Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Original escrita por YuukiHisashi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Introdução da História


Notas iniciais do capítulo

Esta é a versão Original de AmeHana, a primeira que me inspirou profundamente a escreve-la. Espero que gostem.

Como sempre, poderão haver termos escritos em japonês, que serão traduzidos sempre nas notas finais de cada capítulo.



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Há exatamente 10 anos, em Showa, Yamanashi, viviam duas inocentes crianças. Os dois eram muito amigos, e sempre que podiam, brincavam juntos. Havia uma forte amizade entre aqueles dois pequenos. Todavia, eles não estavam aguardando por algo que poderia potencialmente abalar um pouco aquele vínculo.

Alguns dias antes, a menina recebera a tal notícia: a família dela iria se mudar. Ela, certamente, se quebrantou a chorar, questionando o por que, mas nunca recebendo uma resposta definitiva. Chateada, saiu a correr pela porta afora, e desesperada, a mãe foi atrás, temendo que algo acontecesse com sua filha. Por sorte, ela não fora muito longe, ao se encontrar com seu colega no parque que havia a poucas quadras dali.

Por que você está chorando? - Perguntou o menino, a ver ela chorar e tentar secar suas lágrimas, soluçando.

A minha família… A minha família vai se mudar… a gente vai embora…

Ao escutar aquilo, uma imensa sensação de vazio preencheu o coração do jovem.

Não… Eu não quero que você se vá…

Eu também não queria ir, mas foi o papai e a mamãe que decidiram isso…

Eu não quero que você vá embora! Peça a eles para ficarem! Por favor! Peça a eles!

Não adianta… mesmo se me escutassem, não iriam atender meu pedido.

Os dois então se desabaram em prantos, abraçando um ao outro fortemente, como se quisessem ser inseparáveis. A mãe da garota, escondida atrás de uns arbustos, escutava aqueles choros, e de pena, deixou algumas lágrimas escorrerem sobre sua face. Ela sabia que os dois eram muito apegados um ao outro, e que separar aquela doce amizade machucaria o coração de ambos. Entretanto, não havia outro jeito. Decidiu sair dali e deixá-los a sós pois o marido poderia estranhar do sumiço repentino da mulher e da filha. Os dois ficaram ali por um momento até se acalmarem um pouco.

Você… pode me prometer uma coisa?

Ela se desvencilhou dele por um momento, antes de novamente segurar sua mão e olhar nos olhos dele, ainda com um semblante triste.

Quando nós nos encontrarmos de novo… você promete que fica comigo para sempre?

Sua proposta para o menino não lhe soara ruim. Pelo contrário, o pequeno sentia lá no fundo uma alegria a nascer e crescer.

Claro! Eu prometo! Quando nos reencontrarmos, nós vamos ficar juntos. E não nos separaremos jamais!

De verdade? – Questionou, esperançosa, com um sorriso a brotar em seu rosto.

Sim. Vamos fazer uma jura. Dessa forma, não nos esqueceremos dessa promessa.

Levantaram as mãos e juntaram os dedos mindinhos, cantando em uníssono:

Promessa do Mindinho… se eu estiver mentindo… mil agulhas terei de engolir”

Feito a jura ela então se despediu do garoto e voltou para sua casa. Ainda que fosse se mudar alguns dias depois, estava um pouco mais esperançosa quanto a aquela promessa.

O dia da mudança da garota então chegou, e antes de a mesma entrar no carro, ela se reuniu mais uma vez com o menino, e tornou a segurar suas mãos.

Não se esqueça da nossa promessa, tá? - Ela o encarou com um sorriso no rosto, mantendo-se positiva de que um dia se encontrariam novamente.

Pode deixar! – Após aquilo, se abraçaram, amolecendo ligeiramente o coração das mães de ambas as crianças. A garota então entrou no veículo com sua família, e por um momento, abriu a janela e acenou para o rapaz, que a retribuiu com o mesmo gesto. Seu pai começou a dirigir, e o carro a se afastar, enquanto ela retornava para dentro do carro, fechando o vidro. A mãe do menino pensou que aquela seria uma dolorosa e triste despedida dos dois, contudo, ele fez questão de contar que iria reencontrá-la, e que apesar de uma certa melancolia estar dentro de seu coração, a alegria, e a prosperidade daquelas palavras falavam mais alto dentro dele. Sonhava sobre o dia que se reencontrariam e finalmente cumpririam aquela promessa.

Anos se passaram, e Yuuki, agora com 16 anos, estava em sua casa, que continham algumas caixas e uma mala. A mãe, ainda desacreditada da escolha do próprio filho de morar em um dormitório, estava feliz, mas também melancólica pelo dia de amanhã. Já haviam jantado e estava praticamente na hora de dormir.

No quarto do garoto, ele parou por um momento para olhar o céu pela janela, composto de várias estrelas que brilhavam. Voltou a tentar imaginar como que aquela garota da promessa poderia se parecer hoje, e a única imagem que lhe vinha era a mesma da infância, porém, da idade dele. Apesar de não lhe lembrar o nome, as características de infância não haviam mudado além do rosto, corpo e voz da jovem. Ajeitou o despertador e se arrumou à cama.

Mesmo após deitada em seu quarto, a mãe tinha dificuldades em dormir. Era difícil aceitar que ele sairia de casa, todavia, havia de lidar com aquilo, pois em algum momento, todo jovem quereria ser independente de alguma forma. Lutou contra seu sono com aquele pensamento em sua cabeça, até que não aguentou e se pôs a fechar os olhos e descansar. Naquele céu estrelado, por um breve período, uma estrela cadente passou voando, como se quisesse dizer algo.

No outro dia, ainda de manhã, o jovem, já uniformizado, estava prestes a se despedir de sua progenitora.

A casa vai ficar solitária sem você, sabia? – Indagou a mulher, com algumas lágrimas em seus olhos.

Não se preocupe, mãe. De tempos em tempos, eu virei aqui para visitá-la. – Hisashi afirmou, seguido de um abraço emocionante dado por sua mãe, que durou alguns instantes.

Vai, meu filho. Que Deus lhe acompanhe nessa longa jornada da sua vida. Se cuide, querido. – Desejou, com o jovem acenando positivamente. O rapaz, então, partiu de sua casa. Por mais doloroso que fosse aquela decisão, havia juntado toda sua coragem e determinação para tomá-la. A mulher, ao vê-lo se afastar em direção ao horizonte, começou a imaginar o filho como um bem-sucedido empresário, portando terno e gravata, com um semblante confiante e um sorriso no rosto.

Como eles crescem rápido… – Disse ela, suspirando e retornando para dentro de casa.


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