Não temos ideia do que aconteceu, mas a escola ficou diferente numa sexta-feira em horário de aula, quando tínhamos planos pro fim de semana. Fizemos de tudo para que ela voltasse ao normal, mas o preto não sumiu. Como posso explicar... a escola está flutuando, digo, só o prédio e ao redor dele tudo é um breu. Por mais doido que possa aparecer, é realmente isso que está acontecendo. Nós estamos presos numa escola flutuante.

Nossos celulares continuam fora de área e não são todos que estão nessa situação. São somente 4 estudantes. Um garoto narigudo chamado Usopp, um outro espirituoso chamado Luffy e ainda há um que eu não sabia seu nome até perguntá-lo, ele tem cabelos verdes e se chama Zoro. Não sei por que, mas não consigo me lembrar de seu nome e volta e meia o chamo de marimo. Ele parece não gostar porque também me apelidou com "sobrancelhas".

O quarto estudante sou eu, me chamo Sanji e tenho sobrancelhas diferentes, elas terminam em espirais. Coisa de família.

O resto? Desapareceu.

Temos energia elétrica e água não sei como, mas não sabemos quando começa o dia e termina a noite, porque não há nenhum astro no céu, apenas o breu desgraçado. Também não podemos contar com os relógios, porque todos pararam de funcionar. A única coisa que nos mantém de pé é a espera, esperar que o pessoal de "fora" sintam a nossa falta e façam alguma coisa a respeito.

Mas nossa esperança só vingou até o quinto dia em que passávamos por essa situação. Desde então, começamos a aceitar que não viria ninguém para nos salvar ou que não acordaríamos de um pesadelo muito doido. As coisas se agravaram quando vimos que a comida da escola estava acabando, apesar de termos racionado o possível, ainda não foi o bastante — e eu tenho a impressão de que alguém rouba comida escondido.

Resolvi registrar esse negócio que vou chamar de "aventura" num diário, porque meu remédio pra ansiedade está acabando e não sei o que vai ser de mim. Talvez transpassar num papel tudo o que estou sentindo me faça bem.