Um amor improvável escrita por Tianinha


Capítulo 12
Os podres de Bárbara Ellen




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Ao chegar em São Paulo, Fabinho foi direto para a agência. Havia se atrasado muito. Certamente Natan estava furioso.

— Opa! Opa! Bom dia! Bom dia! Bom dia! — disse Fabinho, cumprimentando a toda a equipe, assim que entrou na agência.

— Ah! Seu Fabinho! Dona Júlia! — disse Natan. — Resolveram nos conceder a honra de vossa ilustríssima presença? Na minha sala, os dois! Vamos! Vamos! Vamos!

Fabinho ficou nervoso. Sabia que levaria bronca do chefe pelo atraso. E com certeza Júlia levaria bronca por ter faltado ao trabalho há dias. Porém, neste exato momento, Amora apareceu na agência.

— Natan, eu preciso falar com você.

Fabinho ficou aliviado. Estava livre, pelo menos por enquanto.

— Espera aí, vocês. — disse Natan a Fabinho e Júlia.

Amora entrou com Natan na sala dele. Ficaram conversando por alguns minutos. Quando Amora saiu da sala, Érico resolveu cumprimentá-la:

— Amora? Tudo bom?

Amora parou.

— É... Você viu a entrevista do Bento? — perguntou Érico.

— Eu te conheço, por acaso? — disse Amora.

— Amora? — espantou-se Érico. Levantou-se de sua mesa. — Conhece, sim. Ou você esqueceu que, durante um ano, você comeu mingau que eu fazia, e era o único que você comia e que mais gostava?

— Érico? Ai, desculpa! É que eu não te reconheci. — disse Amora, sorridente.

— Quer dizer, então, que se você não me conhecesse, você poderia me tratar mal e estava tudo bem? — disse Érico, deixando Amora na maior saia justa. — É, bem que me disseram. E isso só mostra a pessoa que você se tornou. O que, aliás, agora pra mim, não é mais surpresa nenhuma. Com licença?

Fabinho observava tudo. Estava adorando ver o Érico dar bronca na Amora. Quando Amora foi embora, Fabinho resolveu falar com Érico:

— Maravilhoso, Érico! Essa aí está muito mascarada mesmo. Está precisando de umas verdades.

— Ah, e você não, né? — disse Érico. — Só ela, né, Fabinho?

Desta vez, foi Fabinho que se viu em uma situação constrangedora. 

— Vem cá, desde que você chegou aqui, quantas vezes você dirigiu a palavra a mim? — perguntou Érico. — Está sofrendo de amnésia ou será que você também esqueceu que morou no lar dos meus pais e me conhece? Hein, moleque?

Érico achava absurdo Fabinho agir como se não o conhecesse ali na agência. Parecia até que tinha vergonha dele. Tudo bem, nunca foram próximos, nem amigos, até aí tudo bem. Mas isso não dava o direito de Fabinho tratá-lo tão mal. Fabinho nem mesmo o cumprimentava. Era como se ele não existisse. Não entendia como Fabinho podia ser tão ingrato, tratar tão mal as pessoas que cuidaram dele no lar.

Na opinião de Érico, Fabinho deveria ter alguma consideração, ao menos um pouco de gratidão com seus pais. Gilson e Salma sentiam-se responsáveis por cada criança que passava pelo lar, e se preocupavam com o destino das crianças. Eles sempre esperavam notícias das crianças depois que eram adotadas, pois queriam saber se estavam sendo bem tratadas pelas famílias, se eram bem cuidadas. Tudo bem, Fabinho não era a criança mais amada por Salma e Gilson, mas eles queriam notícias do garoto, saber dele, se a família era boa, se ele estava sendo bem cuidado. Mas Fabinho nunca mais dera notícias. Não ligara nem escrevera, nem lembrava que eles existiam. 

Bem que Fabinho queria esquecer que morou no lar do tio Gilson. Se ele pudesse, apagaria seu passado, que tanto o envergonhava e fazia-o sofrer. Evitava conversar com Érico, até mesmo cumprimentá-lo porque não queria que ninguém ali na agência soubesse como eles haviam se conhecido. Não queria que ninguém ali soubesse que ele havia sido uma criança abandonada, que viveu em um lar de adoção. Morria de vergonha disso. Era melhor fingir que não conhecia o Érico antes de trabalhar na agência. 

