Não Pare a Chuva escrita por sheisbia


Capítulo 5
Capítulo 5 - Há tempos


Notas iniciais do capítulo

Tom narra.



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    Tom's POV


    Ela era bonita, mas naquele dia ela estava ainda mais. Ela não parecia gostar de usar muita maquiagem, entretanto estava com os olhos contornados de preto por uma sombra que destacavam a cor intensamente verde deles, uma saia colada e outras coisas que eu não saberia descrever, mas que pareciam ser feitos especialmente para Nicole. Seu cabelo castanho escuro e replicado era levemente ondulado, eles davam destaque à sua pele branca e perfeita. Ela parecia ser uma boneca de porcelana.
    Nós andamos em círculos por muito tempo e depois de rodar tanto, achamos um lugar confortável e não tão barulhento para sentar.
    — O que você quer? — eu estava confuso.
    — Nada bobão, não viu que seu irmão tá a fim da Julie?
    — É mesmo? A loirinha? — olhei para onde estávamos antes, agora os dois conversavam e riam.
    — Depois eu que não tenho atenção — ela rolou os olhos.
    — Pensei que você morresse de ciúmes dos seus amigos.
    — Eu não faço isso. O problema é que eles não sabem dividir a atenção entre eu e as namoradinhas, mas ela é minha amiga, então...

    Ela estava com outro copo de vodca na mão e não se lembrava mais onde eu havia pego. Bebeu um pouco e em seguida fez uma careta disfarçada. Eu comecei a prestar atenção nela, eu não queria que ela voltasse pra casa bêbada nem drogada.
    — Pode ir agora se quiser — ela disse.
    — Ir aonde?
    — Sei lá, ir atrás de uma garota qualquer, não é assim que você faz?
    — Não — eu disse sério. — Não quero ir atrás de alguém — talvez.
    — Então elas que correm atrás de você?
    — Quase isso — sorri.
    — Elas não vão te ver aqui — bebeu mais um pouco e observou o lugar, acho que ela queria mesmo se livrar de mim. — De quem o Georg tava falando quando saiu de perto da gente?
    — De ninguém, ou melhor, de garotas.
    — Ele não trouxe mais ninguém então?
    — Eu pareço a mãe dele? — ela me encarou.
    — Parece — disse seca. — Me responde!
    — Ele não "trouxe" ninguém, ele chamou uns colegas... são da sua escola.
    — Droga! — ela colocou a mão na testa e fechou os olhos.
    — Qual o problema?
    — Você conhece algum deles?
    — São dois. Luke e Matt, só. Mas por quê? — aquilo já estava me deixando confuso.
    — Porque eu não gosto deles, ou melhor, eu não conheço esse tal de Luke mas eu não gosto do Matt. Ele não é muito legal.
    — Você também não é.
    — Vai se ferrar — ela suspirou. — Por que ainda tá aqui?
    — Eu não estou incomodado, e você?
    — Nem um pouco — ela deu um sorriso irônico. — Fui até a casa de vocês hoje, o Gordon disse que tinham saído.
    — O que queria na minha casa?
    — Te entregar sua blusa, o que mais? — eu a fitei com um sorriso sacana e ela ficou levemente corada. — Nem pensa... Eu não... Tom!

    Eu gargalhei fazendo-a ficar ainda mais brava e vermelha. Ela ficava vermelha facilmente. Nenhum de nós estávamos dispostos a sair dali e isso era plenamente visível.
    — Só pra constar, eu não devolvi para o Gordon. Eu disse que voltaria depois.
    — Por que fez isso? Poderia ter usado a mente e deixado lá.
    — Tive medo dele esquecer de te entregar — ela ficou em silêncio por alguns instantes.
    — Você veio só com a sua amiga loira? — eu sei lá porque perguntei isso, só não queria ficar em silêncio. Como se a música alta não fosse o bastante.
    — Não, tem mais umas amigas minhas aí.
    — Bonitas?
    — Fica longe delas — ela praticamente ordenou. — O que fez na minha ausência, senhor Kaulitz?
    — Por que quer saber? Sentiu minha falta?
    — Ah, fala sério! — ela arrumou o cabelo e me olhou sorrindo. — Eu fiquei até triste quando você chegou.
    — Aham, notei bem isso!

