Um amor improvável escrita por Tianinha


Capítulo 13
Destruição da estufa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/812060/chapter/13

Fabinho estava indo embora. Estava indo em direção à moto, quando resolveu procurar por Amora. Não podia perder a oportunidade de falar com ela. Ele ainda ia conseguir conquistá-la, custe o que custar. Foi ver se ela estava na varanda. E a encontrou deitada em uma espreguiçadeira, com um fone de ouvido, certamente ouvindo música. Aproximou-se de mansinho e quase beija o braço dela. Amora assustou-se.

— Oi, Amorinha! — cumprimentou.

— Ai, que susto! — disse Amora, tirando os fones de ouvido.

— E aí? — perguntou Fabinho, pegando amendoim de um pote, que estava em uma mesa ao lado da espreguiçadeira. — Está pensando em quê?

Amora levantou-se.

— Na melhor maneira de me livrar de você. — ela disse. — Aliás, o quê que você está fazendo na minha casa, hein?

Fabinho enfiou os amendoins na boca e começou a mastigá-los.

— Essa casa não é só sua, não. Mamãe me chamou.

— Olha, se você está pensando que pode existir qualquer tipo de proximidade entre a gente, perca as esperanças. — disse Amora.

— Amorinha — disse Fabinho, levantando a mão e quase tocando no rosto dela. — A gente já é muito mais próximo do que você imagina. — passou a mão no rosto dela. — E a gente vai ficar ainda mais.

Enfiou mais um amendoim na boca e mastigou.

— Ah, é? Como? — perguntou Amora.

Amora não estava entendendo do que ele estava falando.

— Eu acho que você tem que sentar na sua cadeirinha confortável, ouvir a sua musiquinha e pensar na nossa infância. — disse Fabinho, mastigando. — Logo, logo, você vai saber porquê. — deu um beijo no rosto dela. — Tchau, cocotinha!

Saiu andando.

— Idiota! — xingou Amora.

Fabinho andou até a frente da mansão e viu Malu se despedindo de Bento.

— Entra lá. Eu fico esperando. — disse Bento.

— Hum, que cavalheiro! — disse Malu, abraçando-o, feliz, encantada.

— Tchau, durma bem, Malu! — disse Bento.

— Adorei! Tchau, tchau! — disse Malu, e caminhou em direção à casa.  

— Oi, Malu! — cumprimentou Fabinho.

— Oi! Boa noite! — disse Malu, entrando. 

Assim que viu Bento, Fabinho ficou morrendo de raiva. Bento agora não saía de perto de sua irmã, andava com ela para cima e para baixo.

— O quê que você está fazendo aqui? — perguntou.

Bento não estava entendendo a reação de Fabinho.

— Ah! Bom, até onde eu sei, não te devo satisfações. — disse Bento.

— Bento, eu já te falei, para de rondar essa casa! — disse Fabinho, e pegou no braço de Bento, que puxou. — Deixa elas em paz! — referia-se a Malu e Amora.

— Quem são elas, Fabinho? — perguntou Bento, que não estava conseguindo entender nada. — Qual é o teu problema, cara? Ah, já sei! Você está de olho na mamãezinha pra dar o golpe, não é?

Bento não fazia ideia de quão errado estava. Ele, Fabinho, não precisava dar o golpe na Bárbara. Era filho de pai rico. Além do mais, aquela perua nada tinha a oferecer. Ela vivia da pensão da Malu. Ou seja, do dinheiro do pai dele. 

Pelo visto, Bento o julgava a partir de lembranças da infância. Com certeza o julgava um interesseiro por ter querido ser adotado por uma família rica. E certamente, Bento acha que ele se aproximou de Bárbara por interesse. Só que Bento estava longe de saber da verdade. Bento nada sabia sobre ele. 

Furioso, Fabinho tentou bater em Bento, mas ele lhe deu um soco e o jogou no chão. Fabinho levantou-se.

— Vou acabar com você! — disse, dando um soco no rosto de Bento.

Trocaram socos. Fabinho tentou ir para cima de Bento, que ficou segurando-o. Neste momento, atraída pelo barulho, Amora aparece:

— Bento! Fabinho! Para! Para! — gritou ela.

Bento empurrou Fabinho.

— Cai fora, Fabinho! E pensa duas vezes, antes de se meter com alguém dessa casa! Escutou, seu imbecil?

