Changes - A High School Story escrita por Goth-Lady


Capítulo 7
Capítulo 7




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Estava tão cansada que até para abrir os olhos era difícil. Ouvia alguém chamar pelo meu nome, mas de onde eu conhecia aquela voz? Meu corpo doía. Com muito esforço consegui abrir os olhos. Minha visão estava turva, mas percebi que estava claro e tinha uma sombra na minha frente. Só quando me acostumei com a claridade, vi que era o rosto do Lysandre.

— Lysandre? Onde eu estou?

— No jardim da escola.

Demorei um pouco para perceber onde realmente estava. De fato, estava no jardim da escola e ainda por cima, eu vestia um vestido vermelho de época, mas o que realmente me despertou foi perceber que estava nos braços do Lysandre, caída no chão, mas nos braços dele. Corei violentamente, mas não o afastei.

— O que aconteceu?

— Eu a encontrei desmaiada no chão. Acho melhor levá-la à enfermaria.

— Não. Não precisa.

— Sharena, você está fraca, não seria melhor...?

— Ai!

Senti uma dor aguda no meu pescoço quanto tentei me levantar. Na mesma hora coloquei a mão e senti dois pontos, como se tivessem enfiado duas seringas grossas no local. Lysandre afastou gentilmente meu cabelo, eu já tinha destampado o que quer que fosse, mas ele viu. De repente, todas as minhas lembranças voltaram.

— Eu vou te levar à enfermaria.

— Lysandre, por favor, não.

— Por quê?

— Eu não posso ir. Mas eu vou ficar bem, eu juro.

Lysandre me ajudou a me levantar e por pouco não caí. Tive que ser amparada por ele. Meu cristal começou a brilhar, me deixando perplexa na hora. Embora o cansaço não tivesse me deixado, pelo menos agora eu me aguentava em pé e.... Meu vestido se tornou azul?! O desespero se apoderou de mim. Não era para ele ter visto isso e eu mal o conheço.

— Eu sei que te devo uma explicação, mas...

— Não se preocupe com isso agora. Quando estiver pronta, você pode me contar o que houve. Enquanto isso, não é melhor ir para casa descansar?

— Não, eu posso ir para a aula.

— Está bem.

Ele me acompanhou até a sala, mas sentamos em lugares diferentes. Ele com o Castiel e eu com a Iris.

— Sharena, que roupa é essa?

— Eu quis vestir algo diferente hoje. Gostou?

— É bonito e você parece que veio combinando com o Lysandre.

— Você conhece o Lysandre?

— Só de vista, ele não é de falar muito. Na verdade, só o Castiel consegue conversar com ele.

Engraçado, comigo ele conversou normal. Passei a aula inteira pensando no que iria dizer ao Lysandre e massageando o meu pescoço. Mordida de vampiro dói. Passei o dia inteiro pensando nisso. Durante o intervalo, não passeei pela escola, apenas fui na lanchonete ao lado comer um lanche. Nunca pensei que sentiria tanta fome na vida, estava mais faminta do que imaginava.

Fui novamente para a aula e novamente não prestei atenção. Eu só pensava em como explicaria ao Lysandre. Eu também não sei por quanto tempo fiquei desacordada, mas ao olhar a data no quadro, foi apenas uma noite. Acho melhor contar toda a verdade. Ele viu que tenho um cristal mágico, então minha explicação deve ser menos louca.

Assim que saí da sala, uma garota me abordou. Ela tinha o cabelo roxo quase preto, olhos azuis e segurava um microfone bem na minha cara.

— Você é a Sharena, certo?

— Desculpa, quem é você?

— Sou Peggy do jornal da escola. Ouvi dizer que você viu um fantasma na escola e até fez uma investigação! Pode falar mais sobre isso? O que descobriu? Quem era o invasor?

— Olha, não tinha ninguém. Foi só coisa da minha imaginação.

— É bom que não esteja escondendo nada, pois eu sempre descubro a verdade.

— Mas estou te falando a verdade.

Acabei a ignorando e saindo de perto. Não estava em um bom dia, tanto que não perambulei pela escola. Acabei me sentando em um banco no pátio para tentar colocar os pensamentos em ordem. Estava nervosa, mas não podia fugir por muito tempo, tinha que falar com ele.

Fui até a escadaria e tropecei em algo. Quando fui ver era um bloco de notas. O que isso está fazendo aqui? Tentei abrir a porta para o porão, mas estava trancada. Fui procurar nas salas de aula, mas acabei encontrando o Castiel.

— Não me diga, você entrou para uma companhia de teatro.

— Muito engraçado. Você viu o Lysandre?

— Lysandre? É por isso que está vestida assim? Não me diga que você gostou tanto do estilo dele que decidiu aderir.

— Castiel, eu realmente não estou em um bom dia. Você o viu ou não?

— Não desde a aula de francês. Geralmente ele fica no jardim.

— Obrigada.

