Roxy POV

Bem, eu fiquei muito feliz que Hay não tivesse beijado o Gustav. Mas ao mesmo tempo, continuei muito chateada pela cara de indiferença que ele fez quando Tom os dedurou.

Na terça-feira, nem olhei na cara dele. Ficou um clima muito constrangedor entre a gente, mas ele tinha voltado a falar com Georg normalmente. Eu evitava fica perto dele, olhar pra ele, ou até mesmo pensar nele.

Droga! Eu não consigo! Quanto mais longe eu fico, mais eu penso nele.

Ele resolveu mudar de lugar. Não sentou perto de mim. Agora resolveu ficar do lado do Georg, com aquelas garotas idiotas metidas a risinhos bobos na hora da aula.

Dane-se. Vou me concentrar exclusivamente nos meus estudos e não vou pensar nele.

Estava redondamente enganada.

O professor de História resolveu que nós faríamos um trabalho sobre nazismo – eu não sei por que, já que nem estudamos, nem vamos estudar nada. O que é? Eu já o livro inteiro, claro! – e ele mesmo montou os grupos. Resultado:

- Grupo 1 – Disse ele, riscando nomes na chamada.- Roxanne, Alana, Tom e Gustav.

Eu juro que eu tentei. Protestei, implorei, fiz de tudo, mas o professor não mudou de ideia. Eu estava ferrada. Tom não faz nada, isso é óbvio. Alana é uma patricinha idiota que só se preocupa com as unhas rosas e só tira nota baixa. É a garota mais burra da sala, digamos. Gustav... Bem, eu não estava falando muito bem com ele, mas né...

Hayley teve sorte. Ficou com Georg, Bill e uma emo que supostamente usa drogas. Ou seja, grupo péssimo, Só o Bill vai conseguir fazer alguma coisa, porque olha...

O professor pediu que nos reuníssemos. Eu juro que eu quase me matei só pra não levantar e ir até a carteira do Tom, no fundo da sala.

- Então Roxy, tu decide tudo.- Disse Tom apoiando uma perna na cadeira.

- É claro, já vi que vou fazer tudo sozinha mesmo.- Senti o olhar de Gustav me queimando, mas não olhei pra ele.

- Vamos na casa de quem?- Perguntou Gustav. Continuei olhando para o Tom. Ele deu de ombros e apontou para mim.

- Ai, que legal, vou conhecer sua casa, Roxy! É bom ter uma garota no grupo, assim não fico sozinha...- Olhei pra Alana a fuzilando. Fiquei ainda mais irritada ao ver que ela estava enfiando aquelas malditas unhas rosas no braço de Gustav. Vadia.

Desviei os olhos para Gustav, e ele estava normal. Até sorriu pra mim. GRRRRR!

- Vamos acabar logo com isso, amanhã na minha casa depois da escola, se alguém faltar, eu tiro o nome do grupo. Se houver incompetência ou burrice,eu tiro o nome do grupo.- Levantei, sem olhar para ninguém e voltei para o meu lugar. Eu sabia que os três estavam falando de mim, mas ignorei completamente.

Ciúmes? Vamos ver quem ganha, Gustav.

Hayley POV

Meu sono só não durou a aula toda por que o Bill começara a me cutucar insistentemente.

- Hayley! Acorda!

- Ahn... O que foi Bill ? – Falei, bocejando

- Precisamos nos reunir em grupo. Vem! – E ele me puxou com força para perto de Lia e Georg.

- Mas o que aconteceu ?

- Ah, o professor mandou a gente sentar junto. – Falou Georg visivelmente desinteressado.

- Pois é. O que nós vamos fazer ? O trabalho deverá sair perfeito,e...

- Trabalho ?

- Sim, sobre Nazismo.

- Nazismo?

- Ah, Hayley, deixa pra lá. Eu faço esse trabalho sozinho.

- Não! Eu nunca te deixaria fazer esse trabalho sozinho, se você quiser, eu vou até a sua casa te ajudar! – Falou Lia, que de emo depressiva a emo animadinha.

- O trabalho vai ser na MINHA casa. E não se fala mais nisso. Quem não for, pode negociar comigo para ter o nome no trabalho – Respondi, com raiva.

