Fique Acordado escrita por Heart


Capítulo 5
Capítulo 4 -Dr. Geller


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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Eu já estava há quatro dias sem dormir. Eu roubava remédios que me deixavam acordada durante a noite, minha cabeça não pensava direito mais. Eu passava os dias andando pelo pátio do hospital, eu deixava aquele bando de malucos me atormentarem, assim eu não conseguiria dormir, mas isso durou por pouco tempo. Na 10ª noite sem dormir eu estava na rua, estava muito frio, e eu ficava sempre de roupas curtas, pois assim o frio não me deixava dormir, mas dessa vez isso não adiantou. Peguei no sono, e então eu vi aquela criatura horrível pegar no meu braço me arranhando, mas o Protetor tirou ele de perto de mim e gritou.

- ACORDA SAMANTHA. FIQUE ACORDADA!

E então eu acordei, e tinha alguém na minha frente.

- Samantha, o que você faz aqui essa hora? – a pessoa perguntou com a luz da lanterna no meu rosto me impedindo de enxergá-lo.

- Não consigo dormir! – botei a mão no meu rosto tentando fugir da luz.

- Ah, mas está muito frio querida, vamos lá para dentro. – e então a pessoa abaixou a lanterna e eu pude enxergá-lo, era o Dr. Geller.

- Não, aqui está bom. Mais tarde eu entro. – disse sorrindo.

- Ok, então vou ficar aqui com você. – ele sentou do meu lado e tirou o jaleco – aqui, vista isso, você está gelada.

 Peguei o jaleco e vesti, não sei se eu estava tão gelada ou ele era incrivelmente quente.

- Me conte, você sofreu muito na sua infância?

- Ok, você vai ficar aqui comigo ou vai fazer uma consulta psiquiátrica? – perguntei.

- Hum, desculpe. Só queria entender sua situação... – ele falou envergonhado.

- Qual situação? A minha loucura? Não vai conseguir me entender, eu sou louca, por isso estou

aqui, por isso você é meu médico. – falei olhando para longe.

- Mas todos os loucos daqui tem um motivo para estarem loucos, mesmo que muito escondidos ou incompreensíveis, sempre achamos um motivo. Você deve ter um motivo para tentar se matar, para se machucar sempre.

- Que diferença faz? Já nascemos morrendo aos poucos... – ele me interrompeu.

- Mas voc...

- Deixe-me terminar. Já nascemos morrendo aos poucos, todos agradecem a Deus por mais um dia vivido, mas se pensarem bem, foi somente menos um dia na vida deles. E eu? Só quero acelerar o processo.

- Eu sei que você não pensa assim, - ele olhou para os meus olhos – me conta o que acontece realmente, por favor, quero te ajudar.

- Se eu contar, você vai me achar louca como todos os outros. – desviei o olhar.

- Tente.

- Estou avisando, você vai me achar mais maluca ainda...

- Eu estou aqui para achar isso e curar isso também.

- Ok. Então vou contar, não ria.

- Comece, mal posso esperar pela história. – ele deu um sorriso disfarçado.

Contei todos os meus sonhos, tudo que cada criatura fazia, tudo que eu via e sentia. Ele escutou tudo com a maior atenção.

- Vamos fazer um teste então. – ele disse.

 - Como assim?

- Quero ver se esses ferimentos aparecem mesmo sem você fazê-los em si mesma.

- Como pretende fazer isso? Me fazendo dormir novamente? – falei com uma cara incrédula.

- Exatamente. – ele falou em um tom profissional.

- Ah, agora o louco aqui é você! Não posso dormir, senão eles irão me matar.

- Mas eu estarei com você, além do mais, você não tem um protetor? – Geller falou.

- Tenho, mas...

- Então, não temos com o que nos preocupar, se eu ver que ferimentos estão aparecendo, eu te acordo.

Acho que a maior loucura que fiz aquela noite foi concordar com esse teste. Nós fomos para uma sala escura (sempre né, salas escuras me perseguem), e lá ele me fez deitar em uma cama.

- Se você começar a se debater, gritar ou ferimentos aparecerem irei te acordar, se eu não tiver sucesso, irei te dar leves choques, o suficiente para te acordar mesmo.

- Ok. Confio em você! – falei deitando minha cabeça no travesseiro e logo pegando no sono.

Estava calor, uma luz muito forte me impedia de enxergar claramente a minha volta. Andei um pouco e cheguei na frente de um hospital, quando eu entrei, ele estava totalmente deserto. Andei um pouco e senti a sensação de que alguém estava me seguindo mas eu sempre olhava para trás e não havia nada nem ninguém. Andei mais um pouco e essa sensação só aumentava, de repente uma mulher toda ensangüentada para na minha frente, quando me viro para fugir já havia outra atrás de mim. Minha única saída seriam as salas, mas todas estavam trancadas. Saí correndo para me esconder mas elas me alcançavam muito rápido e depois de alguns minutos as duas estavam em cima de mim.

