O Rei Negro escrita por Oráculo Contador de Histórias


Capítulo 20
O Grande Dia de Nymira




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Naquele dia, todo o reino de Aurora estava em absoluta celebração. Pelas ruas, vários elfos comiam, bebiam e dançavam sem qualquer preocupação, pois o sol acima das árvores não afetava o clima agradável. Enquanto caminhava ao lado da princesa Aelin, Gabriel apreciava a maneira como aqueles seres se tratavam, seus talentos e sua alegria. Embora fossem rigorosos quanto a aparência, tinham muita luz em seu interior e estavam distantes da chamada arrogância.

—Ali, é a barraca das Mil Canções. – apontou a princesa.

—São muitas canções. – disse o garoto admirado com as caixinhas de madeira que lembravam as de música do seu mundo. Havia uma melodia realmente confortante vinda de uma delas, que estava aberta.

Aelin riu.

—Elas tocam uma melodia de acordo com os sentimentos da pessoa que abriu. Quer uma?

—Ah, não precisa. – respondeu ele constrangido. Não se sentia confortável em receber presentes daqueles que já tinham feito tanto – Olha, o que tem ali? – apontou na tentativa de mudar o rumo da conversa.

—Aquilo? São gargantilhas. Por que não compra uma para a minha irmã? – questionou sorrindo maliciosamente.

Gabrieu engasgou.

—E-eu não tenho dinheiro élfico. – explicou.

—Dinheiro élfico... – riu-se Aelin – Certo, vamos lá. Em Eastgreen, todos usamos a mesma forma de pagamento. Moedas de bronze, prata e ouro. Cem moedas de bronze equivalem a uma moeda de prata. Cem de prata, uma de ouro.

—É bem simples.

—Não é?! Aqui, toma. – ela enfiou duas moedas de ouro na mão fechada dele.

—Mas senhorita Aelin!

—Considere um empréstimo, só não esquece de pagar. Agora vai logo, humano! Não seja tão lerdo!

Ele suspirou e sorriu.

—Obrigado!

Haviam mais do que gargantilhas naquela barraca. Anéis, pulseiras, uma verdadeira variedade de joias realmente bonitas e que pareciam simplesmente não possuírem quaisquer defeitos. Gabriel olhou com cuidado cada item, até que a vendedora, até então distraída em uma conversa com outra elfa, o notou e sorriu amigavelmente.

—Boa tarde, senhor! Está procurando algo especial?

—Boa tarde! Sim... Quero presentear alguém... – disse meio sem jeito. Não estava acostumado com aquilo – Mas tudo aqui parece ótimo.

—Sempre podemos encontrar aquilo que estamos procurando, se soubermos como fazê-lo. – explicou a elfa de cabelos negros que ultrapassavam a cintura – Pense em algo que o encanta nessa pessoa, então saberá o que levar.

Foi extremamente difícil seguir essa dica, afinal, tudo em Leeta o encantava. Lembrou-se dos seus lindos olhos azuis, de como se sentia quando ela o observava daquele jeito meigo e não tardou a encontrar uma gargantilha de prata com uma pedra azul encrustada.

—Essa aqui... – apontou.

—Oh! Essa pedra realmente é especial.

—Foi feita com ajuda da floresta, né? – perguntou deduzindo que fosse óbvio depois de tudo o que conheceu sobre Aurora.

—Não. Essa veio diretamente da Floresta Suspensa, de Moroeste. Um amigo do mar me trouxe e disse que foi realmente difícil de conseguir, o que eu não duvido, afinal os sefrins são seres extremamente isolados do mundo. – explicou ela num ar de mistério.

—Sefrins? – não escondeu sua curiosidade.

—Depois da queda dos valtarianos pela Escuridão do Sul, os sefrins se tornaram o povo mais evoluído de Zarathos. Uma pena que são extremamente sistemáticos e se isolam de todos. Em todo caso, faço essa por uma moeda de ouro.

Gabriel pagou e recebeu a gargantilha.

