Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 38
Capítulo 39




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Naquele mesmo dia, mas um pouco mais tarde, Eleonor se ocupava em fazer coisas repetitivas pra manter a mente ocupada, coisas como desenhar, escrever, ou jogar algo no celular.

Dietrich bateu a porta de seu quarto e a encontrou apática deitada em sua cama, com dois cadernos largados ao seu lado, e ela agarrada a uma almofada, jogando no celular.

- Eleonor, você está bem?

- Queria que você se parecesse menos com o seu irmão. – ela comentou vagamente, pra ninguém em especial.

Dietrich cruzou o quarto e se sentou à borda de sua cama.

- Você me parece meio apática...

- Só mantendo a mente ocupada pra não ficar louca.

Dietrich lhe lançou um ar olhar doce e complacente. Ele era gentil demais para não se importar.

- Ora, você deveria estar feliz de ter conseguido finalmente alguma confissão do meu irmão pouco articulado.

- Eu estou, mas mesmo assim é só mais um degrau na escadaria.

Um suspiro de frustração.

- Mas querida, ninguém disse que seria fácil.

- Me sinto idiota por fazer tanto drama, principalmente quando você passou por coisa muito pior.

- Todos nós temos os nossos fantasmas, a única diferença é que o meu é meu pai.

- Mas Trich-

- Venha, Yuri está na sala arrumando as coisas.

- Arrumando pra que? – ela então olhou pra ele.

- Não está sabendo? Teremos um baile em Doll House hoje.

- Calma... Tipo, pessoas?

- É, tipo pessoas. Alguns outros Doll Makers, suas Dolls e seus convidados humanos.

Baile? Sério? Com outros Doll Makers?

Desde quando?

- Mas... Eu não tenho nada formal...

- Exatamente queria, Gerrard precisa das suas medidas.

- Minhas medidas? – uma expressão de choque.

- Como você espera que ele faça um vestido sem as suas medidas?

Silêncio.

- Vamos. – Dietrich arrastou Eleonor escada abaixo, meio aos tropeços e tentando não cair.

- Mas... Trich!

Ela ia sendo puxada pelos corredores de papel de parede aveludado e obras de arte, entre os corredores da casa, mais fundo dentro da mansão, até o quarto de Gerrard.

O som suave de uma músika de orquestra enchia os corredores de uma melodia calma e plácida.

- Senhor Gerrard, eu a trouxe, como pediu. – Dietrich sorriu, amigável.

- Ah, obrigado. – a voz suave de Gerrard disse, com calma.

Gerrard sempre se mostrou muito calmo, muito educado, e muito reservado. Tanto, que Eleonor sentia-se estranhamente envergonhada por estar no quarto dele. Mas não pode deixar de vagar com o olhar pelo aposento.

Era um quarto com imensas janelas de vidro, onde detalhes intrincados se enroscavam nas voltas do batente e da moldura.

As paredes tinham um tom de cobre levemente opaco, que não refletia muito as enormes quantidades de luz que entravam pelas janelas. Uma pequena clarabóia se encontrava no canto do quarto, logo acima do piano.

A cama de Gehard estava na outra extremidade do quarto, branca e com um dossel pálido de algum tecido fino e transparente, logo ao lado ficava a estante de livros de páginas amareladas, e as cortinas eram jogadas pra dentro do quarto com as fortes lufadas de vento que nele entravam. O quarto tinha cheiro de jasmin, dia de verão, e era preenchido de músika, o farfalhas das árvores que cercavam as janelas, luz, e a presença discreta de Gerrard, sentado lendo.

O vento sopra as mecha de cabelo loiro para o seu rosto, e seus olhos, de um tom escuro deficil de ser definido, refletiam a luz do dia.

- Fique parada aqui. – ele apontou o pequeno tapete em frente a sua cama.

- A-Ah... Claro.

Eleonor parou no pequeno tapete que Gerrard sinalizara para que ficasse.

Ele pegou uma fita métrica e Dietrich sumiu pelo corredor.

Eleonor se sentia estranha com a calma silenciosa de Gerrard, ele estava sério, mas sua expressão era cálida, de todos os 8, ele era um dos poucos que ela não entendia.

Os olhos focados de Gerrard se voltaram aos dela, que novamente se viu encarando um dos Dolls por tempo demais.

- Hum? – ele perguntou, tirando a medida de seus braços.

- A-Ah, desculpe. Não é nada.

Gerrard não questionou e voltou ao que estava fazendo. Em pouco tempo ele tinha tudo que precisava.

- Desculpe se a deixei desconfortável. – ele diz, escrevendo num bloquinho.

- N-Não é nada.

- Essa é a terceira frase gaguejada de hoje. Você mente mal. – ele joga o bloquinho sobre a mesa.

Ela abaixa o olhar.

- Desculpe...

- Não se preocupe. Pode ir se quiser.

A facilidade que Gerrard desviava assuntos constrangedores era a mesma com as quais ele as criava.

- Ah, sim claro...

- Boa sorte no baile Eleonor. – um sorriso silencioso, ela não o ouviu, e ele sabia disso.

A primeira parte já foi, agora vamos a segunda.


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Notas finais do capítulo

Pronto, um capítulo mais longo pra você
o q axam o Gerrard?
ele é um dos meus favoritos XD



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