    Ela bateu fraco em meu ombro enquanto um sorriso se estendia em seu rosto. Senti saudade daquele sorriso, não sei porquê.
    Nicole e eu éramos diferentes demais, talvez igualmente irônicos, mas só isso. A maioria de nossas discussões eram simplesmente por diversão. Diferente do Bill, a Nin não sabia expressar sentimentos comigo e então crescemos tratando tudo como uma grande brincadeira. Por mais banais que fossem nossas discussões, elas eram a prova de que nunca seriamos nada além de amigos, mas eu ainda sentia que ela guardava uma certa confiança em mim, afinal, nós realmente fomos próximos demais. As coisas haviam mudado.
    — Eu tô com frio — ela disse olhando pro nada, não estava muito frio lá dentro.
    — Não vou te dar minha blusa dessa vez.
    — Não pedi sua blusa — continuou observando algo. — Eu quero ir pra casa.
    — Por quê? O que foi?
    — Eu tô cansada.
    — Quer que eu te leve?
    — Você está mais gentil que o normal — ela encostou a cabeça no meu ombro por um instante. — Só que você não tem carro, mané.
    — Tem o do Bill, mané — senti seu corpo acompanhar o ritmo de sua respiração.
    — E ele vai voltar como, mané? — ela se afastou e me olhou fixamente. — Esquece, eu vou ficar. Preciso "acompanhar" a Penny.
    — E quando você começa a fazer isso? — eu ri.
    — Sem graça.
    — O que tem de errado com o Matt? — eu perguntei após um longo silêncio.
    — O quê? Nada, eu não gosto dele.
    — Não gosta por quê?
    — Ele é irresponsável demais.
    — E o que você tem a ver com isso?
    — Nada, eu já disse — ela ficou séria. — Eu tô com sede.

    Ela respirou fundo e olhou para outro lado. Fiz o mesmo.
    — O Bill não me contou sobre você ter chegado até eu ter te visto — ela disse séria. — E eu não te vi em nenhum feriado que você veio pra cá. Estranho?
    — É que eu pedi pra ele me manter afastado de pessoas como você — eu sorri.
    — É sério!
    — Ah, eu não sei o que se passa pela cabeça do Bill.
    — Acha que ele combina com a Julie? — ela sorriu de uma forma engraçada.
    — Ela é bonitinha...
    — Para, eles são tão fofos juntos — ela sorriu contente e mirou seus olhos chamativos onde eles estavam anteriormente.

    Nicole se levantou e ficou me observando em pé, ao meu lado. O sorriso naturalmente sarcástico continuava estampado em seu rosto.
    — Vem — ela puxou-me pelo braço com pouca força.
    — Aonde?
    — Eu não quero ficar aqui.
    — E o que eu tenho a ver com isso?
    — Você não queria me ajudar? Então! — Ela puxou mais forte e eu me levantei, já irritado e a segui.

    Ela arrastou por cada canto daquele salão quando tudo que eu queria era sentar e descansar, havia tido um dia cansativo. Peguei apenas mais uma bebida entreguei-a para ela, convenci de que aquela seria a última. Ela não estava nem perto de ficar fora de si, na verdade, ela parava de andar do nada e começava a dançar e aquilo não era efeito de nenhuma bebida; era ela sendo a Nicole de sempre.
    — Eu preciso falar com o Gustav — ela disse. — Me ajuda a encontrar ele?
    — Mas quem é Gustav?
    — Droga — ela bufou. — Fica aqui, eu vou ver se encontro ele e já volto — ela ordenou e saiu andando.

    Esperei por longos cinco minutos e ela não voltou, eu decidi que não esperaria.


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Notas finais do capítulo

ME DESCULPEM, EU DEMOREI DEMAIS! Eu queria postar toda semana direitinho, mas acabo ultrapassando esse tempo e me irrito comigo mesma. Eu não conseguia escrever, estava bloqueada, e a minha querida Pitchu me ajudou muito, então obrigada vida! Espero que gostem desse capítulo ♥.



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