Perfect Creature escrita por Wyvern, abandonedpole


Capítulo 3
Pandora


Notas iniciais do capítulo

Gomen a demora, mas euzinha aqui (susipoela) estava encarregada deste capítulo e acabei ficando tão ocupada que demorou. Mas aí vai



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   Pandora bufava no ônibus, ao lado de uma loira dos olhos verdes chamada Nana que quase babava em seu ombro, de tão pesado que estava seu sono. Ela havia sido forçada pela mãe a ir para aquele acampamento de líder de torcida onde só tinham loiras oxigenadas, mimadas e patricinhas. Na verdade, era a única ali sem celular, iPod, cabelos loiros e roupas luxuriosas.

   Era uma garota normal de 15 para 16 anos, calma, 1,65m de altura, cabelos castanhos caindo em uma cascata ondulada até o meio das costas, olhos verdes que pareciam castanhos grandes e expressivos, e branca numa medida razoável.

   Havia desistido de dormir quando Nana adormeceu e começou a roncas, então já estava há 5 horas encarando a poltrona da frente, num estado pleno de puro tédio, quando o ônibus finalmente chegou no acampamento e a voz da instrutora Georgina soou metálica nos auto-falantes, despertando as que dormiam:

   - Meninas, chegamos ao Acampamento para Líderes de Torcida Pop Star! Levantem-se e encaminhem-se ao dormitório que a instrutora Rúbia vai dar a vocês assim que saírem do ônibus. Chegando lá, desfaçam as malas e durmam, pois amanhã teremos um dia cheio!

   Pandora escutou as garotas gemerem de desânimo, mas ela apenas levantou-se, pegou sua humilde bagagem de mão e desceu do ônibus, deparando com uma mulher musculosa, com cabelos castanhos presos a um rabo de cavalo, olhos castanhos frios e ferozes e uma voz rouca:

   - Seu nome? – a criatura chamada Rúbia perguntou.

   - Erm... Pandora. Pandora Lusfyr – ela respondeu, intimidada.

   - Pandora... Lusfyr... – a mulher analisou sua prancheta, procurando o nome da garota, e então falou: - Ah, aqui, achei. Dormitório Roxo.

   - Obrigada – a garota agradeceu e saiu andando, mas ainda pode escutar a mulher resmungando: “Pandora... Que nome esquisito... Muito esquisito...”, mas nem sequer olhou para trás.

   Correu procurando desesperadamente o Dormitório Roxo, pois queria chegar antes das outras, escolher a cama e desfazer as malas antes que elas resolvessem aprontar alguma.

   Ao chegar, constatou que ninguém havia chegado ainda, então deu um suspiro audível de alívio e adentrou o quarto, jogando a mala na cama mais afastada da porta que encontrou e abriu-a, começando a tirar o conteúdo dali de dentro.

   Já tinha arrumado quase tudo quando escutou as risadinhas das outras garotas que, como sempre, vinham todas juntas e papeando no caminho. Por um momento, Pandora congelou no meio do quarto, segurando um casaco preto na mão, andando na direção do armário, o que fez as garotas notarem sua presença e fazerem uma careta de desaprovação.

   - Então... É a nossa coleguinha de quarto? – uma delas perguntou, loira como as outras, mas essa dava para notar que o cabelo era pintado e usava lentes azuis.

   Pandora fez que sim com a cabeça, um pouco receosa, e ao notar o sorriso perverso nos lábios de todas as garotas, engoliu em seco.

   - Qual o seu nome, garota? – outra loira falsa, que estava ao lado da anterior, perguntou. Essa não escondia que seus olhos eram castanhos.

   - Pandora – ela respondeu, engolindo em seco mais uma vez. Ela não havia gostado nem um pouco dos olhares perversos das garotas sobre si.

   - Ah, Pandora, que indelicadeza a nossa! Oi, meu nome é Adrianna – respondeu a loira dos olhos azuis falsos. – Está é Nathalie – apontou para a de olhos castanhos. – e essa a Taylor – finalizou apontando para uma garota de cabelos loiros naturais, mas o cabelo tinha tanta escova que o liso ficava feio. Seus olhos eram castanhos de um tom mais claro.

   - Prazer é todo meu – Pandora descongelou do meio do caminho e foi andando até o armário guardar as coisas.

   As garotas a ignoraram durante o tempo em que arrumaram as coisas, então Pandora aproveitou para pegar um livro qualquer e começar a ler. Não teria que ficar muito tempo ali, então não havia levado mais do que 3 livros. Não queria acabá-los muito rapidamente, por isso não leu durante a viagem.

   Quando as garotas finalmente se deram por satisfeitas, saíram do quarto, deixando Pandora sozinha e satisfeita. Ela não queria ter que ficar muito tempo no mesmo ambiente que as garotas. Era uma situação extremamente desconfortável, já que todas as garotas eram fúteis e falsas.

   Aproveitou que estava sozinha e pegou uma roupas limpas, indo para o banheiro e tomando um banho rápido.

   Assim que saiu, viu uma das garotas entrar correndo, procurando-a:

   - Pandora, venha comigo! Precisamos da sua ajuda! – ela agarrou o pulso de Pandora e  a puxou para fora dali.

   - O que foi? – Pandora perguntou assustada.

   - Taylor perdeu uma coisa na floresta e não consegue achar. Você pode ajudar a gente?

   Pandora achou ridículo aquele pedido. Na mente dela, se as garotas já eram quase adultas, por que tinham medo de entrar em uma floresta para procurar suas próprias coisas? Seguiu a loira pelo caminho inteiro até chegar na frente da floresta.

   - Ah, Pandora! Você pode me ajudar a achar meu bracelete?! – Taylor começou assim que viu Pandora.

   - Sim, posso... – respondeu cansada, já entrando na floresta.

   Olhava o chão com o máximo de atenção, esperando encontrá-lo logo, pois logo escureceria e ela poderia se perder, mas depois de alguns minutos de busca sem resultado, se virou para trás para perguntar se elas tinham certeza de que estava por ali e quase enfartou de susto ao notar que havia entrado mais fundo do que imaginava.

   “Não, não pode ser... Onde eu estou?!” – Pandora pensava desesperada, andando a esmo pela floresta, sem saber em que direção deveria ir.

   De repente, encontrou algo que parecia um laboratório no meio de uma clareira imensa.

   “Estranho... Por que um laboratório no meio de uma floresta de acampamento? Será que é alguma atração ou algo assim?” – Pandora se perguntava, interessada.

   Era uma construção grande, branca, muito organizada e parecendo rigidamente patrulhada e vigiada. Provavelmente faziam pesquisas importantes por ali, e isso atiçou profundamente a curiosidade da garota que, até aquele momento, não estava gostando nem um pouco do acampamento.

   Enquanto corria os olhos pela construção, notou que haviam deixado tipo a entrada da tubulação de ar aberta. Isso não parecia estar certo, mas a ideia de descobrir o que tinha lá dentro era tentadora demais para ela.

   “E se eu só...?” – ela se perguntou enquanto se agachava para observar o interior do lugar. Não pareciam ser canos complicados, então ela, por impulso, simplesmente engatinhou para dentro pensando: “É, acho que não faz mal... Não vai matar ninguém...”.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente... É isso xD Até a próxima. Reviews?