Resolvi pegar um ônibus invés de ir de bicicleta até a academia, já que eu es tava super cansadona com aquela correria toda. Nem era tãaaaao longe assim pra pegar um ônibus, mas na situação que eu estava, era preciso sim! Era perto da balsa. Na academia Ilhabela nada mais óbviu.

Chegando na academia, lá estava Rodrigo nunca camiseta branca toda suadinha, correndo numa esteira elétrica. Super sexy, escutando músicas no seu Iphone! Uma onda de calor apossou-se do meu corpo e minhas pernas até bambearam, me deixando tontinha num segundo. Precisei até sentar-me para voltar ao mundo real. Que já era real demais!

Assim que Rodrigo me viu, desligou a máquina, aproximou-se de mim e levantei-me do banco para beijá-lo.

— Hum, eu tô fedido e suado.

— Eu gosto do seu cheiro de qualquer jeito!

— E o que você faz aqui? Não teve treino de Jiu-Jitsu?

— Não gostou de me ver aqui?... - o encarei, franzindo a testa - É que não fui pro treino por que aconteceu algumas coisinhas em casa... - segurei seu queixo, roubando-lhe um selinho.

— Me espera aqui então, que vou falar pro Samuel - deve ser o personal da academia, sei lá. - que tô saindo mais cedo...

— Não, não! Pode malhar mais um pouquinho, eu te espero. Quero te ver todo gostoso pra mim!

— Só pra você? - levantou uma das sobrancelhas, sorrindo.

— O que é? Já tá querendo me trocar, é? Fica esperto comigo, cara. - apertei seu braço, com minhas unhas.

— Calma, claro que não. Até parece que vou te trocar... Só tô brincando com você, sua lerda. Sabe que gosto de te irritar! É que você anda meio possessiva demais, entende?

— Ruum! Você é só meu. Propriedade minha agora. - mordi meu lábio inferior e ele puxou-me pela cintura.

— Então me empresta pra esteira elétrica um pouquinho só? Quero ficar mais gostoso pra você!

— Vai lá...

Ele me beijou e voltou pra esteira elétrica.

Ainda bem que levei o meu celular pra escutar músicas enquanto eu observava, ou melhor, admirava Rodrigo malhar. Ele sempre arrumava um jeito de dar uma piscadinha pra mim. Eu me derreto quando ele faz isso. É tão sedutor!

Em menos de meia hora, Rodrigo já havia acabado, tomou uma ducha bem rápida e entrelaçou seus dedos nos meus, guiando-me até a saída.

— O quê aconteceu na sua casa?

— Ruum... Assim que você foi embora de casa, aquele maníaco do Gustavo me levou até o Bariloche e começou a dar em cima de mim, falando que só veio pra cá por minha causa... - calafrios fizeram minhas pernas bambearem.

— Você tá de brincadeira, né? - arregalou seus lindos olhos verdes.

— É sério, meu. Até fugi de casa...

— Que filho da puta! - pausou - Pode deixar comigo, que ninguém mexe com a minha mina e sai numa boa. - falou revoltado.

— Eu tô com medo, Rodrigo. Tô preocupada com a minha mãe também...

— A gente tem que acabar com o namoro dos dois... é pro bem de vocês...

— Mas como? Temos que planejar tudo bem direitinho, cara...

— Bom, e as suas coisas? Ainda tão na sua casa?

— Não. Fiz uma mala e levei pra sua casa. - pausei - Acho que seus pais nem ligaram... eles não falaram nada.

— É. Eles são de boa assim mesmo. Mas você, por acaso, avisou sua mãe que ía pra minha casa?

— Claro que não... Porque na hora que eu saí, o Gustavo tava com ela, daí ele saberia aonde eu tô e viria atrás de mim...

— E se ela ligar pra policia?

— Acho que depois eu vou ligar pra ela...

— É bom, mas.... olha, não tô querendo ser grudento demais, só que eu queria que você não saísse de casa, enquanto esse cara ainda tiver na tua, entende? Se quiser eu vou contigo pro Jiu-Jitsu...

— Eu não vou pro Jiu-Jitsu esses dias, não. - o interrompi - E ainda por cima é perto de casa... nem fodendo. - pausei - Tô começando a ficar com mais medo desse cara... ele disse que se eu contasse isso tudo pra alguém, na primeira chance que ele tivesse... me estupraria. - murmurei.

— Ele falou isso? - assenti. - Eu mato esse otário se ele fazer essa covardia contigo, não vou deixar ele nem chegar perto de ti... Juro, sou capaz de matar qualquer pessoa por você, sem zoeira.

— Nossa, Rodrigo. Que lindo ouvir você dizer isso! - sorri.

— Você sabe que eu te amo, né? - ele retribuiu com outro sorriso.

— Sei sim, meu gostoso!

— Mas de qualquer maneira... vai ser comigo a sua 1ª vez. Eu vou ser o cara! E não vai ser Gustavo Cardoso nenhum quem vai fazer isso num estupro...

Impedi que ele continuasse de andar e o beijei. Finas gotas de chuva começaram a tocar nossa pele rapidamente, mas continuamos ali prolongando o beijo até cansarmos.

— Ei... - ele segurou meu queixo - na nossa noite... quero te dar muito prazer... quero te encher de desejos, quero... quero dar o melhor de mim pra você!...

— Ai, Rodrigo. Pára. Você tá me deixando ansiosa demais, cara. Eu não vou aguentar esperar mais... 8 meses pra isso. É muito tempo.

— Me desculpa... não quero te pressionar assim. Não quero que você mude de ideia, é a sua promessa... se lembra?

— Ai, isso não importa mais. Se eu ficar nessa de promessa... é bem capaz que você desista de mim por causa dessa besteira toda...

— Eu não vou desistir de você... - ele segurou minha nuca com suas duas mãos - Nunca! Pode tirando essa ideia idiota da cabeça, entendeu?

As gotas finas de chuva,logo tornaram-se violentas e o céu começou a fechar rapidamente. Parecendo que um grande temporal iria acontecer.

— A sua mãe tava certa...

— Sobre o quê?

— Essa chuva... acho melhor a gente ir rápido!

Ele olhou para o céu também e entrelaçou seus dedos nos meus, puxando-me para correr da chuva junto com ele.

Chegando em sua casa com as roupas meio úmidas, fomos tomar banho. Quando descemos para jantar, a mãe de Rodrigo começou a me fitar e logo depois perguntou:

— Déborah, a sua mãe sabe que você tá aqui?

— Pra falar a verdade, ainda NÃO. Mas vou ligar pra ela daqui a pouco, avisando.

— Hmmm... Só não quero que ela ache que te sequestramos! - sorriu.

Ligar pra minha mãe eu não tinha certeza se iria, mas só pra não preocupar os pais de Rodrigo, falei isso. Quando terminamos de jantar, Rodrigo e eu subimos de volta ao seu quarto e ele me convenceu de que já era hora de ligar para minha mãe.

(...)