Além do mais, não dava para agir como se ele e Érico não tivessem ficado vários anos sem se verem, como se não tivessem perdido o contato. Todos os anos de separação haviam criado uma distância entre eles. Fabinho conheceu Érico na infância, mas nunca foram próximos. Érico nunca foi com a cara dele. Ninguém no lar gostava dele, apenas o suportava. Como Érico podia esperar que ele, Fabinho, lhe tratasse com tanta intimidade? O que o Érico queria, que conversasse com ele como se fossem irmãozinhos, como se fizessem parte da mesma família? Érico não gostava dele, logo, não iria querer conversa com ele. Mas é claro que Fabinho não iria discutir isso, muito menos ali, na agência. Não era o local nem a hora apropriada. 

— Mas você é o Érico, o filho do tio Gilson? — disse Fabinho, fazendo de conta que acabara de reconhecê-lo. — Érico! Érico!

— Quem não conhece que te compre, hein, Fabinho? — disse Érico. — Você não mudou nada, garoto.

— Caramba, Érico! — disse Fabinho, constrangido.

Érico saiu andando. Virou-se.

— Aliás, você viu a entrevista do Bento? — provocou. — Você admirava tanto o seu amigo. Eu aposto que você vai adorar. Pode usar o meu computador. É só apertar o play.

— O Bento deu entrevista? — Fabinho achou estranho. Até onde sabia, Bento não tinha interesse em se tornar uma celebridade.

Foi assistir à entrevista pelo computador do Érico. Não gostou nada de ver Bento ao lado de Malu e Plínio. Pelo visto, Bento havia conseguido, em pouco tempo, o que ele, Fabinho, não conseguira desde que chegou a São Paulo: conquistar a confiança de Plínio e Malu. O que será que Bento queria ao se aproximar de Malu e Plínio? Será que esperava conseguir alguma coisa deles? Bento e Malu pareciam bem amiguinhos. Fabinho odiou ver Bento todo cheio de intimidade com sua irmã. Lara até falara deles como um possível casal se formando. Era incrível como Bento estava sempre se metendo no caminho dele.

— O que esse otário está fazendo do lado do meu pai e da minha irmã? — disse Fabinho, com raiva. — Que sujeito abusado! Mas pode esperar, Bento, eu vou tirar você do meu caminho.

Fabinho passou o resto da tarde trabalhando na agência. No dia seguinte, resolveu ir até à Acácia Amarela falar com Bento. Precisava falar com ele, pedir, ou melhor, exigir que ele fique bem longe de Malu e do Plínio. Não engolia Bento, e não queria ele perto de sua família. Mas, ao chegar à loja, só encontrou Giane. Giane estava em frente ao balcão, meio de costas para ele.

— E aí? — cumprimentou Fabinho, ao entrar na loja.

Olhou em volta, para os vasos de flores, sem olhar para a garota. Não é possível que esteja se sentindo atraído por aquele pivete! Ela não tem nada de especial.

— Ah, não! O que você quer dessa vez, hein? — perguntou Giane, impaciente, virando-se e ficando frente a frente com ele.

Deu para perceber que a garota não gostara nada de vê-lo. Nem disfarçava. Ela era realmente de uma sinceridade brutal. Além de ser grossa. Será que era assim que ela recebia os clientes? Ou era só com ele?

— O Bento está aí? — perguntou Fabinho, coçando o pescoço, ainda sem olhar para ela. Sentia-se um tanto nervoso, desconfortável na presença dela.

— Não. É só isso? — perguntou Giane.

— Vem cá, é verdade que ele tá namorando a filha do Plínio Campana? — perguntou Fabinho, finalmente olhando para ela, continuando a coçar o pescoço.

— Hum! Eu sabia, mas é claro! — disse Giane. — Você veio aqui só soltar o seu veneninho ou fazer intriga, né?

