Always By Your Side escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 4
Capítulo 4 - Desespero




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Duas semanas depois...

Era tarde de domingo. Carlisle e Esme estavam sentados na varanda. Carlisle lia um livro de contos infantis para Anabelle, que estava deitada na rede.

– Tio – a garotinha o chama.

– Fala, meu anjo – Carlisle responde com carinho.

– Nunca mais vou poder enxergar? – questiona, com a voz chorosa.

Esme senta-se na rede e a puxa para seu colo. Em seguida a enche de beijos.

– Vai sim, meu anjo, iremos lutar juntos para que isso aconteça. – Carlisle lhe assegura.

– Eu quero poder ver você, a tia Esme e o Jazz.

A garotinha leva suas mãozinhas ao rosto de Esme e percorre cada traço. Essa é sua forma atual de vê as coisas, as tacando, as sentindo.

Esme segura as mãozinhas de Anabelle e as beija.

– Também quero muito poder ver a Alice de novo. É o que mais sinto falta – ela revela, com os olhinhos marejados de lágrimas.

– Eu sei que sente, querida. – Esme fala abraçando-a.

– Oi – Alice os cumprimenta ao chegar à varanda.

– Oi, querida – Esme e Carlisle respondem ao mesmo tempo.

– Alice! Alice! – Anabelle a chama.

– Oi minha florzinha – Alice fala ao sentar-se no chão ao lado da rede, e beija os pezinhos de Anabelle, que estavam calçados com meias.

– Ai, que chulé – brincou Alice.

– Eu não tenho chulé – a garotinha responde e todos riem.

– Tio posso ir com Anabelle na pracinha?

– Claro que pode. Não vou te pedir para ter cuidado com ela, porque isso eu sei que tem de sobra. – Carlisle responde.

– Obrigado tio – agradeceu Alice.

– Vamos florzinha – Alice a chama ao ajudá-la sair do colo de Esme.

– Alice, eu vou sair só de meias? Sem sapatos? – a garotinha fala ao levantar o pezinho para a irmã ver.

– Ah é, que cabeça a minha.

Ela pegou os tênis all star, xadrez branco com lilás, que estava embaixo da rede e põe nos pés da irmã, enquanto ela se apóia em Alice para não cair.

– Pronto florzinha, agora já podemos ir – fala ao ficar de pé e segurar a mão de Anabelle.

– Tchau tio, tchau tia – ambas se despedem.

– Não querem que eu as leve de carro? – Carlisle pergunta.

– Ah, tudo bem então – Alice aceita a carona do tio.

Carlisle vai até a garagem e tira o carro. Alice põe Anabelle na cadeirinha de segurança e senta ao lado dela. Esme, ao lado de Carlisle.

– Tia, você vai para a pracinha também? – a garotinha questiona ao ouvir a voz da tia dentro do carro.

– Não minha linda, nós vamos deixar vocês na pracinha e depois vamos fazer compras no mercado.

– Ah tá! Você traz um chocolate para mim? – ela questiona.

– Trago, sim – Esme responde.

– E para Alice também? – questiona mais uma vez.

– Para Alice também, meu amor, não se preocupe.

[...]

Alguns minutos depois, Carlisle as deixou na pracinha que fica a algumas quadras de sua casa. Havia um parquinho lá e tinha algumas crianças brincando.

– Alice quando quiser voltar, me ligue que venho buscá-las.

– Tá tio, pode deixar. Tchau, e, obrigada.

– Tchau. Tenham cuidado.

Alice anda com Anabelle segurando em sua mão, e sempre lhe dizendo onde não pisar e descrevendo as coisas para ela.

– Florzinha você quer brincar no balanço?

– Quero sim, mas não balança com força porque me dá medo – a garotinha fala apertando a mão da irmã.

– Tudo bem, eu balanço bem devagar – Alice a pega e põe sentada no balanço.

– Pronta?

– Sim! – a garotinha responde feliz.

Alice começa a balançá-la devagar exatamente como ela pediu.

– Estou balançando com força?

– Não, está bom assim.

Depois do balanço, Alice a leva para o escorrega. Ajudou subir e quando ela estava sentada, deu a volta para recebê-la. A garotinha desceu, sorrindo, o que fez com que a irmãe também sorrisse.

– Alice, eu quero ir outra vez – ela falou e já saiu andando, para onde achava ser o local por onde subiu, e acabou caindo após esbarrar em um garotinho que jogava bola.

– Anabelle! – Alice grita, preocupada.

– Alice... – a garotinha choramingou.

Alice imediatamente correu para ajudá-la.

– Estou aqui florzinha, não tenha medo – falou ao ajudá-la ficar de pé. – Está tudo bem? Você se machucou? Tá doendo alguma coisa? – falou sem parar.

– Não, estou bem.

Alice viu as mãozinhas da irmã sujas de areia e as limpou nas suas.

