Dedico este capítulo a todos vocês que acompanham a fanfic e me fazem querer continuar. Muito, muito obrigada pelo carinho de vocês!

Capítulo bônus: Odeio esse dia!

Hermione´s Pov

Virei na cama umas trinta vezes me sentindo irritada por não conseguido dormir direito. Levantei da cama, esfreguei os olhos indo em direção ao banheiro sem me importar em ver a hora. Tomei um banho lavando meus cabelos com toda a calma que tinha. Ao acabar suspirei lentamente colocando minha roupa. Entediante. Pensei, entrei no quarto sentindo uma inveja das minhas companheiras de dormitório. Como queria ainda estar dormindo. Bufei e vi Lilá sorrindo. Sentei na cama me sentindo uma boba. E a culpa era toda dele.

Escutei um som abafado na janela, corri apressada antes que o barulho acordasse as outras meninas. Abri a janela notando uma cabeleira loira. Quando levantou o rosto segurando outra pedrinha, franzi o cenho, confusa. O que Malfoy está fazendo aqui? Será que estou sonhando. Olhei para a cama e estava vazia. Rolei os olhos para meu pensamento idiota. Como você consegue me deixar tão... Desnorteada? Mordi o lábio inferior me impedindo de soltar qualquer coisa que depois fosse repreender.

–O que está fazendo, Malfoy? –Perguntei numa altura que ele pudesse escutar, mas não atrapalhasse as meninas.

–Desce aqui.

– O quê? - Neguei com a cabeça. – Não mesmo.

–Tudo bem.

Sua voz estava calma e o sorriso de lado no seu rosto deixou uma dúvida enorme em mim. Sai de perto, voltando para perto da cama, peguei um livro, deitando na cama. Ser o dia dos namorados já era ruim ainda mais num sábado com a visita a Hogsmead. Ouvi o som de uma rajada de vento, levantei o rosto e meus olhos arregalaram. Não era um simples vento. A vassoura entrou no quarto. Seus olhos azuis acinzentados percorrem todo o cômodo até me ver ali.

–Vem. – Chamou estendendo a mão.

–Está louco? – Indaguei nervosa.

Draco riu baixinho vindo em minha direção, segurou minha mão me fazendo levantar. O toque suave de suas mãos fortes fez um arrepio passar pelo corpo. Fixei meus olhos nos dele tentando entender onde queria chegar com tudo isso. Não tive muito tempo para entender, pois no segundo seguinte estava na vassoura dele, tentei me soltar totalmente desesperada. Malfoy e vassoura? Só pode ser tortura. Com ironia completei o pensamento. Feliz dia dos namorados, Hermione.

–Me solta! – Empurrei com força, mas infelizmente Draco não se moveu nem um centímetro.

–Para Hermione, está maluca? – Olhou para mim. - Vamos cair da vassoura. – Repreendeu sério.

–Quero descer, agora!

–Está com medo? – Perguntou risonho.

–De quê?

Mesmo sem poder olhar seu rosto sabia que estava com um sorriso malicioso em seus lábios. E sua voz divertida me fez ter certeza.

–De mim, é claro.

Bufei irritada.

–Não tenho medo de você, Doninha.

Sua risada fez com que eu balançasse um pouco, fechei os olhos, os apertando.

–Tudo bem, - falou com a voz suave – não vou deixar você cair, Hermione.

Escutar meu nome pela segunda vez vindo dele sem um tom sarcástico era incrivelmente prazeroso. Antes de me dar conta soltei com a voz fraca.

–Hermione?

–É seu nome. – Comentou calmamente.

–Não me diga.

–Lá vem você. – Riu. – Sem brigas, hoje, ok?

Dei de ombros. A vassoura começou a descer indo para um lado que não conhecia. Minhas mãos tremeram.

– Malfoy, onde estamos?

–Draco.

–Hã?

–Me chama de Draco. –Explicou. – É dentro de Hogwarts. – Sorriu me olhando e ajudando a descer quando tocamos o chão. – Não se preocupe.