— Não, engano seu! — disse Fabinho, coçando o pescoço e em seguida o queixo. — Eu vim aqui, na verdade, pra comprar uma flor pra uma menina que eu tô saindo aí. Perguntei por curiosidade.

— Ahã. — disse Giane, rindo. Ela não caiu na conversa dele.

— É que eu achei estranho. O Bento namorando a irmã da Amora, né? — perguntou Fabinho, cutucando o queixo.

— Sabe o que que você tem? — perguntou Giane.

— Hã?

— Eu vou te dizer o que você tem. — disse Giane. — O que você tem é dor de corno! É isso que você tem! — virou-se para o balcão. — Sempre teve!

— Dor de corno do quê? — disse Fabinho, irritado. — Dessa banquinha de flor que vocês têm? Ou tenho dor de corno da... Da casinha que ele tem nos fundos? Ou tenho dor de corno da amizade que ele tem com os molequinhos de rua, que nem você?

Giane riu, virando-se para ele.

— Cara, você sempre teve inveja do Bento! Olha só, eu não sei se você lembra, mas eu vou te lembrar.

— Hã.

— Quando aquela mulher que te adotou foi lá no lar do tio Gilson, não era você que ela queria não, lembra? Era o Bento! — disse Giane. — Mas você fez charminho, se fez de coitadinho, aí ela te levou, né, cara?

De novo ela vai jogar isso na cara dele?

— Você tá viajando, tá falando besteira. — disse Fabinho.

— Não tô viajando, não. Não tô viajando não. — disse Giane.

— Tá sim. — disse o rapaz.

— Ó, eu me lembro muito bem, cara! A tua sorte é que o Bento não queria ser adotado. Senão era ele quem tinha ido lá com a tal da Margot.

— Aham. — disse Fabinho, sacudindo a cabeça, irônico.

— E agora, o que você quer? — provocou Giane. — É a namorada dele? É por isso que você quer saber se ele tá com a Malu, é isso?

Mas que garota mala! Pelo visto, Giane também o julgava pelas lembranças que tinha dele na infância. Podia ser que na infância ele tivesse inveja do Bento. Afinal, Bento era o queridinho de todos e ele, Fabinho, era sempre rejeitado, chutado que nem cachorro. Mas hoje, ainda mais agora que ele descobrira que era filho do Plínio, que razão ele teria para sentir inveja de um pobretão sem eira nem beira como o Bento?

— Hum! Errou feio! — disse Fabinho, com um olhar de escárnio.

— Errei feio, é? Hã? — disse Giane, olhando para ele.

— Errou feio! Mas olha só, você é meu amigo de infância, né?

Giane riu.

— Então, eu vou te dar uma dica. — disse o rapaz.

— Hum.

— O dia que você ficar sabendo por que que eu voltei pra São Paulo, você vai cair pra trás! — disse Fabinho.

— Hã! — disse Giane, ainda olhando para ele. 

— Aí você vai saber quem tem que ter inveja de quem!

— Aham! — disse Giane, sem tirar os olhos dele.

— Tá bom? Um abraço. — disse Fabinho, despedindo-se.

— Ué, você não ia comprar flor pra tua mina? — perguntou Giane.

— Eu ia comprar flor pra minha mina, mas eu dei uma olhada aqui e achei tudo meia-boca! Mulher minha merece coisa fina! Tchau, Giane!

— Palhaço! — disse Giane, rindo, vendo o rapaz ir embora.

Fabinho sabia que tinha de ir trabalhar. Mas também sabia que estava encrencado. No dia anterior chegara muito atrasado, agora sumiu durante horas. Por isso tratou logo de arrumar uma boa desculpa para suas ausências do trabalho. Assim que chegou na agência, foi direto para a sala de Natan, trazendo uma pasta, com uma pesquisa que fizera. Natan chamou sua atenção:

 — Dois dias seguidos sumindo no horário do expediente! Aí, já é demais, né, Fabinho? Infelizmente, eu vou ter que...