—Obrigada, senhor! Foi uma honra!

—Eu que agradeço. – disse gentilmente.

Então, ele começou a procurar pela princesa Leeta em meio a multidão. Houve um momento em que parou subitamente para olhar pra trás. Num segundo, pensou ter visto uma criança encapuzada, mas esta logo desapareceu de vista. “Espero que não seja mais alguma alucinação”.

Assim que encontrou Leeta andando na companhia de Ada e Heler, ele se aproximou e guardou a gargantilha no bolso da calça verde.

—Então não dá para plantar essas árvores lá na vila?

—Não, Heler. – riu Leeta – Elas foram plantadas pelos primeiros elfos com as sementes de Nymira. Desde então, permaneceram. Quando uma árvore chega ao fim da vida, outra nasce em seu lugar sem a necessidade de sementes.

—Cara... Tudo isso parece loucura!

—Você já disse isso umas dez vezes ou mais. – provocou Gabriel.

—Ah, finalmente achamos o donzelo desaparecido. – zombou Heler – A gente já estava achando que você tinha se perdido.

—A senhorita Aelin estava comigo, por isso não me perdi. – brincou ele – Eu precisava dar uma palavrinha com sua alteza, a princesa Leeta Luya. Me daria a honra?

—Claro. – respondeu Leeta com ar de curiosidade.

—Ada, cuida dessa pentelha, por favor. – provocou ele, se esquivando de um tapa.

—Pode deixar, meu rei. Ficarei de olho nela. – respondeu Ada divertida.

—Não dá corda, Ada! – zangou-se Heler.

Assim que saíram da estrada principal e adentraram o interior da floresta, Gabriel tomou a elfa pela cintura e a beijou, sentindo os braços dela repousarem suavemente ao redor do seu pescoço.

—Era essa a palavrinha que queria ter comigo? Confesso que é um assunto bem interessante. – disse sobre os lábios dele.

—Ainda não puxei suas orelhas por ter dito aquilo na frente de todo mundo. – proferiu ali pertinho, sentindo a respiração dela.

—Queria que continuássemos escondidos...?

—Não... Eu só queria que o momento fosse melhor, sem toda essa turbulência.

—Não podemos prever o amanhã, então devemos fazer o que tivermos que fazer hoje. – e lhe mordeu o lábio inferior, puxando devagarinho antes de soltar.

—Tem razão. Ah, eu... Comprei algo pra você.

Gabriel tirou a gargantilha do bolso, entregando nas mãos de Leeta que sorriu encantada, antes de ficar realmente preocupada.

—Isso deve ter sido caro! Como você...?

—Alguém que te ama muito me emprestou, mas um dia eu pago. – fingiu uma expressão muito séria, arrancando um riso da princesa elfa – A vendedora disse que eu deveria escolher algo em você que me encantasse. Foi difícil, porque tudo em você me encanta...

Leeta corou.

—Mas... Foi aí que me lembrei desses olhos lindos, de como sinto paz quando você simplesmente me encara, como se o inverno virasse primavera em segundos. Essa pedra não é tão bonita quanto eles, porém pode carregar esse significado.

—Se queria me deixar sem palavras, conseguiu. – suspirou e sorriu – É melhor ter cuidado, Gabriel. Você está com meu coração em suas mãos e eu não posso fazer nada a respeito, nem quero.

—Vou cuidar dele da melhor forma que eu puder. E... Embora o meu seja uma verdadeira bagunça de alma e tudo o mais... Também o confiarei a você, Leeta. – admitiu acariciando o rosto dela.

—Coloca pra mim... – pediu em tom meigo, estendendo para ele a gargantilha.

A princesa afastou seus cabelos alvos para permitir que o rapaz, atrás de si, lhe colocasse a gargantilha. Por fim, dali mesmo ele a abraçou, beijando sua nuca e seu pescoço de maneira a arrepiá-la.

—Comporte-se... E se alguém nos ver... – repreendeu Leeta baixinho, nada convincente por sinal.

—Ninguém está vendo...

