Uma Chance para o Amor escrita por Kah Nanda


Capítulo 3
Capítulo 3 - The chance for friendships


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas. Cheguei com mais um capítulo que veio para encerrar não só o mês de fevereiro, mas também, o primeiro da nossa fanfic.
Estão animadas com o que estão acompanhando? Espero que sim e que isso continue por todo o ciclo que trilharemos esse ano. Então novamente, agradeço ao apoio e feedback que estão efetuando, pois receber suas reviews é algo que simplesmente ilumina meu dia e faz com que a inspiração continue a me rodear cada dia mais...
Apreciem Sem Moderação.

Capítulo Postado Em: 29/02/24



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— Cansada?

A voz de Edward soou ao meu lado e como estava de olhos fechados, acabei projetando um pulo no sofá em que estou na sala de descanso.

— Perdão se te assustei.

— Não, só estava distraída. – Confirmei.

— Preocupada com alguma coisa?

— Essa é uma pergunta capciosa. – Ressaltei. – Pois médicos estão sempre preocupados.

— Isso é verdade. – Confirmou com um sorriso. – Então me deixe reformular. Está preocupada com algo específico?

A resposta está na ponta da língua, mas é claro que não direi o que realmente tem me atormentado pelos últimos dias, especificamente, desde que ele começou a trabalhar aqui.

— Estava pensando no tempo.

— No tempo? – Notei a confusão em seu semblante. – Se refere ao clima?

— Não, a passagem de tempo no geral. Em como mais um ano está acabando.

— Ah, sim. Compreendo.

— Mas por que achou que estivesse falando de temperatura climática? – Questionei curiosa. – Não tem conseguido se acostumar bem ao frio de Forks?

— Eu sou de Chicago, a cidade dos ventos. – Relembrou. – Então não será qualquer temperatura fria que me surpreenderá.

— Certo, voltamos a conversar quando o inverno iniciar oficialmente e a neve começar a cobrir a cidade.

— Combinado. – Piscou. – Agora vamos a minha dúvida.

— E qual seria?

— Está pensando no fim do ano por já projetar algo para as festas?

— Ah, não. – Neguei veementemente. – Provavelmente passarei os feriados trabalhando, então não farei qualquer plano para mais do que isso.

— Mas você pode não ser escalada para esses plantões. – Comentou. – Ou tem alguma rotatividade que ainda não me passaram?

— Não se preocupe, não tem nada a ver com o hospital. – Esclareci. – Mas você sabe como as folgas nessas épocas são disputadas.

Ele assentiu e sabendo que Rose já lhe contou sobre a existência da Anna e nosso arranjo familiar, não me ressabi em completar.

— E apesar de não trabalharmos nas mesmas áreas, jamais tomaria a frente em pedir folga e arriscar que Rose não a consiga.

— Eu entendo. Você prefere que ela desfrute da oportunidade de estar com a filha.

— Exatamente. – Enfatizei. – E não só por ela, mas especialmente pela Anna, pois seria injusto que minha sobrinha não tivesse a oportunidade de passar o Natal com a mãe, sendo que a Rose é tudo que ela tem.

— Pelo o que sei, ela também tem você.

— Sim, mas eu não sou sua mãe.

Seu olhar se manteve fixo no meu, porém não fraquejei.

Após aquele episódio, em seu primeiro dia efetivo no hospital, consegui voltar a mim para continuarmos a dinâmica de atendimentos e desde então, não cheguei perto de fraqueja outra vez.

Por isso, me mantive firme, contudo, para dar continuidade ao assunto, questionei.

— Mas e você? Já pensou se vai preferir pedir folga para o Natal ou o Ano-Novo?

— Para nenhum. – Afirmou simplesmente.  – Como você, não farei questão de entrar na fila dos pedidos e realmente não me importo em trabalhar nessas datas.

— É mesmo?

— Por que do espanto? Eu sou novo na cidade e por enquanto, ainda não encontrei nada melhor para fazer do que trabalhar.

Ele tem razão em certo aspecto, mas, mesmo assim...

— Você poderia viajar para rever sua família.

Comentei sutilmente, pois apesar de ter chegado há pouco tempo, imagino que já esteja sentindo falta de quem deixou para trás.

Talvez dos pais, possivelmente de algum irmão, amigo, ex-namorada...

— Não. – Sua voz me puxou de volta. – Realmente não pretendo viajar nesse período, quem sabe mais para frente.

