Doll House escrita por Aleksa


Capítulo 25
Capítulo 26




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/88090/chapter/25

- Eu adoraria, mas Katrina não deixa.

Dietrich ainda soluçando puxa um canivete do bolso.

- Eu entendo... – ele soluça.

Dietrich enfia o canivete no pulso esquerdo, o liquido vermelho escorre por suas roupas brancas.

- Dietrich! – Oliver dispara. – Você pode se matar da forma que quiser! Mas não aqui! Eleonor não precisa ver isso!

Oliver caminha na direção da porta, ele vai arrastar Dietrich pra longe daquela casa.

- Se chegar perto de mim eu te mato também! – ele fala, arrancando o canivete de seu pulso.

Oliver para no meio do caminho.

- Você não seria capaz...

- Descubra você... – ele diz, ainda soluçando, num choro que nunca se acalma.

- O que deu em você?...

- Você só não quer que o meu sangue manche o seu tapete... – ele diz, levantando.

Um trovão estoura do lado de fora.

- É isso mesmo.

Dietrich soluça mais umas duas vezes, dando as costas.

- Onde você vai? – Eleonor pergunta.

- Não importa. – Dietrich responde.

- Dietrich! – ela grita.

Mesmo sendo completamente insano, ele ainda a lembrava muito de Oliver, e ela não podia deixar de ter uma certa pena dele.

Eleonor sai pelo jardim no meio da chuva, Oliver tenta segurá-la.

- Você é louca?! Ele está armado!

- Não! Ele é seu irmão! Pelo menos VOCÊ devia ligar!

Ela sai pelo jardim, com Oliver atrás dela.

- Se você não vai ajudar fique lá dentro! – ela grita.

- Não se você está correndo pra morte certa!

- Oliver!

Eleonor alcança o jardim, Dietrich está no chão, apoiando as mãos e o rosto em um dos bancos de pedra, a poça vermelha aquarelada do seu sangue diluído se espalha pelo banco, e ele chora de inconsolavelmente.

- Dietrich! – ela grita.

- Não! Tire ele daqui! – Dietrich grita.

- Oliver! Eu quero falar com ele!

- Não! Ele é perigoso!

- Sai daqui Oliver!

Ainda contrariado Oliver da as costas e volta na direção da casa.

- Dietrich... O que aconteceu?

- Eu não agüento mais essa mentira... Não agüento mais!

- Que mentira? – ela ajoelha no chão junto com ele.

- Eu nunca matei ninguém! Nunca! – ele soluça. – A minha vida toda é uma mentira! O mestre Yohan sempre me odiou!

- Calma, fale mais devagar.

Dietrich tremia.

- Me dê essa faca Dietrich. – Eleonor diz.

- Não! Eu não quero mais viver assim!

- Dietrich, me entregue essa faca.

Eleonor estendeu uma das mãos na direção de Dietrich, pegando a faca da mão dele devagar, ele soluçava muito e seus olhos estavam avermelhados por ele chorar demais.

- Eu não agüento mais... – ele choraminga. – O mestre me mandou agüentar... Mas eu não agüento!

- Me conte o que aconteceu.

Um momento de silêncio se instala.

- Setenta e quatro anos atrás, quando eu e Oliver nascemos... – ele soluça. – O mestre escolheu Oliver como aquele que seria a Doll que cuidaria da família... Ele me odiava. – ele lamenta, com os olhos cheios de água. – E no leito de morte dele... Ele disse: “Você precisa sofrer Dietrich, sofrer por ser essa criatura ridícula e miserável que você é...” “Eu quero que Oliver deteste você! Que ele queria você morto! Não importa o quanto você sofra, nunca será o suficiente... Você a pior coisa que eu já fiz em toda a minha vida... Eu tenho nojo de você...”... – os olhos dele margearam de lágrima de novo. – Minha última ordem foi fazer Oliver me odiar a ponto de querer me matar... Mas ele nunca faz isso! Por que ele simplesmente não me mata de uma vez?! – ele chora, encolhendo-se.

- Dietrich, você matou alguém? De verdade?

- Não! Não! Eu estava perto quando alguém morreu! Oliver acha que eu o matei! Não fui eu! – ele chora. – Eu não consigo continuar vivendo assim! Eu não posso...

Ele se joga no peito de Eleonor, chorando e soluçando como antes.

- Por que não me deixam em paz...? – ele chora. – Por quê...?

- Dietrich...

Ela olha o pulso de Dietrich, a ferida era tão profunda que parecia que ele precisaria de pontos.

- Dietrich, eu vou precisar levar você lá pra dentro, pra fazer os curativos...

- Não! Não quero!... Oliver está lá dentro! Eu não quero mais ver o olhar de reprovação dele!

- Eu falo com ele, mas você está perdendo muito sangue, precisa levar pontos.

- Ele me odeia! Eu não aguento olhar pra ele!

- Tudo bem, eu estou aqui.

Dietrich parou de lutar contra as tentativas de Eleonor a levá-lo lá para dentro, e olhou pra ela. 

- A-qui...?

- Isso. Vem comigo.

Aos poucos, Eleonor conseguiu levar Dietrich, ainda aos prantos lá pra dentro.

Ao entrar todos os olhares se dirigiram aos dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai pessoas? O vcs acham?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doll House" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.