Uma Chance para o Amor escrita por Kah Nanda


Capítulo 2
Capítulo 2 - The chance of new


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas. Meu lema é sempre que até meia-noite é dia, então por isso aqui estou com a atualização dessa semana, mas podem ter certeza que esse não é o padrão. É que além de ficwriter, sou também bastante cinéfila, então o motivo do atraso se deu por ter ido ao cinema assistir a mais um filme indicado ao Oscar e só há pouco cheguei para postar a vocês, porque no que depender exclusivamente de mim, jamais romperei o compromisso.
E quero agradecer imensamente a recepção quanto ao primeiro capítulo, estou mais do que feliz em ver como estão animadas em acompanhar esse projeto. Por isso, dedico a todas que comentaram, mas em especial também a Rafaella Rodrigues que já fez uma recomendação, deixando clara suas expectativas com o conto, muito obrigada.
E agora sendo minha vez de recomendar, além dessa fanfic, também estreei uma nova história, que está sendo postada todas as segundas-feiras, então as convido a conhecer e se deliciar também com Doce Mistério. Até as notas finais.
Apreciem sem moderação...

Doce Mistério: https://fanfiction.com.br/historia/811731/Doce_Misterio/

Capítulo Postado Em: 15/02/24



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— Você não vai acreditar na coisa mais linda que a Anna fez hoje...

Rose comentou enquanto caminhamos pelo hospital, em direção ao refeitório destinado somente aos funcionários.

Como seu plantão começou às 11h, ela pôde aproveitar a manhã com a filha, mas em compensação, como já estou aqui desde cedo, ao sair, apreciarei um excelente tempo ao lado da minha pequena favorita.

O que mais poderia querer para uma sexta-feira a noite?

— Eu com certeza acreditarei em qualquer coisa que disser. – Afirmei. – Pois tudo que a Anna faz é a coisa mais fofa do mundo.

— Ok, acho que vocês estão precisando de um pouco de detox uma da outra.

— Rose!

— Amiga, porque você claramente não está pensando direito ou lembrando devidamente das coisas.

— Do que é que você está falando?

— Como pode dizer que tudo que a Anna faz ou já fez é fofo, quando lidamos com quase três anos de fraldas astronômicas?

Tive que me segurar muito para não soltar um riso alto em meio ao corredor, não só por ser totalmente impróprio, mas também, por respeito aos outros colegas e pacientes que não estão compartilhando da mesma alegria que eu.

Mas notar esse toque de humor da Rose, só me faz pensar em como ela e o James combinavam. Tanto que às vezes, algumas pessoas chegavam a pensar que ela era sua prima e não eu, de tão brincalhões e despojados que eram quando estavam juntos.

E hoje essas características também se assemelham ao Emm, por isso sempre que posso, faço questão de destacar tal ponto, procurando alertá-la sobre a possibilidade de encontrar um novo companheiro que a faça tão feliz quando meu primo fez, ao menos pelo tempo que lhe foi possível...

Balancei a cabeça para não seguir a esse caminho e voltei o foco à loira ao meu lado.

— Está bem, diga logo o que a Anna fez.

— A encarreguei de levar suas roupas sujas ao cesto e ela estava cumprindo a tarefa daquele jeito que você sabe.

— Levando peça por peça, para enrolar mais.

— Exatamente. – Comentou sorrindo. – E ao me distrair por um instante, ela aproveitou para pegar suas meias e colocá-las nas orelhas.

— Não.

— Sim. – Continuou exultante. – E quando perguntei o porquê, ela disse que era um coelhinho.

— Que coisa mais fofa! — Disparei. – Diz que você tirou uma foto?

— Você acha que sou boba ou inexperiente? – Ressaltou. – Aqui é serviço completo, meu bem. Eu fiz um vídeo e já mandei para todo mundo.

— Como assim todo mundo?

— Ora essa. Os meus pais e os seus.

— E para mim?

— É claro que sim.

— Ainda bem.

Ressaltei já imaginando o momento que poderei ver o vídeo.

— Pena que sempre deixo o celular no consultório. – Lamentei.

— Ao menos você tem um espaço só seu. E o meu que fica abandonado no armário?

— Ossos do ofício.

Ao chegarmos à área do refeitório, avistamos Emmett sentado na mesa de costume, porém não sozinho e apesar da pompa do homem a sua frente, sei que não faz parte do corpo médico do hospital.