Fabinho ficou morrendo de raiva. O babaca ainda por cima o ameaçou.

— Eu vou acabar com tua vida! — ameaçou.

— Vem, irmão! — disse Bento.

Fabinho caminhou até a moto, subiu e partiu. Sentiu-se humilhado. Saíra perdendo na briga, ainda por cima, na frente da Amora. Mas Bento ia ver só uma coisa. Ele iria destruir o que Bento mais ama, aquelas flores medíocres.

Ao chegar à Casa Verde, Fabinho ficou observando Jonas e Douglas, que estavam jogando bolas cheias de tinta no muro de uma das casas.

— Aí! Aí! Joga mais vermelho aí, que o seu Nestor gosta. — disse Douglas.

Assim que terminaram o que estava fazendo, Jonas disse:

— É, mano, a gente está ficando bom nisso.

— É, velho. — disse Douglas.

— Vambora? Vamos indo. — disse Jonas.

Começaram a juntar todo o material. Jonas disse:

— Tem que arrumar essas paradas aí, senão fica tudo sujo.

— Amanhã, a gente faz isso. — disse Douglas.

Saíram andando, carregando o material.

— Pô, tu quase jogou em cima de mim, no meu casaco. — disse Jonas.

— Ah, pede pra Socorro lavar lá. — disse Douglas.

Fabinho esperou os garotos irem embora para agir. Afinal, não podia ser visto. A rua agora estava deserta. Fabinho enfiou na cabeça uma espécie de gorro, deixando apenas os olhos de fora. Ajeitou bem o gorro na cabeça. Entrou na casa do Bento e foi direto para a estufa. Começou a jogar vasos no chão, a chutar as plantas, a derrubar uma placa e a derrubar as portas da estufa, fazendo um verdadeiro estrago. Até que ouviu uma voz:

 — O quê que está acontecendo aqui? — gritou Giane. — Mostra a cara, manezão! Não tenho medo não!

O que aquele pivete estava fazendo na casa do Bento? Impressionante como ela parecia estar sempre no caminho dele. Sempre aparecia no lugar errado, na hora errada. Precisava se esconder.

Fabinho correu se esconder atrás de uns vasos de plantas, organizados em mesas. Agachou-se. Giane gritou:

— Aparece, bundão! Quem tá aí?

Giane continuou andando, com o ancinho nas mãos, procurando-o. Cada vez que ela chegava perto, Fabinho dava um jeito de se esconder. Andava, agachado. Até que tropeçou em uns vasos que estavam caídos no chão. Assim que o viu, Giane correu em sua direção com o ancinho:

— Agora eu te peguei, vacilão.

Fabinho levantou-se. Giane caiu em cima, e acabou acertando em cheio a mão dele. Fabinho gritou e a empurrou. Saiu correndo. Sabia que não tinha chance alguma contra aquela doida de ancinho. Não trouxera nenhuma arma. A coragem que ela tinha de enfrentar o invasor era realmente impressionante. 

— Volta aqui. — gritou Giane. — Seu safado!

Fabinho correu, atravessou a rua e escondeu-se ao lado de um muro. Deu uma olhada na mão machucada. Giane continuava atrás dele:

— Cadê você, babaca? — gritou para a rua deserta. — Tá com medo de mim, é? Vem encarar!

Havia uma escada do lado da casa. Fabinho começou a subir as escadas correndo. Giane correu atrás dele, gritando:

— Pega ladrão! Pega ladrão!

Fabinho correu e escondeu-se atrás de uma árvore. Giane continuava atrás dele, desta vez acompanhada de Jonas e Douglas. 

— Peraí, Giane, peraí! Calma, Giane, peraí. — disse Jonas.

Giane olhou e percebeu que Douglas e Jonas estavam atrás dela.

— Vem, vem, então, pô! Vem atrás.

Fabinho arrumou uma maneira de despistá-los. Se saísse de trás da árvore e pulasse o muro da casa mais próxima, seria visto por eles. Pegou uma pedra do chão. Jonas, Douglas e Giane estavam tão distraídos, olhando para a frente, procurando por ele, que não veriam a pedra, nem de onde vinha. Fabinho jogou a pedra, no lado oposto de onde se encontrava. Tinha ótima pontaria. Se ouvissem barulho do outro lado, achariam que ele estava lá. 