Elas me mordiam e rasgavam a minha roupa, eu gritava demais. De repente senti uma energia impressionante passando pelo meu corpo.

- Sam, Sam! Acorda, sou eu, Geller. – ele me pegou no colo.

- E então? Acredita em mim? – falei ainda de olhos fechados.

- Isso é impossível, não acredito no que eu acabei de ver.

Ele me deu banho, fez os curativos e me deu remédios para ficar acordada.

- Que isso seja o nosso segredo! – ele falou.

- Pode deixar.

- Eu vou te ajudar Sam, eu vou fazer isso parar. – ele me deu um beijo na testa e saiu da sala.

Ele tinha uma boa intenção, mas nada poderia me ajudar, muito menos ele depois do que eu fiz.

Geller me trazia comida, remédios e tudo que eu precisava. Ele praticamente não dormia também só para cuidar de mim, mas eu já estava vendo coisas, coisas perturbadoras. Geller disse que era porque eu estava há muito tempo sem dormir, mas tudo que eu via, eu também

tinha visto nos meus sonhos, era tudo tão real.

- Dr. Geller! Ele está atrás de você! – e eu apontei para frente.

- Ele quem Sam? – Geller se virou e não viu nada, então tornou a me olhar – Quem você está vendo?

- O Protetor! Ele está aqui para me proteger... – sentei no canto da sala e abracei minhas próprias pernas – eles estão chegando doutor, eles vem nos buscar, nós vamos todos morrer, mas o Protetor veio me ajudar.

- Ninguém vai morrer Samantha, ninguém!

Passaram-se alguns dias e eu continuava tendo visões.

- Dr. Geller, como você imagina a sua morte?

- Primeiro, acho que não precisa mais me chamar de doutor não é? Meu nome é Micah, me chame assim, ficarei mais feliz, não gosto do meu sobrenome. E respondendo a sua pergunta, não consigo imaginar a minha morte, acho que o futuro é uma coisa imprevisível, e que eu não gostaria de saber como seria. Vou te contar uma coisa sobre o futuro... – ele sorriu – se nós tivéssemos o poder de olhar o futuro, ele iria mudar, só pelo fato de termos olhado.

- Mas por quê? – perguntei curiosa.

- Pois ninguém iria gostar completamente do seu futuro, iria sempre querer mudar algo.

- Hum. – sorri.

Passaram-se algumas horas e tudo estava tranqüilo, até tudo acontecer.

Eu vi, eu juro que vi! Eram eles, eles vieram no mundo real me buscar e o Protetor não estava ali para me ajudar. Eu e Micah estávamos conversando no meu quarto as três horas da manhã quando eles aparecem na porta.

- Micah, Micah, Micah! – apontei para a porta ele olhou e não viu nada

- Calma querida, não tem nada ali, resp... – ele foi interrompido e eu comecei a gritar e saí

correndo.

Quando eu saí do quarto, a porta se fechou e alguém me segurou. Era o Protetor, mas eu continuei gritando, eu precisava ajudar o Micah!

- Samantha! Eu mandei você não dormir. ACORDA! – o Protetor me sacudia mas eu não acordava e eles estavam chegando mais perto.

- Protetor, o Micah! Ele vai ficar bem? – perguntei chorando e olhando para as criaturas se aproximando cada vez mais.

- Não sei, agora ACORDA. – e o Protetor bateu no meu rosto.

Tudo ficou escuro. Quando eu acordei, eu estava deitada na minha cama e havia um bando de loucos me olhando, eu via pela janela a luz da viatura de polícia. Quando eu olhei para frente tudo estava totalmente ensangüentado, e do lado da minha cama, Micah estava aos pedaços, seu rosto estava desfigurado. Eu tinha perdido a única pessoa no mundo que acreditava em mim.

- O que aconteceu aqui Samantha? – um médico perguntou.

- Não sei, não foi eu, eu juro! – falei chorando e me encolhendo no canto do quarto.

- Quem foi então? – minha mãe entrou no quarto. – Porque você fez isso Sam? – ela

perguntava com lágrimas rolando pelo rosto, mas mostrando uma expressão de repulsa a mim.

- Não foi eu mamãe, acredita em mim, por favor! Ele era o meu melhor amigo. – falei me arrastando até os pés dela.

- Saia de perto de mim, você não é mais minha filha. Não é a Samantha que eu botei no mundo. – ela falou se afastando e logo depois indo embora.

- Mamãe, não me abandona, por favor! – gritei e ela não respondeu.

- Calma, nós acreditamos em você! – três loucos se abaixaram e me abraçaram.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem,desculpa a demora pra postar é que eu estava estudando pras provas IOHAOIHAIOAHSAIA' mentira é porque eu tava com preguiça mesmo mas enfim to esperando os reviews ,beijos :*



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