— Entendo.

— Agora tenho que ir, acabei de ser acionado.

— Tudo bem.

— E a deixarei voltar a descansar, sem mais incômodos.

— Você não incomoda.

— Fico feliz em saber. – Sorriu brevemente. – Então até mais ver, doutora Swan.

— Até mais ver, doutor Masen.

Ele saiu da sala de descanso, porém apesar da presença física ter deixado o espaço, continuei com sua imagem rondando meus pensamentos...

***

— Como está o trabalho filha?

— O de sempre mamãe.

— Então, trabalhando demais.

Não foi uma pergunta, mas, ainda assim, respondi.

— Não mais do que o restante dos médicos.

— Duvido um pouco disso.

— Mamãe...

— Está bem.

A observei mexer no cabelo e dispersar o assunto.

— Rose também está de plantão?

— Não, está em casa. – Informei. – Ela trabalhou até o meio da madrugada e hoje poderá aproveitar o dia com a Anna.

— Que maravilha, então mais tarde ligo para falar com elas.

— Tenho certeza que vão adorar.

— E alguma ideia de quando conseguirá um tempo para vir nos visitar?

Como as escalas do fim do ano ainda não saíram, não posso passar uma informação concreta, mesmo sabendo que é provável que não consiga um tempo livre maior, mesmo em meio às festividades.

— Ainda não mamãe. – Respondi, preferindo me manter com o máximo da verdade possível. – Mas assim que souber alguma coisa, aviso vocês.

Logo cedo nesse domingo, mamãe começou a falar comigo por mensagens e quando consegui um tempo livre para responder melhor, ela efetuou a chamada em ligação.

— Porém também podem vir me visitar. – Sugeri. – Acho que seria mais fácil nos encontrarmos dessa maneira.

— Sim, mas sabe que quando vamos a Forks, gostamos de ter tempo de ver as meninas também.

— É claro. – Concordei rapidamente. – De todo modo, continuaremos conversando até conseguirmos combinar algo concreto.

— Certamente, meu bem. – Sorriu e a acompanhei. — E no mais, alguma novidade tem rondado sua vida?

— Não, a senhora sabe que não.

Apesar da minha negativa clara e sincera, algo em seu olhar me atraiu.

— Espere um pouco. Do que a senhora está falando?

— Eu? Nada. O que teria para falar?

Conhecendo-a muito bem e especialmente o que deve ter acontecido, afirmei.

— O que a Rose andou falando para a senhora?

— Por que Rose teria me contado algo? — Reverteu. — Existe alguma coisa para contar?

— Não. – Deixei claro. – Mas eu a conheço e conheço a senhora também. Então não faça mistério.

— Se você me contasse um pouco mais da sua vida, eu não teria que me informar com a sua melhor amiga.

— Mas acontece que não tem nada acontecendo de diferente mamãe. – Enfatizei. – Eu somente trabalho e vou para casa. E de casa, volto ao trabalho.

— Sim, eu conheço essa rotina. Embora não concorde com ela. – Ressaltou. — Mas parece que finalmente algo está acontecendo em um desses núcleos.

— E o que seria mamãe?

— Você que tem que me dizer.

Diante do meu silêncio, ela concluiu.

— Quem é esse novo médico que chegou ao hospital?

— Não sei do que a senhora está falando.

Tentei sair pela tangente, mesmo sabendo que seria em vão.

— Ah, você sabe sim.

— Pelo visto, a senhora está sabendo mais sobre essa possível história inexistente, do que eu.

— Isabella Marie Swan! — Esbravejou. — Uma mãe tem o direito de saber e ficar feliz ao ver sua única filha tendo um novo interesse amoroso.

— Mamãe! — Foi a minha vez de exasperar. – O doutor Masen não é nada além de um novo colega de trabalho.

— Essa é a verdade?

— Claro que sim. – Reforcei. – Não sei de onde Rose tirou qualquer coisa para lhe dizer algo do tipo, mas nós somos somente colegas, nada além.

— E ele não é ao menos interessante?

— O doutor Masen parece ser ótimo, como profissional e pessoa, mas é só.

— Entendo, mas ele chegou há pouco tempo, não foi?

— Sim, apenas alguns dias. – Confirmei. – Por quê?

— Então ainda há tempo para vocês se conhecerem e começarem a desenvolver algo.

— Mamãe...

Apoiei o braço sobre a mesa e cheguei a cobrir o rosto de tão indignada com sua linha de pensamento.