Porém, como ele teria acesso a esse setor específico sem autorização prévia?

— Rose, você tem ideia de quem possa ser o homem com o Emmett?

— Eu não só tenho ideia, como tenho certeza de quem se trata.

— Como isso é possível?

— Porque sou bem informada.

— De onde eu vim isso tem outro nome. – Provoquei. – E daqui a pouco, você poderá assumir o lugar da Jéssica.

— Ninguém nunca conseguirá assumir seu lugar nesse quesito. – Rebateu. – Mas enfim, você quer saber a informação ou não?

— Diga.

— Aquele é o Dr. Masen. – Contou. – O novo médico contratado do hospital.

— Ah...

É claro que depois da informação prévia passada por Jéssica, cheguei a ouvir outros comentários referentes a essa contratação, mas tão pouco dei atenção a qualquer um deles.

Tanto que talvez tenha chegado a ouvir mais detalhes, como a data do seu ingresso, mas somente não cheguei a me atentar realmente.

— Você sabe qual especialização ele vai cobrir?

— Não, isso ainda não descobri. – Revelou. – Nem mesmo sei seu primeiro nome, pois somente ouvi sobre a chegada do Dr. Masen tão logo iniciei o plantão, porém ainda não tive tempo de averiguar mais detalhes.

Assenti em concordância, então redirecionei o olhar a mesa e nesse momento, o médico também disparou sua própria análise em minha direção...

E meu Deus do céu!

Que olhos são esses?

É claro que seu perfil já estava sendo bem admirável. O maxilar firme, sobrancelhas grossas, mas bem feitas e o cabelo em uma cor indistinta de cobre.

Porém agora, ao notar não somente a cor, mas também a intensidade projetada através dos orbes verdes. Fizeram com que algo indistinto despertasse em meu interior...

— Vamos falar com eles?

Voltei a mim com a pergunta de Rose.

— O que? Não.

— Por que não?

— Não sei, eles estão conversando e vamos chegar e nos intrometer...

— Vamos nos apresentar ao nosso novo colega de trabalho. – Rebateu. – Além do mais, não será intromissão, pois o Emm está nos convidando.

Só então reparei em nosso amigo acenando, dando o indicativo de seguirmos até lá.

Minha nossa!

Por quanto tempo Emm esteve interagindo conosco sem que me desse conta?

Somente por ter ficado fissurada no novo médico?

Isso não está certo...

Prestes a procurar uma nova desculpa para não ir, pois algo dentro de mim está apontando para não fazê-lo, fui salva pelo chamado do destino, ou melhor, pelo meu bipe soando.

— Vai você Rose, eu acabei de ser acionada.

Mostrei o aparelho a ela.

— Ah, que pena. – Expressou. – Mas tudo bem, não faltarão oportunidades para que o conheça.

— Com certeza.

Assenti rapidamente e também fiz um indicativo ao Emm sobre minha ausência, logo voltando a circular pelo corredor, me afastando do refeitório e também daquela presença marcante...

É claro que não haverá como escapar por muito mais tempo, mas no que depender de mim, visto minha reação confusa e indiscreta em meio a esse primeiro contato, farei o máximo possível para continuar evitando efetivamente conhecê-lo...

***

Por dois dias consegui manter a promessa, mas isso somente porque o Dr. Masen não retornou ao hospital.

Emmett contou que ele veio na sexta-feira para conversar com o Dr. Cullen e ajustar as últimas questões da sua contratação, já que tudo foi feito a distância. Então ambos quiseram efetuar o primeiro contato direto antes que ele começasse efetivamente a trabalhar no hospital.

O que logo entrará em vigor, ainda não sei o horário exato em que começará seu primeiro plantão oficial, mas é de conhecimento de todos que o Dr. Masen passará a integrar o corpo médico como nosso colega de trabalho a partir de hoje...

E ainda que não tenha voltado a vê-lo, não consegui me blindar também de receber informações da sua vida. E não só por parte de Emmett, mas também através da Rose, após o momento de interatividade que teve consigo por aquele breve instante na sexta-feira...

— Essa peça encaixa aqui?

— Não, tia Bell. – Ela respondeu firme. — É pá botá aqui.

— Muito bem Anna.

— Agora dá a ota.

Peguei a próxima peça do brinquedo interativo que estamos montando, lhe entregando e esperando sua compreensão de onde encaixá-lo.