Era um lago enorme e a volta tinham muitas arvores. Na grama, perto da margem, tinha uma toalha vermelha e branca quadriculada. Cheia de comidas que pareciam maravilhosas.

–Aceita um piquenique?

Assenti meio tonta.

Nós nos sentamos e ficamos conversando. Era a primeira vez que me sentia tão bem perto dele. Era bom, e fácil. O ventou jogou meu cabelo para trás, fechei os olhos sentindo o som bater contra meu rosto junto com a brisa e sorri. Abri os olhos e aqueles aquele rosto me encarava seriamente.

–O que foi? – Perguntei sem jeito sentindo o rosto ficar corado.

–Nada, estava vendo o quanto fica bonita quando sorri.

–Ah, - fiz uma careta – fala sério.

–Verdade. – Pegou no bolso da sua calça e me entregou uma caixinha preta.

–O quê é?

–Abre. – Sorriu.

As mãos tremendo, não ajudaram em nada para conseguir abrir a caixinha. Meus olhos se abriram espantados com o que tinha ali. Era lindo. Um cordão com um medalhão em forma de coração. Estava tão concentrada no presente que não reparei quando Draco se sentou do meu lado.

– Gostou?- Perguntou baixinho no meu ouvido.

–Sim.

–Que bom. – Segurou minha mão e acariciou a lateral do coração o fazendo abrir.

–Merlin! –Exclamei olhando encantada.

Tinha ali três fotos. Uma minha sentada na árvore perto do lago negro, na outra da ponta tinha o Draco apoiado ao tronco de outra árvore. E na do meio era uma foto em branco, mas que representava o jardim de Hogwarts. Acompanhei o meu eu da foto se levantar indo para a foto ao lado enquanto o Draco da foto fazia o mesmo. Os dois se aproximaram e ao estar quase perto ele puxou o meu eu para seus braços dando um beijo. Agradeci a Merlin por estar sentada.

–Ei, solta ela! – Falei com o retrato repreendendo o mini Draco fazendo o verdadeiro rir.

–Desiste. – Comentou me fazendo olhar para ele. – Não adianta. – Apontou para a foto.

Vi que agora o nosso “nós” retratado estava sentado na margem do lago negro, abraçados, e de vez em quando escutávamos o som de beijos. Meu rosto estava muito quente e sabia estar corada.

–Como assim “não adianta”?

–Ah... – Passou a mão pelos cabelos e tive vontade de tirar uma mecha que tampava seus olhos. – Eu já tentei. – Ele riu de novo. – Se falar com eles... – Balançou a cabeça com um sorriso divertido. – Bem, “nós”, - riu baixinho – quero dizer, eles simplesmente encaram e ignoram.

Ergui o rosto e notei o quanto nós estávamos perto, prendi a respiração ainda mais quando ele reparou em nossa proximidade. Seu rosto ficou perto do meu, e podia jurar que escutava as batidas descompassadas do meu coração. Fechei os olhos ao sentir o toque dos seus lábios nos meus. Inconscientemente, meus braços foram para em seu pescoço e os dele me apertarem pela cintura, nos deixando colados. Pude sentir um sorriso por entre nossos lábios e sorri junto.

Ouvir o som de palmas me fez procurar por quem tinha feito isso, e caí na risada ao ver os nossos “eu retratados” abraçados batendo palmas. Draco e eu nos olhamos e começamos a rir juntos. Tínhamos o mesmo sorriso bobo da foto. A mão dele ergueu meu queixo me forçando a olhar em seus olhos.

–Aceita namorar comigo?

Dei um beijo suave em seus lábios, depois me apoiei em seu peito fechando meus olhos, escutando as batidas do seu coração. Seu rosto abaixou se apoiando no meu ombro e sussurrou baixinho com a voz rouca.

–Feliz dia dos namorados, meu amor.

–Feliz dia dos namorados, amor.

Respondi baixinho com um enorme sorriso. Sem dúvida alguma não posso mais dizer que “Odeio esse dia”. Não mais. Virei dando mais um beijo nele, desejando que tudo ficasse assim para sempre.