— Acho que ele tá pra lá, vem. — Douglas apontou para o lugar de onde ouvira o barulho da pedra caindo.

Fabinho pulou os muros das casas, e correu até o lugar onde havia deixado a moto. Tirou o gorro da cabeça. Olhou a mão ensanguentada.

— Pivete desgraçada! Ai!

Enrolou o gorro na mão, subiu na moto e partiu. Mais tarde, no hotel, procurou desinfetar o machucado com uma bebida alcoólica. O ferimento ardia, doía muito. Fabinho ficou com ódio de Giane, por ter machucado sua mão.

— Ai! — gemeu. — Você me paga, trombadinha. Você e aquele florista.

No dia seguinte, foi trabalhar na agência, como sempre. E tratou de colocar o plano de Bárbara em prática. Foi logo falar com Natan.

— O André na casa da Bárbara? Fazendo o quê, lá? — perguntou Natan.

— Ele está com o projeto de uma produção internacional, uma comédia romântica. Ele quer a Bárbara no filme. — disse Fabinho.

— Mas logo a Bárbara? — disse Natan. — Será que ninguém avisou pro André que a Bárbara Ellen já quebrou uma garrafa de uísque na cabeça do Dênis Carvalho?

— Pois é. Pelo que entendi, ele é tão louco pelo trabalho dela que esse personagem que ele chamou, é esposa do Tom Hanks.

Natan riu.

— E a Bárbara lá tem cacife pra contracenar com o Tom Hanks? E pensar que o André começou na publicidade como eu e olha só onde ele chegou. É, ele é muito bom, mas tão genial quanto eu, ele nunca foi.

Fabinho sorriu. Natan realmente se achava o maioral, mas não tinha um pingo de talento. Fabinho sabia que Natan sugava as ideias da ex-esposa.

— Agora, a Bárbara, hein? Quem diria que ela tivesse com essa bola toda ainda. — disse Natan, sentando-se na cadeira, atrás de sua mesa.

— Pois é. Parece que ela ainda não aceitou. — disse Fabinho, levantando-se do sofá onde estava sentado. — Ela preferia o Brad Pitt no papel. Mas claro, ela ficou lisonjeada com o convite.

— É, apesar de doida, ela tem faro pra saber o que é bom e o que não é.

— Natan. — disse Fabinho, sentando-se na cadeira em frente à mesa do chefe. — Por que você não chama a Bárbara para fazer o teu filme?

— O quê? — riu Natan. — Imagina, Fabinho! Isso ia acabar em homicídio ou em suicídio! Não. Nem pensar.

— Eu entendo que a Bárbara seja uma pessoa difícil de lidar, mas ela é uma estrela. — disse Fabinho, procurando convencê-lo. — E você imagina a cara do André se ele soubesse que a Bárbara recusou o filme pra fazer o teu. Imagina!

— É. Ia ser engraçado. — disse Natan. — Mas eu nem tenho o roteiro ainda.

— Dá licença, mas, gênio precisa de roteiro? — disse Fabinho. — É uma ideia na cabeça, uma câmera na mão e pronto! Sucesso nos cinemas! Depois é Hollywood, Natan!

Fabinho viu que conseguiu convencer o chefe, pela expressão no rosto dele. Ao sair da sala de Natan, Fabinho foi logo passando o recado de Natan à equipe:

— Queridos, a campanha da Petrolat não ficou boa não, tá? Tem que refazer tudo. O Natan odiou.

— Ô Fabinho, peraí! Quem você pensa que é? — disse Júlia, indignada.

— Quem você pensa que é pra falar assim com a gente, cara? Tá maluco? — disse Edu, furioso.

— Ué, gente, eu estou repassando um recado, só. — disse Fabinho, sorrindo. — Se a campanha ficou ruim, a culpa é minha? Eu sou estagiário.

Ele não tinha culpa se Natan se cercava de pessoas incompetentes, medíocres, sem o menor talento. 

Edu e Júlia ficaram furiosos e resmungaram entre si. Fabinho foi direto para sua mesa. Érico chegou e o chamou:

— Fabinho?

— Oi! — disse Fabinho, olhando para ele.

— Tem um pessoal ali fora que quer falar com você. — disse Érico.