— E essa aqui?

Expressou a dúvida, mas a estimulei a tentar descobrir sozinha.

— Onde é?

— Aqui?

Indicou a ponta direita e mantive o olhar firme, então ela testou no outro lado e sorriu ao encaixar o novo bloco.

— Aqui.

— Isso mesmo querida.

— Bella. – A voz da Rose soou vinda da cozinha. – Estou fazendo um sanduíche de geleia de morango com pasta de amendoim para a Anna, você também quer um?

— Eu aceito Rose, obrigada.

Rose ainda irá trabalhar hoje, porém só mais tarde, enquanto eu cheguei do plantão há pouco, por isso estamos conseguindo compartilhar do momento familiar em casa e mais tarde quando sair, o fará tranquila sabendo que estarei com a Anna.

Minha sobrinha e eu continuamos com a interatividade, até sua mãe surgir na sala e darmos uma pausa na brincadeira para apreciar nossos lanches.

— Você não quis um? – Questionei.

— Não. – Negou simplesmente. – Tomei um café reforçado e comerei mais tarde no hospital, na hora do primeiro intervalo.

— Certo.

— Você estará de plantão na segunda, não é?

Questionou de repente, mas não estranhei a mudança de assunto.

— Sim, vou pegar a partir da madrugada, então estarei por lá durante todo o dia. – Expliquei. – Por quê?

— Então você com certeza terá a oportunidade de conhecer o Dr. Masen.

Somente a mera menção do seu nome me fez engolir em seco e precisar mastigar melhor o pedaço do pão que estava na minha boca. E aproveitei a situação para permanecer em silêncio.

— Por que está falando sobre isso agora?

— Porque é o assunto do momento no hospital. E como provavelmente trabalharão bastante juntos, o melhor é que já se conheçam o mais breve possível.

— Espera um pouco. – A interrompi. – Por que está dizendo que vamos trabalhar juntos? O mais provável é que tenha com ele a convivência que tenho com qualquer outro médico...

— Você ainda não está sabendo de nada mesmo, não é?

— Sabendo do que?

— O Dr. Masen também é pediatra. – Informou.

— Ele também é pediatra?

Murmurei bastante incrédula pela coincidência quanto as nossas especializações.

— Mas não precisa se preocupar, ele não veio para substitui-la ou qualquer coisa do tipo.

— Eu jamais pensaria algo assim. – Deixei claro. – Pois de todo modo, nunca fui e nem nunca serei a única pediatra do HGF.

— Sim, eu sei. Mas o que quero dizer é que ele não é somente um médico especialista, ele também é um cirurgião.

— Ele é cirurgião pediatra?

— Exatamente. – Reforçou. – E por isso foi contratado, para integrar a equipe médica com um suporte que ainda não possuímos.

— Mas isso é ótimo.

— Mamãe, já cabei.

Voltamos à atenção a Anna e Rose logo respondeu.

— Certo filha, então pode levar seu prato até a mesa e voltar a brincar.

— Tá bom.

Com a bebê concentrada novamente em suas atividades, Rose não perdeu tempo em continuar a falar.

— Não consegui descobrir mais sobre sua vida ou os motivos que o fizeram escolher vir para Forks, porém pelo pouco que apurei, ele parece ser bastante interessante.

— Por que acha isso?

— Porque antes de vir para cá, morava em Chicago e com certeza passar a residir em Forks será uma grande mudança, em todos os sentidos. – Enfatizou. – E as pessoas não praticam transformações tão drásticas sem grande motivos.

— Talvez ele só esteja atrás de novos ares. – Ponderei. – Deixar a agitação da cidade grande para trás.

Comentei já pensando na minha própria experiência e os motivos que me fizeram mudar.

— E pode ser que a proposta do hospital tenha sido muito boa, uma chance de investimento na carreira, não sei.

Dei de ombros, então a percebi diferente.

— Por que está me olhando assim?

— Porque foi exatamente isso que ele disse.

Não soube o que responder e aguardei sua conclusão.

— Ele aparenta ser um pouco recluso, porém também pareceu gentil. – Explicou. – Mas quando estava perguntando sobre sua vida antiga, claramente não quis se aprofundar muito, porém enfatizou justamente esses pontos.

— Então é provável que sejam verdade.

