Os Unicórnios Revolucionários da Casa Dente d'Leão escrita por Salomé Abdala


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Cidade Amarela ?“ 18 anos atrás. Chanel e Soraya tentam explicar para seu filho quem ele é.



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—Deixa que eu começo, ok? Eu tava lá, eu lembro direitinho de como tudo aconteceu.

—Claro Soraya, como quiser.

—Foi assim, quando a grande guerra começou, nós unicórnios, ficamos de sobreaviso. A gente sabia que, de uma maneira ou de outra, a culpa ia cair sobre nós. Por isso, tentamos ficar quietinhos, no nosso canto, sabe? A gente fingiu que nada tava acontecendo, se fez de sonso. Tipo, ficamos na nossa mesmo, sabe? Não por covardia...looonge de nós... por precaução mesmo... mas a guerra se arrastou por muiiito tempo. Tempo demais... eu não lembro quanto tempo, na verdade, mas a gente se viu obrigados a agir. Foi quando a gente decidiu botar pra fuder e...

—Cuidado com o palavreado, Soraya. É uma criança!

—Criança meus ovo, Chanel! O menino já tem 6 anos. Já sabe como o mundo funciona.

—Deixa que eu continuo. Foi então que Rei Unicórnio, em um ímpeto de paixão, usou a carta que mantinha nas mangas... e se condenou à extinção.
Depois de anunciada sua morte, a rainha Séfora, do reino das ovelhas, colocou nossas cabeças a prêmio... e então a grande caçada começou.
Para sobreviver tivemos de nos infiltrar entre os humanos. Disfarçados, a fingir que não mais existimos...

—Não, não. Muito difícil esse seu palavreado. Deixa eu explicar: A Sefóra, essa cuzona do caralho, matou o Rei, que era meu marido na época, e começou a caçar a gente. Ela dava dinheiro pras pessoas que entregavam unicórnios mortos pra ela, entende? Igual eu te dou dinheiro quando você fica quieto e não me enche o saco...

—Você não dá dinheiro pro nosso filho não “te encher o saco”!

—Não quando você tá olhando...

—Soraya!

—Ai, meu cu. Deixa eu continuar: Daí a gente percebeu que ia tudo morrer. Então tivemos a ideia de se disfarçar de humanos. Tá vendo essa sua pele ai do braço? É falsa. Você não é uma pessoa igual seus coleguinha fedido de escola, você é um unicórnio. Igual a nós. – Ela disse arrancando sua pele falsa diante da criança.

            O menino esfregou os olhos e admirou a cena boquiaberto. Seu pai, sentado ao seu lado, disse:

—Vê, você é como sua mãe. Tenta, tira sua pele falsa também.

O menino obedeceu e, pela primeira vez, tocou o chão com seus verdadeiros pés...


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