— Natan! — disse Fabinho, interrompendo-o. — Na verdade eu estava na rua fazendo uma pesquisa em relação ao retorno das campanhas. — entregou uma pasta para o chefe. — Dá uma olhada. Você vai gostar. A campanha da Scarpe Dolcetto está o maior sucesso popular.

— É?  — disse Natan, pegando a pasta.

— É. — disse Fabinho.

— Hum, muito bem. — disse Natan, olhando para o conteúdo da pasta e largando-a sobre a mesa. — Mas, que não se repita mais. Até porque, pra fazer pesquisa, tem gente especializada.

 Fabinho assentiu.

 — Eu entendo você, Fabinho. — disse Natan. — Você tem fome. Mas vai com calma. Você ainda tem muito chão pela frente.

— É. Eu me adiantei. Eu sei. Peço perdão. — disse Fabinho.

— Tá bem. — disse Natan.

— Natan, e a história do filme? Vai rolar? É verdade? — disse Fabinho.

— Não sei. Eu tenho umas ideias aí, mas vamos ver. — disse Natan, sentando-se diante do computador.

— É muito interessante, né? — disse Fabinho. — Um comentário que eu fiz com a Bárbara Ellen acabou gerando tudo isso. Se rolar o filme, eu quero meu nome no agradecimento, hein?

Natan fechou a cara. O garoto é mesmo cara-de-pau.

— Você está indo com muita sede ao pote. — disse Natan.

— É brincadeira, Natan. — disse Fabinho, constrangido.

— Melhor assim. Agora, pode ir. Aproveita e me chama o Érico.

— O Edu comentou que o Érico foi embora um tempo, já. — disse Fabinho.

— Olha, realmente, essa agência — disse Natan, virando-se e alterando a voz. — está virando a casa da mãe Joana!

À noite, Fabinho foi visitar Bárbara Ellen, a convite dela. Era importante se fazer de amiguinho, para assim conquistar a confiança da bruxa. Ficaram conversando no sofá da sala. Bárbara perguntou:

— Quer dizer que o Natan resolveu mesmo se tornar cineasta?

— É. — disse Fabinho.

— E qual é o tema do filme? Ele já tem algum ator em mente?

— Não. Eu acho que, por enquanto, não tem nada decidido.

— Ah. E se eu estrelasse o filme? — perguntou Bárbara.

— Eu acho incrível. Seus fãs iam adorar te ver no cinema. — disse Fabinho.

Bárbara sorriu.

— Mas Bárbara, também talvez não seja... — disse Fabinho. 

— Talvez não seja o quê? — disse Bárbara, interrompendo-o. — Pois saiba que eu fotografo lindamente! Na tela, eu aparento ter no máximo... 27 anos.

Fabinho riu.

— Não tenho dúvida, mas é que... É que você é uma atriz com calibre muito grande. Fazendo filmes de estreante?

Bárbara sorriu. Ela realmente se achava uma grande atriz, uma diva, e adorava elogios. Adorava que as pessoas puxassem o saco dela.

— Não sei, Bárbara, eu acho que o seu lugar é em Nova Iorque, filmando com Woody Allen, sabe? — disse Fabinho.

— Ah, eu me contentaria com Pedro Almodóvar. — disse Bárbara, rindo. — Sabe o que cabe a nós, atrizes de primeira grandeza? Apostar nos novos diretores, sabe? Porque, o que move o nosso ofício, mais do que tudo, é o exercício da generosidade.

Fabinho abriu as mãos e fechou-as em seguida.

— Não é à toa, né? Não é à toa que você chegou onde chegou. Generosidade com talento é uma combinação muito rara por aí.

— É por isso que eu quero ajudar o Natan nessa travessia. — disse Bárbara. — A minha presença no projeto vai atrair muitos patrocinadores.

Fabinho colocou a mão sobre a de Bárbara.

— Bárbara, eu tô torcendo muito pra essa união de vocês.

— Ah.  — disse Bárbara, segurando as mãos do rapaz. — Então por quê que ao invés de só torcer, você não entra pro meu time nesse jogo?

— É sério isso? — perguntou Fabinho, sorrindo.

— Ahã. — disse Bárbara.