Voltei ao jardim. Ele não estava lá, mas como não estava com ânimo de rodar a escola inteira atrás dele, eu o esperei aparecer. Não me dei conta do quão cansada eu estava e caí no sono. Não sei por quanto tempo eu dormi, mas de alguma forma senti meu cabelo ser afastado do meu rosto. Dedos gentis roçaram por minha face. Sabe quando você não consegue distinguir se algo é um sonho porque sua consciência está em uma espécie de limbo? A única coisa que sei é que quando abri os olhos vi o rosto de Lysandre próximo ao meu, como se estivesse verificando se eu ainda estava viva.

— Lysandre?

— Como está se sentindo?

— Cansada, mas que bom que te encontrei. Aconteceu algo?

— Eu perdi meu bloco de notas. – Ele estava visivelmente incomodado e isso parecia uma desculpa.

— Você pode me contar o que é.

— Não é nada. Eu só perdi o meu bloco.

— É esse aqui? – Eu peguei o bloco que tinha achado na escadaria.

— Sim. Você leu?

— Não. – Ele pareceu um pouco mais aliviado com a minha resposta, mas ainda tinha algo o incomodando.

— Agradeço pelo gesto. Não quero que ninguém leia o que está aqui.

— Entendi. Eu preciso conversar com você.

Eu não sabia por onde começar, estava tão nervosa que não sei se conseguiria dizer.

— Não precisa fazer isso se não se sentir à vontade.

— Eu sei, mas eu quero. Só não sei por onde começar.

— Há quanto tempo estuda aqui?

— Alguns dias, por quê?

Ele não respondeu mais nada. Acho que estava tentando puxar assunto para ver se fico mais tranquila. O problema é que ele não era muito bom em iniciar uma conversa, então tive que tomar a dianteira.

— Você e o Castiel são bons amigos?

— Nos conhecemos há um bom tempo. Esse lugar é bonito, não acha?

— Sim, é verdade. – Respirei fundo. – É bem tranquilo.

— Gosto de vir aqui. É tão calmo.

— Foi aqui que achei esse cristal.

— Tem certeza?

— Sim, eu nunca vou me esquecer desse dia.

Contei a ele como eu o tinha achado, sobre meu amigo Ken, o vaso que levitou e nossas aventuras com o cristal. Desabafei horrores sobre a partida do Ken, sobre a Ambre e as amigas dela, como eu peguei detenção e investiguei o fantasma e por fim sobre a noite que conheci um vampiro. Disse coisas que estavam entaladas na minha garganta, mas lógico, não fui idiota de dizer o que achei dele ou no que pensei quando o vi no escuro. Ele me ouviu calado, vez ou outra ele esfregava a mão sobre meus ombros para me acalmar e me fazer me sentir segura.

— Desculpe, é muita coisa, eu sei.

— Não precisa se desculpar. Você passou por tanta coisa.

— Você deve me achar louca.

— Nunca disse isso.

— Quantas pessoas que encontraram um vampiro você conhece?

Massageei o meu pescoço. Não doía tanto como antes, mas não pude deixar de passar os dedos pelas marcas. Estavam menores do que eu me lembrava.

— Ainda dói?

— Não muito. É difícil acreditar em tudo isso, não é mesmo?

— É. Se eu não visse com meus próprios olhos, confesso que teria minhas dúvidas.

— Você não vai contar, vai?

— Seu segredo estará seguro comigo.

— Obrigada Lysandre.

— Impressão minha, ou seu cristal voltou a reluzir?

— Como assim?

— Quando eu a encontrei, ele estava reluzindo, mas algum tempo depois que você acordou, ele ficou opaco.

— Opaco?

— Exatamente.

— Acha que isso pode significar alguma coisa?

— Eu não sei. Acho melhor você tomar cuidado de agora em diante.

— Vou tomar. Obrigada mais uma vez.

Ele se levantou para ir embora. Um pensamento cruzou a minha mente, então chamei por ele.

— Espere! Como me achou?

— Vim para o jardim ficar sozinho e a encontrei desmaiada. Tentei acordá-la e você conhece o resto da história.

— Obrigada. Se não fosse por você, eu poderia estar dormindo até agora.

Ele me lançou um sorriso acolhedor e foi embora. Ao chegar em casa, eu só suspirava. Tinha muita coisa para pensar. Tomei um banho e quando saí, coloquei um short e uma regata branca. Guardei o vestido no armário e desmaiei na cama. Só acordei quando o sol estava se pondo.

Quando a noite caiu, pedi uma pizza e liguei o computador. Contei tudo para a Calien sobre o que aconteceu. Ficamos horas conversando. Tive um ótimo fim de semana. Pude descansar, aproveitar e treinar um pouco com o cristal. Não o tinha visto ficar opaco nenhuma vez, será que era porque eu estava nervosa? Preciso prestar mais atenção nessas coisas. No domingo, meus pais voltaram de viagem.


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