O Rei Negro escrita por Oráculo Contador de Histórias


Capítulo 21
A mão que segura as cordas




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No reino de Aurora, a cerca de dez minutos do palácio real, encontrava-se um grande portal de pedra com diversas inscrições élficas que dava acesso a cripta da família Luyah, devidamente construída no que outrora foi apenas uma caverna. A floresta Lazúli circundava todo o terreno, mas ainda assim havia muito espaço próximo a entrada.

Inúmeros elfos vestidos de preto estavam em volta de uma grande tumba feita de quartzo, com uma abertura por baixo suficiente para abrigar o tigre branco Kaar. Já no alto, repousava o corpo da princesa Leeta, envolto por um vestido branco, tendo no pescoço uma gargantilha que cobria o corte e com as mãos entrelaçadas sobre o peito.

O rei Yliel olhava para o rosto da filha, para os seus olhos fechados e parecia incrédulo com o que via. Embora não derramasse nenhuma lágrima, tinha os olhos vermelhos e as pálpebras inchadas, além dos lábios secos. Já a rainha Erilla chorava baixinho, abraçada a Aelin que como o pai, tentava se forte o bastante para não desabar. Sael estava inconsolável, enxugava o rosto a todo instante e não escondia sua tristeza, ao mesmo tempo em que rangia os dentes numa expressão terrível de raiva. Sylie tinha consigo dois lenços grossos e ambos já estavam molhados; ela soluçava e reprimia seu choro afundando o rosto nos tecidos.

Gabriel tinha uma expressão similar a de Yliel. Estava sem chão, sentia como se as portas da felicidade tivessem se fechado para sempre e em sua mente, a única coisa que se passava era uma simples pergunta: Por que?

Ada veio a passos calmos da direção do palácio e se aproximou do rapaz, murmurando cuidadosamente:

—Continua inconsciente.

O olhar dele desabou até quase atingir a direção do solo de terra. Heler não tinha acordado uma única vez desde a noite passada e, naquela tarde, estava para completar um dia nesse estado. Quando a visitou, viu que sua barriga tinha sido costurada por Ada e que embora estivesse longe das suas capacidades normais, Sylie a auxiliava nos cuidados aqui e ali.

Os tigres da família Luyah começaram a contornar o túmulo, rugindo baixinho numa expressão óbvia de sofrimento. Eles olhavam para Kaar e Pegasus chegou a encarar a princesa Leeta antes de ficar cabisbaixo e se afastar, sendo seguido pelos outros.

—Hoje... – começou Yliel, pigarreando para tentar recuperar sua voz – É um dia absolutamente difícil para todos nós. Minha filha, a princesa Leeta, sempre foi uma pessoa gentil e amorosa, disposta a ajudar quem precisasse. Uma vez ela me perguntou... Me perguntou se algum dia poderíamos viver em paz com os outros reinos de Eastgreen. Leeta não se interessava por batalhas, pelo contrário, seu sonho sempre foi ver o dia em que a paz reinaria sobre todos os povos. Só que ela sabia, assim como eu sei, que para isso é necessário lutar. É o preço a ser pago para recuperar o bem mais precioso do mundo... – ele desembainhou a espada Elindora e a apontou para o alto – Sua alma poderá descansar sabendo que pagaremos o preço e que essa injustiça não ficará impune!

Todos os elfos ergueram a mão direita para o alto e só abaixaram quando o rei guardou de volta a espada.

Dois guardas reais abriram o grande portal da cripta ao encostarem suas mãos – e nelas haviam anéis prateados de pedras azuis – nas inscrições que imediatamente refulgiram, provocando um barulho estrondoso tamanho era o peso e o atrito que arrancava uma leve poeira das frestas. Em seguida, outros guardas reais fecharam com tampas de quartzo as aberturas da tumba onde se via Kaar.