Ela deu meia volta na ponta dos pés e o trouxe para si, beijando seus lábios com carinho e intensidade, sendo trazida pela cintura através das mãos dele.

Uma árvore a poucos metros começou a reluzir, semelhante ao que fizera a floresta quando estavam nas Cordilheiras do Oeste. Estranhando isso, Gabriel e Leeta olharam atentamente naquela direção, porém nada viram.

—Qual o problema? Por que só você está nos alertando? – perscrutou a princesa, se aproximando com as mãos erguidas num gesto que o rapaz entendia muito bem; se fosse uma ameaça, estava se arriscando a voar longe – Que estranho, não há nada aqui. – constatou ao rodear aquela árvore. Por fim, repousou a destra sobre o tronco – Acalme-se...

O rapaz se concentrou de maneira a liberar seu dom que o possibilitava enxergar a aura de todos. Seus olhos verdes e intensos perpassaram por toda a área em trezentos e sessenta graus, todavia não encontraram nada estranho.

—Acho melhor voltarmos, Leeta.

—Sim... – concordou após olhar uma última vez para a árvore – Estou pedindo a Kaar que verifique. A floresta não tem esse comportamento por nada e não custa verificar.

—Kaar não está no palácio?

—Já está vindo. Lembre-se que estamos conectados.

—Verdade, você me disse enquanto viajávamos para as cordilheiras.

Assim que o tigre branco de listras negras, Kaar, chegou, Leeta acariciou sua cabeça e após se comunicarem sem o uso de uma palavra sequer, ele começou a vasculhar os arredores.

Quando a noite veio, muitos se reuniram em volta do palácio real e os jardins que outrora pareciam tão espaçosos, agora tinham se tornado um ambiente mais difícil de se transitar. O rei Yliel em suas vestes brancas de detalhes dourados, bem como a rainha Erilla usando um belo vestido vermelho, valsavam juntos ao som de uma orquestra composta por inúmeros elfos músicos, deliciando-se numa melodia composta por sons de flautas e violinos.

—Não vai aproveitar a festa? – perguntou Ada ao príncipe Sael, que estava sentado em um local mais afastado daqueles que dançavam.

—Você é quem deveria aproveitar, Ada. Acho que essa é sua primeira festa...

—Verdade... – admitiu pensativa – E eu não sei dançar. Seria grosseria a minha pedir que me ensine?

O príncipe meneou a cabeça e se levantou, tomando a mão da emberlana de vestido azul e longos cabelos negros trançados.

—Grosseria nenhuma, queira me acompanhar.

Heler alternava entre beber, comer e dançar. Felizmente, conseguia usar ambas as mãos e as pernas para realizar tais feitos simultaneamente.

—A bebida de vocês é muito boa! Docinha! – exaltava ela.

—Fico feliz que tenha gostado, senhorita. – disse um sorridente elfo de cabelos curtos, responsável por encher os copos daqueles que passavam.

Em determinado momento, a princesa Aelin se colocou no meio da orquestra, que imediatamente parou de tocar. Quando os burburinhos foram atenuados, a elfa de tranças e trajes élficos de guerreira revelou uma voz realmente surpreendente, exceto é claro para os que já conheciam esse seu lado, como sua família, muito embora ainda assim não escondessem a admiração.

Por mil noites eu te esperei.

Por mil noites eu me entreguei...

Aos anseios... Aos meus sonhos...

Porém você não estava perto mesmo quando eu te via...

Oh lua... Oh lua... Onde foi que você se escondeu?

Oh lua... Oh lua... A noite é tão fria, sombria e vazia

Não vire tua face ao abismo... Não esconda teu rosto de mim...

Não te esqueça dos bons dias que tivemos... No resplendor... Oh oh!

Você se perdeu... Era você e eu... Mas agora estou só e não sei a direção

Lá em cima... Lá em cima... É aí que você quer que eu esteja então...

Oh lua... Oh lua... Onde foi que você se escondeu?