Ficou surpreso ao ver Bento e Giane entrarem logo atrás de Érico. O que eles queriam? Não tinham como saber que ele, Fabinho, destruíra a estufa. Ele fora esperto. Havia usado um gorro para esconder o rosto. Impossível alguém reconhecê-lo. E o machucado na mão não provava nada.

— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou Fabinho, ao ver Giane e Bento entrarem.

Giane e Bento olharam a mão enfaixada de Fabinho.  

— Ah! — disse Giane, apontando para a mão de Fabinho. — Eu sabia! Foi você mermo que entrou na casa do Bento!

— Confessa, covarde! — disse Bento. — Foi você quem invadiu minha casa ontem!

— Fala! Fala! — disse Giane.

— Não tenho nenhuma ideia do que vocês estão falando. — disse Fabinho, fazendo-se de desentendido.

Escondeu as mãos atrás das costas.

— Ah, é? Então tira essa faixa da mão! — disse Giane. — Eu quero ver! Eu quero ver se não tem a marca do ancinho. Ué, se não tiver, a gente pede desculpa e vai embora!

Fabinho não fez nenhum movimento para tirar a faixa da mão. Para Giane e Bento, esta era a prova de que o rapaz havia destruído mesmo a estufa.

— Já que você não tira, tiro eu! — disse Bento, puxando o braço de Fabinho, tirando-o de trás das costas.

Bento tentou tirar a faixa da mão de Fabinho à força, sem conseguir.

— Bento, Bento! — disse Érico, segurando Bento por trás.

— Bento, calma! — disse Giane.

— Tira a mão de mim, seu animal! — disse Fabinho, furioso, puxando a mão enfaixada e empurrando Bento.

— Palhaço! — xingou Giane.

— Foi você quem machucou minha mão ontem, não lembra não, imbecil? — disse Fabinho, olhando para Bento.

— Eu lembro muito bem do que eu fiz, e não encostei na tua mão! — disse Bento, furioso, puxando Fabinho pela gola da camisa. — Foi a Giane que te machucou, quando você invadiu a minha casa!

— Tira a mão de mim, tira a mão! — gritou Fabinho. — Carol! Carol, chama a polícia, Carol!

Érico segurou Bento, separando-o de Fabinho.

— Ei, ei, ei, o que está acontecendo aqui? — berrou Natan, que havia percebido a confusão e foi ver o que estava acontecendo.

— Esse delinquente entrou na agência pra me agredir. — disse Fabinho, referindo-se a Bento.

— Que que isso? — disse Natan. — Chama o segurança, Carol!

— Não, não, não precisa, não. — disse Érico. — Eles vieram comigo e já estão de saída.

— Eu já descobri o que eu precisava. — disse Bento. — Toma cuidado, viu, Fabinho? Se você cruzar meu caminho outra vez, não vai sobrar um osso teu pra contar história!

— E eu ajudo a quebrar tua cara! Bundão! — disse Giane.

Ela olhou para todas as pessoas que se encontravam no local, toda a equipe da agência.

— Sabe qual era o apelido dele de criança, gente? Fraldinha!

Fabinho sentiu-se humilhado. Teve mais raiva ainda da favelada. O pessoal na agência já não gostava dele, agora Giane dera motivo para caçoarem dele. Ela o humilhara de propósito. Se ela e Bento queriam ver se tinha sido ele, Fabinho, quem destruíra a estufa, tudo bem, até dava para entender. Ele, como não era otário nem nada, não deixaria olharem sua mão de jeito nenhum, mas dava para entender. Mas não, ao invés de resolverem a questão lá fora, entraram na agência para agredi-lo, humilhá-lo. Ficou com muita raiva de Érico também, pois fora Érico quem trouxera Bento e Giane e fizera com que ele, Fabinho, fosse humilhado na frente de toda a equipe. Érico o expôs, e Fabinho não ia deixar barato. Érico era um babaca. Sempre tomava partido do Bento. Mas Fabinho não deixaria ninguém derrubá-lo. 

— Vambora, Bento! — disse Giane, puxando-o pela mão. Foram embora.

— Como é que você coloca esse tipo de gente aqui dentro, Érico? — disse Natan. — Você e o Fabinho na minha sala, agora.

Fabinho olhou feio para Érico, com ódio, antes de ir para a sala de Natan. Érico também foi à sala do chefe.

