Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Original escrita por YuukiHisashi


Capítulo 10
Capítulo 11 - Persuasão




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— O assunto delicado que o Yuuki-kun havia mencionado antes… se tratava de mim. – Não haviam entendido. – É que eu… sou um garoto… – Revelou, de cabeça baixa, pegando ambas Shizue e Emiko de surpresa.

— Então quando você dizia que o Yuuki te destratava, era… – Não foi necessário a jovem de cabelos roxos finalizar sua sentença, Miyagi somente consentiu com um aceno positivo, ainda com seu rosto abaixado.

— Por isso as brigas… – Nakajima refletiu, e a jovem moça de cabelos morenos explicou sua situação, a qual ambas compreenderam com muita facilidade. – É bom que assim fica de aprendizado, não é, Yuuki? Nada de ficar martirizando que ela é um menino, um homem. Pois veja só esse jeito todo delicado e doce, amoroso, meigo. – Akane ficara levemente sem jeito com os elogios. Shizue fez questão de elucidar como a jovem era uma dama desde antes de conhecê-la, e a jovem concordou com ela. Yuuki consentiu, e pairou seu olhar em Miyagi, que o encarou de volta. Ela acabou por ruborizar e desviou sua visão do menino. – Viu? Ela até se envergonha, como toda menina. Aliás… você deveria se olhar no espelho… – Caçoou sem ele entender do que ela estava falando. – Você também tá vermelho.

Pego de surpresa, tentou esconder, em vão. As meninas acabaram por rir um pouco de sua reação espontânea. Após terem aproveitado seus lanches, cada um pagou sua porção e saiu do restaurante satisfeito. O clima do lado de fora estava somente serenando, ainda assim, utilizaram-se de seus guarda-chuvas até enfim se separarem. Estava quase de noite enquanto os dois retornavam para o dormitório.

De banhos tomados, Yuuki estava prestes a retornar para seu quarto quando Miyagi o puxou pelo pulso escada acima, sem dizer nada.

O que você tá fazendo? Aí não é o dormitório das meninas? – Ele sussurrou.

Sim, é o dormitório das garotas, mas fica tranquilo, ninguém vai saber. – Ela respondeu em igual tom. Nos últimos degraus das escadas, decidiu olhar ao redor: estava tudo limpo. Seguiu com o rapaz até a porta de seu quarto, puxando a chave de sua bolsa.

“Espera aí? O quarto dela?!” O garoto pensou, e tornou-se por avermelhar, enquanto ela girava a chave e a maçaneta. A ansiedade lhe preenchia, pois era a primeira vez que entraria no quarto de uma menina. O clique da chave o fez levemente arrepiar, enquanto a garota abria a porta e adentrava. De quebra, tudo que Shizue havia lhe dito aparentava se manifestar ali dentro daquele ambiente: as decorações do quarto, assim como cobertor e tapete, praticamente tudo era em tons cor-de-rosa. Mais feminino que aquilo parecia ser impossível para ele.

Vamos, o que está fazendo aí parado? Entre logo.— Ela o puxou com cuidado para dentro do quarto, e rapidamente o fechou atrás dele. – E então?— Ela o questionou, e ele aparentava estar um pouco desnorteado pela decoração do quarto.

