Utopia escrita por dastysama


Capítulo 27
Capítulo 27 - O Mausoléu


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que pode ser um pouco tarde para explicar, mas sabe os capítulos onde teve uma visão da Biene e outra da Johanna extremamente parecidas? Se ficou confusa, vou explicar, por que notei um pouco isso nos reviews. Quem deu o tapa foi a Johanna, mas por que? Não sei se vocês já leram livros do séc XIX (sou viciada neles hihi :B), mas beijar uma moça daquela forma é uma afronta, por isso ela deu o tapa. Quanto a Biene ela apenas se afastou. Como as duas visões praticamente foram vistas ao mesmo tempo, Bill não sabia se levou o tapa da Biene ou da Johanna. Entenderam?
Desculpem a confusão .-.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81561/chapter/27

 

– Está se sentindo bem, Bill? – Biene perguntou quando Bill vacilara um pouco enquanto dançavam.

– Eu estou ótimo – Bill disse voltando a si quando a visão passara.

A Duquesa de Aach. Será que a visão acabara mesmo, ou Biene realmente parecia muito com Meredith Gottwald? Ambas tinham os cabelos da mesma cor loira e os olhos do mesmo azul intenso, até as feições de ambas se lembravam muito. Mas por que sentira então uma enorme aversão a Meredith se com Biene se sentia tão bem?

– Melhor pararmos um pouco – Biene disse o puxando para longe da pista de dança – Vamos beber algo.

Pelo visto ela não acreditara nem um pouco nele. Nem ele estava acreditando em si mesmo. Tudo estava tão bem, por que aquelas visões voltaram novamente? Ainda mais quando a deixou pela metade, sem saber o que aconteceria logo em seguida. Bill não fazia ideia de quem era Meredith Gottwald e por que diabos ela se parecia muito com Biene.

– Aqui está – Biene estendeu uma lata de coca-cola gelada para Bill, enquanto este estava sentando em um banco, olhando o movimento de pessoas – Você vai se sentir melhor.

– Obrigado – ele disse envergonhado, pegando a coca-cola e tomando um gole do líquido gelado que lhe queimou a garganta.

– Você tem algum problema? Não realmente um problema, algo mais como uma esquizofrenia? – ela perguntou temerosa, não pela resposta, mas por ter medo apenas de perguntar. Bill se engasgou com a coca-cola quando ouviu o que ela disse – Desculpa! Eu não queria te deixar constrangido!

– Não, eu não tenho. Não que eu saiba – Bill disse finalmente conseguindo falar – Por que pergunta isso? Você acha que sou louco?

– Não, claro que não! É que aquele dia que você me beijou, não parecia você e hoje, enquanto nós dançávamos, eu percebi a mesma coisa. Você que devia me achar maluca, não o contrário. Talvez eu esteja viajando demais.

– Na verdade acho que você está certa, ando meio estranho – Bill disse, suspirando. Ele não via a hora dessas visões acabarem e ele finalmente se livrar delas, aquilo andava lhe trazendo confusões demais – Mas não é nada demais, não precisa me mandar para o hospício.

– Se eu mandar você, terei que ir junto, não sou nada normal também – ela disse rindo, fazendo algumas mechas do seu cabelo caírem em seu rosto.

Bill ficou tentado em tirá-los dali, então passou seus dedos pelo rosto dela, levando os fios dourados de seu cabelo para que não escondessem seus olhos azuis. Ela corou ao sentir o contato dos dedos dele em sua maçã do rosto.

– Biene! – exclamou uma voz gutural, bastante conhecida, fazendo os dois pularem do banco – Eu te procurei em tudo que é lugar!

Tratava-se de Eleazar, que veio na direção deles, vestindo um longo casaco enquanto seu olhar pairava sobre os dois. Bill realmente ficou meio tenso quando sentiu um olhar rabugento vindo do velho para ele.

– Estão te chamando na prefeitura, querem que você explique alguns dos grandes acontecimentos da cidade.

– Ah, tudo bem – ela disse se levantando – Bill, venha comigo. Você não quer saber mais sobre a história local também?

– Claro! – Bill disse assentindo e se levantando também para acompanhá-la.

– É bom você ter boas intenções com a minha neta, ou eu mesmo degolo seu pescoço – disse Eleazar puxando o braço de Bill para um canto para que só ele pudesse ouvir enquanto Biene andava calmamente sem perceber nada.

– Não, Senhor – Bill disse engolindo seco – Não tenho nenhuma intenção com ela!

– Bom saber – Eleazar disse, largando o braço dele, enquanto este tentava alcançar Biene que nem ao menos notara o pequeno burburinho que se formara.