— Por que a senhora não vai colocar esse tipo de ideia na cabeça da Rose?

— E acha que não faço exatamente isso? — Disparou. — Acontece que vocês são igualmente difíceis. Como podem?

— Talvez por isso sempre tenhamos nos dado tão bem.

— Possivelmente. – Concordou talvez a contragosto. — Agora terei que desligar querida.

— Tudo bem mamãe, também tenho que voltar ao trabalho.

— Nos falamos depois?

— É claro. – Sorri. – E mande um beijo ao papai.

— Pode deixar meu bem. – Ela retribuiu o sorriso. — Beijos e se cuide.

— Eu vou mamãe.

Acenamos beijos e despedidas, encerrando a chamada.

Guardei o celular e levantei para seguir a fora do consultório, à procura de uma boa xícara de café, pois apesar de ser meio do dia, estou realmente precisando de uma dose de cafeína no meu sistema.

Para aguentar não só a rotina do plantão, mas especialmente, voltar ao foco após essa conversa com minha mãe.

Ao adentrar a sala de descanso, abri um sorriso ao encontrá-la vazia. Segui em direção à cafeteira para pegar o líquido preto e quente que ajudará a devolver o discernimento correto.

Eu sei que não só minha mãe, como meu pai também, continuam a se preocupar com minha vida pessoal e amorosa, mas não é como se fosse uma adolescente perdida entre amores ou uma jovem na descoberta do florescer.

Pois na minha idade, o que vivi ou não, são cargas e aprendizados mais do que necessários. E com certeza diante de tudo e desse momento da minha vida, não preciso me envolver em qualquer relacionamento amoroso, ainda mais com alguém como o doutor Masen.

Rose vai me pagar por essa.

— O que ela fez?

Meu Deus!

Eu falei isso em voz alta?

E não poderia ser outra pessoa a me ouvir?

— Perdão. – Pediu contido. – Acho que te assustei outra vez.

— Não, só novamente estava distraída.

— Pensando em algo que Rosalie fez?

— Pois é.

Informei simplesmente.

— Algo sério?

— Não, não foi nada demais. – Desconversei. – Ela e minha mãe apenas são muito amigas e isso às vezes pode ser um problema.

— Entendo. – Pontuou ao se recostar em um dos balcões. – Então vocês duas são próximas a sua família?

— Sim. – Informei. – Rose entrou para a família por conta do relacionamento que teve com meu primo, mas os laços acabaram se estreitando para mais do que isso. E hoje ela e a Anna são tão integrantes da nossa família, como eu, talvez até mais.

— Acredito que isso seja algo bom.

— Sim, ao menos, na maior parte do tempo.

— Se estiver enganado, por favor, me corrija. – O olhei intrigada, diante da frase controversa, mas assenti. – Mas vocês têm uma relação para além de amizade, não é?

Ponderei a análise por um tempo e ele aproveitou para completar.

— Pois além de trabalharem juntas, também dividem a casa e a criação da bebê.

— Você está certo. – Consenti. – Realmente somos mais do que amigas ou meras familiares, apesar de não possuirmos laços sanguíneos.

Terminei de encher minha xícara de café e lhe dei espaço para fazer o mesmo.

— É como se fôssemos um casal. – Citei contemplativa. – Mas sem os estresses atrelados aos relacionamentos.

— E também sem os privilégios de estar com alguém.

— Será mesmo? – Continuei a pensar. – Pois gostamos de passar tempo juntas, compartilhamos certos gostos pessoais, nos damos muito bem na maior parte do tempo. O que mais poderíamos querer?

Ao concluir a pergunta, logo me dei conta do erro e tratei de tentar corrigi-lo.

— Quer dizer, existem outras questões que não entram em foco...

— Está tudo bem, doutora Swan. Eu compreendo.

— Certo. – Bebi um gole do café para ganhar tempo. – Eu só vim pegar o café, pois já tenho que voltar.

— É claro. Eu também.

Mas antes de conseguir escapar efetivamente, ouvi um novo questionamento.

— Porém de acordo com essas percepções, quer dizer que vocês não estão à procura de relações distintas? Para suprir o que não possuem no momento?

— Não posso responder quanto a Rose, mas no que se refere a mim, a resposta é efetivamente não.

Ele não disse mais nada e aproveitei para me retirar do espaço compacto, pensando sobre a surpresa da sua presença, mais uma vez de forma inesperada, porém concluindo que foi bom que essa conversa acontecesse...