A rainha Erilla ergueu as mãos para o alto e a maior e mais pesada tampa de quartzo começou a levitar em direção ao alto da tumba. Gabriel observou aquilo e entendeu que em poucos segundos, nunca mais veria o rosto de Leeta outra vez e isso doía tanto que parecia prestes a lhe rasgar o estômago. E quando o rosto da princesa finalmente desapareceu da vista de todos, sua mãe, ainda de braços erguidos, proferiu em alta voz:

—Endarendia, umi adalantora! Endarendia! (Durma, minha estrela amada! Durma!)

—Endarendia amare! (Durma em paz!) – replicaram todos os outros elfos sem exceção.

A tumba foi erguida em pleno ar pelos poderes da rainha, que gesticulou pacientemente em direção ao portal da cripta. Sem cambalear, mantendo-se firme, Erilla subiu degrau após degrau, seguida por Aelin, Sael e Yliel. Lá, eles permaneceram por cerca de uma hora, até por fim retornarem e só então a guarda real fechou o portal tal como o havia aberto.

Gabriel se aproximou de Yliel e o encarou.

—Isso com certeza não ficará impune. – proferiu com a voz rouca, mas nitidamente tomada pela revolta – Eles pagarão pelos seus crimes e eu vou dedicar cada fibra do meu corpo, cada veia, cada gota de sangue para garantir que isso aconteça.

—Nós queremos justiça! – afirmou o rei entredentes, segurando o rapaz pelos ombros – Queremos justiça, amigo! Os elfos já esperaram tempo demais, décadas! É hora de mostrar a eles o preço da sua ganância, da sua maldade! Mostrar o que acontece quando desrespeitam outros povos!

Gabriel assentiu com a cabeça e por fim segurou com firmeza nos pulsos do rei.

—Seja qual for a sua decisão, eu o apoiarei com minha vida, senhor.

—Minha decisão, amigo, já está tomada desde que minha filha se foi. – confirmou ao dar um passo para trás e repousar a destra sobre o punho de Elindora – Vamos a guerra!

—Então me dê a honra de lutar em nome de Aurora.

—Tem minha aceitação, amigo. – confirmou, olhando do rapaz para Sael, Aelin e por fim a rainha, dividida entre odiar a violência e odiar Calendria.

—Você ainda não está pronto, espero que saiba disso. – proferiu Erilla ao rapaz.

—Eu também não estava pronto para perder Leeta, senhora. – replicou, se ajoelhando perante a rainha elfa e estendendo as mãos a ela – Juro que se eu não conseguir levar justiça sobre os nossos inimigos, é porque terei morrido tentando. Minhas mãos são suas.

A rainha sobrepôs a mão sobre o alto da cabeça de Gabriel e, embora houve uma mistura de sentimentos em sua face, tais como ódio, tristeza e dor, proferiu claramente:

—Que Nymira guarde sua trajetória, Gabriel, nosso vigia renascido.

Alguns dias depois, pela manhã nos portões do reino de Calendria, três guardas elfos montados em tigres que no mundo onde Gabriel renasceu seriam conhecidos como siberianos, aguardavam a chegada de alguém. Um deles carregava um saco branco nas costas que aparentava estar pesado e possuía manchas de sangue.

—Vocês são arrogantes de virem até aqui. Mereciam morrer! – gritou um dos arqueiros nas torres da muralha.

—Tente, humano! Se acha que está longe do meu alcance, apenas tente. – replicou o elfo que carregava a incômoda bagagem. Diferentemente dos outros dois, ele vestia uma armadura azul, logo pertencia a guarda real dos Luyah. Tinha cabelos longos, negros e apesar de ser belo como os demais de seu povo, possuía um ar amedrontador e uma cicatriz do lado direito do rosto, como se garras tivessem perpassado da sobrancelha, passando pelas pálpebras e alcançado a bochecha.

—Estamos morrendo de medo... – zombou o arqueiro se chacoalhando – Elfo de merda!

—Apenas traga seu superior! Não temos nada a tratar com você! – bradou o guarda real impaciente.