– Eu estou com sede – a garotinha informa.

– Tudo bem, vamos à lanchonete que eu compro água e sorvete.

– Obá! – a garotinha grita. Alice sorrir.

Alice vai à lanchonete levando Anabelle consigo. Mas estava de fila para comprar o sorvete. Então decidiu deixar a irmãzinha sentada no banquinho de frente para onde ela iria.

– Florzinha fica sentadinha aqui, que vou lá pegar tá? É logo aqui de frente, não tenha medo estou de olho em você. Qualquer coisa grita que venho correndo.

A garotinha apenas assentiu.

Alice deixou Anabelle sentada no banquinho em frente à lanchonete e foi pegar a água e o sorvete.

Anabelle estava senta balançando os pezinhos para frente e para trás, quando foi surpreendida por um grupinho de quatro crianças, de aparentemente oito, nove anos de idade.

– Ei, menina, é verdade que você não enxerga nada? – uma das meninas questiona com hostilidade.

Anabelle nada respondeu.

– Você também é muda? – outra criança pergunta. Em seguida sentasse no banco e começa empurrar Anabelle com o corpo.

Anabelle ficou de pé e tropeçou em algo que fez com que ela caísse de bubum no chão. As meninas começam a rir.

– Parem! – Anabelle gritou chorosa.

– Ela não é muda, é só cega. – a menina afirma.

Anabelle começou a chorar e saiu andando sozinha, sem saber para que lado estava indo. Chegou a cair algumas vezes.

Os únicos momentos em que Alice desviou os olhos de onde a irmã estava foi na hora de escolher o sorvete.

Ela voltou com uma garrafinha de água mineral e dois sorvetes, um de ameixa e o de morango, preferido de Anabelle.

Alice sentiu seu coração gelar dentro do peito quando não a viu sentada no banquinho. Começou a olhar desesperadamente de um lado para o outro.

– Anabelle! – ela gritou e deixou os sorvetes caírem no chão. – Não faz isso florzinha. Se estiver brincando comigo não têm graça. Aparece, por favor – Alice falava sozinha enquanto ia de um lado para outro. – Anabelle! – mais uma vez ela grita em desespero.

Então decidiu perguntar para as pessoas, se alguém a tinha visto andando por aí. Ninguém sabia dizer. Alice já estava nervosa e chorando. Então fez a única coisa que lhe veio em mente. Pegou o celular e ligou para Jasper.

Alguns minutos depois, Jasper chegou acompanhado por Bella e Edward.

– Alice o que houve? – Bella questiona, segurando as mãos da amiga que estavam trêmulas.

– Eu a perdi, sou uma péssima irmã, não fui capaz de cuidar dela – lamenta em meio aos soluços de choro.

– Vai ficar tudo bem, amor. Nós vamos encontrá-la – disse Jasper ao abraçá-la.

– Alice você já ligou para Carlisle e para Esme? – Edward pergunta.

– Não, não quero preocupá-los mais do que já preocupo. Vocês me ajudam a encontrá-la?

– Claro que ajudamos – Edward responde.

– Mas se anoitecer e não a encontrarmos temos que ligar para eles, Alice. Bella afirma.

– Está bem – Alice aceita a idéia.

– Amor você vai com a Bella para um lado, eu vou por esse lado, e o Edward vai por lá. – o namorado de Alice falava e apontava em cada direção a qual se referia – Quem a encontrar liga para avisar certo?

– Certo! – todos confirmam.

Jasper beijou Alice, em seguida saiu em busca da garotinha. E assim, todos seguem em busca da menina.

Enquanto isso, Anabelle chorava, sentada embaixo de uma árvore, com os joelhos e a palma das mãos arranhadas pelas quedas que levou.

– Alice, mamãe, papai, Jazz, estou com medo. Me perdi, não sei voltar – a garotinha sussurrava em meio às lágrimas de medo. Medo por, estar sozinha.

“minha vida, não tenha medo. jasper irá te encontrar e te levar de volta para Alice”

Por algum motivo, Anabelle ouviu a voz da mãe, ou talvez a tenha imaginado.

– Mamãe, é você? – questiona em um sussurro abafado por soluços.

“Não tenha medo”

A voz foi se distanciando até que já não era mais audível.

– Anabelle! – Jasper gritava seu nome enquanto a procurava.

Ele sabia que tinha que encontrá-la, por Alice e por ele mesmo.

– Estou aqui – a garotinha gritou em resposta, ainda chorando, mas ao reconhecer a voz ela já não estava mais com medo. Ela sabia que com Jasper estaria mais do que segura.

– Anabelle! – Jasper grita ao vê-la sentada embaixo da árvore, por impulso corre até ela e a pega no colo.

A garotinha enlaça seus bracinhos no pescoço de Jasper como se ele fosse sua tábua de salvação em meio a um naufrágio.

– Meu amor, que susto você nos deu.