Oh lua... Oh lua... Por que aqui em cima... Só restei eu...?

A rainha Erilla, boquiaberta, não percebeu quando as lágrimas deslizaram de seus olhos verdes até o queixo. Ao notar, Yliel a abraçou e, confuso, perguntou:

—O que foi, querida? Por que está chorando assim...?

—Não compreendo muito bem, meu amor. Mas sinto no fundo da minha alma um sentimento muito intenso e triste... Essa canção é, sem dúvidas, a que mais mexe comigo.

Ele escondeu o rosto dela em seu peito, acariciando seus cabelos e beijando no alto da sua cabeça algumas vezes.

—Então chore, minha Erilla. Chore o quanto quiser, até que seu coração se recupere.

—Obrigada... – respondeu com a voz embargada e soluçando.

Leeta, nos braços de Gabriel, arregalou os olhos quando viu alguma coisa vindo por entre as árvores. Pegasus, o tigre do rei, rugiu tão alto que os elfos se abaixaram em pavor. Em seguida, a princesa gritou alto... Cheia de pavor, de medo... De desespero...

—KAAR!

O tigre branco cambaleava, estava ensanguentado e quando sua domadora finalmente o alcançou, ele se sentiu à vontade para desabar no chão.

—Kaar! Por favor, não! Kaar! – ela olhou para os lados – Sylie! Sylie! Rápido!

A elfa Sylie veio às pressas, tirou um frasco da cintura contendo um líquido amarelado e o despejou sobre os inúmeros ferimentos pelo corpo do animal.

—São cortes... – constatou enquanto suas mãos trabalhavam rapidamente – São cortes, princesa Aelin. Foi ferido por alguma lâmina.

—Chamem todos os guardas, venham todos para a clareira do palácio! – ordenou Yliel fervorosamente – Pegasus, proíba todos os tigres de adentrarem a floresta!

Pegasus rugiu em resposta, parecendo inconformado.

—Eu sei! – retrucou Yliel – Mas não sabemos quem foi. Eu não quero mais ninguém ferido!

Dessa vez, a fera de armadura dourada pareceu entender e com outro rugido, todos os tigres vieram ao seu encontro.

A floresta Lazúli inteira brilhou intensamente e houve um instante de silêncio absoluto quando isso aconteceu. De repente, uma única árvore se apagou.

—Ali! – apontou a rainha Erilla e os guardas em armaduras de bronze imediatamente foram verificar.

Gabriel, fazendo uso de seu dom, procurou pela aura de alguém suspeito, mas com tantas pessoas, sentiu extrema dificuldade em diferenciá-las. Mesmo quando olhou para a árvore apontada pela rainha, só conseguiu enxergar sombras, muito embora ali estivesse realmente bem escuro.

Depois de algum tempo, os guardas voltaram e um deles se adiantou em relatar:

—Ninguém, majestade.

—Lazúli está nos dizendo o contrário. Vasculhem o perímetro! – ordenou o rei.

—Agora mesmo, majestade!

Os guardas passaram por Gabriel, um a um, apressados em direção a área apontada pelas árvores. No entanto, o rapaz notou que todas estavam acesas... Todas, exceto por uma...

—O palácio... – murmurou atônito, então repetiu em alta voz – O palácio!

Os Luyah olharam para o palácio e viram que a árvore em seu interior estava completamente apagada. Era a mais próxima deles naquele momento.

—Ele está aqui! O inimigo está aqui! – bradou Erilla, olhando para todos os lados e vendo os incontáveis elfos a sua frente.

—São muitas almas ao redor, ainda não consegui encontrar nada! – desabafou o rei frustrado, já segurando em sua mão a poderosa espada Elindora.

Os olhos de Gabriel vasculhavam sem parar, porém como os guardas ainda estavam passando, não conseguia enxergar do outro lado. Quando, por fim, o último deles passou, o rapaz se precipitou um passo... Mas rapidamente olhou para o lado, notando algo que achou deveras esquisito.

Por que ele não está portando uma espada ou uma lança? Nem sequer um arco?