— Pode ser. – Considerou. – Pois realmente não pareceu ser uma má pessoa, nem esnobe ou algo assim, visto o histórico tão bem condecorado em hospitais de ponta. – Continuou a relatar e assenti. – E ainda que tenha escolhido não falar tanto de si, pareceu bem aberto a conhecer-nos e criar um bom laço com os futuros colegas de trabalho, além de também estar entusiasmado por ingressar no hospital.

— Então espero que ele encontre o que procura. – Desejei sinceramente. – E mais do que tudo, que possa fazer um bom trabalho.

— Em breve saberemos.

Apenas assenti, acreditando que o assunto tinha chegado ao fim.

— Ah, já estava esquecendo. – Pontuou. – Obviamente fui apresentada formalmente e descobri seu primeiro nome. Você quer saber?

— Sei que de um jeito ou de outro acabarei descobrindo, mas pode falar.

— Ele se chama Edward. – Anunciou. — Dr. Edward Masen...

Edward...

— Dra. Swan?

Observei a secretária do Dr. Cullen a minha frente e deixei os devaneios de lado.

— Perdão.

— Te assustei?

— Não, só estava distraída.

Justifiquei e ela assentiu.

— O Dr. Cullen está a sua espera.

— Certo. Obrigada.

Ao começar a caminhar em direção à sala do diretor do hospital, que é um ambiente distinto ao seu consultório médico, reservado para tratar de assuntos internos, compreendi o porquê de ter sido levada a essas memórias, já que é o motivo por trás do Dr. Cullen ter solicitado minha presença é mais do que óbvio.

Dei batistas discretas na porta e logo ouvi a permissão de passagem, entrei na sala bem mobiliada e como esperado, encontrei não somente o Dr. Cullen, como meu futuro novo colega de trabalho, o Dr. Masen.

Os dois estão de pé, próximos a mesa do diretor, provavelmente a minha espera.

— Obrigado por se juntar a nós, Dra. Swan.

— Imagina Dr. Cullen. – Respondi no mesmo tom. – Sabe que não negaria um pedido seu.

— Espero que isso se deva a nossa amizade e boa convivência. E não a uma ideia hierárquica por também ser diretor do hospital.

— De maneira alguma.

Quando decidi tentar uma oportunidade para trabalhar aqui, em meio a tudo que estava acontecendo na minha vida, não só em meio aos aspectos pessoais, mas também quanto ao meu futuro profissional, não poderia ter desejado uma aceitação melhor.

Pois de cara conheci os doutores Cullen e para fora do hospital, apenas o senhor e a senhora Cullen.

Carlisle assumiu o posto como diretor do hospital, pouco antes de Rosalie iniciar sua residência, então ela já tinha me alertado sobre as mudanças benéficas que a instituição estava passando desde então.

Porém atrelado à nova função, o médico também continuou a executar sua primeira paixão, a cardiologia. Sendo um dos funcionários mais antigos no escopo profissional, isso atrelado a sua própria esposa, Esme. Que é a principal ginecologista obstetra que possuímos.

E a partir do momento em que fui efetivada, começamos a trabalhar bastante juntas e já perdi as contas de quantos partos compartilhamos por dentre essas paredes. Mas para a minha sorte, além de bons colegas de trabalho, nos tornamos também excelentes amigos.

Então além de Rose e Emm, desde o princípio me vi resguardada ao mesmo nível por Esme e Carlisle, compreendendo como fiz uma excelente escolha ao me mudar.

— Maravilha. – Abriu um sorriso característico e gentil. – Mas deixe-me proceder com as apresentações, pois pelo o que apurei vocês ainda não tiveram a oportunidade.

Assentimos em concordância, nos posicionando frente a frente.

— Dr. Masen, essa é a doutora Isabella Swan. – Iniciou e o médico novato assentiu. – Como informei anteriormente, ela é uma das nossas médicas pediatras, em breve você conhecerá os outros dois profissionais que também cobrem essa especialização no hospital, porém fiz questão de apresentá-los primeiro, pois apesar de somente ter se juntado a nós há dois anos, a doutora Swan com certeza é nossa melhor especialista.

— Dr. Cullen, por favor. – Citei contida.

— Não, você sabe que é verdade, assim como todos no hospital. Por isso faço questão que o Dr. Masen também esteja inteirado.

Acabei abaixando o rosto, constrangida com os elogios, porém voltei ao foco quando as apresentações retomaram.