— Jogar no mesmo time de Bárbara Ellen será um prazer. — disse Fabinho.

O celular começou a tocar.

— Peraí. — disse Bárbara, antes de atender. — Alô? Ah, é que o meu mordomo, ele está na Bolívia, mas assim que ele voltar, eu marco pra você, tá? Muito obrigada!

Bárbara desligou o celular.

— Ah! Desculpa! Onde é que nós estávamos mesmo?

— Você eu não sei. — disse Fabinho, pegando nas mãos de Bárbara. — Mas eu estava aos seus pés.

— Ah! — disse Bárbara, sorrindo, encantada.

Fabinho ficou um bom tempo conversando com Bárbara, até resolver ir embora.

— Tem certeza que você não quer ficar mesmo pro jantar? — perguntou Bárbara, com o braço entrelaçado ao dele.

— Não, eu adoraria, mas fica pra uma próxima. — disse Fabinho.

— Ah... — lamentou Bárbara.

— Olha, Bárbara, fica tranquila, que eu vou seguir atentamente as suas instruções. — disse Fabinho.

Bárbara havia pedido para ele conversar com Natan, inventar uma história, dizer que ela havia sido convidada para estrelar um filme de outro diretor. Bárbara pretendia fazer Natan morder a isca. Certamente, Natan morreria de inveja, confiaria no trabalho dela, uma vez que foi chamada por um diretor famoso, e a convidaria para estrelar o filme dele. Bárbara queria estimular a vaidade de Natan e ajudá-lo na carreira de cineasta.

— Ai, que ótimo! — disse Bárbara.

Neste momento, dona Madá apareceu na sala, levando um prato com sanduíche.

— Gente, esse sanduíche está maravilhoso! — disse dona Madá, olhando para Fabinho e achando-o atraente. Dirigiu-se à Bárbara. — Quem é? Cacho novo, né? Tu é rápida no gatilho, Conceição! Mal enterrou um garotão, tu já está com outro?

— Fabinho, desculpa. — disse Bárbara, envergonhada. Apresentou-o à senhora. — Essa é a tia Madá.

— Mentira, Fabinho! Eu não sou tia dela, não, eu sou mãe dela. — disse dona Madá.

— Não! Mãe de criação! De criação! — disse Bárbara.

— Mãe! Mãe! — disse dona Madá.

— É que é uma longa, triste história. — disse Bárbara. — Outra hora, com calma, eu te conto.

— Fabinho, você é um pãozinho quente, hein! — elogiou dona Madá.

Fabinho ficou constrangido.

— Se eu tivesse uns 10 anos a menos, ah, não escapava! — disse Madá. — Eu ia passar uma manteiguinha, uma geleinha e ia te comer no café da manhã! Pena que eu sou diabética e não ando com o colesterol muito bom, não.

Fabinho ficou morrendo de vergonha. Bárbara, furiosa, disse:

— Escuta aqui, você está querendo constranger o rapaz? Ele é um amigo da família!

— E um admirador devoto também da Bárbara. — disse Fabinho.

— Então, é um trouxa. É trouxa. — disse dona Madá. — Você é gostoso, bonito que nem pão quente, mas é trouxa, meu filho. Desculpa. É um trouxinha. Se eu abrir a boca pra falar a vida dessa aí...

Então a mãe da perua sabia dos podres dela? Fabinho achou que seria interessante conversar com dona Madá sobre isso.

— Chega! — disse Bárbara. — Chega. Chega.

Dirigiu-se a Fabinho.

— Agora, Fabinho, por favor, acho que é melhor você ir embora que, como deu pra perceber, é uma situação realmente, muito delicada, de família. Hã? Volta outra hora, está bem?

— Tá bom. — disse Fabinho, beijando a mão de Bárbara. Dirigiu-se à dona Madá. — Olha, foi um grande prazer, tá?

— Foi, é? Tu não ouviu ainda, da missa, a metade. — disse dona Madá.

Fabinho riu, acenou e andou em direção à saída. Ao abrir a porta, olhou para trás e percebeu que dona Madá estava olhando para a bunda dele.


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