Hale Mccarty escrita por AndyMListing


Capítulo 3
2. High School


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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***

 

A claridade da manha invadia as janelas do quarto, embora no Alasca fossem muito raros os dias de sol, a luz entrava sobre as janelas de vidros iluminando o ambiente.

 

Eu gostava de ver os flocos de neve caindo. O clima frio sempre me agradou, e nunca gostei do calor, suor e clima quente era uma coisa que não combinavam comigo.

 

A olhar para fora via uma cena da qual vira muitas vezes se repetir.

 

As crianças entravam nos carros com os pais para a escola e as mães as faziam usar o gorro e cachecol para se protegerem e as abraçavam na despedida

 

Meu coração acelerava com tal cena e parecia faltar ar para os meus pulmões, por um mínimo de segundo eu sentia inveja delas. Alguém para amar e ser amado.

 

Isso me lembrava os natais, as musicas e festas natalinas. No meu caso não tenho lembranças ou recordações boas sobre essa data.

 

Meus tios me davam presentes, embora eles não gostassem muito de mim, eles não se esqueciam de me presentear. Não eram presentes bons, mas eles achavam que poderia ser muita coisa.

 

Sentei-me à mesa da cozinha para tentar comer alguma coisa, ao ver a papa de mingau que eu encarava com nojo pensei que talvez outra coisa fosse melhor que vomito branco, meu estomago insistia em recusar qualquer coisa que eu lhe oferecia. Ele sabia dizer não a qualquer comida que eu tentasse engolir quando o assunto era escola.

 

Peguei minha mochila e atravessei o quintal em direção a garagem, retirei minha bicicleta para fora e fui andando com ela até a rua.

 

- Não acho apropriado você ir à escola com isso. – olhei para o lado e me deparei com o vizinho.

 

Era Elijah Collins. Ele havia se oferecido para ajudar com a mudança logo que chegamos aqui. Minha tia havia o tratado super bem, elogiava-o prometendo preparar algo na cozinha como agradecimento.

 

Conversa furada.

 

Ele esboçava um sorriso em seu rosto e seu cabelo estava despenteado para os lados e os flocos brancos de neve caiam sobre ele. Seu nariz estava vermelho do frio e sua boca estava rosada. Os olhos azuis destacavam com seu cabelo loiro mel arrepiado.

 

- Bom... Se tiver outra maneira de ir à escola que não me faça chegar atrasada eu ia querer saber. – respondi a sua não pergunta.

 

Ele sorriu para mim parecendo se divertir com a cena que eu travava com a minha bicicleta para poder andar pela rua.

 

***

 

Droga!

 

Ele tinha razão sobre o transporte que eu queria usar para ir ao colégio. Acabei por chegar atrasada demais, a estrada estava molhada e escorregadia pelo gelo, o que não ajudou muito para eu me locomover. Eu sabia que ia ficar encrencada.

 

Já havia recebido meus horários. Segundo ano do colegial e a primeira aula seria literatura. Bati na porta e o professor abriu-a.

 

Minha mão estava suspensa no ar com os punhos fechados e olhando a cara nada feliz que fazia o mesmo comigo.

 

- Eu... Eu... Sou... – droga. Eu odiava gaguejar e ficar nervosa daquela maneira.

 

Olhei para dentro da sala e todos me encaravam e cochichavam com seus colegas ao lado.

 

- A aluna nova. Eu sei. – ele me cortou friamente – E está atrasada.

 

Ele me encarou e me mediu de cima a baixo. Senti meu rosto esquentar por completo, e as orelhas deveriam estar vermelhas, era sempre a mesma coisa quando estava nervosa ou alguém me fazia passar por algo constrangedor.

 

Entrei de cabeça baixa sabendo que muitos estariam me olhando e sentei-me num lugar vazio.

 

- Pessoal essa é a aluna nova. Andrea Carter. Espero que todos a tratem com respeito e faça com que ela seja bem vinda.

 

Nisso todos olharam para minha pessoa que apenas afundou na cadeira colocando a mão sobre o rosto.

 

- Belo jeito de começar. – uma voz brincalhona disse.

 

Olhei para o lado para saber de quem era a voz que se dirigia a mim.

 

Collins. Fiquei surpresa. Ele estudava aqui? 

 

Encarei-o sem emoção alguma. Ignorei seu comentário e prestei a atenção à aula.