***

— Veja. Os rapazes estão sentados ali, vamos até eles.

Não precisei questionar para saber a quem ela está se referindo ao dizer “os rapazes”, pois já virou de domínio público a informação de que se estão dividindo plantões, é provável que Emmett e o doutor Masen apreciem os momentos de pausas juntos, como se fossem melhores amigos que se reencontraram nesse momento da vida.

— Você quer mesmo se juntar a eles?

— Sim, eu quero. – Enfatizou. – E você também.

Fiz menção de contrariá-la, porém ela não permitiu.

— Qual é Bella? Vai deixar as fofoquinhas que rolam no hospital moldarem sua vida? – Destacou. – Você nunca foi de se importar com a opinião alheia.

— Acontece que nunca me importei em ficar inteirada dos assuntos dos outros, mas agora que estou sendo o foco...

Rose não retrucou a princípio, pois sabe que infelizmente é verdade, já que de uns dias para cá, as pessoas têm não só notado, mas também, explicitamente comentado sobre questões envolvendo o doutor Masen e eu.

Não que tenha dado qualquer abertura ou esteja agindo de maneira a inspirar essas situações, mas os comentários se originaram e derivam-se por conta da forma que tem se portado.

Visto que tem circulado por ai que ele dispõe de tratamentos diferentes na minha presença e os muda novamente na minha ausência, pois apesar da especialização focada em cirurgia, tem atuado como pediatra em consultas. Com isso, temos dividido não só o tempo, mas também os plantões e os pacientes.

E obviamente, essa junção de acontecimentos tem me deixado ressabida, não só por não gostar de ser o centro desse tipo de assunto, mas também, pela forma como mesmo sem querer e tentando ao máximo evitar, o jeito do doutor Masen tem mexido comigo...

— Escute Bella. – Rose retomou a conversa e voltei a si. – Isso tudo não tem nada demais. O que as pessoas parecem não entender é que ele apenas pegou maior afinidade com você e, portanto, não há porque se retrair.

Por um segundo, desviei o olhar a mesa em que eles estão. Percebendo seu jeito simpático florescendo também diante do Emmett.

— Eu nunca o vi ser nada além de gentil e educado. Sendo o tipo de pessoa que conversa olhando nos olhos.

— Ele também age assim com você?

— Sim. – Respondeu em tom óbvio. – E temos que concordar, apesar de amar Forks e ter encontrado na cidade meu verdadeiro lar, não há como negar que as pessoas daqui são um pouco provincianas.

Não contive um risinho baixo, seguindo sua própria expressão, mas ela logo concluiu.

— E por conta disso, não estão acostumadas a esse tipo de tratamento. De alguém tão bem educado e pessoalmente cavalheiro.

Realmente, levando esses aspectos em conta, tenho que concordar com ela...

— Porém, se ao menos no que diz respeito a você, ele estiver investindo em algo a mais, tão pouco há problema algum.

— Rose!

— E vai dizer que estou errada? – Rebateu. – Vocês dois são solteiros.

— Até onde sabemos...

— Sim e justamente por isso, não seria da conta de ninguém, caso viessem a se envolver. – Proclamou. – Pois você sabe muito bem que o hospital não tem política recriminatória quanto a isso. Sendo Carlisle e Esme, os maiores exemplos de casal que trabalha junto.

— Ah, é mesmo? – Ressaltei.

— Você sabe que sim.

— Pois muito bem, mas sabe o que reparei com tudo isso que falou?

— O que?

— Que a verdadeira situação semelhante, diz respeito a você e o Emm...

Com isso, consegui não só deixá-la sem palavras, mas também, evidentemente consternada.

— Mas...

— Não é bom quando essas coisas viram para nós, não é?

Ela tão pouco respondeu, porém desviamos os olhares ao mesmo tempo e ressaltei.

— Os rapazes estão acenando para nós, vamos até eles ou não?

— É claro que sim.

Mantendo a postura firme, começou a caminhar e simplesmente a segui.

Pois sei que existem verdades em tudo que disse e tendo a consciência que não há como evitar o doutor Masen, porém que também, caso deixe evidente minhas reais intenções, em breve os comentários errôneos se dissiparão.

— Gostariam de sentar-se conosco?

— Com certeza.