— E Dra. Swan, esse é o doutor Edward Masen. – Consenti. – Que felizmente para nós, aceitou se juntar ao corpo médico do HGF. Ele também é pediatra, porém seu foco principal é a cirurgia pediátrica. Então é provável que venham a trabalhar muito juntos, mas em parceria e não como substituição.

— É claro. – Efetuei uma afirmativa. – É um prazer finalmente conhecê-lo, doutor.

— O prazer é todo meu, doutora Swan.

Não sei o que me impactou mais...

O fato de finalmente ouvir sua voz, comprovando que encaixa totalmente com o perfil que atribui. Já que o timbre apresenta até mesmo um leve sotaque de meio oeste, provavelmente agregado à moradia antiga. Ou o tremor que assolou meu corpo quando nossas mãos se tocaram em meio ao cumprimento.

— Agora que procedemos com a parte formal, queiram sentar um pouco para que possamos continuar a conversa.

O Dr. Cullen se dirigiu a cadeira atrás da mesa, enquanto o Dr. Masen e eu cumprimos o indicativo nos estofados a frente do móvel, porém mostrando os traços de gentileza notados por Rose, o homem ao meu lado só se acomodou, após confirmar que o fiz primeiro.

— Mas continuando, é uma verdadeira honra recebê-lo em nosso hospital. – O doutor Cullen citou ao médico, que também demonstrou certa consternação diante da exaltação recebida. – Pois sua presença será mais do que um verdadeiro suporte ao hospital.

— Espero somente poder fazer bem o meu trabalho.

— É claro que sim. – Destacou, mas já continuando a falar. – Porém apesar de possuirmos excelentes profissionais, visto a própria doutora Swan. Não deixava de ser difícil lidar com o fato de diante da necessidade de algum paciente infantil precisar passar por um procedimento cirúrgico, ter que ser encaminhado a outro hospital. Podendo arriscar o agravamento da situação e até mesmo sua vida.

Estremeci só de pensar nas circunstâncias que já presenciei desde que vim trabalhar aqui.

— Qual era o costume padrão do hospital?

O doutor Masen questionou e o doutor Cullen apoiou os braços sobre a mesa, provavelmente resgatando os pensamentos das situações.

— A primeira instância, fazíamos a transferência até o hospital de Seattle, porém já houveram casos mais graves que precisaram ser levados para fora do estado, a algum lugar possivelmente na Califórnia.

— Compreendo.

— Porém agora que passará a integrar o corpo médico do hospital, tais situações já não serão necessárias. – Afirmou.

— Estou disposto a oferecer o meu máximo para proceder com o suporte necessário não só ao hospital, mas especialmente aos pacientes que necessitarem.

Diante dessas palavras, não me contive em reiterar.

— É muito bom ouvir isso, doutor Masen. – Comentei sinceramente. – Pois é importantíssimo que o máximo de hospitais possíveis sejam capacitados com exímia eficácia. E a partir de agora, graças a você, o HGF também passará a contar com esse suporte.

— Novamente, doutora Swan. O prazer é todo meu em poder não só supri-los diante da necessidade que possuíam, mas também, em realmente prestar o meu melhor ao hospital.

— Não poderia ouvir nada melhor, doutor Masen. – O diretor pontuou e concordei com um aceno. – E como ainda teremos muitas reuniões e aos poucos, você será integrado ao restante dos seus novos companheiros. – Prosseguiu, dirigindo-se ao médico. – Por hora, vou dispensá-los para que voltem aos seus afazeres. Especialmente você, doutora Swan.

— É claro doutor Cullen.

Ao sermos dispensados, deixamos o escritório e já fora da sala, efetuamos um aceno em despedida a secretária do doutor, antes de prosseguir caminho pelos corredores.

— Estou feliz por finalmente termos nos conhecido.

A voz do doutor Masen me pegou de surpresa. Não só por não estar esperando, mas também pela proximidade.

— Perdão, mas por que está falando isso?

— Porque já tinha ouvido falar muito de você.

— É mesmo?

— Sim, a princípio, através dos seus amigos. – Informou. – O doutor McCarty e a enfermeira Hale, são seus amigos, correto?

— Sim, eles são.

— E após conhecê-los, mas sem a oportunidade de fazê-lo também com você. Passei a ouvir comentários do doutor e a doutora Cullen.

— Então você também já a conheceu? – Destaquei.