Ao encontrá-la, Jasper sentiu um alivio imenso em seu coração. Era incrível como havia se afeiçoado a Anabelle em tão pouco tempo.

Jasper a segurava em seus braços com muito carinho. Quem os visse não diria jamais que Anabelle não era sua filha.

– Eu quero a Alice – a garotinha fala, com a cabeça apoiada ao ombro dele.

– Papai Jazz, vai te levar de volta para ela meu anjo. Já estamos indo – após falar beija a pontinha do nariz de Anabelle.

Enquanto andava pegou o celular do bolso da calça e ligou para os outros, para que ficassem tranquilos que ele havia a encontrado.

Sendo assim, Alice, Bella e Edward os aguardava na mesma lanchonete em que Alice tinha comprado os sorvetes.

Alice estava mais calma, só de saber que Anabelle estava com Jasper. Ela sabia que ele a traria de volta em segurança.

Alguns minutos depois, Jasper chegou com Anabelle em seus braços. Alice correu ao encontro de ambos.

– Florzinha da minha vida, meu amor, nunca mais faça isso comigo ou eu morrerei do coração – falou no momento em que retirava Anabelle dos braços de Jasper.

A garotinha suspira, aliviada, ao sentir os braços da irmã a envolvendo com muito amor.

– Esqueceu da nossa promessa? – Alice questionou ao apertá-la contra seu peito.

– Não – a garotinha responde.

– Então, qual é? – Alice quis ter certeza de que ela não havia esquecido.

– Sempre ao seu lado – Anabelle afirma.

– Isso mesmo, minha vida, “sempre ao seu lado”. – Olha, suas mãozinhas e seus joelhos estão muito arranhados.

– É que eu caí – confessou chorosa.

– Me perdoa Anabelle, eu não deveria tê-la deixado nem por um segundo. Me perdoa – Alice pedia perdão e a enchia de beijos.

– A culpa não foi sua.

– Claro que foi, eu quebrei a promessa.

– Não, não foi sua culpa.

Jasper abraçou Alice, fazendo com que Anabelle ficasse entre os dois, em um abraço familiar e cúmplice.

– Obrigada, Jazz!– Alice agradece.

– Não por isso, meu amor – ele beija o topo da cabeça de Alice, depois a de Anabelle.

– Que susto hein?! Mas graças a Deus acabou tudo bem – Bella se pronuncia, e beija a bochecha de Anabelle.

– Que susto você nos deu, danadinha. – Edward fala e bagunça o cabelo dela.

– Vamos para casa, já chega de aventuras por hoje – Alice fala ao ir em direção ao carro de Jasper.

Todos voltaram no mesmo carro, já que Edward e Bella tinham vindo junto com Jasper.

Durante o trajeto, Anabelle contou para eles o que tinha acontecido. Todos ficaram chateados com o que ouviram. Mas falaram para ela que jamais deveria ter saído sozinha. Era muito perigoso, em especial para ela.

Alguns minutos depois, Jasper deixou Bella e Edward em suas respectivas casas. Depois seguiu para a casa de Alice.

Ao chegarem, contaram tudo para Esme e Carlisle. Alice estava envergonhada, sentindo-se culpada pelo o que aconteceu.

Assim que contou tudo ela subiu para tomar banho com Anabelle.

Jasper ficou conversando com os tios de Alice. Algum tempo depois, Esme subiu para ver se Alice precisava de ajuda com os ferimentos de Anabelle, mas ela já havia terminado o banho e estava fazendo a assepsia nos arranhões que a garotinha tinha.

Após terminar de cuidar de Anabelle, Alice desceu com ela em seus braços, seguida por Esme e foram jantar.

Durante o jantar Anabelle, como sempre, reclamando que não queria comer isso, que não queria comer aquilo. Porque é ruim, porque é amargo, porque não tem gosto de nada. Esme e Alice sempre acabavam se rendendo e deixando-a comer apenas o que queria. Jasper e Carlisle diziam que não, que tem que comer, sim.

Depois de muita insistência de todos, Anabelle comeu alguns legumes.

Após o jantar todos foram para a sala e ficaram jogando conversa fora.

Anabelle acabou dormindo no sofá, com a cabeça apoiada no colo de jasper e os pés no colo de Alice.

Carlisle ficou de pé e pegou Anabelle no colo para levá-la ao quarto. Esme os acompanhou.

Alice e jasper foram para a varanda. Jasper deitou-se na rede e puxou Alice para seu colo. Ambos permaneceram lá por certo tempo em meio a beijos e carícias.

Algum tempo depois, Jasper foi embora e Alice foi dormir. Anabelle estava dormindo em seu quarto, mas Alice a pegou, com cuidado, e levou para dormir com ela.

E por mais uma noite, Alice dormiu abraçada a irmã. Dessa forma, tinha certeza que Anabelle estava segura.


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Notas finais do capítulo

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