Rose respondeu ao Emm, ocupando o lugar ao seu lado, deixando-me somente com a opção de sentar próxima ao novo médico, que mesmo sem levantar, fez questão de puxar a cadeira para que sente e agradeci o gesto com um aceno.

— Do que estavam falando?

— Nada demais. – Emm respondeu a ela. – Apenas estava questionando ao Edward sobre sua adaptação e o que está achando do hospital.

— Deve ser muito diferente de onde trabalhava antes, não é?

Rose direcionou a pergunta ao doutor Masen.

— Não posso negar que sim, mas ao menos a meu ver, todas as mudanças que notei até agora, são bastante benéficas.

— É mesmo?

Não contive a curiosidade.

— Sim. – Direcionou o olhar ao meu. – Apesar de não ter feito residência em Chicago, já estava trabalhando em hospitais por lá há um bom tempo e de todas as dinâmicas que passei, a daqui tem sido a mais fácil de lidar.

— Pensei que tivesse se graduado em alguma faculdade de lá.

— Não, na verdade, me formei em Yale. – Contou. – E depois fiz a residência por hospitais em Connecticut mesmo. Então somente ao voltar para Chicago, completei a especialização.

— Minha nossa. Não tínhamos ideia de que estávamos contando com um membro da ivy league.

— Não é nada demais.

— Você quem pensa. – Emm continuou com o empenho. – Por isso Carlisle estava tão entusiasmado com sua vinda. Pois ter alguém com não só sua experiência, mas também histórico acadêmico, realmente trará prestígio e notoriedade ao nosso pequeno hospital.

— Esse hospital já possui bastante prestígio. – Ele afirmou. – E justamente por isso, não hesitei em vir para cá, quando comecei a procurar por mudanças.

— E por que mesmo escolheu deixar seu antigo hospital?

Diante da pergunta da Rose, ele voltou mais para si, apoiando as mãos sobre a mesa.

— Eu simplesmente estava à procura de mais. – Revelou. – Algo que voltasse a me estimular, pois já não estava sentindo a mesma paixão. E sabemos como isso é prejudicial na nossa profissão.

Acabamos concordando com a ponderação, por saber que é realmente um fato concreto.

— Mas pelo o que compreendi. Tão pouco nenhum de vocês é originário da cidade. – Ressaltou, erguendo o olhar. – Então não estou necessariamente fora do padrão.

— É verdade. – Emm concordou. – De todos nós, Bella é a que veio de mais perto.

— É mesmo doutora Swan?

— Sim, antes de vir para cá, morava em Seattle. – Relatei. – E definitivamente não estava nos meus planos prévios efetuar a mudança, mas assim são as coisas da vida.

— Não poderia concordar mais...

Nossos olhares ficaram conectados por um milésimo de segundo, porém já foi suficiente para me fazer recuar e parecendo notar isso, redirecionou as perguntas.

— Mas e vocês dois? De onde são?

— Eu nasci em Rochester, Nova York. – Minha amiga relatou. – E estudei pelo estado mesmo, porém quando surgiu à oportunidade de fazer residência aqui em Forks, o programa me pareceu muito qualificado para o que buscava e por isso, não hesitei em cruzar o país.

— Uma atitude corajosa, sem dúvidas. – Ele ponderou. – Mas que bom que deu tudo certo.

— Gosto de pensar que sim.

— E eu sou de uma pequena cidade no Tennessee. – Emmett contou, assumindo a vez. – Mas fui estudar no Texas, então estive me dividindo entre esses dois estados, até receber a proposta de vir para cá e ao pesquisar um pouco não só sobre a cidade, mas especialmente, quanto à fama do hospital. Pensei, por que não? E aqui estou.

— O que faz de nós, um grupo de remanescentes em meio à cidade.

— Talvez possa ter sido assim no início, mas acredito que agora, todos tenhamos encontrado nossos lares. – Ressaltei.

— Então espero que a premissa também se concretize comigo.

— Tenho certeza que irá, doutor Masen.

— Por que vocês continuam se tratando com tanta formalidade?

Diante do questionamento do Emm, ficamos um pouco perdidos, talvez só agora nos dando conta que realmente temos mantido as nomenclaturas mais sérias, mesmo em situações despojadas.

— Acho que só não tínhamos reparado. – Confessei.

— Pois talvez esteja na hora de mudar isso. – O doutor citou. – Eu sou o Edward.

Notando o tom ameno e gentil, conforme reforçado por Rose há pouco, entrei na onda sem me preocupar.