— Sim, tive o prazer essa manhã.

— A doutora Cullen é uma excelente médica e também amiga. – Informei com um sorriso. – Sou muito sortuda por contar com seu apoio e suporte, assim como do doutor Cullen.

— Compreendo. – Comentou mantendo o tom. – E se possível, também espero que possamos trabalhar bastante juntos. Estabelecendo uma parceria firme.

— É claro doutor. – Concordei, entrando em um campo seguro. – E assim esperamos que aconteça com os outros médicos também. Especialmente os pediatras, que em breve conhecerá através dos outros plantões.

— Certamente, doutora Swan.

Apesar da afirmativa, senti algo mais por trás da resposta.

— Porém como o doutor Cullen bem pontuou. Você é a pediatra principal desse escopo.

— Não tenho tanta certeza quanto a isso.

Procurei atenuar a situação.

— Certeza também não possuo. – Reiterou. – Mas acredito que em breve poderei atestar isso por mim mesmo e não tenho dúvidas que concordarei com tudo que ouvi.

— E o que você ouviu?

Acabei não me contendo em questionar, dando o aval que talvez estivesse esperando.

— Que é não só a pediatra mais dedicada desse hospital, como possivelmente, uma das melhores médicas que trabalham aqui. – Declarou. – E que todos têm sorte por contar consigo, não somente como profissional, mas também como pessoa, amiga e companheira...

Quem colocou essas ideias na cabeça desse homem?

E por que ele está falando dessa maneira? Usando esse tom e essas palavras?

E por que agora, assim mais de perto, seus olhos parecem brilhar ainda mais?

Que tom de verde é esse?

Pare Bella! Pare agora...

— Eu agradeço as palavras, doutor Masen. – Voltei ao foco. – Ainda que não acredite ser merecedora de tanto.

— Novamente, acredito que em breve poderei atestar afirmativamente a certeza. – Reforçou. – Mas é claro, tudo ao seu tempo, mas para a minha sorte, teremos bastante dele.

— O que?

— Tempo...

O quão profunda uma palavra pode se tornar?

— Certo. – Limpei a garganta. – Eu tenho um horário de consultas agora, você gostaria de me acompanhar e começar a se inteirar das rotinas do hospital?

— Será um imenso prazer.

Guiando a conversa e nossas comunicações a esse campo seguro, continuamos a caminhar até chegar ao meu consultório e após apresentar e deixá-lo um pouco inteirado sobre aspectos gerais, comecei os atendimentos.

A cada novo paciente e familiar que adentrou o espaço, informei sobre a presença do doutor Masen, questionando se havia alguma negativa quanto a sua permanência, mas ao obter somente consentimentos, prossegui com as consultas normalmente...

— O que seu bebê está sentindo, mamãe?

Questionei a moça que parece jovem e também bastante cansada.

— Ele praticamente não dormiu essa noite doutora, com isso, também não consegui pregar os olhos e tão pouco o meu marido. – Explicou. – Mas ao menos ainda estou em casa, enquanto ele teve que sair para trabalhar e estou preocupada que fique cansado demais e...

— Calma. – Pedi em conforto. – Vai ficar tudo bem.

— Você gostaria de um copo de água?

Ela apenas assentiu e Edward se prontificou a deixar a sala, para ir buscar a água.

Após sorver o líquido e parecer um pouco mais recomposta, pude prosseguir com a consulta.

— Quais sintomas exatamente seu bebê apresentou?

— O choro constante permaneceu fraco pela noite e quando íamos pegá-lo para verificar se poderia ser a fralda, fome ou até mesmo se estava com febre, ele desatava a chorar mais.

— Entendo, mas você conseguiu verificar se ele estava com febre?

— Sim e ao menos segundo o nosso termômetro, não deu nada.

— Muito bem.

Após essa triagem, virei na direção do bebê repousado na maca.

Ele não chorou desde que entrou no consultório, mas conforme o relato da mãe é possível ver as marquinhas de lágrimas secas nas bochechas rosadas e também está apresentando leves tremores, proveniente dos choros recentes.

Toquei em sua testa e pescoço, procurando sinais de febre, mas não encontrei nada, porém ao continuar o toque pelo corpinho pequeno, atrelado a pouca idade de apenas cinco meses, o bebê passou a emitir indicativos de choro.

Foi então que compreendi.

