Roxie POV

 “Onde é a sala da detenção?” Eu to falando! É o cúmulo do absurdo! Porque ninguém me pergunta onde é a sala da diretora? Ela sempre me dá bala quando eu vou lá, ela é tão legal!

 Bom, Georg e eu fomos pra minha casa depois da aula. Gustav não quis ir com a gente. Ele estava com uma cara tão tristinha que eu quase me arrependi de ter aceitado namorar com Georg.

 Depois que eu passei a lição de casa pro Georg, – mais uma vez – ele foi embora. Mal deu tempo de chegar no andar de cima, e a campainha tocou de novo. Desci pra atender. Era a Hayley. E não estava com uma cara muito boa.

 — Entra.- Falei, estranhando.

 Ela entrou e subiu direto pro meu quarto. Fui atrás dela. Quando cheguei, ela estava sentada na minha cama, com o braço cruzado, tentando parecer indiferente.

 — O que foi? Quer a resposta da lição?

 — Não. Quer dizer, isso também, mas... E aí? Você não me contou que gostava do Georg!- Ela sorriu, mas pareceu meio forçado.

 — É... Eu não gosto. Ele é meu melhor amigo. Mas beija bem.

 Ela fez uma cara tipo “hum, verdade? Vou provar!” mas eu ignorei.

 — Eu pensei que você gostasse do Gustav.

 Me joguei na cama e suspirei.

 — Eu sou apaixonada pelo Gustav. Mas ele não vê! Eu não vou passar a vida inteira esperando por ele!

 — Hum... E esse namoro... Meio repentino não acha?

 — Ah, eu não te contei?

 Ela me olhou como se fosse óbvio. Sentei e contei a ela sobre o plano de Georg:

 — ... E aí, a gente aproveita a situação, né! Benefícios pros dois.

 — Claro, vocês aprendem a beijar.- Ela riu e relaxou.- Roxie, você e o Gustav são tão bestas! Chega e fala na cara, manolo!

 — Não é tão simples assim! Nós somos amigos! Eu tenho medo de que, se não der certo, não possamos mais ser amigos.

 — Ah, qual é!- Ela levantou.- Você é tão pessimista! Você tem que arriscar mais, Roxie! Ele já sabe que você gosta dele! Você sabe que ele gosta de você! Então porque vocês ainda não estão juntos? Que droga!

 Funguei. Antes que eu começasse a chorar, mudei de assunto.

 — E você e o Bill? Você gosta dele, não é? Ou gosta do Tom? Porque pra mim, pareceu que você gostava do Bill!

 — Ah, sabe...

 — Ele é mais charmoso.- Interrompi.- Claro! Até meu avô é mais charmoso que o Tom! Você viu? Ele é um “mano”! Isso é horrível! E coça o saco na frente da todo mundo! ARGH!

 — Roxie, quieta.- Ela gritou. Parei de falar na hora.- Eu estou meio... Dividida. Eu gosto do Bill, mas o Tom é tão parecido comigo!- Ela se jogou na cama ao meu lado.

 Nossa, olha como a vida da pessoa é problemática! Espero que ela não peça minha opinião, porque eu a tenho na ponta da língua!

 — Me ajuda, Rox!- Droga! To falando! Parece que lê a minha mente!

 — Vai por mim, é melhor você ficar com o Bill! Esse TOM É HORRÍVEL! Nojento! E ele coça o saco na frente de todo mundo!

 Ela me olhou rindo.

 — Você não vai esquecer isso, né?- Sacudi a cabeça.- Bom, ele é legal Roxie! Você é muito metida! Tente ser mais amigável, e vai ver que ele é gente boa!

 Rum! Amigável! Pra depois ter que passar cola pra todo mundo! Claro, a Roxie é boazinha!

 De repente, Hay levantou animada.

 — Vamos ver algum filme! Lá pelo menos, existem homens perfeitos! E eu to a fim de comer pipoca, vamos?

 — Que horror!- Arregalei os olhos, espantada.- Não! Eu nem fiz a lição de casa ainda!

 — Ah, cala a boca!- Ela me puxou pra sala.

 Minha mãe fez brigadeiro, e nós passamos a tarde inteira conversando sobre os garotos e sobre homens perfeitos. Homens perfeitos são só os caras das nossas bandas favoritas. Combinamos que eu casaria com o Maika, e ela casaria com o Chris do There For Tomorrow.

 Acho que umas 16hrs, os meninos chegaram. Mamãe teve a mesma impressão que eu sobre Tom. Ela achou o Bill uma fofura!

 Tá vendo, Hayley! Siga os conselhos de sua amiga inteligente!

 Eles ficaram conversando e ouvindo música com a gente. Gustav toda a hora me lançava olhares tristes. Ele estava super triste e nem falou com Georg, principalmente quando ele encostava em mim.

 Enquanto estávamos conversando de pegação – ai, eu tenho que parar de falar assim!- Tom virou e disse simplesmente:

 — Brincamos de verdade ou desafio hoje! Vocês perderam!- Hayley começou a acenar para tentar com que Tom parasse de falar, mas era tarde demais.- A Hayley e o Gustav tiveram que se beijar!

 Eu empurrei Georg na mesma hora e olhei para Hayley. Ela me traiu? Ela estava com uma cara de “calma, Rox, eu posso explicar!” mas eu não quis saber. Olhei para Gustav, já com lágrimas nos olhos. Ele não parecia arrependido. Estava... Indiferente.

 Levantei, irritada e corri para o quarto da minha mãe, já que todos estavam no meu.

