Ficamos conversando por uns quinze minutos, até que vi uma garota se aproximando.

         - Oi amorzinho – ela falou dando um abraço tão chamativo nele, que até me assustei.

         - Oi Carol – ele disse com um sorriso minúsculo nos lábios.

         - Porque você não foi lá em casa ontem? Eu fiquei te esperando.

         - Eeer... ah, me esqueci, me desculpa? – ele falou ficando vermelho.

         - Só desculpo se você for hoje. – ele me olhou, como se tivesse me pedindo pra arrumar uma desculpa qualquer pra que ele se livrasse.

         - Me desculpe, mais ele não vai poder ir – eu falei com um sorriso torto.

         - E você, quem é? – ela me olhou de cima até em baixo, levantando o nariz logo em seguida.

         - Uma... amiga – falei de cabeça baixa. – mais ele não vai poder ir hoje, porque tem, compromisso comigo e com os meus amigos – falei empinando o nariz igualmente.

         - Hm, é mesmo? Que eu saiba, os mesmos amigos do bebê são os mesmos que os meus, então aonde vai ser esse compromisso?

         - Não tem como meus amigos e do Enzo serem seus amigos também, porque nós costumamos a gostar de pessoas legais, que nos dê alegrias e não ficam enchendo o saco mesmo vendo que não é bem vinda na situação, sacou? – falei olhando pro Enzo que tinha a mão na boca, se segurando para não rir.

         - Ora sua...

         - Se atreva a xingar ela – ela falou calmo, paciente, a penetrando com o olhar, era um olhar intimidador, e eu me perguntei porque ele estaria me defendendo de tal maneira, afinal, nos conhecemos a quinze minutos.

         - E porque você a defende? Foi ela que me xingou.

         - Eu não xinguei você, mais já que a carapuça serviu, sinto muito. – falei dando de ombros.

         - Está vendo? Olha como ela sabe me provocar, esta biscate.

         - HAHAHAHAHAHAHAHA – dei uma risada alta, e os dois olharam pra minha cara como se eu fosse uma louca – Tem certeza que eu sou a biscate da historia queridinha? Quem é mesmo que está se oferecendo na cara dura pra uma pessoa que já esta acompanhada? Ai,Ai... Olhe-se no espelho antes de me xingar – depois que terminei de falar, ela me olhou incrédula, e não falou nada. Apenas saiu andando, nos dando as costas.

         - Como você fez isso? – ele me olhou com um sorriso enorme.

         - Eu não sou de medir palavras para com quem merece Enzo, e pelo visto, você não estava muito afim de ir nessa “festinha”, ou me engano?

         - Não queria mesmo, serio, eu estou cheio da Camila.

         - Porque?

         - Ela e as amiguinhas dela não param de me infernizar, só pra você saber, eu já fiquei com todas, mais mesmo assim, elas não largam do meu pé.

         - Hum – coloquei a mão no queixo, pensando – então quer dizer que você é do tipo “pegador”?

         - Tipo não, eu sou mesmo, sabe como é né, eu ainda não achei alguém que valesse a pena namorar – ele falou olhando em meus olhos, e eu corei literalmente.

         - Bom, eu espero que não demore muito. – falei abrindo meu maior sorriso, afinal, eu estava namorando, e sinceramente, levei muito tempo pra conseguir namorar com o Pedro, eu não vou fraquejar só por causa de um menino bonito que beija a primeira que aparecer na frente, eu não sei verdadeiramente o porque, mais aquela conversa toda não me agradou muito – Bom, eu tenho que ir agora, o Pedro já deve ter acordado -   falei desmanchando o sorriso e virando de costas pra ele, pronta pra ir embora sem dizer mais nada, então, eu senti uma mão forte segurar meu braço, e uma corrente elétrica passou por todo o meu corpo.

         - Não vai se despedir? – ele falou com um sorrisinho de canto que me deixou muito, mais muito irritada – ou está com tanto ciúmes que não consegue nem mais me olhar?.

         - Nani? – falei, e ele arregalou os olhos.

         - Então você sabe falar japonês – ele falou ainda com aquele maldito sorriso.

         - Se não tem coisa melhor pra falar, Adeus – falei puxando meu braço e saindo.

         - Sayonara – ele falou.

         - Baka – gritei pra ele, que só deu uma gargalhada e saiu.

         Fui andando nervosa,  e pisando firme.

         - A baka aqui sou eu, só pode. Como pude pensar que ele era legal, sendo que na verdade ele é um menino fútil, convencido e arrogante. Baka, baka, baka – falei batendo na minha própria cabeça.