 

A aula passou lentamente, a cada palavra que o professor ia dizendo eu contava os segundos do relógio que estava a minha frente pregada na parede acima da lousa. Eu podia ouvir os ponteiros andar bem devagar, parecia que estava fazendo isso propositalmente só para me irritar. E isso martelava na cabeça.

 

Ninguém mais me encarava e nem o meu vizinho Collins havia pronunciado uma palavra se quer.

 

O sinal logo bateu, e as aulas ocorreram normalmente. Dei algumas voltas na escola procurando a sala correta para minhas matérias do horário que constava no papel, mas nada que eu não perguntasse para os alunos.

 

As horas logo passaram e mais um sinal havia tocado para o intervalo de refeição.

 

Eu segui os outros alunos até onde me levaria ao refeitório. Eu estava faminta, não havia comido em casa, além de minha tia não ter preparado nada – nada decente além de mingau – eu não conseguia ingerir alimento algum antes do primeiro dia de aula.

 

Cheguei ao local e muitos garotos e garotas estavam sentados a mesas conversando com seus amigos e com uma bandeja de lanches.

 

Fui buscar algo pra mim, quase esbarrando nas pessoas com a bandeja em mão.

 

Olhava em volta procurando um lugar vazio e não achava nenhum outro. Até achar uma mesa desocupada que ninguém fazia muita questão de se sentar. Mas o lugar era ótimo.

 

Assim que me sentei, olhares de surpresa se voltaram para onde me encontrava, como se o que eu tivesse feito fosse uma surpresa para todos eles.

 

As cabeças que até então estavam voltada para mim, rapidamente viraram quase em sincronia para olhar algo ou alguém que estava ali. Logo de primeira achei que estivesse começando alguma briga, mas depois vi o que realmente todos olhavam...

 

Foi quando os vi pela primeira vez.

 

Cinco ao todos.

 

Um rapaz loiro da pele extremamente pálida estava entrando junto com uma baixinha do cabelo espetado para todos os lados, da mesma tonalidade de pele que ele.

 

Um garoto de uns dezessete anos do cabelo cor de bronze estava logo atrás deles.

 

Até que eu avistei mais duas pessoas que estavam com eles. Não podia ser verdade.

 

Eram as pessoas que eu tanto vi em meus sonhos, em meus tão profundos sonhos. Da qual não fazia idéia que poderia ser tão reais, de existirem.

 

Eles estavam vindos na direção da mesa em que eu estava sentada. Meu coração deu uma acelerada, uma palpitação rápida e parecia que eu ia perder o ar a qualquer momento.

 

O garoto de cabelos de bronze fez uma careta na minha direção, repugnando tais pensamentos como se pudesse ouvir o que estava passando pela minha mente doente.

 

- Hã... Oi. – a garota baixinha disse sorrindo.

 

Não sei qual foi a minha reação de principio, mas encarei-a piscando varias vezes os olhos e não saía absolutamente nada de minha boca. Como se as palavras pesassem e minha língua não se desenrolava.

 

- Você se importa? – quando me dei conta os cinco estavam ali todos em pé me encarando e metade toda da escola também. – Você está no nosso lugar.

 

O moreno me encarava. Sua altura e músculos eram de amedrontar qualquer pessoa, e também percebi seus cachos que caiam sobre sua testa, perfeitos cachinhos e ele pressionava os lábios que fazia movimentos em sua bochecha destacando as covinhas o fazendo ter um aspecto juvenil, diria até um rosto de uma criança inocente. A loira em seu lado que estava de mãos dadas, até então com ele me encarava, seu rosto que parecia ter sido esculpido por anjos me olhava minuciosamente estudando-me.

 

Foi quando me dei conta de que todos os cincos tinham olhos dourados. Exatamente como eu os via em meus pensamentos.

 

- Então? Queremos nos sentar. – assim disse o cabelo de bronze me encarando com certa censura e rispidez em suas palavras que saíram de sua boca.

 

No momento eu até queria retrucar e dizer que ali não havia o nome deles pregados no assento, mas eu era covarde demais para se referir assim com eles, uma força magnética me impedia de falar tal coisa. E a escola toda vendo, não seria apropriado fazer isso.

 

Eu apenas me levantei segurando minha bandeja tomando o máximo de cuidado. Eu estava tremendo por dentro e qualquer descuido seria fatal. Mas eu não era desastrada, não. O meu problema era a falta de sorte.