—Calminha aí, verme! Ele já foi chamado, pensei ter dito pra esperar! – irritou-se o calendrino, apontando-lhe o dedo lá do alto.

Os elfos semicerraram o olhar e os tigres rosnaram, porém o guarda real gesticulou com a mão livre para que nada fizessem.

—Os amiguinhos dos emberlanos são bem abusados. Adoraria ter a oportunidade de ensinar boas maneiras a eles. – comentou o arqueiro para o colega na mesma torre.

—O que tem dentro daquele saco? – indagou o outro militar.

—Não sei, mas boa coisa não deve ser. Desde assumi esse posto, é a primeira vez que esses coelhos saem da floresta e vêm até aqui.

Os portões de Calendria foram abertos, provocando um estrondo e o som de engrenagens pesadas trabalhando. Merlin e o comandante Jonathas logo atravessaram a pé, alcançando os três elfos. O mago logo franziu o cenho quando olhou diretamente para o guarda real de armadura azul, estranhando ainda mais aquele saco que carregava.

—A que devo essa inesperada visita, Erdwen? – perguntou Merlin, enquanto Jonathas apenas observava em silêncio.

—Vim em nome do rei Yliel Luyah para lhe devolver isso. – e arremessou o saco que caiu e rolou no chão de terra até os pés de ambos – Não há espaço em Aurora para enterrarmos este assassino, isso mancharia nosso reino.

Jonathas se abaixou para verificar e ao abrir o saco, cobriu imediatamente o nariz, pois era extremamente desagradável o fedor de carne pútrida. Merlin, ao ver o pequeno sujeito e sua cabeça separada do corpo, fechou os olhos em repulsa e voltou-se novamente para o guarda Erdwen.

—O que significa isso?

—Não se faça de desentendido, regente! – bradou o elfo – Sabe perfeitamente do que se trata!

—Eu não tenho a mínima ideia! – protestou o mago entredentes – E agradeceria se me explicasse, Erdwen.

—Quanto cinismo... – desaprovou o guarda elfo – Aurora não deixará que a morte da princesa Leeta fique sem consequências.

—O que? – Merlin ficou perplexo e olhou para Jonathas, que meneou a cabeça sem entender aquilo – Erdwen, por favor... Me explique o que aconteceu. Eu nunca ordenaria nenhum ataque contra Aurora.

—Então por que esse assassino mandou lembranças em nome de Calendria? Por que a princesa Leeta foi morta na sagrada data? No Grande Dia de Nymira? Além disso, uma de vocês, uma calendrina foi gravemente apunhalada e está entre a vida e a morte! – vociferou o elfo irritado, ao passo em que seu tigre rugiu – É irônico, não é? Vocês atacam sua própria gente, mas somos nós que a estamos protegendo.

—Já disse que não ordenei nenhum ataque! – replicou o mago – Não descarto a possibilidade desse miserável ter sido enviado por alguém de dentro dessas muralhas. – apontou para trás – Todavia, existem outras formas de resolvermos isso sem o uso de violência generalizada. Me leve até o rei Yliel, Erdwen, eu te peço!

—Você não tem credibilidade com Aurora, regente. Sua palavra é nada! É melhor que estejam preparados para o que vai acontecer, pois este é o recado do nosso rei. Calendria pagará com sangue por toda a crueldade que cometeu, porque a ira da floresta recairá sobre todos vocês.

Os três elfos deram meia volta e regressaram.

—Erdwen! Espere, Erdwen! – tentou o mago em alta voz, sem sucesso. Irritado, bateu com a ponta do cajado no solo – Maldição! Sir Jonathas, conhece esse inútil? – indagou chutando o cadáver ensacado.

—Já está em estado avançado de decomposição, grande Mago. Só o que consigo notar é que aparentemente tem um olho costurado.

—Mande um dos seus homens de confiança jogar esse infeliz nas masmorras da torre do conselho. E convoque uma reunião com todas as casas imediatamente! – ordenou voltando apressadamente para o interior dos portões.