Segundos que mais pareciam uma eternidade...

Quando viu para onde o guarda estava olhando, forçou suas pernas a se moverem o mais rápido possível. Gabriel desejou ser mais rápido ou ter qualquer coisa, qualquer recurso que pudesse ajuda-lo naqueles ínfimos segundos. Todavia, mal teve tempo para dizer qualquer outra coisa, além de gritar um único nome:

—LEETAAAA!

O guarda tirou da cintura uma adaga. A princesa elfa não conseguiu discernir o que estava acontecendo a tempo. Heler, que estava perto, se jogou em cima do indivíduo, porém foi apunhalada na barriga e caiu no chão derrotada.

Yliel brandiu a espada e lançou um projétil de luz na direção do inimigo... Só que este ainda não tinha sido atingido quando, num corte rápido, rasgou o pescoço da princesa Leeta.

—NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO! – exasperou-se Gabriel.

O ataque do rei derrubou o guarda no chão, que começou a se contorcer.

Quando Gabriel finalmente alcançou sua amada, cobriu o ferimento com a mão. Desesperado, aos prantos, via o sangue dela se esvair sem qualquer contenção. Sylie, embora atormentada, se prontificou a prestar os primeiros socorros.

—Segura ela assim! Não deixa a cabeça tombar para trás!

A armadura do guarda caído começou a derreter e evaporar, assim como seu corpo élfico, revelando a verdade. Um indivíduo de estatura baixa, tendo um dos olhos costurados e repleto de cicatrizes, tentava ficar de pé. Porém, ele sentiu uma aura esmagadora vindo de trás. Embora aquilo o deixasse trêmulo, o sujeito sorriu de maneira estranha, enquanto Yliel partia impetuosamente em sua direção.

—Arano fez o que devia fazer. Calendria... Manda lembranças! – gargalhou.

Em menos de um segundo, Elindora invadiu a carne, os músculos e os ossos, decapitando o ladino violentamente. Sua cabeça voou e bateu no tronco de uma das árvores, depois rolou ensanguentada até a grama.

—Leeta... Fica comigo... Leeta... – implorava Gabriel, que não tinha conseguido perceber mais nada ao redor – Não faz isso, Leeta!

Porém, o azul nos olhos da princesa elfa tinham perdido o brilho e seu corpo não respondia a nenhum estímulo, completamente inerte nos braços do rapaz, tendo no pescoço, um pouco acima da gargantilha, o ferimento fatal. Ouviu-se o choro alto e desesperado de Erilla, os gritos de Sael e também de Aelin, inconsoláveis, inconformados... Completamente destruídos.

O povo élfico dividiu-se entre os que choravam e os que estavam em choque.

—Heler... – chamou Gabriel, apontando para a garota caída pertinho dali – Sylie... Eu te imploro...

Mas a elfa, de joelhos e com lágrimas nos olhos, parecia incapaz de ouvir qualquer coisa. Ada se apressou a tratar de Heler, olhando para um Gabriel completamente quebrado:

—Está viva... Deixa que eu cuido dela.

Ele só conseguiu assentir com a cabeça, tornando a olhar para Leeta. O rei elfo trouxe com cuidado a esposa para perto, se abaixou e, chorando silenciosamente, começou a acariciar o rosto da filha.

—Nossa menina, Erilla... Por que nos tiraram a nossa menina? Que mal ela fez?

Erilla não conseguia parar de chorar. Ninguém teve qualquer reação por um bom tempo. Os únicos que circulavam de um lado a outro eram os guardas e, dentre eles, estavam dois que carregavam nos ombros um guarda morto, cuja aparência Arano tinha usado.

Naquele dia... Kaar e sua domadora, a princesa Leeta, foram cruelmente assassinados por um enviado de Calendria. Heler foi gravemente ferida. Já os elfos de aurora, sobretudo a família real Luyah, encontravam-se completamente arrasados. Naquele dia... Esse Gabriel conheceu o verdadeiro significado... Da dor.

 


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