 

Saí caminhando a procura de outro espaço sem olhar pra trás. Quanto mais rápido eu saísse de lá melhor, mas antes de ir longe demais, ouvi uma voz de sino dizer:

 

- Edward, não precisava ser tão grosso.

 

Sentei em um canto da janela onde dava pra ter uma boa visão do lugar de onde todos estavam sentados. Talvez ninguém quisesse sentar ali porque ficava perto da cozinha e do lixo. Mas a opção era ficar ou ir para o Box do banheiro. A segunda não era muito convidativa.

 

De longe ainda podia olhar para todos eles.

 

Seus rostos ainda eram perceptíveis à distância. Rostos lindos, perfeitos e esculpidos minuciosamente por mãos mágicas. Como aqueles rostos de anjos que conseguíamos ver em pinturas antigas de quadros. Ou que víamos em revistas de modelos com muito retoque de photoshop.

 

Não.

 

A beleza deles era real. Não tinha como comparar a essas revistas de moda, até porque ninguém chegava perto disso.

 

O moreno dos cachinhos junto com a mulher dos cabelos dourados me olhava de longe. Possuía a expressão serena, assim que os outros viram para onde olhavam acompanharam os dois imitando-os. E assim os cinco anjos me encaravam.

 

Desviei meu olhar e abaixei a cabeça timidamente para minha mesa, e comecei a consumir meu pequeno almoço.

 

***

 

Não demorou muito para que o sinal tocasse e todos fossem para suas salas. Mas antes havia ido ao banheiro. Foi quando ouvi passos entrando no ambiente.

 

Abri a porta e me deparei logo com a baixinha e a loira em frente ao espelho.

 

Logo que eu dei de caras com as duas, ambas me encararam instantaneamente pelo vidro e apenas fiz o que sempre faço quando alguém me olha. Abaixo minha cabeça e evito olhar o máximo que eu posso.

 

Meu rosto devia estar pegando fogo.

 

Fui de frente a pia, dei uma encarada para meu reflexo no espelho e uma profunda suspirada.

 

É não estava de todo mal.

 

Lavei minhas mãos e sai de lá em passos largos.

 

A próxima aula seria de matemática e eu sempre fui péssima em cálculos. Ou meus professores eram muito podres ou era muito estúpida a ponto a de não entrar nada.

 

Sentei em uma carteira vazia ao fundo da sala, jogando minha mochila sobre a mesa, fazendo um barulho e todos voltarem para mim.

 

- Desculpe. – sussurrei quase inaudível, mas fiz os movimentos com a boca para que entendessem a leitura labial.

 

Minha mochila era do estilo cheio de desenhos e adesivos grudados de anime japoneses, e com muitos chaveiros. E os chaveiros faziam barulho onde quer que eu fosse.

 

O professor ia chegar a qualquer momento, olhei para o relógio e para meus colegas de sala, todos conversavam animadamente com os amigos, quando duas pessoas entraram na sala da qual eu não esperava.

 

O Mr. Cachinhos e covinhas entrou junto com sua parceira, o anjo loiro, segundos antes de o professor entrar.

 

Dessa vez nenhum me olhou, passaram pela minha carteira sem ao menos dar uma olhada de canto.

 

Não sabia se sentia aliviada ou triste...

 

Triste?

 

Mas o que eu estava pensando? Que eles me dissessem um oi? Não depois da cena do refeitório. E porque eu estava preocupada? Eu sempre fui invisível aos olhos de todo mundo, não seria agora que alguém me notasse. Não por eles.

 

Congelei ao ver que o grandão sentou atrás de mim e ela ao seu lado. Eu dei uma revirada na cadeira e fiquei dura quando a chamada começou.

 

Eu fiquei surpresa logo após descobrir seus nomes na chamada. Emmett Cullen e Rosalie Hale. Tirando o nome da garota, o rapaz tinha um nome bem diferente, mas soavam familiar tanto os dois.

 

A aula inteira não conseguia prestar atenção alguma, os números que estavam a minha frente se misturavam tudo e a mais simples operação que seria de soma estava saindo errada.

 

Não estava conseguindo fazer nada direito.

 

Era exagero sentir desconforto com os dois logo sentados na carteira atrás de mim, mas meus sentimentos não estariam assim se as pessoas que eu acabara de ver fossem as pessoas que toda noite invadias os meus mais profundos sonhos.

 

Da qual não poderiam ser reais. Não podia. Simplesmente isso não existia. Era um lugar no subconsciente, da qual minha mente, meu cérebro inventou.