 — Filham o que houve?- Ela gritou, quando me viu. Corri para abraçá-la.

 — Ela me traiu, mãe! A Hayley beijou o Gustav!

 Ela ficou espantada, mas não tinha o que dizer. Apenas ficou acariciando meu cabelo na cama. Depois, Georg apareceu. Ele contou pra minha mãe que estávamos namorando, e ela ficou feliz (?)

 Ele ficou com a gente, me consolando. Depois, Hayley entrou no quarto.

Hayley POV

Eu e Tom descemos até a calçada da casa da Rox. Não sei porque fizemos isso. Poderíamos muito bem ficar no corredor. Mas tudo bem.

— Tom, não precisa ser tão sem noção, né!

— Mas... Como eu ia saber ?

— Ah, Tom... Você não pode sair falando o que vem na sua cabeça! Você não viu? Eu mandei você parar! Eu estava acenando pra você PARAR de falar naquilo!- Ele estava irresistível, confesso.

— Ah- ele riu- Então era isso que você queria ? Eu achei que você estava, fazendo alguma brincadeira! Nossa, eu não entendi mesmo! - e continuou rindo.

´- Não se faz de besta! Você é tão...- Tom estava muito próximo de mim.

    Virei o rosto e falei:

— Tenho que ir, Tom. - E saí, deixando-o sozinho. Pensei no que Roxie me dissera mais cedo. Era melhor eu ficar com Bill. Mas... Tom era... Lindo e irresistível. Peo menos era o que eu penava... Bom, deixa pra lá.

    Subi até o quarto da Roxie, que ainda estava chorando. Georg saiu do quarto assim que me viu. A mãe da Rox também.  Ficamos só nós duas lá. Ela se recusava a olhar pra mim.

— Roxie. Pensa bem. Você acha mesmo que eu iria fazer isso com você ?

— Não tinha porque não fazer. Ambos estão desimpedidos, e eu estou com Georg agora. - Ela se virou pra mim.

— Mas ele... - Pensei bem. Não vou contar nada sobre  plano.

Subi até o quarto da Roxie, que ainda estava chorando. Georg saiu do quarto assim que me viu. A mãe da Rox também.  Ficamos só nós duas lá. Ela se recusava a olhar pra mim.

— Roxie. Pensa bem. Você acha mesmo que eu iria fazer isso com você ?

— Não tinha porque não fazer. Ambos estão desimpedidos, e eu estou com Georg agora. - Ela se virou pra mim.

— Mas ele... - Pensei bem. Não vou contar nada sobre  plano.

— Ele o que ?

— Nada. A gente não se beijou, Rox.

— Mas porque ?

— Ninguém sabe que não rolou nada, sabe.. Entre mim e o Gustav...

—E nem vai ficar sabendo. - Ela fez como se tivesse um zíper na boca, indicando que não ia falar nada.

— Vamos voltar pra lá ? Os meninos estão esperando...

— Vamos.

   E então fomos até o quarto. Quando chegamos, Bill e Tom tinham ido embora. Georg estava num extremo do quarto e Gustav no outro. Eles mal olhavam um pro outro. E pensar que eram melhores amigos! O que uma garota não faz, né!

   — Bom... Eu estou indo agora...

— Vou também. - Falou Gustav. Saiu de onde estava, passou por Georg sem ao menos se despedir, passou por Roxie, não falou nada.

— Tchau gente. - Falei, sem diminuir a tensão e o constrangimento. 

Eu e Gustav saímos.

  A casa dele era bem perto dali. Andamos pouco, e já chegamos.

— Valeu, Hayley.

   Eu não falei nada.  A penas me virei e segui em direção à minha casa. Eu estava pensando muito em Tom. Muito. Ele literalmente não saía da minha cabeça. Eu só pensava nele, e na hora que ele se aproximava de mim hoje, na calçada da Rox.

    Cheguei em casa, meu pai estava comendo pipoca e assistindo filme com aquela namorada estranha dele.

— Oi pai. - Falei, pegando uma pipoca. - Oi... Como você se chama ?

— Claire, prazer.

— Prazer, Hayley. Sou a filha dele. - Falei, apontando pro meu pai.

— Eu sei, minha querida. - eu dei um sorriso falso pra ela.

— Tô no meu quarto, pai.

— Tá.

Subi rapidamente pro quarto. Peguei o telefone, liguei pra Roxy.

— Oi Rox.

— Ah, oi Hay.

— Como está aí com o Georg ?

— Ele foi embora logo depois de vocês. Estava um tanto irritado.

— Hum...  Rox,  eu quase beijei o Tom de novo.

— O QUE ? Quando ?

— Isso mesmo. - E contei pra ela como foi.

— ... Hayley, acho que você sente alguma coisa por esse Tom!

— Mas ele é pegador demais. Sabe, não confio nele.

— Mas vocês não tem nada, amiga. Se você gosta dele, invista. Faça com que ele também se apaixone por você!

— Será, amiga ?

— Faça isso.

— Mas... E o Bill ?

— Bom, quanto a ele, você não pode fazer nada.- o tom de voz dela mudou, como se ela não aprovasse a ideia de que eu gostava de Tom.- Acho que você já tirou a sua dúvida, né? É do Tom que você está afim.

— Acho que sim. Obrigada, Rox!

— De nada, amiga. Tenho que ir agora, depois eu ligo tá ?

— Tá bom, beijos.

     Então, coloquei o celular na mesa e liguei meu computador. No Msn tinha muitas pessoas online, inclusive Bill, Georg, Gustav, Roxie e alguns colegas da antiga escola. Já vi que vou passar um bom tempo na internet.