— Isabella, mas os meus amigos costumam me chamar de Bella.

— E eu também terei essa honra?

— É claro.

— Fico muito feliz pela cortesia, Bella...

Por quê?!

Por que tudo que esse homem faz acaba tendo o poder indescritível de mexer comigo?

— Mas para que a cidade venha a se tornar seu verdadeiro lar, você precisa de mais do que somente um bom emprego.

Emmett comentou, retomando o foco ao assunto principal.

— Nesse momento, o trabalho é realmente tudo o que me preenche.

— Não diga isso, companheiro. – Ele ressaltou, batendo no ombro do outro médico. – Forks pode não ser um grande centro agitado, mas ainda tem suas atratividades.

— Emmett tem razão. – Rose afirmou. – Precisamos apresentá-lo aos outros aspectos positivos do nosso pequeno refúgio terrestre.

— É claro, além de muito frio e chuva, temos outros atrativos.

Acabei entrando no embalo e por fim, ele assentiu.

— Ainda que faça o perfil mais tranquilo e caseiro, não irei me opor as suas ideias de me mostrar à cidade.

— Por que está tentando impor a ideia de que é um velho ermitão?

— Emmett!

Apesar do comentário e a reprimenda de Rose, Edward abriu um sorriso.

— Está tudo bem. – Ponderou. – Quanto a ser um eremita, talvez ainda não tenha chegado a tanto. Mas já não posso dizer que sou mais tão jovem quanto vocês.

— Não posso acreditar nisso. – Rose contrapôs. – E duvido que seja mais velho do que o Emm, por exemplo.

Antes de efetivamente responder, direcionou a pergunta ao nosso amigo.

— Quantos anos você tem?

— Trinta e cinco.

— Ainda bem que não apostou dinheiro, enfermeira Hale.

Brincou, deixando-me como a nova emissária da dúvida.

— Você é mais velho do que o Emm?

— Com certeza, pois já tenho trinta e sete. – Informou.

— Realmente não parece...

Deixei o pensamento escapar e seu olhar voltou ao meu.

— Aceitarei o comentário como um elogio.

— E foi. – Rose comentou, tomando a frente, provavelmente pensando que destituiria a ideia de elogio. – Mas, mesmo assim, não é como se fosse tão mais velho do que nós. – Destacou. – Pois Bella e eu também já estamos na casa dos trinta, ainda que seja a mais nova do grupo.

Emm e eu assentimos em conjunto, pontuando a confirmação de Rose.

— E sua diferença para o Emm, é como a existente entre Bella e eu. Pois tenho trinta e um, enquanto recentemente, Bella fez trinta e três.

— Ambas ainda são jovens mulheres. – Ele ressaltou.

— Uma jovem mamãe, você quer dizer.

— Por favor, não compreenda errado o que direi. – Citou, atraindo novamente a atenção ao que está prestes a dizer. – Mas acredite, muitas pessoas dariam tudo para estar na sua situação.

— Se refere ao fato de ter um filho?

— Exatamente.

— Então está nos seus planos se tornar pai?

Emm questionou e ele nem mesmo hesitou em informar.

— Sempre esteve entre meus maiores sonhos...

A intensidade com que falou foi tão grande, que demoramos um tempo para voltar a falar.

— Nesse aspecto, você tem total razão. – Rose concordou. – Pois não há alegria maior na minha vida, do que a minha filha.

— Nem na minha. – Afirmei.

— E poderia ser da minha também.

— Como assim?

Ela questionou rápido, após o comentário do Emm.

— Você me priva muito do convívio com a pequena. – Respondeu sério. – E ouça só, se algum dia começar a apontar falta de alegria no meu sistema, você será a única culpada.

— Por favor, deixe de drama.

— Não é drama, mas sim, a pura verdade. – Continuou emitindo suas lamúrias. – Quando foi à última vez que vi a Anna?

— Não foi na semana anterior? – Ela rebateu.

— Está vendo só? – Ressaltou. – Definitivamente, muito tempo.

— E você está querendo o que? Vê-la todos os dias?

— Algo nessa linha estaria muito bom.

— Tem dias que nem Bella e eu conseguimos esses privilégios. – Deixou claro.

— Mas estou na fila há muito tempo esperando por tal cortesia também.

— Eu acho que o Emm tem razão.

— Obrigado Bella. Você realmente é a melhor amiga que poderia querer.