 

- Está tudo bem? – minha mente deu um estalo no mesmo instante ao perceber quem estava tocando meu ombro e falando justo com tal pessoa. Eu.

 

Olhei para trás e vi Emmett parado me observando. Agora podia ver seu perfeito e lindo rosto e sua bela par de Iris dourada como ouro líquido.

 

- Você está tremendo. – ele voltou a se pronunciar. Nisso a sala toda se vira.

 

Sua parceira era a única que não estava olhando, mas eu sabia que estava ouvindo.

 

- Estou bem, obrigada, acho que é só o clima frio. – respondi.

 

- Talvez fosse melhor por um agasalho mais quente.

 

- É. Talvez seja uma boa idéia.

 

Tentei esboçar um sorriso, mas meus lábios congelaram.

 

Ao contrario dele, Emmett sorriu levemente mostrando seus dentes brancos e covinhas.

 

O que eu deveria dizer? Que não tinha tanta roupa o suficiente? Que meus tios não me davam tudo que eu precisava?  Virei para frente pra ver a correção dos cálculos.

 

Assim que o término de aulas encerrou, corri para o estacionamento antes que todos da escola saíssem e me vissem com aquela bicicleta estúpida que eu trouxera horas mais cedo comigo.

 

Ao chegar ao estacionamento, minha bicicleta não sem encontrava onde havia deixado. O senhor que guardava o local estava sentado em uma cadeira conversando com o segurança do colégio.

 

- Hã... Senhor... Com licença? – pedi e o tio de cabelos grisalho parou sua conversa para prestar atenção em mim. – Será que você não teria visto uma bicicleta parada bem aqui?

 

- Uma bicicleta? A sim eu a reboquei para o ferro velho, não servia pra nada, não sei como pode ter vindo com aquela coisa, às correntes congelaram se partindo.

 

O que ele estava me dizendo? Como agora eu poderia vim para escola? E voltar para casa?

 

- Mas o senhor não poderia ter feito isso. Como eu posso voltar para casa agora? E vim semana que vem para escola?

 

- Isso não me diz respeito senhorita.

 

- Mas... Mas... – como sempre eu era estúpida demais para responder a ele.

 

Tentei manter a calma, fechei os olhos e respirei fundo. Meus tios iam me matar. A bicicleta era minha e foi com muito esforço que eu a consegui. Mas tudo que estava dentro de casa pertencia a meus tios. Tudo.

 

- Hey Carter. – ouvi alguém chamando. Eu quase estava chorando de raiva. Virei meu rosto que eu sabia que estava inconsolável naquele momento.

 

Era Elijah Collins acenando com a mão para mim do outro lado do estacionamento.

 

Fui andando devagar em sua direção, sem muita força de vontade. Parei em frente a seu carro.

 

- Quer uma carona de volta para casa? – ele estava perguntando o que eu realmente ouvira?

 

Eu não tinha outra maneira para voltar, ou pegava um ônibus com o ponto mais próximo – que sem chance, não tinha dinheiro suficiente para isso – ou voltava a pé. Isso podia levar o dia todo. E aceitar uma carona que ele estava oferecendo não era de todo mal assim.

 

- Eu aceito sim. Obrigada. – disse sorrindo de lado.

 

Ele me sorriu de volta, mas um sorriso abertamente. Entrei no carro e ele ligou o motor, olhei pela janela de vidro, as cinco faces de anjos desconhecidos que estavam ali parados olhando eu ir embora com talvez meu novo amigo.

 

***

N/A: Mais um Capitulo prontinho XD Não deu muito trabalho porque to começando a gostar de escrever essa fic. Coloquei até meu nomenzinho nela XD. Mas meu nome é Andréia com I, mas passei para o ingles e sem o acento.

Pois é, quero agradecer ao pessoal que comentou na minha histórinha, porque achei que ninguém ia gostar dela, devido ter uma personagem nova, e a galerinha prefere seus personagens originais então estou super feliz com o resultado. Eu venho postando de domingo a domingo, mas não quer dizer que sera sempre assim.

Semana que vem vou começar a fazer um estágio ok? E Não sei se vai dar certo ou nao, mas se tudo ocorrer bem eu vou trabalhar e talvez o tempo fiquei mais curto para minha pessoa, tendo acesso apenas aos finais de semana.O bom é que nao saio muito de casa então...

Agora quero que vocês comentem viu? E digam o que acharam desse capitulo de hoje.

Kisses

 

 

 

 


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