Érico contou a Natan sobre a invasão à casa de Bento. Natan não acreditou que Fabinho fosse o invasor.

— Você não vê que isso não faz o menor sentido? — disse Natan para o Érico. — Por que que um rapaz fino e educado como Fabinho invadiria a casa de um florista? Pra roubar uma dúzia de rosas ou um maço de margaridas?

De fato, Natan não acreditava que Fabinho pudesse ser um bandido. Tanto que nem pedira antecedentes criminais na hora de contratá-lo. Afinal, para Natan, Fabinho era um garoto rico, da alta sociedade, bem relacionado. Fora adotado por uma família rica, influente. Era amigo de Maurício e de Amora. Na cabeça de Natan, Fabinho seria incapaz de cometer um crime. Ainda mais contra um florista pobretão. Fabinho não tinha por que fazer isso. Impossível alguém como Fabinho ter ficha suja na polícia. E Fabinho sabia que Natan comia na palma de sua mão, logo, não acreditaria no Érico. Além do mais, Fabinho percebera que Natan não gostava de Érico.

— Natan, o Fabinho e o Bento, eles foram criados no lar de adoção dos meus pais, tá? Eles têm uma rixa desde meninos! — explicou Érico.

— Não, não, calma aí! — disse Fabinho. — O Bento tem uma rixa comigo! Ontem, na casa da Bárbara, ele me agrediu! Aqui, ó, minha mão!

Fabinho sabia que Natan ia acreditar que Bento, um pobretão, teria inveja dele, Fabinho, um garoto rico. Logo, Bento teria motivos para agredi-lo.

— E por que que você não deu queixa desse troglodita? — perguntou Natan.

Fabinho suspirou.

— Eu não queria, Natan, eu não queria! Mas eu tô vendo que eu não tenho alternativa! Se ele foi capaz de invadir a tua agência, imagina... — disse Fabinho, suspirando. — Não quero nem falar!

Érico se espantou ao ver o quanto Fabinho era dissimulado. O garoto representava muito bem. E era a impressionante a capacidade que Fabinho tinha de distorcer os fatos a seu favor. 

— Fabinho, você fez mesmo publicidade ou foi artes cênicas?

— Chega, Érico! — disse Natan, furioso. — Chega, que o que você fez foi uma tremenda de uma irresponsabilidade! Quer dizer, eu pago um segurança e você abre a porta pra um bando de delinquentes agredirem um funcionário da minha agência? Se isso acontecer de novo, você tá na rua, entendeu? Agora some daqui! Vai, vai, vai, vai!

Érico saiu da sala. Natan dirigiu-se a Fabinho, e disse:

— E quanto a você, tome mais cuidado! Pessoas diferenciadas como nós, costumam atrair a inveja dos medíocres!

— Obrigado, Natan! — disse Fabinho, levantando-se da cadeira. — Eu sabia que você ia ver a situação com imparcialidade, lucidez e bom senso! Obrigado!

Natan não percebeu a ironia do rapaz.

— Falando nisso, eu li sua pesquisa. Adorei! — disse Natan. — Eu não sabia que o povão gostava tanto das nossas campanhas! Posso te encarregar oficialmente das próximas pesquisas?

— Claro! — disse Fabinho. — Você é meu mestre em todos os sentidos!

Natan riu. Ficou completamente sem jeito. Fabinho sabia que o Natan ia cair como um patinho. Natan é vaidoso, adora ser bajulado.

— Que é isso, garoto? Imagina! Vai lá, volta pro trabalho!

Fabinho ia saindo, quando Natan disse:

— Ah, mais uma coisa, já que você vive na casa da Bárbara Ellen, se por acaso você a encontrar, diga que eu tenho falado nela com muito afeto e admiração. Você me faz este favor?

— Com o maior prazer! — disse Fabinho, sorrindo.

Ao sair da sala de Natan, encontrou com Érico. Olhou para ele com ódio. Não sabia ainda o que iria fazer, mas mostraria a Érico que ele havia mexido com a pessoa errada.

— Mandou mal, cara. Escolheu o lado errado.

— Isso é alguma ameaça? — perguntou Érico. — Então, a Giane estava certa? Foi você que aprontou aquela sacanagem com o Bento, não foi?

— Vocês não vão me derrubar. — disse Fabinho. — Fique esperto. Agora você também tá na minha mira. Licença.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um amor improvável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.