Ah… bem… é realmente… feminino…

Deshou? Com isso, resta alguma dúvida? – O jovem deu um aceno negativo. – Viu? Se você fosse na minha casa, e entrasse no meu quarto, iria se deparar com a mesma coisa. Eu sempre fui assim, desde de que eu nasci. Tinha preferência por rosa em vez de azul, não gostava de carrinhos mas amava minhas bonequinhas. E apesar de eu até vestir shorts e blusa na época, era porque eu era mais moleca, mas também tinha meus vestidinhos. Viu como tem todo um padrão? Se você perguntasse a praticamente qualquer outra menina, ela te responderia quase do mesmo jeito. A única diferença que eu tenho para com elas é que eu tenho esse corpo, e honestamente? Não me incomodo de ter ele assim. Poderia pensar em fazer uma cirurgia mais a frente? Sim, até poderia, mas não sinto sequer vontade disso. Do jeito que eu sou está tudo bem. Claro, para vocês rapazes pode ser uma história diferente, mas tem quem não ligue para isso. - Explicou a ele, expondo completamente o seu mais delicado interior, do fundo de seu coração, com um meigo sorriso cujo o deixou levemente sem jeito novamente. Mas aquela paz aparentava se quebrar. Sons de passos puderam ser escutados de fora. O desespero era real: em um rápido relance, Akane decidiu o esconder dentro do guarda-roupa. Após isso, só deu tempo de abrir o caderno e fingir que estava estudando, pois a porta estava se abrindo.

— Akane, pare um pouquinho. Está na hora do jantar. – Solicitou a sensei, ao vê-la estudando.

— Ah, claro, só vou terminar esse exercício aqui e já vou. – Mentiu, tornando a fingir estar ocupada com o caderno. A professora lhe deixou, fechando a porta e descendo as escadas.

Quando passos não se escutavam mais, a moça se levantou, e abrindo o guarda-roupas o ajudou a sair dali. Explicou um plano de fuga, na qual consistia em fazê-lo esperar por volta de quinze segundos após ela sair, para não levantar nenhuma suspeita.

Se possível, vá até o portão e o mexa, como se estivesse entrando. Se você só aparecer, podem estranhar. Caso perguntarem aonde você foi, diga que veio da casa do Tsukishima, pois estava o ajudando com uma tarefa escolar. Entendeu? – Questionou, e ele acenou positivamente. Assim ela o fez: primeiramente checou se o corredor feminino estava vazio e de que nenhuma porta iria se abrir ali. Confirmada sua checagem, saiu e tratou de descer, enquanto o jovem contava em sua mente os quinze segundos. Passado o tempo estimado, ele então saiu do quarto de Akane, silenciosamente fechando sua porta, e tratou de descer sem fazer muito barulho. No corredor principal, foi até a porta, abriu-a e fechou, simulando ter retornado da rua, para então finalmente poder ir para a sala de jantar com os outros.

— Yuuki, aonde estava?

— Desculpe demorar, sensei. É que eu estava ajudando o Tsukishima com uma tarefa da escola que foi passado pra casa. Eu não tive escolha senão acompanhá-lo.

— Ah sim… então tudo bem, vamos. Está levemente atrasado para o jantar. – O jovem então se uniu aos outros a mesa e jantou. Após isso, o mesmo foi para seu quarto, e ficou olhando alguns artigos de noticiário até que ouviu batidas em sua porta. Ao abrir, deparou-se com a garota, que pediu seu número de celular, ao qual ele a forneceu, e ela então retornou para o dormitório feminino.

Dentro de seu quarto, por um momento, ela parou e tornou a olhar para si mesma, como se tivesse algo com seu próprio corpo. Entretanto, rejeitou tal com um aceno e pôs um sorriso em seu rosto. “O problema não sou eu, é ele. Mas tenho certeza de que ele pode ser melhor do que isso.” Pensou, esperançosa. Por alguns minutos aquela noite, jogaram conversa fora pelo celular, até enfim se despedirem. A garota estava se arrumando para poder dormir, quando seu celular tocou.

Moshi moshi?

— Ah, Akanecchi? Sou eu, Shizue.

— O que houve?

— É que eu tava pensando em te convidar pra gente dar umas voltas pela cidade amanhã. O que me diz?

— Hmm… claro, por que não?

— Beleza. Vou trazer algumas amigas minhas. Vai ser só entre meninas, então não traga o Yuuki, ok? – Concordou a jovem. Despediram e desligaram. A ansiedade sobre o dia de amanhã aparentava permear sua mente aquela noite, e ao deitar-se, demorou um pouco mais do que de costume para que enfim caísse no sono.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Tradução dos termos japoneses:

Deshou: Viu?
Moshi Moshi: Alô (telefone)



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