Os Unicórnios Revolucionários da Casa Dente d'Leão escrita por Salomé Abdala


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

18 anos depois. No intervalo do seu trabalho, Cretchu'ni-Xanel escreve um desabafo numa folha de caderno azulada e, logo em seguida a queima



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‘’...assim que o Sol se esconde, as jovens ovelhas tecelãs tecem, em seus belos teares, a história daqueles que restaram... por isso os martelos gigantes das araras cantoras mudam de cor, os ventos buscam novas direções e os tristes unicórnios vestem suas peles falsas para, disfarçados, esconderem-se da extinção...’’

 

Quando a grande guerra começou, todos os unicórnios se colocaram de sobreaviso. Sabíamos que, de uma forma ou de outra, a culpa cairia sobre nós. Por isso, tentamos não tomar partido de nenhum dos lados combatentes... mas a guerra se arrastou por tempo demais e nos vimos obrigados a agir. Foi então que o Rei Unicórnio, em um ímpeto de paixão e fúria, usou a carta que mantinha nas mangas... e nos condenou à extinção.

Então a deusa azul saiu de sua toca, disse umas muitas e más e nunca mais voltou. A Casa de Lírio, reduto sagrado onde os deuses antigos adormeciam entrou em colapso, libertando os deuses que ali viveram aprisionados por milênios. Sedentos por vingança, esses deuses mais antigos que o medo, destruíram tudo que viram, em busca da construção de um novo mundo.

Os espelhos flutuantes, que outrora refletiam as cores que respirávamos, perderam seu trono nos céus e despencaram como estrelas decadentes no chão... o resto foi silêncio, escuridão...Sem os espelhos a voar pelos céus nosso mundo se afundou na escuridão acromática.

Aqueles que sobreviveram, uniram suas forças para, com os restos dos poderosos espelhos, erguerem as muralhas que agora limitam a existência do País Colorido.

Não demorou muito para que tudo voltasse ao normal. Dentro dos limites do país cercado por espelhos todas as cores reencontraram seu lugar, e agora, sem o medo da morte, os viventes podiam apontar seus dedos livremente.

Foi quando tentaram encontrar um culpado para toda aquela confusão, encontraram os unicórnios e nos condenaram à extinção. Séfora, a auto intitulada rainha do País Colorido, matou nosso Rei e decretou que todos nós deveríamos ser caçados e mortos. Desde então vivemos encurralados, coibidos do direito de existir. Por isso, vestimos peles falsas para nos disfarçar, fingindo viver vidas que jamais nos pertenceram. Às vezes fingimos tanto que alguns de nós se esquecem de nossa verdadeira natureza... e nesse estado latente de dor e fuga, continuamos nossos dias esperando o inevitável momento de desaparecer... Mas agora é chegada a notícia de que nosso rei pode estar vivo. Se confirmada essa informação poderíamos unir forças para resistir... Resistir por nossos irmãos abatidos, e lutar, mais uma vez, contra a tirania de Séfora. Somos os unicórnios sobreviventes e estamos sedentos por vingança.


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