que pensar apenas desejou boa sorte.

“Boa sorte então, eu tenho que ir agora.” Ele saiu correndo novamente.

“Malfoy espere, o seu nariz...” Krum não terminou de falar, pois Draco já havia virado o corredor.

Draco corria de volta para o dormitório, quando mais uma vez se chocou com algo em seu caminho.

“Droga, será possível que...” Mais uma vez ele se calou.

“Por que você não olha por onde anda Malfoy?!” Hermione estava diante dele recolhendo alguns livros que ela deixou cair. Sua expressão era de raiva, Draco sentia como se eles tivessem voltado no tempo, quando ele provocava-a e ela ficava com raiva.

“Hermione? Quando foi que chegou aqui?” Ele estava muito feliz por vê-la, e dessa vez ela não era um fantasma que somente ele podia ver, mas sim a Hermione de carne e osso que ele sempre conheceu.

“Cheguei ontem à noite.” Ela já ia embora quando Draco a segurou pelo braço.

“Que pressa é essa, você nem ao menos vai falar comigo direito?” Ele sem entender por que ela estava agindo daquela maneira fria e indiferente com ele.

“E por que eu falaria direito com você? Você praticamente quase me matou primeiro com aquela historia de fingirmos um namoro e depois você rouba meu corpo, me expondo a uma batalha interna no St Mungus, sem contar que carregou meus amigos nessa loucura.” Mais uma vez raiva. Agora ele não entendia mais nada.

“Hermione...” Ela o olhou descrente do que acabará de ouvir.

“Pra você é Granger.”

“O que? Mas por que e quanto a tudo o que vivemos?” Ele não sabia por que estava falando aquilo agora, ele tinha perdido o que ainda lhe restava de orgulho próprio.

“Tudo o que?”

“Durante esse mês inteiro. Aqui em Hogwarts.” Ele falava aquilo com tanta convicção.

“Ou você é louco, ou realmente gosta de apelar para imaginação. Malfoy eu nunca sai daquele hospital por durante um mês inteiro.” Ela explicava ainda perdendo a paciência com ele.

“Você estava aqui comigo, não sou louco. Se tem alguma louca aqui é você. Acabou de voltar e já está tendo ataques de humor. Não seja tão sangue ruim.” Ele cuspiu as últimas palavras como se elas o queimassem por dentro.

Hermione não pensou duas vezes antes de lhe acertar em cheio um tapa na cara.

“Nunca mais me chame assim, eu não vou mais tolerar seus insultos Malfoy, já os aturei por muito tempo. E fique longe de mim.” Ela deu as costas a ele e saiu andando rápido o largando naquele corredor sozinho.

Ele realmente não estava entendo o que acabou de acontecer, como assim ele era louco? Ele nunca poderia imaginar tudo aquilo. Por que ela não se lembrava?! E por que o tratou daquela maneira. Pela primeira vez na vida ele sentiu ódio dela de verdade. Estava se sentindo como um brinquedo descartável, quer dizer que agora ela não queria mais e seria assim? Ela estava enganada, ele não iria correr atrás dela, mas ao contrario, e ela que faça o que quiser fazer. Ele pensava enquanto ainda estava parado naquele corredor. Decidiu ir à enfermaria, precisava concertar o nariz e como se não bastasse isso ele ainda sentia o peso da mão de Hermione lhe queimar.

Na sala de poções todos já misturavam alguns ingredientes. Todos em silêncio e o professor Slugorn, andava pela sala verificando os caldeirões. Harry e Rony estavam fazendo uma poção, quando Rony cochichou para o amigo:

“Harry? A Hermione não disse que viria pra aula?! Ela está pra lá de atrasada.”

“Eu sei disso, acho que aconteceu alguma coisa.” Assim que Harry terminou a porta da sala se abriu com um estrondo, todos olharam para ver quem era a louca ou louco que ousava fazer tamanha cena durante a aula. O que eles não imaginavam era ver Pansy Parkinson, entrando na maior cara de pau, como se ela estivesse em uma festa.

“Senhorita Parkinson está atrasada.” O professor a advertiu. “Menos 10 pontos para Sonserina.” Ele completou.

Antes que alguém pudesse comentar alguma coisa a porta novamente se abriu e uma Hermione visivelmente irritada entrou, para chamar mais atenção só faltava ela sair chutando tudo o que estivesse em sua frente. Ela andou até  a mesa onde seus amigos estavam, jogou a mochila no chão e os livros sobre a mesa e finalmente bufou de raiva.

Os garotos receosos em perguntar alguma coisa ficaram olhando pra ela.

“Eu estou bem, foi só um probleminha no corredor.” Vendo que os amigos ainda a encaravam sem entender nada bufou mais uma vez.