— Então ceda o seu tempo com a Anna, para que o Emm também possa desfrutar.

Rose disparou em minha direção.

— Não, não. – Neguei rápido. – Acredito que o acordo correto seja o Emm passar a dispor de mais tempo com a nossa menina.

— E temos dito.

— Vocês realmente estão ficando malucos.

Rose sentenciou, mas não deixei barato e Emm pegou meu embalo.

— Por quê?

— É. Por quê?

— E egoístas também. – Continuou, sem dar atenção ao que dissemos. – Porque veja só, o Edward ainda nem conhece a Anna e vocês estão ai, querendo monopolizá-la.

— Eu não quis entrar na disputa tão previamente, porém diante do que tenho ouvido, acredito que também ficarei encantado ao conhecê-la.

— E você ficará. – Emm afirmou. – Pois ela é a melhor garotinha de todas.

— Então está acertado. Vamos procurar adequar nossas escalas e marcar um encontro para todos na nossa casa. – Rose propôs. – Para que o Emm possa rever a Anna e o Edward finalmente a conheça.

— Muito bem.

Emm concordou efetivamente e Edward também demonstrou a aceitação ao acordo.

— Será um imenso prazer, obrigado Rosalie.

— Também está de acordo Bella?

— É claro Rose, como queira.

— Pois está combinado. – Enfatizou novamente. – Assim que conseguirmos uma folga conjunta, temos um encontro marcado.

— Essa ideia está ficando cada vez melhor.

Emm brincou, abrindo um enorme sorriso.

— Será um encontro para verem a Anna.

Ela destacou, mas ele não deixou por menos.

— E eu disse outra coisa? Ou você está pensando em um tipo diferente de encontro? Pois sabe que também não irei me opor.

— Emmett, hoje você está simplesmente impossível.

— Você sabe que é porque gosto de mexer contigo.

— Definitivamente...

Talvez nem ela tenha percebido a potência dessa simples resposta, mas ao fazê-lo, procurou se corrigir.

— Quer dizer...

— Está tudo bem amiga, nós entendemos. – A acalmei.

— Com certeza.

— É claro que sim, pois não há nada demais. – Pontuou. – Como com vocês, não é mesmo?

Eu tento ajudar essa loira e é assim que ela me retribui?

Se atrevendo a retorcer a situação desse jeito?

— Certamente. – Edward foi o encarregado de esclarecer. – Porém como Emmett, ficarei animado à espera dessa ocasião. Para enfim conhecer a menina dos olhos de todos.

— E não irá se arrepender, pois a Anna é realmente a criança mais preciosa de todas.

Comentei cheia de sorrisos.

— Tenho certeza que será uma constatação certa. – Consentiu. – Por isso, estou mais do que ansioso para esse encontro.

— Será um ótimo encontro. – Rose citou.

— Um excelente encontro. – Emm concluiu.

Enquanto apenas assenti em meio aos seus comentários, porém sem deixar de desejar internamente, que essa ocasião definitivamente não se transforme em um verdadeiro encontro...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: Enquanto a Bella está com essa de não querer o “verdadeiro encontro”, posso ouvir coros de “double date”? Hahaha.
O que foram os encontros de Beward na sala de descanso? Sério, mal começou e já estou alucinando ao imaginar o que mais pode vir. Porém parece que ambos continuam a esconder certos aspectos de suas vidas e passado, concordam?
E a Renée só querendo ver a filha desencalhar. Não vou negar, nem afirmar, mas talvez ela esteja se parecendo um pouco com a minha própria mãe? Hahaha. Mas, enfim. Tivemos um pequeno vislumbre de mais um laço familiar da Bella. E ela, assim como nós, tem tentado ajudar as duas moças, que parecem meio cegas ou doidas, para não enxergarem o que está bem diante delas...
E aparentemente as outras pessoas do hospital também têm notado como o Edward age com a Bella, mas nesse caso estou com a Rose. Se houver algo a mais mesmo, o que tem demais? Porém gosto da via de mão dupla e ver os quatro interagindo foi bem legal, né? E Beward quebraram um pouco da formalidade, mas o que esperar desse encontro?
Isso e mais quero saber de vocês, por isso, não deixem de comentar. Vamos encerrar o primeiro mês de Chance em alta, sim? Sigam-me no twitter: @KNRobsten e acompanhem as outras fanfics para estarem sempre por dentro de vários contos Beward e até a próxima...
~Kiss K Nanda.



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