- O que? - Chuck falou, com os olhos quase pulando da orbita. - Mas Dan é do chalé de Atenas. Ele é filho dela. - Hades passou a mão ,pelo manto negro, Eu via rosto de pessoas nele. E esses rostos se moviam, como se implorassem para serem libertados.

- Atenas é a Deusa da Sabedoria. Ela sabe que seria muito melhor que os outros deuses pensassem que Dan é filho dela, ao invés de mim.  - Hades olhou para mim, com uma expressão calma. Mesmo assim, senti cada centímetro do meu corpo tremer. - Peça ao seu pai garota, ser filha de um dos Três Grandes não é fácil. - Assenti com a cabeça, mas Serena ainda não parecia muito convencida.

- Dan é um bom garoto, ele é calmo, nunca faria algo tão ruim! - Se exaltou, coisa que eu nunca havia visto vindo dela.

- Eu cometi um erro grave. - O deus dos infernos começou. - Contei a ele que ele era meu filho. Afinal, ele não era tão inteligente como os supostos irmão e tinha poderes completamente diferentes de qualquer filho de Atenas. Ele desconfiava de sua identidade, eu apenas confirmei. Isso fez com que ele se rebelasse contra mim. - Concluiu.

- Com razão. - Chuck rugiu em tom baixo.

- E o que pretende que fassamos? -  Eu disse rapidamente, tentando quebrar o clima tenso que se formava. 

- Dan ressuscitou alguns mortos um tanto... perigosos. A maioria estrategistas de guerra. Outros, soldados. Acreditem que Napoleão pode ser um grande aliado durante uma guerra. - Entreabri minha boca, mas antes de falar algo, Hades continuou. - Preciso que encontrem onde ele os levou. Minha magia indica que eles estão em algum lugar de Washington. - Chuck abriu a boca, para falar algo, provavelmente não muito agradável, mas eu me pronunciei antes.

- A profecia, seu imbecil. - Disse em tom baixo no seu ouvido, logo depois me virando para Hades. - Os encontraremos. - Garanti.

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- Os encontraremos. - Chuck disse, imitando uma vozinha feminina (fail), enquanto dava partida no carro.

- Você queria que eu disse o que? "Não Hades, e vá se ferrar, falando nisso."? Estávamos no inferno, ele teria fritado a gente se não aceitássemos. - Um terremoto interrompeu meu raciocínio.

- E uma guerra nunca é boa. - Serena disse, assentido com a cabeça.

- Quíron deve estar querendo nos matar. - Ele disse, e eu dei de ombros.

- Um a mais, um a menos... ele vai ter que entrar na fila. - Os dois gargalharam, porém Chuck parou o carro em um lava rápido. - Isso é hora de lavar o carro, Chuck? - Ele revirou os olhos.

- Vou mandar uma mensagem de Íris para Quíron e avisar que não morremos ainda. - Ele jogou um dracma no chão, próximo a alguns respingos de água. - Ó Deusa, aceite minha oferenda. - Falou com um tom engraçado. O chão engoliu a moeda. - Quíron, acampamento Meio-Sangue. - Do meio da névoa, uma imagem apareceu. Quíron, sentado com Sr. D. e algumas cartas sobre a mesa.

- Hey Quíron. - Chuck disse em um tom animado, fazendo com que o centauro quase pulasse (?) de susto.

- Charles, pelos deuses! Onde vocês se meteram? Annabeth está ficando maluca! - Minha mãe sempre foi meio exagerada.

- Estamos bem, Quíron. - Falei. - Não deixe minha mãe ter um infarto. - Serena me cutucou.

- Tarde demais. - O centauro disse em tom triste e eu quase desmaiei, porém ele gargalhou logo depois. - Brincadeira. Centauros não podem ter senso de humor? - Balancei a cabeça.

- Não achei graça. - A imagem tremeu.

- Droga, Quíron, falamos com Hades e vamos para Washington. Dan está no acampamento? - Ele largou as cartas, suspirando.

- Já souberam sobre Dan, certo? Ele fugiu depois que o Sr. D. descobriu de quem ele é filho. Prestem atenção: não esqueçam de... - A imagem de dissipou.

- Droga! - Chuck chutou o ar, quase caindo e eu gargalhei.

- Vocês ainda tem que me explicar toda aquela história de andarem se agarrando... - Serena disse em um tom calmo, mas com um sorriso sapeca no rosto.

- Não tem muito o que explicar S., esse idiota me agarrou no meio da boate. E me beijou. Foi isso. - Falei rapidamente olhando para os cabelos dourados e molhados dela.

 - Ah, certo eu te agarrei? - Assenti com a cabeça. - E quem veio com aquela história de "perfeitamente errado o tempo todo", ã? - Entreabri minha boca.

- Eu não disse isso! - Espere, eu acho que realmente disse, certo? Ah, dane-se.

- Espere, vocês se beijaram? -  S. finalmente se manifestou e eu me senti corar.

- É. - Chuck falou com um meio sorriso idiota, enquanto andava em direção ao carro. 

- Ah B., admita que ele é muito gato! - Eu olhei em direção dele, andando calmamente até o carro.

- Não é dos piores. - Pausa. - Se você contar isso para alguém, eu nego até a morte. - ela riu, se dirigindo até o carro e me deixando para trás. Comecei a correr, no meio do lava rápido. Bem, eu já mencionei que não sou a pessoa mais coordenada do mundo? Certo: eu não sou a pessoa mais coordenada do mundo. Eu escorreguei e cai de cara no chão. Naquele momento, um imagem começou a rodar na minha mente.

- Blair, está ouvindo? - Um homem bronzeado dizia.

- Sim. - Consegui dizer.

- O Bass, não confie nele. Eu acho que acabo de entrar em um conflito com Zeus, não confie no Bass, por favor. - Finalmente reconheci o homem. Era Poseidon, meu avô.

- Blair? Blair? - Acordei com Chuck rindo da minha cara, com a mão estendida.

- Que tombo garota! - Serena disse, rindo também.

- Escorreguei? - Eles confirmaram. - É, parece com algo que eu faria - Rimos.

- Anda, levanta antes que pegue um resfriado. - Ele falou, estendendo a mão para mim e me tirando da poça de agua, completamente molhada. Um trovão estourou no céu.

- Nossa, Zeus deve estar irritado. - Olhei para o Chuck depois da frase da Serena, ele sorria despreocupado. Porém a frase do meu avô voltou a minha mente. "Não confie no Bass".