“Quer falar sobre isso?” Harry colocou a mão no ombro da amiga.

“Não, eu não quero. Agora não fale mais assim porque faz parecer que é meu analista.” Ela revirou os olhos. Em sua mente ela pensava que o dia realmente não estava indo bem. Devo ter colado chiclete na varinha de Merlin! Isso é castigo, não é?! Ela pensava enquanto começava a preparar a poção.

“Senhorita Granger está atrasada também, menos 10 pontos para a Grifinória.”

Durante o decorrer da aula o professor foi até o caldeirão de Hermione ver como ela estava se saindo. Ela havia colocado um ingrediente errado em sua poção, que ao invés de ficar na cor laranja, estava verde limão.

“Realmente meu dia começou da pior maneira.” Ela analisava a poção comparando-a ao seu dia até ali.

“Senhorita Granger, estou muito feliz em vê-la de volta a Hogwarts.” Ele dava um sorrisinho para ela.

“Obrigada professor.” Ela nem se quer olhou para ele.

“Está tudo bem?” Ela ia responder quando ele completou a pergunta. “Com a poção sabe? Não que eu não me preocupe com você, é só que não é da minha conta.”

“Claro professor minha vida não é da sua conta, mas está tudo bem, já a poção não posso dizer o mesmo.” Ela agora limpava o caldeirão daquela poção mal feita.

A aula finalmente acabou e o trio saiu caminhando.

“Aula livre, é ótimo.” Rony estava todo feliz. “Vamos até o jardim?” Ele perguntou aos amigos.

“Vou falar com a Gina primeiro.” Harry disse indo em outra direção.

“Hermione?”

“Tenho que ir a biblioteca, estou com muito trabalho acumulado, deixa pra próxima.” Ela também foi para outra direção deixando o garoto sozinho.

Ele foi caminhando, até o jardim, quando encontrou Luna procurando algo em um arbusto.

“Luna?”

“O que?” Ela estava abaixada procurando algo entre os galhos. “Ah é você, Oi Rony.” Ela levantou-se para cumprimentá-lo, Luna estava usando os seus óculos especiais.

“Oi, o que você está fazendo aí?”

“Estou procurando um zomzóbulo, achei ter visto um por aqui.” Rony mesmo sabendo que aquilo era bobeira não se conteve.

“Quer ajuda?”

“Seria ótimo, mas eu acho que ele já se foi. E você o que está fazendo?”

“Tempo livre.”

“Eu também. Quer dar uma volta.”

“Claro, seria ótimo. E então você e o Simas, como estão?”

“Como assim Simas e eu somos amigos.” Ela dizia naturalmente.

“Bom, sei lá, achei que vocês estavam tendo algo a mais.”

“Achou errado.” Ela ria da hipótese de Rony. “E você está com alguém?” Ele ficou um pouco vermelho como já era de costume, ele nem sabia por que estava conversando sobre essas coisas com Luna.

“Bem, no momento não.” Ele encarou o chão por alguns segundos, pensativo.

“Ainda gosta dela?”

“Sim, mas ela apenas me vê como um amigo.”

“Sinto muito por não terem dado certo.” Ela passou a mão pelo braço do amigo, em uma forma de reconfortá-lo.

“Tudo bem, as coisas quando tem que acontecer simplesmente acontece.” Ele olhou para a amiga.

“Boa forma de ver essa situação.”

“Pois é.”

Eles caminharam pelo jardim até voltarem para o castelo onde teriam mais aulas. Havia um tumulto na porta do Salão principal.

Rony e Luna foram ver o que estava acontecendo. Viram Simas no meio daquela bagunça e resolveram perguntar o que estava havendo.

“Hey Simas!” Rony chamou sua atenção. “O que está acontecendo aqui?!”

“Rony minha nossa, você não vai acreditar no que aconteceu aqui.” Ele queria fazer mistério.

“O que fala logo.”

“Sua irmã pegou no tapa com a Pansy!” Assim que ele terminou de falar, Rony ficou branco feito papel.

“Como assim?!”

“Parece que a Parkinson tava tirando vantagem com umas garotas da Sonserina, sobre quase ter matado a Hermione e ainda assim voltar pra Hogwarts. A Gina ouviu tudo e voou em cima da garota.”

“Pelas calças de Merlin! Mamãe vai matar a Gina! Luna você acredita... Luna cadê você?” Luna tinha sumido no meio dos outros alunos que estavam ali fazendo tumulto.

Rony adentrou mais ao tumulto para ver se encontrava sua irmã e também sua amiga. Quando avistou Gina toda descabelada sendo detida por Harry.

“Gina o que foi que você fez?!” Ele a advertia mais do que perguntava.