— Mãe, consegue lembrar o horário em que trocou a última fralda de cocô?

— Acho que ontem de manhã, por quê?

Acabei encontrando o olhar do doutor Masen e ele sorriu compreensivo, provavelmente já tendo entendido também o que está acontecendo.

— Pois muito bem bebê, vamos aliviar esse desconforto.

Conversei com o neném, pouco antes de erguer suas perninhas a altura do estômago.

O barulhinho da proliferação de gazes preencheu a sala, deixando a mãe espantada e o bebê com certeza, bem mais aliviado.

— O que? — Expressou. – O que foi isso?

— O seu bebê estava com gases. – Expliquei. – E como nessa idade eles ainda não conseguem desassociar as necessidades mais básicas, acabou ficando incomodado. – Ponderei, observando um sorriso começar a tomar o rosto do pequeno. – E por ter passado o dia constipado, necessitava de um auxílio externo para se libertar.

Ao terminar de falar, repeti o processo e como esperado, o bebê continuou expelindo o incômodo.

— Mas era somente isso? Todo o choro e...

— Sim, porém como expliquei, foi uma junção de coisas. – Voltei à atenção a ela para explicar. – Porém a partir de agora, caso algo do tipo aconteça novamente, você prestará atenção na posição da barriga, se estiver dura, sem movimentação natural, repetirá esses movimentos e se forem gases novamente, o alívio será imediato.

— Ah, doutora Swan. – Pronunciou emotiva. – Muito obrigada.

— Não precisa agradecer.

Afirmei contida, ainda mais ao reparar no olhar fixo do doutor Masen em mim.

— Agora vou passar um remédio para cólica, porém esse será somente para casos futuros, no entanto, recomendarei um estimulante para que auxilie na produção fecal. Assim, as chances de ele ficar constipado outra vez serão bem menores, tudo bem?

— Tudo ótimo doutora. – Citou aparentemente revigorada. – Nem acredito que poderemos dormir tranquilos essa noite.

— Espero realmente que sim. – Devolvi. – E que você, seu marido e esse bebê lindo, tenham nada mais do que uma excelente noite de sono...

Entre a pausa até que o próximo paciente entre, o doutor Masen não perdeu a oportunidade de comentar.

— Pelo visto, não precisarei de mais do que um dia para confirmar tudo que ouvi.

— Como assim?

— A forma como não só executa as funções médicas de maneira precisa, porém ainda mais, como trata seus pacientes. Dando suporte não só aos adultos, mas especialmente aos pequenos, tratando desde os bebês às crianças como verdadeiros seres pensantes. Tudo isso é mais do que admirável, doutora Swan.

Vi-me incapaz de responder alguma coisa, mas talvez fosse melhor ter dito algo, para evitar ouvir sua conclusão.

— É quase como se você enxergasse em cada um, seu próprio filho...

Minha respiração parou, mas procurei manter a postura neutra, ao menos quanto à aparência, pois internamente, não poderia ter ficado mais abalada.

Porque é claro que para ele, esse comentário não passou de algo comum e provavelmente a sua perspectiva, foi nada mais do um elogio, não tendo a ideia de como isso soaria para mim.

E a essa altura do campeonato, já deveria ter me acostumado, porém sei que no fundo, meu lado emocional jamais conseguirá lidar de maneira ponderada, como eu também não...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: E ai? Gostaram da chegada do nosso mocinho? Que é sim o médico novo do hospital, mas não só isso, como também irá trabalhar bastante com a Bella, expectativas?
Começamos com momentos de amizades das meninas e a Bella já fascinada de longe. E apesar de ter tentado fugir ou negar, vimos como o doutor a abalou. E tivemos interações fofas com a Anna, atrelada a fofoquinha passada pela Rose hahaha. E então o encontro veio ai.
Carlisle sendo o melhor em introduzir os dois e o Edward sem deixar por menos tudo que tinha ouvido da Bella e o prazer em conhecê-la. Então além do deslumbre final, ainda tivemos mais pinceladas dela sendo a maior de todas com seus pacientes. Eu estou amando esses momentos e vocês?
Respondam isso e mais nas reviews, recitando tudo que acharam do capítulo e o que esperam acompanhar. Às leitoras novas, não deixem de conhecer e acompanhar também os outros projetos, como seguir-me no twitter: @KNRobsten. E até a próxima.
~Kiss K Nanda.



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