O Passado Oculto escrita por Dani Ferraz, Luisa Hale


Capítulo 7
TOC TOC *PDV Stefan*


Notas iniciais do capítulo

O capítulo é praticamente o mesmo só que do ponto de vista do Stefan.



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Acalme-se primeiro irmão, estaremos esperando no 2º andar. Precisamos conversar, é importante. - Disse Damon.


É claro que eu precisava me acalmar. Meu terrível irmão mais velho, cujo passatempo favorito era arruinar a minha vida, havia voltado mais uma vez, e como se não bastasse ele trouxe uma garota que dizia que me conhecia e que agora era considerada "parte da família".Quer dizer que ela estava com Damon todos esses anos me perseguindo..Ah, que ótimo! Era só o que me faltava, mais uma parente do mal tentando transformar minha vida em um inferno. O que eu não entendi foi o seu jeito de agir, tão estranho.. Damon sempre tinha o comportamento de alguém que controla a situação, um jeito agressivo e um sorrisinho zombeiro no canto da boca. Como se ver meu sofrimento fosse engraçado. Já essa garota, Elizabeth, parecia arrependida, surpresa e até mesmo assustada. Vi tudo isso assim que passei pela porta da mansão e vi seu rosto. Quem a olhasse poderia realmente achar que era simplesmente uma garota com medo; ela tinha estatura mediana e o corpo muito esguio. Seu cabelo negro contrastava na pele muito pálida, o que voltava toda a atenção á seus lindos olhos, que eram de um tom verde esmeralda que eu nunca havia visto em minha vida - existência.

Ela era completa e absurdamente linda; parecia um anjo.

Mas então minha atenção foi voltada para o ser que estava ao lado dela, fazendo contraste - parecia um demônio, com aqueles olhos ameaçadores que prestavam atenção a cada mínimo movimento que eu fazia, pronto para cortar minha garganta a qualquer momento; como se o inimigo ali fosse eu e não eles. Eles subiram as escadas e eu ouvi uma porta se abrindo. Foi quando aquela linda voz falou de novo, só que dessa vez era apenas um sussurro: Preciso de um minuto sozinha - disse ela. Parecia estar nervosa. Eu não estava entendendo as reações dessa garota. Quem era ela e o que fazia aqui? Sentei-me na sala para pensar um pouco. Precisava me lembrar dela..1861.. eu tentava não pensar muito nessa época, me trazia lembranças desagradáveis. Mas dessa vez era necessário, então me esforcei mais. Elizabeth Grayes..Elizabeth Grayes..Elizabeth.! Foi quando eu tive um estalo. Era ela! Agora eu me lembrava!

*Flashback on:*

Era primavera de 1861, eu estava no quintal dos fundos de nossa casa. Estava todo arrumado com aquelas roupas ridículas que Mary, nossa governanta, nos obrigava a usar. Significava que teríamos visita essa tarde.

Eu olhava entediado para o céu, observando as nuvens passarem afinal Mary sempre repetia: Se você for brincar de correr pelo quintal com essa roupa e sujá-la antes da visita chegar, ficará de castigo em seu quarto durante uma semana por desobediência! - Ficar parado esperando visitas chatas já parecia um castigo para mim, mas eu obedecia. Eu respeitava Mary como se fosse minha mãe mas não gostava dela. O problema era que eu me sentia culpado pela perda de nossa mãe; ela morrera logo após o meu parto, eu nunca a conheci.

De repente meus pensamentos foram interrompidos por Damon, meu irmão mais velho que era também meu melhor amigo, que agora estava tão ridículo quanto eu.

– A visita chegou, temos que ir.

Entramos em casa correndo - apostando corrida como sempre - e derrapamos até pararmos a centímetros da porta que ainda estava fechada. Mary nos olhou com cara feia e depois de alguns segundos abriu a porta.

Lá fora, saindo da carruagem - que pra mim pareciam todas com charretes - havia uma mulher de uns trinta e poucos anos, seguida por um garoto pequeno que aparentava ter uns cinco ou seis anos e parecia muito chato.

Foi então que a vi: uma garota com um longo vestido azul claro e um chapéu branco. Seu cabelo negro estava preso em um coque alto meio escondido pelo chapéu, o que deixava a vista seu belo rosto, que era claro mas de aparência saudável, e seus lindos olhos verdes que davam a ela uma expressão serena e ao mesmo tempo misteriosa. Eles caminharam até a porta e fizeram uma reverência. Nós fizemos o mesmo e Mary os cumprimentou educadamente e pediu que entrassem.

Mary logo nos pediu/mandou para fora dizendo que iria conversar com a Sra. Grayes. Agarota com cara de anjo foi conosco e nós três começamos a andar pelo jardim. Ela disse que seu nome era Elizabeth Heather e Damon parecia fascinado com ela. Quase tanto quanto eu. Mas como erámos jovens cavalheiros (lê-se tímidos e bobos) praticamente nem falamos mais com a garota.

A família Grayes morava em uma casa próxima a nossa e às vezes eu a via passando de carruagem ou cuidando do jardim junto a sua mãe. Elizabeth. 

*Flashback off*

Então era isso, eu realmente a conhecia, e admito, era até meio apaixonado por ela. Subi as escadas correndo; precisava falar com ela, não acreditava que ela era má nem nada do tipo..Mas antes.. Tinha que pedir para Damon, que a protegia desde aquele tempo em que éramos crianças. Bati na porta de seu quarto, ele abriu com uma cara de mal-humor.

– Pode, por favor, me deixar falar a sós com ela? Eu preciso! - Tentei não parecer tão desesperado, falhando totalmente. Ele me olhou meio desconfiado.

– Tudo bem, eu acho - Disse ele - Desde que você seja educado. E tenha cuidado. Ela é minha irmãzinha. - Revirei os olhos para o final da frase; eu também era seu irmão caçula e nem por isso ele cuidava de mim.. Muito pelo contrário.

– E se ela quiser falar com você!

– Tudo bem, eu prometo - Disse rapidamente antes que ele mudasse de ideia.

E assim ele fechou a porta enquanto eu me dirigia ao quarto de Elizabeth.

Parei e bati na porta. Depois de um tempo sem resposta eu disse: Sou eu, Stefan. Eu posso entrar?

–C-claro - disse aquela voz que eu adorava.

Coloquei somente a cabeça para dentro da porta e expliquei minha conversinha com Damon sobre poder falar com ela.

Ela disse que eu podia entrar então o fiz e fechei a porta atrás de mim.

Comecei a me desculpar pelo modo como agi e fui grosseiro com ela; só não citei a parte de que me lembrava dela; ela começou a se desculpar também e eu a interrompi afinal ela não precisava se desculpar.

Pedi para começarmos de novo, sem a primeira impressão ruim de alguns minutos atrás. Ela concordou e parecia feliz com isso.

– Eu sou Stefan, muito prazer em conhecê-la Elizabeth. - Eu disse formalmente, mas de coração.

Muito prazer Stefan – Disse ela apertando a mão que eu estendia em sua direção - E por favor, me chame de Lizzie.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que algumas coisas não tinham no cap. passado, mas eu acho que ficou bom. Mandem reviews.