—Mas grande mago, lady Yeshi e lady Taren não estão em Calendria.

—Convoque quem você encontrar! Mas faça isso depressa!

No lado oeste de Calendria, dentro do seu escritório na mansão Reindhar, Leonel mergulhava a ponta da pena no tinteiro para preencher alguns pergaminhos com selos oficiais do reino. Após dois batuques na porta, ele disse em alta voz:

—Entre!

Katherine adentrou o recinto e teve o cuidado de fechar a porta ao passar.

—Mandou me chamar, papai?

—Sente-se. – disse seco, sem tirar os olhos dos pergaminhos.

Desconfortável, a loira se sentou em frente ao lorde. Houve um estranho silêncio, onde só se ouvia o atrito da pena sobre o papel. Nesse meio tempo, a mulher olhou de relance várias vezes para o homem, sempre inflexível... O rosto dela deixava explícito que o temia, mas também o respeitava.

—Até quando pretende se relacionar com o emberlano? – indagou de repente, ainda escrevendo.

Assustada, passou as mãos sobre as coxas para ajeitar melhor o vestido, um ato de puro reflexo.

—Do que está falando, papai? Já quer me insultar?

—É você quem está me insultando. – replicou com rispidez – Uma mulher de trinta e cinco anos, solteira, mas que trepa pelos cantos com um escravo.

—Está me ofendendo, papai! – protestou.

Leonel parou de escrever e a olhou. Seus olhos azuis pareciam icebergs, quase não piscava e as rugas em seu rosto lhe conferiam um aspecto absolutamente rigoroso e imponente. Apesar disso, não elevava o tom de voz, porque simplesmente não precisava. E diante daquele olhar, Katherine não conseguiu se sustentar e logo encarou a mesa.

—Sabe por que eu ainda não mandei matar o escravo? – perguntou de maneira reciproca – Porque ele salvou sua vida naquela rebelião há cinco anos. Ele poderia ter simplesmente fugido com os outros, mas ficou para salvar sua senhora. Você é minha única herdeira, Katherine, é a única estrada para o futuro da nossa família. Será que não entende?

—Entendo perfeitamente, papai. – respondeu hesitante, como se aquilo fosse um peso maior do que pudesse carregar.

—Nessas condições, não consigo pensar em nenhum lorde que queira se casar com você. – admitiu friamente.

A mulher comprimiu os lábios, sentindo como se facas cutucassem seu peito. Seu pai nunca tivera qualquer piedade em machucá-la com palavras e, por outro lado, jamais demonstrara qualquer sinal de carinho.

—Se os emberlanos fossem livres...

—Mas não são! – cortou sem elevar a voz, porém ainda assim impetuoso – O escravo é apenas um escravo. Já você, está jogando o nome da nossa família na lama!

—Se preocupa mais com a opinião dos outros do que com a felicidade da sua própria filha? – rebateu Katherine num fôlego de coragem.

Leonel a encarou com severidade, se inclinou sobre a mesa e juntou as mãos abaixo do queixo.

—A vida real não é um conto de fadas, Katherine. Um escravo é um escravo, um lorde é um lorde. Se eu tiver que mandar castrar esse escravo ou que o executem, será culpa sua, culpa dos seus caprichos.

—Há vários anos, Raregard não seria um escravo!

—Mas a história mudou! – retrucou entredentes – E hoje as coisas são assim. Se amanhã ou daqui a cinco anos a história mudar outra vez, que seja, todavia não vou esperar mais para que você assuma o seu dever! Providenciarei seu casamento com um lorde e é melhor, para o bem daquele escravo, que você não faça nada imprudente. Posso não ser capaz de discipliná-la como merece, mas sei bem como atingi-la. Agora saia. – e voltou a escrever, sem fita-la outra vez.

Com os olhos marejados, Katherine se levantou e passou pela porta, batendo-a.