A prefeitura ficava no centro da cidade e muito perto de onde estavam. O lugar não era enorme, mas muito bem cuidado, mesmo aparentando ser muito velho. Não tinha muitas pessoas ali, as poucas que tinham ficavam analisando os diversos objetos que tinham em caixas de vidros. Havia também muitas fotos antigas nas paredes e documentos históricos a mostra para quem quisesse ver.

Enquanto Biene foi falar com o prefeito, Bill decidiu dar uma olhada na exposição, tentando achar qualquer coisa que fosse significativa. A maioria se tratava de objetos antigos como relógios e até jóias que pareciam ser muito caras, mas que sua beleza havia se perdido um pouco com o tempo.

Então passou seu olhar pelos documentos e fotografias na parede, tentando localizar alguém conhecido, mas a maioria das fotografias era datada apenas a partir do século XX. Mas havia um documento que chamou a sua atenção, constava o nome de todos os prefeitos que já tiveram em Aach. Sem muito esforço, logo achou Lutz Gottwald, que devia ser o pai de Meredith, mas não havia mais nenhuma informação sobre eles.

– Desculpe incomodar – disse Bill indo até o prefeito e atrapalhando a conversa dele com Biene – O Senhor sabe se tem mais alguma informação sobre a família Gottwald? Um deles foi o prefeito da cidade, Lutz Gottwald.

– Bem... que eu saiba não tem mais uma família Gottwald por aqui, todos migraram para outras cidades. Mas acho que deve ter algo sobre o prefeito nos arquivos.

– Eu poderia dar uma olhada? – Bill perguntou temeroso que a resposta fosse não.

– O Bill e eu estamos tentando saber um pouco mais sobre a história da cidade – Biene interveio, afinal ela bem sabia que o prefeito nunca deixaria um desconhecido dar uma olhada nos arquivos se não tivesse um motivo – Ele faz faculdade de história e está preparando uma tese.

– Ah, sim... isso explica o estilo dele, vocês historiadores são sempre meio esquisitos – o prefeito disse olhando de Biene para Bill, analisando ambos – tudo bem, vocês dois podem dar uma olhada, só não baguncem.

Bill estava totalmente agradecido pelo que Biene fizera, só não saberia como se explicar caso ela perguntasse por que ele tinha tanto interesse agora nos Gottwald. O prefeito os levou nos fundos da prefeitura, onde ficavam várias caixas cheias de documentos antigos e talvez nem tão importantes. No começo ele ficou olhando os dois, enquanto procuravam algo nos arquivos, mas logo percebendo que aquilo era tedioso demais, ele saiu.

– Você vai me explicar por que está procurando algo sobre os Gottwald? Ou vai manter mistério como você anda fazendo – Biene disse enquanto olhava uns documentos em uma caixa enorme.

– Eles têm ligação com os Baumgärtner – Bill disse simplesmente – E os Schmidt também, se encontrar algo sobre eles, me avise.

– Como pode saber? – ela perguntou atônita – Eu já procurei muitas coisas sobre os Baumgärtner e nunca achei nada demais sobre eles.

– Eu não sei explicar como eu sei, apenas acredite, tudo bem? Talvez conseguiremos achar algo sobre eles, se procurarmos através de outras famílias daquela época.

Biene apenas assentiu, ainda bastante confusa. Os dois ficaram horas ali, procurando algo que fosse importante, até que Bill achou algumas páginas que falavam sobre Lutz Gottwald, a maioria não era importante, apenas falava dele. “... ele teve três filhos Ludwig, Solomon e Meredith (...) a última filha acabou se casando com Heinrich Baumgärtner e morreu sete anos depois deixando um filho órfão”.

 Isso era totalmente estranho. Meredith fora prometida a William e não a Heinrich, será que ouve algum engano? Ou realmente os dois acabaram não se casando? Não havia mais nada se referindo a ela, a não ser a sua morte precoce e nada que se referisse a William.

– Achou algo? – Biene disse, aparecendo atrás dele para analisar o documento que Bill lia.

– Sim, a filha de Lutz, Meredith Gottwald acabou se casando com Heinrich Baumgärtner. Não há mais nada, só consegui achar isso.

– E eu achei que os Schmidt migraram para Munique, também não há mais famílias por aqui. Então, basicamente, estamos na estaca zero, sem mais informações.

– Deve ter mais algo sobre eles, alguma árvore genealógica, qualquer coisa! Alguma coisa que mostre que pelo menos eles existiram mesmo, que tudo não é fruto da imaginação.

– Tem o mausoléu deles no cemitério – Biene disse agora se lembrando – É enorme, acho que abriga toda a família Baumgärtner, o problema é que precisa entrar para conseguir descobrir o nome dos que estão sepultados lá. Mas a porta é de ferro, pois naquela época e até nos dias de hoje, pode haver saqueadores de túmulos. É impossível praticamente entrar sem uma chave.

– Eu vou descobrir onde está – Bill disse decidido – Não sei como, mas eu vou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Utopia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.