- O que aconteceu, Hay? De repente se interessou pelo trabalho... – Falou Bill, com aquele sorrisinho fofo que ele sempre faz quando está realmente feliz.

- Pois é, você vai lá em casa ? – Perguntei, olhando-o nos olhos.

- Claro! E vocês? – Eu encarava Lia com raiva

- Eu vou, né. – Falou Georg, que olhava fixamente para o grupo da Roxy.

- Eu ainda vou pensar. – Falou Lia, voltando a fazer cara de tristeza e depressão. Então o sinal tocou e eu fui até Tom. Saímos para o intervalo, como sempre, rodeados de pessoas.

  Depois de três dias, Bill e Georg foram comigo pra casa fazer o tal trabalho. Lia não quis ir, mas me pagou uma quantia considerável. Seguimos para a minha casa conversando sobre assuntos cada vez mais irritantes. Sabe? Assuntinhos  bobos. Por exemplo: “Nossa, o tempo está frio né?” ou até “Acho que o nosso trabalho vai ser perfeito” Essas coisas. Quando chegamos em casa, tinha um bilhetinho amarelo colado na porta. Com certeza, meu pai havia escrito. Eu reconheceria aquela caligrafia em qualquer lugar. Estava escrito assim: “ Hay, eu perdi a minha chave. Peguei a sua que estava debaixo do tapete. Vá para a casa da Roxy, já falei com a mãe dela. Beijo.”

-       Ah, não acredito!

-       Pois é... Vamos ter que ir pra casa da Rox... – Falou Georg, feliz.

-       Não, nós vamos pra potro lugar...

-       Como assim? Que lugar? – Perguntou Bill.

-       Pois é... Vamos ter que ir pra casa da Rox... – Falou Georg, feliz.

-       Não, nós vamos pra outro lugar...

-       Como assim? Que lugar? – Perguntou Bill.

-       Ah, sei lá! Vamos ficar andando por aí...

-       Pode ser.

Então, começamos a andar.

Chegamos perto de um mercadinho e eu tive a brilhante ideia de comprar Ice, ou Whisky, ou uma Vodka.

-       O que voces acham de comprar alguma coisinha pra gente beber ?

-       Ah, pode ser... Eu to com vontade de beber uma Coca mesmo... – Falou Georg, rindo.

-       COCA ? Ah, Georg, me poupe! Voce entendeu né ?

-       Entendi, haha.

Então, entramos no tal mercadinho, pegamos uma garrafa de Ice, e quando fomos pagar o infeliz do caixa pediu o meu RG.

-       Hum... Posso ver o seu RG ?

-       Pra quê?

-       Você não sabe ler? Tá escrito bem grande aqui que nos NÃO VENDEMOS BEBIDAS ALCOÓLICAS PARA MENORES DE 18 ANOS.

-       Eu não trouxe o RG. Eu tenho 18 anos.

-       HAHAHAHA – Quando ele me riu, minha vontade foi de bater nele.

-       Eu estou com o RG aqui – Interrompeu Georg. Toma.-E entregou o documento para o caixa chato.

-       Hm. Pode levar.

-       Obrigada, tio! – Falei, rindo.

  Então saímos do mercadinho e fomos para uma rua escura. Eu e Bill conversávamos e dávamos muita risada. Georg estava atrás da gente, sem falar nada. Então ele falou:

-       Acho que eu vou pra casa da Roxie...

-       Sério? Tem certeza?

-       Sim, estou indo, ok?

-       Ok, vai lá. – Então ele deu meia volta e foi sumindo no horizonte.

Eu e Bill estávamos rindo muito, depois de beber um pouco. Até que ele ficou sério.

-       Hay, eu quero saber uma coisa.

-       Manda.

-       Você e o Tom... Está rolando alguma coisa?- Eu fiquei muito sem graça naquela hora, então respondi o que vaio na minha cabeça. Ou o que parecia mais conveniente naquele momento.

-       E-eu e o Tom? Não...

-       Hum, bom saber. – Então nós sentamos numa calçadinha e começamos a beber mais um pouco. Eu deitei no colo dele, e ficamos assim por um bom tempo.

    Já estava escuro quando meu pai ligou no meu celular, avisando que havia chegado. Eu e Bill levantamos, deixando a garrafa de Ice pela metade. Então fomos para a minha casa de mãos dadas.