Um amor improvável escrita por Tianinha


Capítulo 3
Diploma Falso




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— E aí, Magrão? — disse Fabinho, indo ao encontro do amigo, no bar. — E aí, você conseguiu o que eu te pedi?

Era o amigo que havia participado do racha com ele. De Magrão ele tinha só o apelido, porque na verdade era gordo. 

— Diplominha registrado. Tudo limpeza. — disse o rapaz, entregando um envelope. — Tirado do forno em tempo recorde.

Fabinho retirou o diploma do envelope e deu uma olhada.

— Não adianta vir com esse papo de tempo recorde, taxa de urgência, que eu tô duro. — disse Fabinho.

— Que isso? Você me caguetou no lance do racha. Agora estamos quites. — disse o moço. — Me fala. O que você vai aprontar com isso aí? Vai entrar pro mundo dos bacanas?

— Por enquanto tem que ficar em off. Mas eu posso te adiantar que se de tudo certo eu te levo pra tomar uma champa no meu iate. Falou? Valeu, Magrão. — disse Fabinho, levantando-se da mesa.

— Juízo, hein, garoto. — disse o amigo.

— Pode deixar. — disse Fabinho, despedindo-se.

Ao chegar em casa, encontrou a mãe lavando a louça.

— Tudo bem, mãezinha? — perguntou, largando o envelope em cima da mesa e abrindo a geladeira. Pegou uma garrafa d’água.

— Filho, você não tem nada pra me contar? — perguntou dona Margot.

Ela havia mexido nas coisas do filho. Descobriu que o garoto andou se informando a respeito de Plínio Campana e Irene Fiori. Imaginou que ele estava aprontando alguma. Certamente, o garoto vai fazer besteira, como sempre. Conhecia o filho como a palma da mão. Ele não tinha um pingo de juízo.

— Como assim? — surpreendeu-se o garoto. Não estava entendendo nada. 

— Será que não está acontecendo alguma coisa e você não tomou coragem pra contar pra sua mãe? — insistiu dona Margot.

— Por quê? Você já tá achando que eu estou metido em problema de novo? Você não confia em mim, né, mãe? — reclamou ele. — Me dá um crédito uma vez na vida, por favor.

Como confiar, se o garoto escondia as coisas dela? Saía sem dizer onde ia, com quem, o que pretendia fazer. Não estava correndo atrás de emprego. Não falava nada, só a ignorava. Só podia estar aprontando alguma. Ela se preocupava, e ele nem aí, só dava patadas nela. Qualquer coisa, ele achava que era se meter na vida dele. O garoto achava que não lhe devia satisfações. Assim pensou dona Margot, ao ver o garoto ir para o quarto.

De fato, dona Margot estava certa. O filho estava aprontando. O rapaz já se antecipara e pedira ao amigo para falsificar um diploma de Comunicação. Assim conseguiria um trabalho facilmente. Planejava ir a São Paulo, encontrar os pais biológicos. Pretendia encontrar Amora também. Quem sabe, conseguir trabalhar na agência de publicidade do pai do noivo da Amora, Maurício. Não que gostasse da ideia de trabalhar. Porém, para se manter em São Paulo, precisava de dinheiro. Até conseguir tudo o que queria, o que era seu por direito, teria de trabalhar.

— Amorinha! — disse o garoto, olhando os diversos recortes das fotografias de Amora que ele tinha guardado. — Quem diria? Adotada pelo meu pai de sangue. Mundo pequeno. Logo, logo a gente vai se reencontrar. Eu vou te mostrar que eu sou homem pra você. Não esse playboy besta. Se bem que dono da Class Midia, né? Pode ser útil.

Retirou da mesa de cabeceira um retrato. Era uma foto dele, Amora e Bento quando eram crianças, que tio Gilson havia tirado.

— Minha linda. Tô chegando. Me espera.

Ela sim era a mulher ideal para estar ao lado de um Campana. Era rica, famosa, tinha status. Era tudo o que ele queria. O que mais iria querer?

Mal podia esperar para chegar em São Paulo e procurar o pai. Primeiro teria de dar um jeito de investigar, saber tudo o que havia acontecido, por que a mãe havia se separado do pai e sumido no mundo. Daria um jeito de provar que era filho do Plínio. Faria o pai gostar dele. Aí, ele levaria a vida que sempre quis, e sempre mereceu. A vida que ele teria tido se não tivesse sido abandonado no lar: teria uma família, a verdadeira família, com pai, mãe, irmã (ficou sabendo Plínio tinha uma filha, portanto, sua irmã) e ainda montaria na grana. Não havia nada que quisesse mais. 


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