Mais tarde, quando o sol já estava se pondo, Leonel ficou a observar o horizonte pela janela. Então, um soldado bateu na porta e após receber autorização do lorde, adentrou e anunciou:

—Recebemos uma mensagem da capital, lorde Reindhar. O regente convocou uma reunião de emergência com todas as casas nesta noite, no castelo.

—Qual o motivo disso? – perscrutou o lorde.

—Não temos muitas informações, milorde. Todavia, parece ter relação com o reino de Aurora.

—Entendo. Bom, mande preparar uma carruagem.

—Sim, senhor! – e se retirou.

De volta a janela do escritório, Leonel entrelaçou as mãos atrás das costas e tornou a observar o horizonte alaranjado. Embora a rigidez não abandonasse seu rosto vivido, seria possível notar, naquele momento, uma nota de satisfação nos azuis dos seus olhos.

No palácio real de Aurora, mais especificamente em um quarto no corredor oposto àquele onde Gabriel estava alojado, este observava incessantemente uma inconsciente Heler que tinha o abdômen enfaixado, bem como duas voltas de um tecido preto cobrindo seu peito.

—Eu pisei na bola com você, né, pentelha? Não fui capaz de te proteger, nem de proteger a Leeta. Que rei ou “escolhido” é esse que vocês esperam?! Um inútil como eu não tem direito de se achar especial. Eu não sou especial. Mas sabe, também estou cansado de me fazer de coitado, de querer que as pessoas sintam pena de mim, quando são elas que estão sofrendo. Os emberlanos, os elfos e você, todos estiveram me esperando por tantos anos, aguentando tantas coisas, vivendo dias difíceis, enquanto eu vivia uma vida pacífica na Terra. Está na hora de fazer alguma coisa, de retribuir tudo o que fizeram, tudo o que aguentaram. – ele segurou a mão da garota e a colocou entre as suas – Vamos lutar contra Calendria, Heler. E quando vencermos, os emberlanos estarão livres. Pode apostar que eu vou usar tudo o que estiver ao meu alcance para tornar isso realidade. Logo a Ada vai poder voltar pra casa e você também. Agora descanse.

—Pa... pai... – murmurou ela muito enfraquecida.

—O senhor Heitor e a vila ficarão bem. – disse beijando a mão dela e a devolvendo com cuidado sobre a cama.

—Talvez eu nunca entenda a raiz de tanta maldade, meu rei. – comentou Ada, parada de pé do outro lado da cama – Eles nos acusam de algo que não fizemos e fazem coisas horríveis sem poupar ninguém.

—Existem pessoas que não podem ser convencidas com palavras, Ada. E nesses casos, temos que tomar decisões difíceis se quisermos que a justiça persevere. No mundo de onde eu vim, os maus sempre iam longe demais por causa do silêncio daqueles que se diziam bons. Na verdade, esses bonzinhos não passam de cúmplices e isso também deveria ser punido. – proferiu amargamente – Ainda consigo sentir a mão dela em meu ombro... E quando lembro que isso nunca mais vai acontecer, meu coração parece que vai se rasgar.

—Só o tempo pode diminuir essa dor, mas ela jamais desaparecerá. E o pior é que mais dor virá nos próximos dias, na guerra que se aproxima... De qualquer forma, eu lutarei ao seu lado.

—Não. – disse ele no ato – Fique aqui com a Heler, ela precisa de você.

Ada suspirou, então olhou para a garota sobre a cama.

—Como ordenar, meu rei.

—Desculpe, eu não quis dizer dessa forma. Não tenho direito de dar ordens a você, mas por favor, eu te peço.

—O senhor é o nosso rei, claro que pode dar ordens.

—Ada... Para com isso, vai... – pediu constrangido.

—Melhor que façamos um trato. Um dia, quando o senhor aceitar quem é, eu voltarei a chama-lo de rei.

—Esse dia não vai chegar, mas de qualquer forma, trato feito. – confirmou Gabriel com um aceno de cabeça.


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