“Ora, o que tinha que ser feito, acabei com a Parkinson.” Ela tinha um sorriso de vitoria.

“Eu não acredito, mamãe vai matar você, e depois vai me matar por ter permitido isso.” Ele começava a se descabelar. Gina deu um tapa no irmão para acabar com aquele ataque histérico.

“RONY CALA A BOCA!” O garoto não falou mais nada depois disso. “Alguém viu a Hermione?!” Ela erguia a cabeça entre as pessoas para ver se podia vê-la. “Harry me pega, quero ver se a encontro.”

“Pegar?!” ele ficou meio atônito.

“Erga-me! O que achou que fosse?” ela revirava os olhos imaginando o que se passava na cabeça dele.

“Nada.” Ele pegou Gina erguendo-a para que ela pudesse ver acima de todos. “A vista?”

“Não. Coloque-me no chão, tenho que ir pra aula. Se a virem digam de nada!” Ela piscou para os garotos e saiu pra aula.

“Como ela consegue?” Harry perguntou curioso vendo-a sumir no meio da confusão.

“Não faço a menor idéia.” Rony respondeu ainda em estado de besta.

Aquela segunda-feira parecia mais uma sexta-feira treze. Hermione que o diga, depois de se matar de tanto estudar, ela foi para a torre da Grifinória, tirar uma historia a limpo com Gina. Assim que passou pelo retrato da mulher gorda, ela a encontrou sentada em uma das poltronas, ela tentava ouvir uma música no rádio. Como ainda era cedo para os alunos voltarem, a sala estava deserta.

“Ginevra Molly Weasley que historia foi essa de você sair no tapa com aquela louca?” Hermione perguntava em pé com os braços cruzados no peito, parada em frente a amiga.

“Ah, você já soube.” Ela sorriu na maior cara lavada.

“A escola inteira já sabe, às vezes me pergunto se isso é uma escola, ou uma revista de fofoca.” Ela bufava enquanto sentava-se ao lado da amiga.

“Acho que é um pouco dos dois.” Gina observava a expressão de Hermione. “Que foi que te aconteceu, você está horrível.”

“Não foi nada.” Hermione respondia sem dar atenção a amiga.

“Sei, a McGonagall também tem uma vida sexual ativa.” Gina disse aquilo pra ver se chamava a atenção da garota.

“McGonagall é  o que?” Ela perguntou sem entender sobre o que estavam falando.

“Hermione se você acha que pode esconder algo de mim está muito enganada, é melhor dizer logo o que aconteceu.” Gina olhava séria pra Hermione esperando que ela começasse a falar.

“Merlin! Não consigo esconder nada de você, está bem eu falo. Eu dei um chega pra lá no Malfoy hoje logo pela manhã.”

“Você o que?! Por que fez isso com o coitado?”

“Porque ele é um idiota. Só me colocou em enrascadas desde que tentamos nos dar melhor. Tudo isso foi um grande e enorme erro.”

“Hermione, ele mudou sabia? Você tinha que ver a preocupação dele com você, e o medo então de perder? Você precisava ver como ele ficou quando voltamos do seu resgate. O garoto só faltava dar uma festa de tão feliz que estava.” Ela encarava Hermione.

“Gina você tem que entender que o Malfoy e eu nunca, mas nunca mesmo tivemos algo, tudo não passou de uma farsa para nos livrarmos daquela louca esquisita.”

“Como assim uma farsa?” Gina não acreditava no que acabou de ouvir. “O problema é que ele gosta de você de verdade.”

“Não, ele não gosta, agora pare já de inventar caraminholas.”

“Não são caraminholas, são verdades. E não duvido nada que você o am...” Ela ia terminar a frase quando Hermione interferiu.

“Não ouse terminar essa frase Gina.” Ela levantou-se irritada.

“Está vendo, você não agüenta ouvir umas verdades, você o ama. Aceite! Isso é um fato Hermione.” Ela também se levantou.

“Droga Gina, não diga bobagens! HUMPF!!” Ela sentou-se novamente irritada.

“Hermione, você está horrível, precisa extravasar.” Ela agora tinha um sorriso maroto no rosto, ela estava tendo mais uma de suas idéias para extravasar.

“Gina, por favor, não me diga que está tendo uma de suas idéias de louca.” Hermione revirava os olhos ao perceber que a garota confirmava com a cabeça.

“Ouça com muita atenção, a minha idéia super genial.” Gina gargalhou com a nova idéia.

“Merlin me proteja das loucuras dessa garota maluca.” Hermione suplicava antes de Gina contar o seu plano.

Ela aumentou o som, para finalmente ouvirem a canção. As irmãs esquisitonas tocavam seu famoso sucesso - Do The Hippogriff.